Autor: Denise Rothenburg
Blog da Denise publicado em 8 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
Palestrante na II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém, o Comandante Militar da Amazônia, general Costa Neves, aproveitou o evento para atestar a “não existência de uma política nacional para a Amazônia” e dizer que a “anomia estatal” na região, com muitos espaços e dificuldade de presença do Estado, facilita a cooptação pelo crime organizado. “Há um ecossistema do crime”, afirmou. A um ano da COP30, o general relata a apreensão de quatro toneladas de pasta base de cocaína, uma tonelada e meia de skank, 200 quilos de mercúrio e mais 110 mil toneladas de cassiterita, além de 200 dragas de garimpos retiradas de circulação.
Os números, que deixaram boquiabertos muitos dos ambientalistas. E, se até os militares consideram que a política para a Amazônia não está clara, a proximidade da COP30 é um bom momento para que todos se agarrem neste serviço, a fim de chegar lá com o dever de casa feito
Toma lá…
Com o pacote fiscal na roda, os parlamentares topam reduzir as emendas de comissão incluídas na proposta aprovada pela Câmara dos Deputados esta semana. Mas não aceitam abrir mão dos recursos que essas emendas representam. OU seja, querem tudo fora do corte de gastos.
… dá cá
A proposta em discussão pelas excelências, inclusive muitos que compõem o grupo que apoia Hugo Motta para suceder Arthur Lira no comando da Casa, é transferir o valor dessas sugestões orçamentárias das comissões técnicas da Câmara e do Senado para as emendas individuais impositivas. Nesse sentido, o governo prefere até as emendas de comissão.
Enquanto isso, na sala da Justiça…
Ninguém move um músculo no sentido de levantar a suspensão das emendas até que tudo esteja no papel e aprovado. Isso inclui a proposta de transparência para o futuro e as listas, do presente e do passado, dos padrinhos mágicos do orçamento secreto.
Segurança nacional
A organização internacional do P20 pediu restrições de acesso à Esplanada por medo de algum ataque. Os deputados acharam um exagero, mas, diante de um mundo incerto, todo o cuidado é pouco. “Imagine parlamentares dos 20 maiores países do mundo sofrendo um ataque aqui?”, contou um deputado à coluna. A Polícia Militar do Distrito Federal confirmou que a Alameda dos Estados está fechada e somente autoridades tem acesso à via.
CURTIDAS
COP30 é agora…/ A um ano da COP de Belém, quem dá o apito de largada é a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Texeira (Foto), que hoje integra o Conselho das Nações Unidas para o clima. Ao homenagear o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, que promove a II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, ela foi direta: “O que Jungmann fez aqui foi um movimento ousado e importante. A COP30 já começou, os minerais estratégicos estão envolvidos. O Kerry inclusive tomou nota, algo raro nesses encontros”, disse, referindo-se às anotações que John Kerry fez durante sua palestra magna.
… e Kerry registrou/ Ex-senador e ex-assessor especial para o clima do presidente Joe Biden, Kerry anotou e repetiu o nome da empresa que desenvolve tecnologia para carregamento rápido de baterias. “O Brasil está se colocando nessa tecnologia e o mundo está tomando nota sobre o Brasil. Não podemos deixar passar esta oportunidade”, diz a ex-ministra.
Protesto em vão/ Somente um seleto grupo de parlamentares pode participar da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20). Houve deputado que quis protestar por acreditar que não poderia entrar nas sessões. O deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) explica que “não é que não podia entrar, um parlamentar chegando ali ninguém impediria ele”. A questão, de acordo com o deputado, seria mais sobre ter um lugar para se sentar devido ao tamanho das delegações participantes.
Gente nova na Secom/ (FOTO) O jornalista e consultor Fabrício Lazzarini Carbonel é o novo secretário da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR). Com 15 anos de experiência em comunicação política, Carbonel assume a função no lugar de Mariana Seixas, exonerada a pedido. Ele vinha exercendo o cargo de Diretor de Mídia e Patrocínio da Secom/Presidência da República. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (07).
