PT vive torta de climão com desfiliação de Roberto Requião

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA, Política

Por Luana Patriolino — O clima nas hostes do PT não é dos melhores. A briga da vez é sobre a desfiliação do ex-governador do Paraná Roberto Requião. O motivo principal é que o político pretendia que seu filho, o deputado estadual Requião Filho, saísse candidato do partido a prefeito de Curitiba. No entanto, a legenda preferiu apoiar Luciano Ducci (PSB), que já foi vice do tucano Beto Richa, nas eleições municipais.

Outro descontentamento é que o ex-petista queria sair como candidato ao Senado, diante da probabilidade da cassação do senador Sergio Moro (União-PR). Mas os petistas preferem nessa disputa a presidente nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann.

Diálogo interditado

A relação entre Requião e o PT está há tempos azeda. Em conversas, ele tem feito questão de lembrar o apoio dado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Paraná — onde o então candidato petista teve poucos votos nas eleições presidenciais. O ex-governador acredita que essa seria a causa da sua derrota na briga pelo Senado, em 2022. Depois do pleito, Requião acreditou que seria ministro do governo Lula, mas foi-lhe oferecido “apenas” um cargo de conselheiro em Itaipu — cujo gordo salário tem dois dígitos. À época, ele comentou que “seria menos desrespeitoso não terem lhe oferecido nada”.

Quem avisa amigo é

Nas redes sociais, os petistas não falam de outra coisa. Ontem, o líder do partido na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR), criticou a saída de Requião e deu apoio ao colega de partido e de estado. “Estou com a consciência tranquila, pois alertei a todos que o prejuízo para o partido seria significativo. Infelizmente, isso é apenas o começo, mas ainda há tempo para a executiva nacional corrigir esse erro”, cobrou.

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Destino traçado

Falta pouco para a decisão sobre o destino do senador e ex-juiz da Operação Lava-Jato. Em 1º de abril, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) analisará a ação apresentada por PL e PT em que Sergio Moro é acusado de abuso de poder econômico, nas eleições de 2022, por ter usado recursos do Podemos, quando era pré-candidato à Presidência da República, para alavancar a candidatura ao Senado.

Mexe com isso não

Se condenado, Moro poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em caso de nova condenação, a chapa é cassada e uma eleição suplementar será convocada no Paraná. Nos bastidores, já deram como mais certa a condenação no TRE-PR, mas, hoje, o jogo estaria equilibrado, com grandes chances de Moro se salvar. Se ele perder o mandato, aliados do presidente Lula acreditam que isso o “ressuscitará” politicamente. Moro é tido como figura do baixo clero no Senado e, sendo assim, o melhor é deixá-lo definhar no semi-ostracismo.

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No cravo e na ferradura

O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ, foto) — que havia se afastado do bolsonarismo e até ensaia uma aproximação com o governo — fez duro discurso contra a gestão Lula, anteontem, na Comissão de Educação, quando foi derrotado na moção de repúdio a um professor que criticou Jair Bolsonaro em sala de aula.

“Quando a extrema esquerda voltou ao poder, os valores foram destruídos. Optaram por uma pauta antifamília, antimoral e anticristã”, verberou. Mas ele não dispensa uma cerimônia no Palácio do Planalto. Tal como comparecer à posse de Ricardo Lewandowski, no início de fevereiro, no Ministério da Justiça.

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Vamos devagar

Entidade que representa empregados da Caixa se posicionou contra a tentativa de transferência das loterias para uma subsidiária do banco. Nesta semana, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro encaminharam carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contra a iniciativa — que será tema de audiência pública na Câmara dos Deputados.

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A regra do jogo

O empresário Paulo Octávio voltou, nesta semana, à Câmara dos Deputados, onde esteve por duas legislaturas, antes de se eleger senador. Ele tem participado da defesa da manutenção das regras do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). “O Perse garante um cenário já projetado pelas empresas dos setores contemplados. Retirar o programa é cortar a capacidade de investimento e de geração de empregos”, alertou.

