Punição a prefeito põe equipe de Bolsonaro em alerta

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O afastamento do prefeito de Tapurah (MT), Carlos Alberto Capeletti (PSD), por ter dito “vamos tomar o Congresso e o STF” foi visto pelos bolsonaristas como uma mensagem direta ao presidente Jair Bolsonaro (PL): se houver alguma manifestação no sentido de insuflar algo que soe ruptura institucional, tal como fez o prefeito, a punição virá. Até aqui, o presidente se mantém calado a respeito das manifestações de apoiadores na frente dos quartéis.

Depois do afastamento do prefeito do cargo por 60 dias, conforme determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, alguns aliados de Bolsonaro defendem que ele permaneça em silêncio para não ampliar a tensão. Afinal, o presidente ainda não se conformou com o resultado da eleição e, no calor de uma declaração pública, ou mesmo uma visita aos apoiadores nos acampamentos, pode elevar a tensão.

Outros mais afoitos, porém, têm pedido que Bolsonaro incendeie seus apoiadores. O problema é que, até aqui, o presidente não viu espaço para isso. A quem perdeu, cabe liderar a oposição e não uma ruptura institucional.

Uma coisa ou outra

A ala do PT que não é lá muito simpática a Fernando Haddad já fez chegar a seguinte sugestão ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva: se o ex-prefeito de São Paulo for mesmo ministro da área econômica, não será mais candidato a presidente da República pelo partido.

Veja bem
Da parte aliada a Haddad, vem a impressão de que está muito cedo para se fazer qualquer exigência. Vale lembrar que, em 1993, Fernando Henrique Cardoso virou ministro da Fazenda de Itamar Franco e tudo indicava que não teria condições de se eleger deputado federal. A roda da fortuna girou e FHC terminou eleito presidente, depois de montar a equipe que deu ao país o Plano Real.

Todos querem recursos
Até aqui, todos os setores que procuram o governo de transição no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) pedem algum tipo de financiamento. Desta vez, foi o setor de transporte público, capitaneado pelos dirigentes da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). A ideia é acoplar um aporte de recursos da União para barateamento do transporte à política de descarbonização.

E alguns vão levar
Lula venceu a eleição graças ao voto dos mais pobres, que mais dependem desse transporte. Por isso, a ideia dos integrantes da equipe de transição é não deixar esse setor a ver navios.

E a PEC, hein?
Na Câmara, a aposta é a de que a análise da PEC da Transição vai demorar muito mais.

Passou dos limites I/ O ataque de manifestantes bolsonaristas ao líder do PDT, Wolney Queiroz (PE), levou o comando da Câmara a redobrar a segurança. Ações desse tipo não serão toleradas. Uma coisa é se manifestar pacificamente, outra é agredir um deputado federal. Wolney teve o paletó puxado, a gravata quase arrancada. A Câmara colocou a Polícia Legislativa e agentes de prontidão.

Passou dos limites II/ A deputada federal reeleita Bia Kicis (PL-DF) corre atrás das suas redes sociais, suspensas pelo ministro Alexandre de Moraes. Ela foi a deputada mais votada do DF e, proporcionalmente, a mais votada do país. Na Câmara, ela já mobiliza o apoio dos colegas para que tenha o direito de manifestar suas opiniões.

Ele volta/ Primeiro suplente da bancada emedebista em Minas Gerais, o deputado Fábio Ramalho está na fila para assumir o mandato em 2023. É que o governador Romeu Zema pode levar o deputado Newton Cardoso Jr. para o seu secretariado, abrindo a vaga para “Fabinho Liderança”, apelido carinhoso que recebeu dos colegas.

E será governo/ “Eu sempre sou governo”, brinca o deputado, quando alguém lhe pergunta sobre o futuro. “Janto com Bolsonaro e almoço com Lula”, brincou.

Terceira via busca sobrevivência após as eleições

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Com as atenções pós-eleição voltadas para a formação do novo governo e o futuro político do bolsonarismo, os partidos de centro que tentaram quebrar a polarização sem sucesso preparam os primeiros acordes neste final de ano. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assume a presidência do PSDB com a missão de reconstruir a legenda devastada pelas disputas entre Minas e São Paulo, em que os dois grupos perderam. Com o MDB de Simone Tebet aliado a Lula e a senadora prestes a encerrar o mandato, os tucanos consideram que ainda têm combustível para uma projeção futura.