“Um homem não vai conseguir nos tirar dos trilhos”, diz kerry sobre Trump
Belém _ Passadas as primeiras 48 horas da eleição de Donald Trump como o próximo presidente dos Estados Unidos, as autoridades e políticos mais ligados ao governo de Joe Biden começam a perceber que nem tudo está perdido na área do combate às mudanças climáticas. “Não é uma pessoa, um homem, que vai conseguir nos tirar dos trilhos do combate às mudanças climáticas. Nem mesmo o poderoso presidente dos Estados Unidos pode tirar desses trilhos os esforços de 200 países ao redor do mundo”, disse o ex-secretário de Estado do governo dos Estados Unidos, John Kerry, ex-assessor especial do presidente Joe Biden para o clima.
Kerry proferiu a palestra magna desta quinta feira na Conferência Internacional Amazônia e novas Economias, em Belém, evento promovido pelo instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), capitaneado pelo ex-ministro Raul Jungmann. A Conferência que recebeu o carinhoso apelido de “COP Pocket”, numa referência ao fato de a cidade sediar a COP30, daqui a um ano. No formato de entrevista, com a participação do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, atualmente diretor do Banco Safra, e da diretora-executiva de Lima e Sustentabilidade do Eurasia Group, Shari Friedman, Kerry discorreu por uma hora sobre o que considera crucial para reverter o processo de mudanças climáticas e mencionou com todas as letras que, se a temperatura continua subindo, é sinal de que é necessário acelerar esse combate.
Ainda se referindo a Trump, sem citar o nome do empresário, John Kerry lembrou que o primeiro mandato do ex-presidente foi de recuo na agenda ambiental, por exemplo, com a saída do governo dos Estados Unidos do Acordo de Paris, assinado em 2015. Ali, os governos se comprometeram a reduzir as emissões. os Estados Unidos voltou ao acordo no governo Biden e a expectativa de Kerry é a de que não haja mais retrocessos. O ex-secretário de Biden foi enfático ao dizer que governadores “têm mandato e precisam seguir as leis” e que a população dos Estados Unidos não abandonou os compromissos da agenda ambiental, que ele considera um processo positivo. Porém, se até aqui, a temperatura continua subindo, ou seja, o mundo continua aquecendo, “é sinal de que estamos no caminho errado e que precisamos fazer mais e mais rápido”.
Em relação ao mundo como um todo, Kerry considera que houve algum avanço desde a assinatura do Acordo de Paris. Em Dubai, por exemplo, as cobranças foram mais enfáticas no quesito transição energética, ou seja, redução das usinas de carvão e investimentos em energia renováveis. “Precisamos fazer mais e podemos fazer mais”, afirmou, referindo-se à substituição das energias poluentes pela energia limpa, com ênfase ao armazenamento desta energia. “Muita gente diz que vai custar muito, mas não vai custar mais do que custou quando construímos estradas e linhas de transmissão”, disse ele, apostando que as empresas terão condições de ganhar mais dinheiro num mundo sustentável.
O combate às mudanças climáticas fez Kerry se desdobrar em elogios à China, que, era o segundo maior emissor do mundo. “China agora está progredindo mais em energias renováveis do que o resto do mundo”. Mencionou ainda o Brasil, como um país que tem a chave para trabalhar muito no conceito da bioeconomia,. “O presidente Lula vem fazendo grandes esforços para reduzir o desmatamento e obteve essa redução. “Há muitas oportunidades no Brasil”, disse ele.
Kerry defendeu ainda a criação de um fundo climático, capaz de reduzir os riscos dos investimentos nessa área ambiental, e, assim, atrair mais capital para esse setor. Ele considera ainda que é preciso criar um preço para o carbono. “Acho que na COP 30 haverá muito mais discussão sobre o mercado de carbono e se tivermos um preço para o carbono, vamos acelerar isso”, disse ele, prometendo comparecer à COP 30, no ano que vem.
A colunista viajou a convite do Ibram
Deputados insatisfeitos com projeto das emendas vivem um dilema
Com votação prevista para amanhã, o projeto de lei que, em tese, serviria para que o Supremo Tribunal Federal liberar as emendas ao Orçamento que ficaram suspensas, corre o risco de ficar para a semana que vem. Aqueles parlamentares que leram atentamente o PLP 175, do deputado Rubens Júnior (PT-MA), consideram que há um recuo na garantia de execução das emendas impositivas. E, assim, fica difícil aprovar o texto a ser relatado pelo líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA).
Na ala mais afinada com Rubens Júnior, a sensação é a de que os parlamentares não têm para onde correr. Ainda que exista uma insatisfação, a aprovação da proposta é vista como a única maneira de tentar levar o STF a destravar a execução das emendas ao Orçamento de 2024, suspensa por decisão judicial. Portanto, agora, é pegar ou largar: Ou os deputados aprovam ou não vão conseguir liberar os R$ 11 bilhões que terminaram suspensos.