Colaborou Evandro Éboli

Dirceu: “Não há nada mais importante do que o terceiro governo Lula ser sucedido pelo quarto governo Lula”

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Primeiro ministro da Casa Civil no governo Lula 1, José Dirceu de Oliveira e Silva foi festejado por amigos numa festa para marcar sua chegada aos 78 anos __ um evento que sacramentou a sua volta à ribalta. Ele faz 78 anos no próximo sabado, a comemoração, porém foi antecipada para que os políticos pudessem comparecer. E ainda teve um preciso discurso político, sob protestos da filha Maria Antônia, de 13 anos, antes de partir o bolo, já perto da meia-noite. Uma fala rápida, menos de oito minutos, porém, recheada de recados ao PT e aos aliados, sobre o cenário político e econômico. “Não há nada mais importante do que o terceiro governo Lula ser sucedido pelo quarto governo do Lula. E depois, por um outro governo (de outra pessoa do PT)”, afirmou, fazendo questão de lembrar que o seu partido chegou ao governo sem maioria. “Não chegamos ao governo com maioria no Parlamento, não chegamos ao governo com maioria no país. Chegamos pelas circunstâncias históricas do bolsonarismo, que possibilitou a criação de uma frente ampla que levou à vitória do Lula”, disse ele, depois de discorrer sobre o cenário de desafios que o Brasil tem pela frente.

 

Dirceu considera que a volta de Lula é só o começo e que é preciso criar as condições para a retomada do processo de desenvolvimento, “interrompido pelos seis anos de Temer/Bolsonaro” (sim, ele inclui os dois anos do governo Michel Temer como parte do processo que estancou as mudanças). Na sua avaliação, o país ainda não alcançou a independência econômica. “Um país que não tem independência sobre sua política econômica, o que de certa forma é o nosso caso, como é que pode pensar num projeto de desenvolvimento nacional? Se vocês olharem bem o Brasil temos duas condições de soberania que poucos países do mundo têm: A soberania de alimentos e a climática energética.  Mas não temos a tecnológica. Se o Brasil não superar a questão da tecnologia, da educação, da industrialização do país, o Brasil vai ser sempre dependente. Sabemos que a nossa agricultura depende totalmente de importação, dos ships, dos fertilizantes”, afirmou, alertando que essas mudanças precisam ser rápidas, porque “daqui a dez anos, o mundo será tão outro mundo, que não temos mais 30, 40 anos para as mudanças, temos dez anos”.

 

Quando Dirceu subiu ao palco, ao lado da filha Maria Antônia e do filho Zeca Dirceu, deputado federal pelo PT do Paraná, a maioria dos ministros já havia ido embora. A festa, na casa do advogado Marcos Meira, no Lago Sul, chegou a formar uma fila na entrada, para cumprimentar o aniversariante. Por ali passaram mais de 500 pessoas, superando a previsão de 200 convidados. Entre os presentes, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro de Indústria e Comércio, e outros sete ministros _ Alexandre Padilha (relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio Monteiro (Defesa), Juscelino Filho (Comunicações), Luciana Santos (ciência e Tecnologia), Márcio Macedo (Secretaria-geral da Presidência), Nísia Trindade (Saúde) e Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Vinícius de Carvalho (Controladoria Geral da União).  O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também compareceu, assim como vários secretários do Ministério da Fazenda, e o diretor do Banco Central Gabriel Galípolo, e uma gama de advogados, como Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

 

O jantar da festa, um costelão, com os acompanhamentos tradicionais de um churrasco, e ainda um salmão ao molho de maracujá, foi custeado por amigos. No convite, o aviso era para confirmação via email e para que cada um levasse o seu vinho. O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), pré-candidato a presidente da Câmara, levou a banda de rock, que passou a noite tocando os hits do rock nacional dos anos 80. Os outros dois pré-candidatos do momento, o líder do PSD, Antonio Britto, e o presidente do Republicanos, Marcus Pereira, também passaram por lá. De deputados, quase toda a bancada do PT, do PCdoB, líderes do governo, como os senadores como Jaques Wagner, Randolfe Rodrigues.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, chegou já passava das 23h. Ficou cerca de meia-hora. Saiu antes de Dirceu cortar o bolo, mas teve tempo de uma conversa ao pé do ouvido com Elmar Nascimento e o deputado Luís Tibé (Avante-MG). À mesa, com um grupo de jornalistas, Dirceu disse considerar que Lira está jogando certo ao adiar a disputa para a Presidência da Câmara e que isso só vai esquentar no final do ano. Nas rodas de conversa, alguns mencionavam o recente caso dos dividendos da Petrobras e a necessidade de o governo dar todo o suporte ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, algo, aliás, que Dirceu tem defendido junto ao PT.

A amigos, Dirceu não esconde a vontade de voltar a disputar um mandato eletivo, de deputado federal, mas isso ainda depende do desfecho dos processos no Supremo Tribunal Federal, que acredita poder resolver até meados de 2025 __ ano em que completam 20 anos de sua saída da Câmara, na crise do mensalão. Dirceu foi preso três vezes, ao longo do processo da Lava Jato e do mensalão. No caso do mensalão, já está livre. Faltam processos da Lava Jato, pendentes no STF. Ao contrário de Antonio Palocci, que partiu para a delação premiada, Dirceu sempre foi incisivo ao dizer que não tinha nada para delatar. Atualmente, não almeja cargos no governo e nem precisa. “Hoje, eu quero ajudar o Brasil e o presidente Lula”.  A contar pela presença de autoridades, políticos, economistas e advogados em sua festa, ele já conseguiu.