Só tem um probleminha: Se as novas forças tucanas repetirem a disputa interna que devastou o partido nos dois maiores colégios eleitorais do país, o que resta hoje do PSDB terminará engolido por outras legendas.

Spoiler I

Nas conversas que Lula manteve na semana passada sobre “orçamento secreto” — as emendas de relator —, o presidente saiu com a impressão de que o Supremo Tribunal Federal não pretende acabar com essa prerrogativa do Legislativo, mas exigirá mais transparência.

Spoiler II
Entre os congressistas, a aposta é que, se o STF decidir considerar o orçamento secreto inconstitucional, não será difícil um deputado apresentar proposta de emenda à Constituição (PEC) que devolva esse poder ao relator do Orçamento.

O novo Palocci
Aliados informam que o presidente Lula já deu a Fernando Haddad a missão de repetir tudo o que Antonio Palocci representou em seu primeiro governo, em 2003. A política econômica segurou as pontas e melhorou e muito a relação dívida-PIB. Palocci, porém, avaliam os petistas, “se perdeu” ao longo do caminho. A aposta é que o mesmo não acontecerá com Haddad.

Por que Haddad?
Lula está ciente da necessidade de fazer um governo bem diferente do que fez em seus primeiros oito anos. Sabe que o PT não ganhou sozinho e que o partido terá que ceder espaços de poder dos quais não abriu mão no passado. Porém, a condução da economia tem que ser sua. E Haddad fará exatamente o que o presidente determinar.

“Dim-dim” para os novatos/ Nessa discussão do Orçamento de 2023, já existe a reserva de R$ 19 milhões para os deputados que assumirão o mandato em fevereiro.

A cada dia…/ Os emedebistas não vão colocar o carro na frente dos bois. Isso significa negociar agora só a proposta de emenda à Constituição da Transição (ou PEC do fura-teto, ou do Bolsa Família) e o espaço no futuro governo.

…a sua agonia/ A formação de blocos para concorrer à Presidência da Câmara é considerado um assunto para janeiro. Assim, ciente da nova composição do governo, o partido terá clareza para se posicionar mais ao lado do PT ou mais distante. Seguirá o que for mais vantajoso para o próprio MDB.

Olho neles/ Além de Simone Tebet, o MDB quer dar visibilidade aos seus governadores. A lista inclui o do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, reeleito no primeiro turno, um feito visto no partido como algo a ser valorizado, uma vez que os eleitores do “quadradinho” não são afeitos a reeleger os governantes locais.

Fazer oposição a Lula não é atacar urnas ou Supremo

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Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza

As eleições gerais no Brasil estão definidas há três semanas, mas ainda se percebe, em Brasília e em outras cidades do país, movimentos contestadores do resultado das urnas. Manifestantes se reúnem, em território nacional ou no exterior, para pedir socorro às Forças Armadas, clamar pela liberdade e hostilizar personalidades públicas nas ruas. Em uma espécie de caça às bruxas, os inconformados xingam ministros do Supremo e defendem até a prisão dos integrantes da mais alta Corte de Justiça.

Paralelamente, agentes políticos insistem em colocar em dúvida os votos conferidos nas urnas. O caso do PL, partido do presidente Bolsonaro, é emblemático. O cacique da legenda, Valdemar Costa Neto, disse que prepara uma ação para questionar a credibilidade de 250 mil urnas, supostamente vulneráveis a fraude. A suspeita de irregularidade não se aplica à votação que permitiu à legenda compor a maior bancada do Congresso Nacional.

Se esses movimentos se traduzissem em críticas às ações do futuro governo, estaríamos ainda dentro das quatro linhas da Constituição, para usar uma expressão da moda em Brasília. O presidente eleito Lula e aliados não esperam outra coisa do que uma oposição vigorosa no próximo mandato.

A questão é, a pretexto de questionar a eleição, buscar atingir o ordenamento democrático. Eis um risco que prejudica a todos.

Sem passaporte I

O Supremo Tribunal Federal determinou ao Ministério das Relações Exteriores o cancelamento do passaporte do blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira, atualmente nos Estados Unidos. Allan é alvo de diferentes investigações que tramitam no Supremo, como o inquérito das milícias digitais e o das fake news. Foi no bojo do primeiro que o blogueiro teve a prisão preventiva decretada.