Dentro do grupo dos insatisfeitos correu a notícia de que o projeto de Rubens Júnior não ajudará a liberar a suspensão. Isso porque o PLP 175 não faz qualquer referência ao orçamento deste ano em termos de tornar mais transparente a execução dos gastos impositivos relacionados às emendas parlamentares. Além disso, as listas com os padrinhos daquilo que os deputados e senadores propuseram nos orçamentos dos anos anteriores não foram enviadas ao STF.
Neste início da noite, os bastidores fervem com uma parte da cúpula do Congresso tentando salvar o PLP do desastre e garantir a sua votação. Afinal, quanto mais demorar, mais difícil será liberar as emendas de 2024.
Coluna da Denise publicada em 1º de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
Realizada no dia simbólico em que dois ex-policiais militares, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram condenados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a reunião do presidente Lula com os governadores não saiu com o consenso ou maioria sobre a Proposta de Emenda Constitucional que o presidente pretende apresentar. Aliás, a única medida da PEC elogiada por todos foi a que cria o Fundo Constitucional de Segurança Pública e Sistema Penitenciário. Nos demais pontos, todos os governadores têm lá seus senões ao texto. Celina Leão, por exemplo, disse ser impossível ter um conselho nacional de segurança pública sem a participação de policiais militares e civis, servidores que estão na linha de frente do Combate ao crime nos estados e no DF.
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Meu adversário…/ Lula não deixou de espetar o governador Ronaldo Caiado. Ao final, Lula lembrou que o tema era de interesse de todos os estados “menos do Caiado, que não enfrenta mais esse problema”. Já estão no aquecimento para 2026.
Noves fora…
Os cálculos do PSD são os de que, se aceitar um ministério nesta altura do campeonato em que o Congresso praticamente controla o Orçamento, o comando da sigla só desgastará a legenda. E, para completar, nas eleições da Câmara, as vagas da Mesa Diretora já estão distribuídas entre aqueles que seguiram para a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB). O PSD pegaria, no máximo, uma suplência.
… melhor ficar
Muitos querem que Antonio Brito siga candidato. A pressão está grande, mas ainda falta muito tempo para essa eleição, que só se dará em fevereiro. A preços de hoje, a tendência é essa cereja ficar fora do bolo de Hugo Motta.
“Minha candidatura está mantida”
Do líder do PSD, Antonio Brito (BA), quando perguntado sobre se seu partido iria tomar o mesmo rumo do União Brasil e fechar o apoio a Hugo Motta.
Leandro Grass na porta de saída…
O presidente do Instituto de Patrimônio Histórico, Leandro Grass, disse à coluna que seu partido vem perdendo uma grande oportunidade do ponto de vista programático e está de “coadjuvante” em relação à pauta de mudanças climáticas quando “deveria ser protagonista”. E não titubeia ao dizer que “o PV está morto e nulo do ponto de vista de uma articulação política”.
…do PV
Grass, que disputou o governo do Distrito Federal contra Ibaneis Rocha (MDB) em 2022, conta que tem vários convites para se filiar a outros partidos. “O PV se autoanulou. Se continuar do jeito que está, perderá suas lideranças. Não há uma valorização das pessoas do partido”, diz, referindo-se à direção nacional e à falta de protagonismo na tal federação com o PT, que, ao que tudo indica, está com os dias contados.
CURTIDAS
TCU em disputa/ Já em gente pensando em indicar Antonio Brito (Foto) para o Tribunal de Contas da União (TCU), a fim de tirá-lo da disputa da Câmara. Só que a fila para uma vaga pro lá está grande. Vai de Gleisi Hoffmann (se não virar ministra de Lula) a Danilo Forte (União Brasil).
Por falar em Antonio Brito… / Quando a situação está difícil, até o elevador não funciona. O prédio onde o deputado Antonio Brito mora em Brasília ficou sem luz das 14h às 16h dessa quinta-feira.
Oops! / Diferentemente do que esta coluna afirmou ontem, o presidente Lula e seu ex-ministro José Dirceu conversaram por oito minutos ao telefone após a decisão do Supremo Tribunal Federal que livrou Dirceu dos processos ainda relacionados à Lava-Jato.