 

Candidatura de Alcolumbre a presidente do Senado está longe de “ser um passeio”

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Coluna Brasília/DF, de 12 de março de 2024, por Denise Rothenburg

Lançados os pré-candidatos à presidência do Senado, os partidos começaram a fazer as contas e descobriram que Davi Alcolumbre (União-AP), o todo-poderoso presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), está longe de ser o favorito. O partido do senador tem sete parlamentares, praticamente a metade da bancada do PSD, que conta com 15. Não está descartado o PSD conseguir o apoio do MDB, do PT e do PSB, além do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). Esses números indicam que um candidato do partido de Gilberto Kassab tem tudo para largar com 39 votos, ou seja, faltando apenas dois para compor maioria da Casa.

Em tempo: a contagem não inclui o voto do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já declarou apoio a Alcolumbre, mas não conseguiu convencer seu partido a fazer o mesmo. Davi chegou ao comando do Senado, em 2019, com o apoio do governo de Jair Bolsonaro no início. Agora, num governo Lula e com outros atores em cena, o campo de batalha estará bem diferente.

A briga da Educação

Depois da ver o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) eleito presidente da Comissão de Educação, o governo trabalha para tentar conquistar maioria no colegiado. A ideia é fazer um troca-troca nos integrantes.

E a Petrobras, hein?

A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao SBT, sobre a Petrobras e seus dividendos, levou o governo a se desdobrar para explicar que não está intervindo na companhia. A ideia é evitar desde cedo que o discurso de intervenção feito pelos deputados de oposição predomine.

Ajuda aí, Lula

O empate entre Guilherme Boulos (PSol) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apresentado pela pesquisa do Datafolha, preocupou a turma de Lula. A ordem agora é dar visibilidade aos programas de governo e se aproximar do eleitorado paulista.

Baleia feliz

O presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), está exultante com a pesquisa do Datafolha. “O paulistano está começando a perceber agora o trabalho de Ricardo Nunes. Ele assumiu em 2021 no momento mais difícil, a pandemia de covid-19. A cidade foi pioneira na retomada da economia e investiu em várias ações. E aí está o resultado da pesquisa”, exultou.

Brasileiro vence em Portugal

Nas eleições portuguesas, quem acertou o resultado foi o Ipespe, do cientista político Antônio Lavareda. Faltando 72 horas para a eleição, ele divulgou uma pesquisa que detectou a vantagem da Aliança Democrática, de centro-direita, e o crescimento do Chega! Foi o primeiro instituto contratado pela CNN Portugal.

Está no lucro

Tábata não tem nada a perder ao disputar a prefeitura de São Paulo, calcula o PSB — Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O PSB calcula que a deputada Tábata Amaral (SP, foto) não tem nada a perder sendo candidata a prefeita de São Paulo. Ainda que na pesquisa do Datafolha ela esteja com apenas 8% das intenções de voto num cenário de polarização entre Guilherme Boulos e o prefeito Ricardo Nunes, com 29%.

Está no lucro II

Tábata está no meio do mandato de deputada federal, é jovem, bem posicionada e tem tudo para ampliar sua visibilidade na campanha. Ainda que não vença, tem tudo para virar uma grife do PSB para o futuro.

O susto de Sarney

Depois da queda em que quebrou a clavícula, o ex-presidente José Sarney precisou voltar novamente ao hospital para a retirada de água do pulmão. Já está em casa e recuperado, recebendo visita de parentes e amigos.

Paulinho Pestana

Hoje é dia de se despedir de um jornalista de texto brilhante e de uma generosidade sem tamanho. A coluna deixa aqui as condolências à esposa, Zelinda, aos filhos e a toda a família.

Aliados de Bolsonaro suspeitam que Wassef e Flávio Rocha já falaram tudo que sabiam

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Por Denise Rothenburg — Em conversas reservadas, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro sentiram falta de, pelo menos, duas pessoas no rol de ex-colaboradores sob os holofotes no quesito tentativa de golpe: o ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos almirante Flávio Rocha e o advogado Frederick Wassef. Wassef teve celulares apreendidos e prestou depoimento à Polícia Federal (PF) no ano passado sobre o episódio do relógio Rolex — aquele que Bolsonaro ganhou de presente, foi vendido e o advogado recomprou. Rocha era um dos fiéis assessores do ex-presidente. A suspeita de muitos é de que eles falaram tudo o que sabiam e, por isso, foram deixados “em paz”.