Sem passaporte II
Anunciada na semana passada, a suspensão na emissão de passaporte tende a demorar. “Não temos atualização e não há prazo para normalização do serviço”, informou a Polícia Federal em nota enviada ao Correio. Segundo o Ministério da Economia, responsável pela restrição orçamentária imposta à PF, o assunto será tratado na próxima reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), ainda sem data definida. A reunião da JEO tem como objetivo definir a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo federal.

Boletim médico
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu prazo de 48 horas para o diretor de Bangu 8, na zona Oeste do Rio, apresentar laudo médico sobre a capacidade ou não de o hospital penitenciário tratar o ex-deputado Roberto Jefferson. O aliado do presidente Jair Bolsonaro voltou ao cárcere após descumprir medidas cautelares impostas pelo STF e ainda atacar agentes da Polícia Federal com tiros de fuzil e granadas. A defesa de Jefferson sustenta que ele precisa ser internado com urgência em “ambiente hospitalar adequado”, por sofrer risco de trombose e outras comorbidades.

Pacote agro
Na bolsa de apostas da transição, os mais cotados para assumir o Ministério da Agricultura são o deputado Neri Geller (PP-MT) e o senador Carlos Fávaro (PSD-MT). Ambos atuaram na campanha eleitoral para diminuir a resistência a Lula entre ruralistas. A estratégia em vista para reduzir as animosidades é ampliar mercados para a produção nacional; manter bom relacionamento com a China; focar na segurança no campo; e suspender acenos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Tô fora
A abstenção no segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio, realizado no último domingo, foi de 32,4%. Esse índice é superior aos 26,7% registrados na semana anterior, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Apesar disso, o ministro da Educação, Victor Godoy, avaliou que “as taxas de abstenção do exame foram dentro da normalidade histórica”.

Na reta final das eleições, candidatos radicalizam ataques

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Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza

A poucos dias da eleição, os presidenciáveis elevaram o tom da disputa e partiram para ataques pessoais e agressivos. “Mentiroso” e “nazista” são alguns dos termos empregados pelos concorrentes, que deixaram de lado qualquer decoro nesta reta final da campanha. É natural que, com a proximidade da hora decisiva, os ânimos fiquem exaltados. Mas, considerando-se os prognósticos da maioria das pesquisas eleitorais, a refrega presidencial parece se concentrar em torno de um percentual ínfimo de votos, que seriam provenientes de eleitores que não pretendem votar em Lula nem em Bolsonaro. É a tal busca pelo voto útil.

A radicalização pouco contribui para uma escolha consciente neste 2 de outubro. Espinafrar o adversário não parece ser a melhor estratégia para conquistar alguns votos adicionais. Mas os candidatos demonstram que vão intensificar os ataques. Essa situação não costuma trazer bons resultados. Votar com o fígado não é boa solução. O Brasil está pagando caro — vide os casos de violência política — por causa da polarização política. Enquanto os políticos insistirem em táticas de guerra para vencer nas urnas, eleitores continuarão a ver como inimigo aquele que pensa diferente ou tem preferência por outro candidato.

Fake áudio

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou excluir uma série de publicações com áudio falso do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que sugere que o petista queria assassinar Antônio Palocci, ex-ministro da Casa Civil no governo Lula. As publicações suspensas estão no Twitter, Facebook, YouTube, TikTok, Kwai e Gettr, além de sites de apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Entre os posts impugnados estão tweets dos perfis do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do cantor Roger Moreira, do Ultraje a Rigor.

Outros tempos
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa gravou um vídeo no qual manifesta apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gravação será veiculada pela campanha do petista. Barbosa foi indicado por Lula em 2003 ao STF. Anos depois, foi relator da ação penal 470, que trouxe a público o escândalo do mensalão.

Queixa recebida
Por maioria, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu a queixa-crime apresentada pelo ministro Luís Roberto Barroso contra o ex-senador Magno Malta pelo crime de calúnia. Em junho, Malta disse falsamente que o ministro “batia em mulher” e respondia a dois processos por isso. Logo após a fala, Barroso declarou, em nota oficial, que foram feitas em 2013 falsas acusações, já arquivadas, e que não havia veracidade na declaração do ex-senador. O STF acompanhou o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que considerou presentes os requisitos para o recebimento da queixa.

Guerra dos 100 anos
Enquanto o governo Bolsonaro impõe sigilo de 100 até às visitas à primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-presidente Lula promete jogar luz sobre os segredos no Planalto. “Vou acabar com o sigilo dele no primeiro mês. Ele fez o decreto do sigilo e vou decretar o fim”, disse o ex-presidente.