Coluna da Denise publicada em 30 de outubro de 2024, por Denise Rothenburg
Os problemas internos que o PT enfrenta devem atrasar a definição do partido sobre quem apoiar para presidente da Câmara. E essa demora vem bem a calhar. Os petistas querem primeiro saber para que lado os ventos sopram. Afinal, a preços de hoje, a expectativa é de segundo turno. O pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), gesto que abriu a semana política em apoio ao candidato Hugo Motta (Republicanos-PB), já foi um sinal de que o sonhado consenso não aconteceu e está longe de ocorrer. Nesse sentido, as pressões vão crescer para que se feche logo a chapa, com os cargos da Mesa Diretora. Porém, os petistas sempre poderão dizer que esse movimento só será possível quando a legenda se organizar internamente.
Vale lembrar: Em conversas reservadas, muitos petistas se arrependeram de ter seguido direto para o apoio a Lira, em 2023, quando Lula estava recém-eleito. O que moveu o partido na direção do deputado do PP lá atrás foi o 8 de janeiro. Já havia marola demais para deixar o todo-poderoso presidente da Câmara irritado. Além disso, o centro estava unido. Agora, está totalmente dividido e, numa votação secreta, nem os partidos que já anunciaram a Motta têm garantidos os votos. Ainda haverá muito bastidor antes de um dos três candidatos conseguir levantar a taça da vitória.
A gratidão do MDB
Os emedebistas são muito gratos ao Republicanos, em especial ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por ter ajudado na reeleição de Ricardo Nunes. Por isso, muitos emedebistas agora ajudarão o Republicanos a eleger Hugo Motta presidente da Câmara.
Por falar em Hugo…
Os adversários dele vão bater dia e noite na tecla de que se trata de uma “cria” do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Em alguns casos, pode até ajudar. Tem muito deputado eternamente grato a Cunha por ter tornado as emendas impositivas. Aliás, o tema emendas será um dos principais nas conversas dos candidatos com os parlamentares.
Michelle para o Senado
Bolsonaro aproveitou a conversa com jornalistas no Senado para dizer que a primeira-dama Michelle Bolsonaro deve ser candidata a senadora pelo Distrito Federal. “Ela pretende disputar o Senado pelo Distrito Federal e acredito que ela tenha muita chance. Ela apoiou Damares, e Damares saiu de 2% e ganhou da Flávia Arruda (PL). Ela está indo bem e quer servir a sua pátria, quem sabe, aqui no senado se assim entender o povo do DF”.
Oponentes eternos
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), partiram para o confronto declarado. Enquanto o governador repercute a vitória de seu aliado, Sandro Mabel, e ataca o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), Bolsonaro reage. “Caiado, se você o desagrada, vira teu inimigo”, afirmou e ainda desafiou a direita sem ele (Bolsonaro) lotar aeroportos para receber candidatos.
Ainda sobre as eleições
Imagine, caro leitor, nenhum cidadão do Distrito Federal comparecer para votar numa eleição. Pois é. A abstenção em São Paulo no segundo turno foi maior. O DF tem, conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da última segunda-feira, 2.176.616 eleitores. Na capital paulista, 2.940.360 não compareceram às urnas. Sinal de que os partidos precisam se aproximar mais dos eleitores.
CURTIDAS
O corpo fala/ Muita gente estranhou o fato do candidato do Republicanos, Hugo Motta, não ter pedido a palavra para agradecer o apoio de Lira. Era uma chance de mostrar, em frente às câmeras, por que é o candidato de consenso. Ficou apenas parado ao lado do presidente da Casa, com o cenho franzido por causa da claridade.