Vamos por partes

A oposição está dividida sobre o que fazer no embalo do ato de Bolsonaro em São Paulo. Uma parte, mais pragmática, deseja aproveitar a onda gerada ali e partir para uma campanha de filiação ao PL. Outra quer partir logo para cima do Supremo Tribunal Federal (STF).

Por falar em STF…

As apostas são as de que o ministro Alexandre de Moraes voltará à carga e às operações de busca e apreensão
antes da Páscoa.

Tem poder, mas nem tanto

A punição que o governo promete a quem assinou o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por causa das declarações contra Israel, não terá muito efeito. A maioria não tem cargo no governo e se considera oposição. Para completar, as emendas são impositivas — ou seja, de liberação obrigatória.

Onde vai pegar

Mesmo as emendas impositivas o governo tem como segurar. A ideia é contingenciar e só incluir nos restos a pagar. Só tem um probleminha: dependendo de como fizer isso, pode irritar a turma que, hoje, vota com o governo.

Eles tocam de ouvido/ Encarregado de cuidar da área do governo na CPI da Braskem, o líder de Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA, foto), fará dobradinha com o senador Otto Alencar (PSD-BA). Eles chegaram cedo e conversaram longamente antes de começar a sessão.

Sem passar recibo/ O senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem feito cara de paisagem para aqueles que pedem seu retorno à CPI da Braskem. Sem a relatoria, ele prefere ficar fora.

Só vale se eu estiver/ Nos bastidores, há quem diga que Renan começa a adotar um estilo semelhante ao do então senador Antônio Carlos Magalhães, o babalorixá da política baiana, já falecido, que costumava dizer “reunião em que não estou não vale”.

A cavaleiro/ Fora da CPI, Renan estará livre para criticar os resultados, caso não estejam dentro de suas expectativas.

 

Os recados de Lula

Lula. Ilustração: Kleber Sales/Editoria de Arte/CB
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Lula. Ilustração: Kleber Sales/Editoria de Arte/CB
Lula. Ilustração: Kleber Sales/Editoria de Arte/CB

Da coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg

Muita gente no PT percebe um Luiz Inácio Lula da Silva bastante irritado ao falar do próprio partido nas solenidades de que participa e não foi diferente no ato de filiação de Marta Suplicy. É que o presidente já entendeu que, se o PT quiser permanecer no poder em 2026, terá que comer 2024 pelas bordas. E vários fatores levaram Lula a essa conclusão. Os petistas têm dificuldades de lançar candidatos de ponta nas capitais, terão momentos desafiadores no Congresso Nacional e já descobriram que o empresariado não fará tudo o que o presidente da República deseja, haja vista o “não” que recebeu ao tentar emplacar Guido Mantega na Vale. É hora, tem dito Lula,
de renovar a base, ou se aliar ao centro, para continuar por cima em 2026.

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Ocorre que, avaliam alguns petistas, muitos ali não entenderam que o Brasil mudou, e isso tem deixado Lula bastante irritado. Por exemplo, a decisão do ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá de deixar o partido por ter sido preterido na disputa interna para concorrer à prefeitura da cidade. O escolhido da legenda foi o deputado federal Alencar Santana, uma aposta do PT pela renovação no segundo maior colégio eleitoral paulista, considerado estratégico para o futuro do partido no estado. Pietá tem convite do Solidariedade e deve ser candidato a prefeito, contra o partido que ajudou a fundar. Esse era um dos nomes e endereço da irritação de Lula na filiação de Marta.

CURTIDAS

Resta um/ Dos três grandes colégios eleitorais de 2026, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o PT só deve ter candidato na capital de um deles, Belo Horizonte. E o deputado Rogério Correia, pré-candidato do partido, já tenta relacionar a visita presidencial à sua candidatura, distribuindo, pelo WhatsApp, um aviso da visita de Lula, em que se apresenta como tal. Só tem um probleminha: os aliados que têm outros planos para a prefeitura também irão ao lançamento de projetos governamentais na cidade, diluindo essa junção.

Haddad & Padilha/ Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e o de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, são os nomes do Partido dos Trabalhadores para o governo de São Paulo, em 2026. Estavam lado a lado nas solenidades em São Paulo e, dentro do PT, a avaliação é a de que
“vença o melhor”.

Só tem um probleminha…/ A aproximação de Lula com Tarcísio de Freitas deixou a impressão de que o presidente vai incensar o governador de São Paulo para evitar que ele concorra ao Planalto. E, a preços de hoje, Tarcísio é visto como um nome que está reeleito.