A receita de Alckmin
O vice-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSB) afirmou ontem que o agronegócio brasileiro precisa de acordos internacionais para não ficar dependente da China. Disse também que o país necessita de produção nacional de fertilizantes para não depender de empresas instaladas no Canadá, na Noruega e na Rússia. Alckmin tem sido uma ponte para aproximar Lula do agronegócio, segmento que, majoritariamente, apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Tem uma questão muito séria que foi a maneira como o Lula tratou a herança recebida pelo governo FH. Ele diz que foi uma herança maldita. Não adianta ele levar o Geraldo Alckmin e continuar dizendo que pegou um Brasil destruído, porque não é verdade. Isso é um desrespeito com todo mundo que trabalhou no Plano Real”
Elena Landau, economista da campanha de Simone Tebet (MS)

Pregação do voto útil pode ser desrespeitosa

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Uma olhada no resultado da eleição de 2018 indica que uma parcela do eleitorado já optou pelo voto útil antes mesmo de o PT entrar nesta campanha. A conclusão é da consultoria Vector, que comparou os 12,5% que Ciro Gomes (PDT) obteve na urna, naquele ano, e o total de hoje nas pesquisas (entre 6% e 8%). À direita, a percepção é idêntica em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), uma vez que João Amoedo (Novo) obteve 2,5% dos votos e, hoje, Felipe D’Ávila tem 1%.

Os analistas da Vector alertam, ainda, que a pregação de voto útil agora corre o risco de atingir o eleitor cirista mais fiel. Esse universo pode acabar rejeitando Lula, uma vez que se trata do eleitorado mais fiel ao pedetista, que pode achar desrespeitosa essa pressão do PT.

Decreto das armas, próximo capítulo

Passadas as eleições, o governo vai investir contra a decisão do STF de limitar o decreto sobre armas e quantidade de munição que pode ser comprada mensalmente. “É privativo do Legislativo questionar decreto”, disse Bolsonaro em entrevista à Rede Vida, que foi ao ar ontem à noite. Ele avisou: “Depois das eleições, a gente resolve essa parada aí”.

O motivo da dúvida
No QG de Bolsonaro, a desconfiança permanece alta em relação às pesquisas. Isso porque, em 20 de setembro de 2018, o Datafolha apresentava o então candidato do antigo PSL com 28% das intenções de voto. Quando as urnas foram abertas, ele apresentou 46,03%. Agora, o Datafolha apresenta 33% para o presidente contra 45% de Lula.

Efeito Zema
Nos comandos de campanha de Simone Tebet (MDB) e Ciro, há a esperança de que a eleição, na semana que vem, para presidente da República, repita o que houve em Minas Gerais no pleito de 2018: Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) se atacaram tanto que o eleitor migrou para a “novidade” Romeu Zema.

Enquanto isso, no QG de Lula…
As apostas são de que a vitória no primeiro turno não pode ser descartada. Afinal, o ex-presidente conseguiu tirar de cena dois de seus antigos adversários na última eleição: Geraldo Alckmin, que virou vice, e Marina Silva, candidata a deputada federal por São Paulo.

Drogas na campanha I/ O discurso do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na ONU, no qual defendeu que os países latino-americanos se unam para acabar com a guerra às drogas, vai ecoar nesses últimos dias de caça aos votos no Brasil.

Drogas na campanha II/ A ideia é dizer que Petro, por vias indiretas, defendeu que não se combata mais produção da cocaína, um negócio lucrativo na Colômbia. E nesse embalo, associar o PT de Lula ao presidente colombiano, que é de esquerda.

Os democráticos/ Enquanto Lula já avisou que não irá ao debate do SBT, neste sábado, Bolsonaro comunicou que irá a todos os encontros entre os candidatos. Além da defesa de seu governo, quer aproveitar para tentar se mostrar mais democrático do que quem falta a esses eventos.

“Toquei mesmo”/ Perguntado por um amigo por que tocou no rei Charles III, e se o cerimonial não orientou para que não o fizesse, Bolsonaro foi direto: “Ah, ele não tem muita frescura e é pavio curto”.

Os recados de Rosa Weber àqueles que atacam o STF

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A posse da ministra Rosa Weber na Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) foi uma saraivada de recados àqueles que atacam a Suprema Corte acima do tom da liberdade de expressão ou que cogitam medidas drásticas em caso de resultado eleitoral desfavorável. Em todos os discursos, lembranças sobre o papel do Supremo como guardião da Constituição e da democracia.