Trend topics/ O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi um dos destaques na rede social X na tarde de ontem. Os eleitores de Guilherme Boulos (PSol) não esqueceram a grave acusação feita pelo governador ao deputado e insistem em crime eleitoral. O outro motivo foi o primeiro leilão para privatização de construção e gestão de 17 escolas estaduais em SP. A empresa que venceu o leilão é a mesma que cuida dos cemitérios da capital após a privatização no governo do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Por falar em Tarcísio…/ A relação entre o governador e o presidente do PP, Ciro Nogueira, não está nada boa. Ciro disse com todas as letras numa entrevista à CNN que não tem qualquer obrigação em apoiar o governador se for candidato a presidente da República. E ainda reclamou que o governador está muito ligado a Gilberto Kassab, presidente do PSD, que não apoia Jair Bolsonaro
Quem fala o que quer…/ E quem levou uma invertida nas redes sociais foi o ex-vice-presidente general Hamilton Mourão, senador pelo Republicanos do Rio Grande do Sul. O parlamentar criticou a anulação da condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e os comentários só falavam sobre sua frase “democracia pujante” e sobre ele só aparecer nas redes sociais. “E tu faz o quê??? Estão no Senado fazendo exatamente o quê??”, perguntou um internauta enquanto outro ironizou: “Apareceu a margarida olê olê olá…”
Definido o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP_AL), ao líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), o PT não vai deixar para janeiro a sua escolha para a Presidência da Câmara. O partido de Lula anuncia nas próximas horas o respaldo formal ao deputado paraibano. Os petistas ponderam que não dá para ficar contra uma construção que tem a chancela do atual comandante da Câmara, porque, se Motta vencer sem o apoio dos petistas, o governo é que pagará a conta. Foi assim, em 2015, quando Eduardo Cunha venceu sem que o PT apoiasse a candidatura do então líder do MDB. Agora, com o apoio formal do PT, restará ao candidato do PSD, Antonio Brito, e ao do União Brasil, Elmar Nascimento, apostarem nas traições. Se ocorrer, não será a primeira vez. Foi assim que Severino Cavalcanti chegou lá no passado. Porém, agora está mais difícil repetir essa dose.
Por Eduarda Esposito — Com a volta do Senado e da Câmara dos Deputados, após as eleições, finalmente os projetos que estavam parados poderão ser votados e discutidos, não todos, mas com certeza a Reforma Tributária. Um dos maiores interessados são os parlamentares da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM).
Em evento relizado hoje de manhã no Senado, os ssenadores e deputados expressaram extrema preocupação nas taxações da Reforma. Um dos setores que será extremamente prejudicado, se as emendas propostas não forem aceitas para reduzir os impactos, será o de motorista de aplicativo.
O Senador Izalci Lucas (PL-DF), criticou a forma como o projeto foi aprovado. “A reforma veio sem conhecer o mundo real, os burocratas precisam conhecer mais o que acontece na ponta. Espero que a gente não aceite mais qualquer tipo de carga tributária. Tem que cortar custo, não arrecadar mais”, ressaltou o senador.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já afirmou que prevê a leitura do parecer para 27 de novembro e a votação do texto para 4 de dezembro. Resta saber se em menos de um mês as demandas de todos setores reclamantes conseguirão ser contempladas no texto final da Reforma.
Lira dá a largada à candidatura de Hugo Motta com PL, PP, Republicanos e MDB
O esperado anúncio do presidente da Câmara, Arthur Lira, à candidatura do líder do Republicanos, Hugo Motta, à sua sucessão foi um anticlímax. Muito diferente daquele que havia imaginado lá atrás, quando anunciou que teria, sim, um nome à sua sucessão. Esperou um consenso que não veio. Por isso, começou nesta manhã com uma explicação de que “seria apenas um posicionamento do deputado Arthur”, mas “alguns deputados fizeram questão de estar aqui”. Logo no início, citou o “voto de confiança”de 464 parlamentares”, recebido na última eleição e as reformas que liderou, ressaltando as palavras “diálogo e convergência”.
Lira, porém, não avançou o sinal ao dizer que Hugo Motta era um candidato de consenso, como foi dito pelo presidente do Republicanos, Marcos Pereira, ao lançar a candidatura do deputado paraibano em agosto. Ao contrário. Lira se referiu à “plena legitimidade” dos que se colocam nessa disputa. “Jamais caberia a mim, presidente da Casa “entre iguais” cercear as “legítimas pretensões” de quem quer que seja, ou “obstar o projeto político de outro parlamentar”. E, de quebra, ressaltou os dois adversários, Antonio Brito, do PSD, e Elmar Nascimento, como “amigos da vida”. Foi tanta explicação que, para muitos, é sinal de que nem tudo está cem por cento para Hugo Motta, a preços de hoje.
Lira ressaltou Motta como alguém que tem capacidade de juntar polos aparentemente antagônicos, “com diálogo, leveza e altivez”. Ao lado de Lira, naquele momento, estavam, além de Motta, integrantes do PL, do PP, do Republicanos e do MDB. No caso do MDB e do PP de Lira estavam os líderes Isnaldo Bulhões (AL) e Doutor Luzinho (RJ). Ou seja, ainda não há o consenso que Arthur Lira prometeu em agosto. Porém, é muita coisa. O presidente da Câmara tem muito peso nesta disputa. Mas explicou tanto que deu a entender a muitos políticos que o caminho até fevereiro não está totalmente pavimentado.