A lista só cresce/ Incluído no rol de monitorados pela “Abin Paralela”, conforme mostrou o Jornal da Band, o ex-governador João Doria se junta aos que pedem punição rigorosa aos responsáveis: “Minha posição em defesa da vacina e das medidas protetivas contra a pandemia da covid me colocaram em posição oposta a do então presidente da República. Minha repulsa a este comportamento sórdido e condenável, não apenas no meu caso, mas de todos aqueles que estavam sendo ilegalmente espionados. A atitude transcende questões políticas e atinge a própria essência da democracia. É preciso aprofundar as investigações e responsabilizar energicamente todos os responsáveis por esta afronta. O país exige transparência, integridade e respeito à sua Constituição”. Esse tema vai ferver a partir de amanhã.

Briga por orçamento provoca descumprimento do texto constitucional

Publicado em Política

Por Denise Rothenburg — Da mesma forma que o governo está sob pressão dos congressistas que desejam a liberação das emendas, os deputados do baixo clero cobram do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a volta dos R$ 5 bilhões cortados do Orçamento deste ano. Nos bastidores, tem muita gente reclamando que os líderes partidários defendem suas próprias emendas em acordos com o Poder Executivo e deixam a turma do andar de baixo fora da festa. Essa falta de sintonia em relação ao Orçamento e à medida provisória da reoneração foi o que levou ao adiamento da abertura da sessão legislativa — um descumprimento do que prevê a Constituição.

O texto constitucional é claro em seu artigo 57. Está escrito que o Congresso se reunirá de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. O parágrafo 1º diz que essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente quando caírem em sábados, domingos ou feriados — o que não é o caso. Porém, em 2018, o Legislativo descumpriu essa norma constitucional, como faz agora.

Ajuda aí

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem feito encontros com as cúpulas de todos os partidos atrás de espaço para negociar alguma coisa que permita a reoneração da folha, nem que seja mais à frente. Até aqui, foram muitos almoços, jantares, promessas de que dias melhores virão… Mas, nesse ponto específico, está difícil.

Esperança

O governo entende a posição do Congresso, mas vai manter a linha de que deputados e senadores precisam arrumar alguma receita para retomar a desoneração. Se não conseguirem arranjar, vão ter que negociar, pelo menos, os demais pontos da MP, como os benefícios ao setor de eventos.

Foco no governo

Embora o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, tenha sido o candidato a presidente da República em 2018 e candidato ao governo de São Paulo em 2022, os petistas pretendem deixá-lo mais dedicado à pasta, afastado um pouco da pré-campanha de Guilherme Boulos. É que Haddad ganhou fama de “o cobrador” (de impostos). Ou seja, faz o certo, mas muitos eleitores
não gostam.

Faltou

O senador Rogério Marinho (PL-RN) reuniu um grupo de senadores para ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa do deputado Carlos Jordy (PL-RJ). O PP, do senador Ciro Nogueira (PI), não estava na lista daqueles que confirmaram presença.

Campanha na área/ O aniversário da maior cidade do país reunirá hoje todas as cores partidárias. A aposta do PT é de que a presença de Lula nos eventos vai ofuscar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, candidato à reeleição. Geraldo Alckmin vai ao lançamento da pré-campanha de Tabata Amaral. Cada um com o seu cada qual.

Por falar em campanha…/ O deputado Rogério Correia (foto), do PT-MG, avisou ao partido que pretende lançar em breve a sua pré-campanha a prefeito de Belo Horizonte. O PT pretende empinar essa candidatura de qualquer jeito, ainda que, de público, o partido mantenha o discurso de que haverá um consenso entre os aliados para escolha do postulante.

… sobrou BH/ A insistência em Belo Horizonte é para tentar emplacar pelo menos um candidato de capital nos estados que representam os maiores colégios eleitorais do país. Na capital paulista, o PT apoiará o PSol de Guilherme Boulos e, no Rio de Janeiro, há uma divisão entre apoiar o prefeito Eduardo Paes ou um candidato da esquerda.

Ops!/ É a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) — e não a Frente Parlamentar do Agro (FPA) — que apresentará um projeto para a regulamentação da reforma tributária.