A plateia também não deixou de pinçar, com aplausos efusivos, pelo menos 12 momentos da fala da nova presidente do STF, em especial nas menções ao processo eleitoral, sob o “comando firme do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral”, à “autonomia e independência do STF, que se sobrepõem aos indivíduos e autoridades”, e aos poderes constituídos — “sem Poder Judiciário livre e forte, independência entre os Poderes e imprensa livre não há democracia”.

Os aplausos entusiasmados partiram também dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e dos militares presentes. Sinal de que não há espaço para tentar dar uma rasteira no processo de eleitoral em curso. Seja quem for o vencedor, governará.

2002 em 2022

Na entrevista à CNN, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva ajustou o discurso àquele tom que lhe deu a vitória, há 20 anos, sobre o tucano José Serra: “Se terminar o governo com cada brasileiro tomando café da manhã, almoço e jantar, estarei feliz. Vou ganhar as eleições”, disse o petista, tal e qual repetia naquela primeira eleição da qual saiu vencedor.

Por falar em vitória de Lula…
Simpatizantes do ex-presidente já fazem apostas sobre como será a relação de Lula com a parte do Centrão, hoje fechada com Bolsonaro — PL, PP e Republicanos. A impressão é de que ele fará uma “pescaria” ali para formar maioria. Afinal, dizem os políticos que conhecem o traçado, se Lula tentar levar o Centrão em bloco, repetirá o erro do passado.

… as apostas estão a mil por hora
Os aliados já vislumbram, inclusive, a disputa para a Presidência da Câmara. As apostas são de que, eleito, Lula não apoiará a reeleição de Lira.

Deu ruim
Nem o fato de ter a maioria dos ministros do Poder Executivo na posse de Rosa Weber na Presidência do STF fez com que as redes sociais dessem uma trégua ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Ali, prevaleceu o discurso de que o presidente não gosta de prestigiar as mulheres e nem as instituições.

Memórias do ex-ministro I/ Na fila de cumprimentos da nova presidente do STF, Rosa Weber, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa, e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo lembravam da visita do papa Francisco à Jornada da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro.

Memórias do ex-ministro II/ Cardozo, que era ministro da Justiça à época, se lembra que quando D. Paulo o apresentou ao papa, o sumo pontífice respondeu: “Eu lhe dei trabalho, hein?”. Quem estava próximo aos dois, nem sentiu a quase uma hora de fila passar.

Chade na Travessa/ O jornalista Jamil Chade estará, hoje, a partir de 18h, na Livraria da Travessa, no CasaPark, para o lançamento do seu mais novo livro, Ao Brasil, com amor, escrito em parceria com a escritora Juliana Monteiro. A obra retrata os 10 meses de correspondência entre eles, com uma visão de brasileiros que vivem fora do país — ele, há mais de duas décadas em Genebra, e ela, em Roma —, suas angústias, reflexões e impressões a respeito do Brasil.

Sachsida no Lide/ O Grupo Líderes Empresariais (Lide), capitaneado pelo ex-governador de São Paulo João Doria, recebe o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, para um almoço debate, amanhã, sobre “O futuro do setor de energia e de recursos minerais no Brasil”. Será no Hotel Renaissance, em São Paulo.

Poder de mobilização nas ruas pode ser sinal de um “terceiro turno”

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Já no finalzinho da entrevista ao CB.Poder, ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deu a senha para, se for o caso, reclamar do resultado. Ele disse, com todas as letras, que se depois do 7 de Setembro, com o que viu nas ruas — em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais —, “acho que está decidida a eleição no primeiro turno. Não tem explicação o outro lado ganhar”.

Em tempo: entre advogados eleitorais, ficou a desconfiança de que a frase indica um terceiro turno, em caso de um resultado desfavorável. E com gente na rua a favor do presidente. Afinal, a contar pelo que se viu de mobilização popular, Bolsonaro, ganhando ou perdendo, mostrou que lidera e que seus apoiadores atendem ao seu chamado.

“Bazuca”

É assim que os advogados de Bolsonaro tratam a Aije — Ação de Investigação Judicial Eleitoral —, que o PDT apresentou contra o presidente-candidato em relação aos atos de 7 de Setembro. A aposta é a de que o caso só seja resolvido depois do pleito. E se Bolsonaro perder a eleição e, posteriormente, a Aije, pode ficar inelegível por oito anos.