Ao ressaltar como qualidade central de Hugo Motta como “maiores condições politicas de construir convergência”, Lira tenta jogar Elmar Nascimento e Antonio Brito para a esquerda, que não tem maioria na Casa. Arthur não menciona, no entanto, que tanto Elmar quanto Brito vêm dos partidos de centro, que seguem divididos nesta disputa. Se Elmar e Antonio Brito conseguirem a maioria do centro e a esquerda, Hugo Motta estará sob risco. Ciente deste fato, Lira citou que o seu candidato é o nome mais indicado para manter “a marcha da Câmara”. A preços de hoje, difícil é Hugo repetir a votação histórica de Lira em fevereiro de 2023, 464 votos, este sim, um placar de convergência e consenso, que Lira conseguiu com o apoio dos adversários de Motta., governo e oposição. Esse cenário ficou para trás.
Por Eduarda Esposito — Apesar de muitos dizerem que a direita não rachou, o vídeo divulgado ontem (27) pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), mostra o contrário. No vídeo, ele fala especificamente sobre a investigação que o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) é alvo. A operação procura averiguar a formação de uma organização criminosa para desvio de verba parlamentar. Entretanto, este não é o primeiro embate entre Caiado e o PL no estado.
Durante as eleições, o ex-presidente Jair Bolsonaro apoiou Fred Rodrigues (PL) para a prefeitura de Goiânia, enquanto que Sandro Mabel (UB) foi o candidato do governador e da sua legenda. Durante um comício de Fred na capital, o ex-presidente criticou os governadores que aderiram à quarentena durante a pandemia. Mesmo sem citar nomes, os eleitores gritaram o nome de Caiado.
Ainda depois disso, ontem (27), Bolsonaro disse à imprensa que “Caiadismo eu não conheço. Bolsonarismo é nacional, caiadismo é local”. “Podemos conversar, depois das 17h”, ironizou, em referência ao horário do fim da votação. Entretanto, com a derrota de seu candidato, o ex-presidente deixou a cidade em silêncio.
E por fim, após o resultado que consagrou Mabel o novo prefeito de Goiânia, Ronaldo deu uma resposta ao PL falando sobre o deputado Gayer. Com a legenda: “a verdade sempre aparece. Sigo firme, do lado certo e defendendo os interesses do nosso estado”, o governador chega a falar “eu não convivo com bandido e não faço parte de quadrilha”. Confira o vídeo inteiro abaixo:
Crédito: Reprodução via Instagram
Terminado o segundo turno e passado o aniversário de 79 anos do presidente Lula, a esquerda terá que repensar seu jogo se quiser chegar ao Planalto em 2026. O bolsonarismo, porém, também terá que se refazer. Isso porque o centro já percebeu que, se jogar direitinho, pode dispensar os extremos. Neste segundo turno, Fortaleza salvou a imagem do PT, com a vitória de Evandro Leitão. Da mesma forma, Cuiabá (MT) e Aracaju (SE) limparam a barra do bolsonarismo. Porém, em vários locais onde Lula e Bolsonaro jogaram todas as suas fichas, eles perderam. Em São Paulo, por exemplo, Lula faz campanha para Guilherme Boulos (PSol) desde antes das eleições. Não deu. Em Fortaleza, Goiânia, Imperatriz (MA), os candidatos que receberam o apoio de Jair Bolsonaro terminaram derrotados.
Os partidos de centro que vão se enfrentar pela disputa da Presidência da Câmara saem desta eleição municipal fortalecidos e com a certeza de que, se jogarem juntos em 2026, com um candidato capaz de puxar votos, é possível ficar longe, seja de Jair Bolsonaro, seja de Lula. No fundo, esses partidos sempre foram aliados do PT e do bolsonarismo por uma questão de sobrevivência e não de afinidade ideológica. Agora, restará ao PT e ao PL bolsonarista encontrar meios de dizer ao centro que eles ainda têm força para liderar o processo. O centro, entretanto, quer provas desse favoritismo de ambos em seus respectivos campos., afinal, outros personagens estão entrando em campo. E muitos chegaram para ficar.