Vem aí o “desenrola PJ” e a ampliação do prazo do Simples

Publicado em GOVERNO LULA, Política

Por Denise Rothenburg — De olho nos micros e pequenos empresários e empreendedores, o ministro do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de pequeno porte, Márcio França, tem encontro marcado, hoje, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a ampliação do prazo de opção pelo Simples, que vence em 31 de janeiro. “Basta uma resolução para passar isso para maio. Teremos esse período para providenciar o ‘desenrola’ para as pessoas jurídicas. O ‘desenrola’ era para 8 milhões de pessoas e 1,5 milhão o usou. Disse ao presidente Lula: os outros estão lá na PJ (pessoa jurídica). Desenrolar para PJ é dar vida a essas pessoas e opção de crédito”, disse o ministro, em entrevista à tevê Rede Vida, que foi ao ar nessa quarta-feira.

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Na virada deste ano, 374 mil foram excluídos do MEI (microempreendedor individual). Agora, a ideia é evitar que isso ocorra na virada para 2025. O governo está convencido de que a capacidade de geração de empregos está nesse segmento, de micros e pequenas empresas.

Será discutida a criação de uma “rampa”, para evitar que empresários que arrecadam um pouco acima do limite do MEI (R$ 81 mil) possam pagar seus impostos sem serem excluídos por terem faturamento superior. Ou seja, serviço não falta para esse encontro dos dois ministros.

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A hora do micro

Engana-se quem pensa que Márcio França está insatisfeito com a pasta do empreendedorismo. Experiente nessa área, ele criará um “cartão” a ser enviado para o endereço de todo o microempreendedor individual ainda este semestre. Assim, todos os MEIs passarão a ser identificados e vão ganhar pontuação para ter acesso mais facilitado ao crédito. França é da linha “o ministro é que faz a pasta”.

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Se a moda pega…

Alguns setores da bancada evangélica pretendem consultar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a possibilidade de sustar a decisão da Receita Federal que suspendeu o ato do governo Bolsonaro que ampliava os benefícios fiscais sobre prebendas de pastores. Se a área jurídica da Câmara aceitar levar a plenário uma proposta de decreto legislativo sobre o tema, outras virão.

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… nada ficará de pé

Hoje, o governo enfrenta dificuldades de manter os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se o Poder Legislativo passar a aceitar derrubar todas as medidas adotadas pelo governo, como decretos, portarias e resoluções, há muita gente convicta de que, aí sim, a administração pública acaba.

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Sai o PSB…

O convite ao procurador-geral de São Paulo, Mário Sarrubbo, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública, tira mais um integrante do PSB do Ministério da Justiça. O governo ainda não definiu o que fará com o quase ex-secretário Tadeu Alencar, nem com o secretário-executivo Ricardo Cappelli.

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… entra o STF

Ao escolher Sarrubbo, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski leva para o comando da segurança pública um nome próximo ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que já foi secretário de Segurança de São Paulo.

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Curtidas

Agora lascou/ Se Lula enfrentava dificuldades com a bancada evangélica, agora vai ficar pior. O fim dos benefícios fiscais concedidos às prebendas de pastores levará os oposicionistas aos templos com a narrativa de que o atual presidente não é amigo desses fiéis.

Hildo na espera/ O governo ainda não conseguiu resolver a crise no MDB. O partido está esperando a poeira baixar entre o ministro das Cidades, Jader Filho (foto), e o grupo de José Sarney, ao qual pertence o ex-secretário-executivo Hildo Rocha, exonerado na semana passada. Depois, é que vão sentar-se à mesa para resolver.

Onde mora o perigo/ Se o ministro escolher um novo secretário sem combinar com a bancada da Câmara, a relação interna no MDB vai piorar.

Governadores na lida/ De olho na ampliação das exportações da Região Centro-Oeste, os governadores do Consórcio Brasil Central receberão pelo menos 20 embaixadores na reunião de terça-feira. É hora de promover o agro e o cerrado.

 

Segurança alimentar e reforma tributária: Consórcio Brasil Central tem encontro marcado em Brasília

Publicado em Política

O Consórcio Brasil Central, que reúne os governadores do Centro-Oeste e alguns da Região Norte, tem encontro marcado em Brasília para discutir não só a segurança alimentar, como também a regulamentação da Reforma Tributária. Até aqui, três estados do bloco — Goiás, Tocantins, Rondônia e o Distrito Federal — aumentaram o ICMS depois da aprovação das novas regras. Só Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não subiram a alíquota do tributo. O Maranhão, que também faz parte desse grupo, elevou o valor do imposto antes da aprovação da reforma. A ideia é compilar sugestões do grupo para essa regulamentação.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, estará no encontro do consórcio. Vai discutir formas de combate à fome. Internamente, muitos reclamam que, nesses estados, a maioria fica para escanteio nos programas sociais porque têm farta produção agrícola.

E o MDB, hein?