A vingança é um prato…
… que se come frio. Para alguns petistas, a estratégia está clara: se Luiz Inácio Lula da Silva foi preso e, por isso, não pôde ser candidato em 2018, Bolsonaro não poderá ser candidato em 2026, se perder essa ação lá na frente.

O que une os partidos
Se tem algo que a maioria dos políticos concorda com Bolsonaro naquilo que se refere ao Supremo Tribunal Federal (STF) é nas críticas ao excesso de decisões monocráticas. É no sentido de coibir essas decisões que muitos querem agir no próximo ano.

Enquanto isso, no Parlamento…
Bolsonaro e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conversaram sobre a ausência do presidente à solenidade do Congresso, em homenagem ao Bicentenário. Bolsonaro meio que se desculpou pela ausência, mas foi claro: o 7 de Setembro foi na quarta-feira.

Técnicos/ No intervalo da entrevista, o ministro da Justiça, Anderson Torres, e a ex-ministra Flávia Arruda se aproximaram do presidente para passar os dados sobre segurança e apoio às mulheres.

Por falar em técnicos…/ A ordem na campanha de Bolsonaro é comparar o lucro das estatais e os ministros. A avaliação da equipe é a de que não há imagem mais forte do que um ministro da Fazenda delatando um presidente, tal como Antonio Palocci fez com Lula.

Homenagens à rainha I/ Na homenagem à rainha Elizabeth II, Lula tratou de mostrar a amplitude internacional de seu antigo governo, citando os acordos que promoveu. Foi ainda uma forma de rebater as acusações dos opositores de que só se relacionava bem com ditadores ou presidentes com viés de esquerda.

Homenagens à rainha II/ A presença de Bolsonaro nos funerais da rainha dependerá da agenda de viagens. Nesta reta final de campanha, o único compromisso fora do Brasil é a abertura da Assembleia Geral da ONU, no próximo dia 20.

Candidatos montam estratégias para o 7 de Setembro

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A equipe de Jair Bolsonaro (PL) se reuniu para tratar da estratégia de campanha desta semana, além de entrevistas e debates. Até aqui, a tendência é a de um “tom mais leve” para o 7 de Setembro, se comparado com aquele de 2021, quando o ex-presidente Michel Temer foi, inclusive, chamado para tentar apaziguar o presidente da República e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. É a esperança para evitar que Bolsonaro perca os pontos que obteve de fevereiro para cá nas pesquisas de opinião.

Enquanto na equipe do presidente há a esperança de moderação, no QG de Luiz Inácio Lula da Silva há quem esteja torcendo por uma radicalização contra o STF nos discursos e mensagens dos apoiadores de Bolsonaro. É que um posicionamento mais radical dos bolsonaristas dará ao PT os argumentos para que o ex-presidente reforce o discurso de fiador da democracia e o clima de Diretas Já que os petistas tentam criar desde o início da campanha.

Nos bastidores, há quem diga que nesse discurso de Bolsonaro, amanhã, está a chave para que o PT renove a esperança de uma vitória em primeiro turno ou se prepare para o segundo.

Fachin joga gasolina

A decisão do ministro Edson Fachin, do STF, que suspendeu decretos sobre armas às vésperas do 7 de Setembro, foi lida como uma forma de provocar os bolsonaristas a elevarem o tom amanhã. Os conselhos dos aliados são no sentido de que Bolsonaro ignore essa decisão em seu discurso dos 200 anos da Independência.

A esperança de Simone
Não são apenas Bolsonaro e Lula que observam atentos o 7 de Setembro. Apoiadores da candidata do MDB, Simone Tebet, também esperam que um discurso radical do presidente na data nacional faça com que uma parte do empresariado migre para a campanha dela.

Barroso expõe Legislativo
Ao suspender a vigência do novo piso da enfermagem, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, manda um recado ao Poder Legislativo: antes de aprovar qualquer aumento de gastos, ou investimentos, é preciso combinar com quem vai pagar a conta. Caso contrário, o tema vai parar na Justiça.

Se colar, vai
A compilação das pesquisas estaduais do Ipec, divulgadas em cada estado, indica que Bolsonaro tem o apoio de, pelo menos, quatro governadores-candidatos: Gladson Cameli (AC), Ibaneis Rocha (DF), Antonio Denarium (RR) e Carlos Moisés (SC). A ideia é tentar “colar” nos candidatos aos governos estaduais que podem ajudar a alavancar a campanha presidencial.

Herança maldita
Pedro Guimarães deixou mais do que um legado de assédio moral e sexual na Caixa Econômica Federal. Na reunião em que tratou do acordo coletivo em São Paulo, no mês passado, empregados reclamaram das condições de trabalho — como, por exemplo, a situação precária dos equipamentos. Pelo menos parte dos computadores estão sem renovação há cerca de uma década, o que prejudica a segurança de informações e a produtividade, apontada como uma bandeira da presidente, Daniella Marques.

Veja bem/ Observador das eleições colombianas deste ano, o então ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Mauro Campbell foi chamado a conhecer o sistema de coleta de votos do México, apresentado a todos que foram acompanhar as eleições colombianas. Não saiu muito convencido.

Veja bem II/ Ao ver a máquina que depositava o voto impresso num dispositivo ao lado para contagem posterior, a primeira pergunta que Campbell fez aos mexicanos: “Sim, e quem vai guardar essa urna para futura contagem? O senhor, na sua casa? O cofre do Banco Central?” Foi um constrangimento geral.

Veja bem III/ Ao ouvir a resposta “a municipalidade”, o ministro fez aquela cara de “sei”. E seguiu adiante, certo de que o sistema brasileiro é muito mais confiável. Um grupo atrás do ministro filmou a conversa dele com os mexicanos.

Simone Tebet/ A candidata do MDB à Presidência da República é a entrevistada de hoje, no CB.Poder, ao vivo, logo após o horário gratuito. Esperamos você na TV Brasília e nas redes sociais do Correio Braziliense.

Caso Lula seja eleito, Orçamento será a primeira crise com o Parlamento

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Lula quer o papel de pacificador, mas, a contar pela entrevista ao Jornal Nacional, está contratada a primeira crise, caso seja eleito: o enfrentamento com um Congresso que começou a mandar no Orçamento e não pretende abrir mão dessa prerrogativa. “Vou convencê-los conversando com eles”, disse Lula. As reações dos congressistas, porém, assim que a entrevista terminou, foram no sentido de “aí vamos ver”, como quem se prepara para uma disputa lá na frente.

Para quem planeja levar uma bandeira branca, símbolo da paz, para o horário eleitoral a partir deste sábado, a intenção de tirar poder do Congresso sobre o Orçamento soou no Parlamento como uma declaração de que vem guerra por aí.

A prioridade do PP

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do Progressistas, e o deputado Cláudio Cajado, que está no comando da sigla, já avisaram a todos os filiados que a prioridade para este ano é a eleição de deputados federais. O partido avalia que conseguirá eleger de 52 a 58 deputados.

Empresários versus Moraes
Se até a operação contra os empresários o ministro Alexandre de Moraes recebia críticas apenas de bolsonaristas radicais e alguns juristas, agora a história mudou. O empresariado está revoltado com o fato de conversas de WhatsApp servirem para busca e apreensão. Até Ciro Gomes engrossou as cobranças. Ou o ministro vem a público e expõe provas que justifiquem seus movimentos ou verá a pressão contra ele ampliada em pleno período eleitoral.

Climão
A ausência do procurador-geral da República, Augusto Aras, na posse da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi atribuída, entre os convidados, à vontade de Aras de deixar o palco para uma mulher, a sub-procuradora Lindôra Araújo, e não à dor no ombro. Mas, na roda de advogados, o comentário era o de que o procurador quer evitar constrangimentos depois da operação contra empresários. Lindôra, ao discursar, citou os ministros do Supremo Tribunal Federal, mas não Alexandre de Moraes, que estava na frente dela.

E os militares, hein?
A contar pelos recados do Dia do Soldado, quem quiser buscar as tropas para qualquer golpe no país não encontrará apoio. A Ordem do Dia deixou claro que a mensagem é de respeito à Constituição.

Faixa de Gaza/ É assim que o grupo do governador Ibaneis Rocha tem se referido à disputa entre Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos), ambas candidatas ao Senado e apoiadoras da reeleição de Ibaneis. A ciumeira está grande de um lado e de outro. E, quanto mais próximo da eleição, mais tensa será essa guerra.

Hora de decisão I/ O presidente Jair Bolsonaro escolherá em breve um nome para a vaga de desembargador suplente do TRE-DF, espaço reservado a um jurista. Na votação da lista tríplice feita pelo TJDFT, em março, o primeiro colocado foi Guilherme Pupe da Nóbrega, doutor em Direito Constitucional, professor do IDP, ex-professor da UnB e presidente da Associação Brasiliense de Direito Processual Civil.