Está difícil pacificar o MDB. O esperado encontro entre o ministro das Cidades, Jader Filho, e o ex-secretário executivo do Ministério Hildo Rocha não
havia ocorrido até o fim da tarde de ontem.

Hildo e Cappelli

Nesse ritmo, Hildo está no mesmo barco que o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli. Fez um bom trabalho e está cheio de convites para outros voos fora de Brasília.

O diferencial de Marta

Os petistas não escolheram Marta Suplicy à toa. A futura vice de Guilherme Boulos tem, pelo menos, 10% dos votos da capital que a acompanham para onde for. Nenhum outro potencial candidato a vice tem esse volume de eleitores que o segue. Esse percentual pode ser o que o deputado do PSol precisa garantir para vencer a eleição num segundo turno.

Flor do recesso

Esse estremecimento entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o comandante do PL, Valdemar Costa Neto, por causa dos elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá adiante. Pelo que se ouve nos bastidores, os bolsonaristas não querem prescindir do horário eleitoral e do financiamento do partido, que tem o cofre mais cheio do que qualquer outra legenda.

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Depois de desfilar com Michelle…/ O ex-senador e ex-deputado Chiquinho Escórcio era só alegria, ontem à tarde, quando a deputada Antônia Lúcia (Republicanos-AC) sugeriu levar a primeira-dama, Janja, para o “Chicobol” — o jogo de futebol dos parlamentares na casa dele.

… chega a vez do PT/ A casa de Chiquinho tem sido palco de grandes acordos da política por vários governos, desde a década de 1990. Antônia Lúcia, casada com Silas Câmara, fez campanha para Bolsonaro e Michelle.

Todos o procuram/ Do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aos ministros de Lula, todos foram se aconselhar com Chiquinho. Ou participaram do “Chicobol”.

Na Argentina sem Milei/ O deputado Carlos Zarattini (PT-SP, foto) aproveita esses dias em Mendonza, um dos pontos turísticos mais procurados da Argentina por quem aprecia bons vinhos. Ele conta que viu poucos pedintes nas ruas, mais precisamente no centro da cidade, onde a concentração de turistas é grande.

MDB em ebulição após exoneração de Hildo Rocha do Ministério das Cidades; entenda

Publicado em Lula, MDB, Política, Rio de Janeiro

Por Denise Rothenburg — Desde sexta-feira, quando o secretário-executivo do Ministério das Cidades, Hildo Rocha, foi exonerado do cargo, o MDB viu crescer três movimentos. O primeiro, a briga interna pelo cargo. O segundo: a ala mais afeita à oposição se “assanhou” para tentar afastar o partido do governo. E, por último, uma parte do PT começou a se mexer, disposta a indicar o número dois da pasta comandada por Jader Filho. Para tentar estancar os três num gesto só, o ministro se encontra com Hildo Rocha. A ideia do MDB é ver se há caminho para reverter a demissão.

Hildo, inclusive, escreveu uma carta como se tivesse pedido demissão, a fim de dar abertura para o ministro dizer que tudo não passou de um mal-entendido e ele possa reassumir. Se não for possível, a guerra está aberta. O MDB da Câmara quer o cargo e o do Senado, idem. E ainda tem o PT chegando pela retaguarda. A única saída para evitar transtornos e muita confusão, na largada de 2024, é a paz no grupo do MDB que apoia o governo.

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É a economia

No governo e fora dele, há a certeza de que o PT só dará o salto nas eleições deste ano se as pessoas sentirem que a vida melhorou do ponto de vista econômico. Até aqui, os dados positivos apresentados não deram essa sensação à população, especialmente aos brasileiros que vivem nas grandes cidades.

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A fala de “Zedi”

A conversa do ex-ministro José Dirceu, em um podcast do PT da Bahia, foi fruto de uma vontade de parte dos aliados de dizer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nem tudo serão flores e estrelas nas eleições municipais. A direita está ganhando a batalha e o PT precisa lembrar que a situação não é a mesma de 2004.

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Recado para eles

Mudou a configuração da política, do eleitorado e, também, a do Palácio do Planalto. Hoje, nenhum ministro palaciano tem liberdade para falar com Lula do jeito que Dirceu, Gilberto Carvalho e outros falavam naquele período.

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E a desoneração, hein?

O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, vai gastar muita saliva para tentar convencer os parlamentares a manter a MP da desoneração. Até aqui, apenas ganhou tempo, mas não arrancou um único voto do grupo disposto a derrubar a medida provisória.

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Valdemar e Bolsonaro/ Não foi a primeira vez que Valdemar Costa Neto (foto) elogiou o fato de Lula ser um homem do povo e nem será a última. Ocorre que, agora, há uma disputa para ver quem será o vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes à reeleição em São Paulo. É isso que, no momento, opõe Bolsonaro e Valdemar.