Hora de decisão II/ Guilherme Pupe da Nóbrega obteve 26 votos dos desembargadores em primeiro escrutínio. O segundo colocado foi Bruno Martins, com 24 votos, em quarto escrutínio. A terceira colocada foi Mírian Lavocat, também em quarto escrutínio. No TRE-DF, os suplentes ficam responsáveis pela propaganda eleitoral. Logo, serviço não falta.

Visitantes ilustres/ Os juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos aproveitaram a abertura do 150º Período Ordinário de Sessões, em Brasília, para fazer uma visita de cortesia ao ex-presidente Roberto Caldas, em sua casa. Na foto, da esquerda para a direita, Humberto Sierra Porto, colombiano, presidente em 2014/2015; Roberto Caldas, brasileiro, presidente em 2016/2017; Ricardo Pérez Manrique, uruguaio, atual presidente; Eduardo Ferrer, mexicano, presidente em 2018/2019; e Pablo Saavedra, chileno, secretário executivo.

Ofensiva de Moraes pode acender radicais do 7 de setembro

Publicado em coluna Brasília-DF

A operação contra empresários acusados de pregar um golpe no país em caso de vitória do ex-presidente Lula reacendeu a vontade de bolsonaristas radicais de aproveitar o Sete de Setembro para agitar as ruas contra o Supremo Tribunal Federal. Até aqui, o roteiro traçado pela campanha do presidente Jair Bolsonaro — e que o presidente vem seguindo — era baixar a poeira, Bolsonaro deixa de falar de urna e do Tribunal Superior Eleitoral. E, assim, o Sete de Setembro vira um ato de demonstração de força do presidente, em todo o país, levando muita gente às ruas. Agora, os mais próximos não sabem se conseguirão segurar os radicais.

Em tempo: dentro da campanha, a avaliação é a de que ou essa turma mais próxima a Bolsonaro segura os radicais, uma vez que o presidente precisa “sair da bolha”, ou corre o risco de o Sete de Setembro se transformar numa pregação para convertidos que irá afastar os eleitores que, segundo as pesquisas, Bolsonaro ainda precisa juntar para virar o jogo.

Feche o cofre

Em reunião dia desses no comitê de campanha, o senador Flávio Bolsonaro foi muito claro com os integrantes do PL: dinheiro para custear as despesas só será dado àqueles que mostrarem e citarem o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais e no material de campanha. Carreira solo às custas do partido, nem pensar.

Em paz…
Até o próximo desentendimento. O encontro entre o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e a cúpula do Ministério da Defesa e da Polícia Federal foi lido pelos políticos como um “baixar a poeira”. E ficou claro que quem manda na eleição é o TSE. Não significa que as propostas serão aceitas.

Ciro critica coalizão
Na bancada do JN, Ciro Gomes soltou a metralhadora contra o presidencialismo de coalizão que domina a política brasileira desde o governo de José Sarney. A estratégia é atrair eleitores decepcionados com a polarização entre Lula e Bolsonaro, dos governantes com a gestão lastreada pelo Centrão.

O trabalho de Alckmin/ Candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin trabalha silenciosamente. Foi um dos articuladores da reunião de Lula com empresários da construção civil em São Paulo, onde o presidente prometeu retomar o Minha Casa Minha Vida.

Climão/ O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e o procurador Augusto Aras estão que nem Estados Unidos e a antiga União Soviética nos tempos da guerra fria. Um tem munição contra o outro. “Xandão” já recebeu pedido de impeachment contra Aras, e Aras tem pedidos de impeachment contra o ministro, apresentados por bolsonaristas. Quem dá a palavra final sobre pedidos contra ministros do STF é o Senado.

Depois de Lula…/ Será a vez de o presidente Jair Bolsonaro fazer um comício em Belo Horizonte. Os organizadores esperam que seja o maior da campanha até agora. O presidente fará uma motociata de Betim, até a Praça da Liberdade, local do comício.

Soraia gravada/ Candidata do União Brasil ao Planalto, a senadora Soraia Thronicke ficou de fora da entrevista ao vivo no JN. A emissora ofereceu a ela uma entrevista gravada. O UB é o partido que tem maior fundo eleitoral, tem representação no Congresso, e, avaliam os auxiliares da senadora, não poderia passar por um tratamento diferente dos outros. A sabatina teria que ser ao vivo e com o mesmo tempo concedido aos outros candidatos.