Veja bem/ Valdemar não pretende contrariar o ex-presidente. Não foram poucas as vezes em que ele disse que “Bolsonaro é quem tem os votos”. Logo, Valdemar não vai contrariá-lo a ponto de implodir o PL.

Muita calma nessa hora/ Tem gente no PT desconfiado que o partido quer mesmo é empurrar Anielle para fora do governo.

 

“Oito de janeiro não colou em Bolsonaro”, defende Valdemar Costa Neto

Valdemar Costa Neto
Publicado em Política

Numa conversa com a coluna, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirma que já está se preparando para as eleições deste ano e que o mundo caminha para o radicalismo de direita e de esquerda, o que “é muito ruim”. Ele avalia que “é preciso respeitar a posição dos outros, sem ofender ninguém”, mas não abrirá mão do “fenômeno” Jair Bolsonaro, “o dono dos votos”: “Ele tem o jeitão dele, que precisamos compreender, é diferente do nosso e fez um governo que obteve resultados. No governo, os ministros tinham autonomia para as nomeações, o Paulo Guedes escolheu todo o seu pessoal sem interferência de ninguém”, afirmou.

Detentor de um faro político excepcional, Valdemar considera que o quebra-quebra de 8 de janeiro “não colou” na imagem do ex-presidente. “Basta ver como ele é recebido aonde vai. É um crime falar em golpe. Tanta gente presa. Como é possível dar 17 anos de prisão para um sujeito que estava com um pedaço de pau na mão. Tem que ser punido, mas 17 anos? Merecia punição, dois, três anos. 17 anos é muito”, avaliou, ao anunciar que, amanhã, estará recolhido tratando dos temas relativos à campanha eleitoral.

Consulta em São Paulo

Convicto de que o PL precisa apoiar a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, Valdemar pretende reunir os 17 deputados federais e os 19 estaduais para definir o que fazer com as pretensões do ex-ministro Ricardo Salles de ser candidato e ter uma espécie de salvo-conduto para se desfiliar a fim de concorrer por outra legenda. “Todos têm interesse na capital e vamos discutir isso. Temos que ganhar com o Nunes”, diz Valdemar, ciente de que a cidade de São Paulo é de centroesquerda.

O tema da hora

A reforma ministerial entra em pauta a partir desta semana, como a mais vistosa flor do recesso, a começar pela troca do ministro da Justiça. Ali, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu o perfil — quer alguém que se encaixe entre o combativo Flávio Dino, que deixa o cargo nos próximos dias, e o discreto ex-ministro Márcio Thomas Bastos, um conselheiro de todas as horas nos governos Lula 1 e 2 e que faleceu em 2014.

Largaram na frente

A escolha dependerá do peso que Lula pretende dar a um ou outro. Há dois nomes considerados mais próximos desse perfil. O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandoski é mais discreto. O advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, é combativo e próximo de Lula. E chega a esta semana considerada decisiva com apoios de movimentos sociais dos mais diversos segmentos, inclusive do movimento negro, de mulheres, artistas plásticos e até caciques do MDB.

Deixa com eles

A decisão do governo de mandar um projeto de lei para regulamentar os direitos dos trabalhadores de aplicativos de transporte, sem incluir os entregadores que circulam de moto e bicicleta, abre uma avenida para que os deputados façam essa inclusão. A contar pelo que dizem os líderes, não se pode pegar apenas um segmento deixando os outros de fora.

Eu sou você amanhã/ O governo brasileiro acompanhará as eleições nos Estados Unidos com uma lupa. É que, entre os ministros de Lula, muita gente está convicta de que, se a economia não reagir a contento no prazo de um ano e meio, o discurso de defesa da democracia dividirá o espaço de carro-chefe com a retomada de programas sociais.

A vez delas I/ O fato de a primeira-dama, Janja Lula da Silva (foto), ter sido a voz ativa contra a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), conforme relata o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, em seu livro, já deu à esposa de Lula lugar de destaque na solenidade desta segunda-feira, para marcar o 8 de janeiro. No governo, só não se sabe ainda se ela será candidata no futuro próximo. Em tempo: só poderá concorrer, se o petista não for candidato.

A vez delas II/ Michele Bolsonaro, por sua vez, tem carta branca de Valdemar da Costa Neto para ser candidata ao que e onde quiser. E terá tempo de sobra para decidir. “Ela tem mais de dois anos para avaliar. Este ano, já se colocou à disposição para ajudar na filiação ao partido.”

Nacional versus local/ O governador do DF, Ibaneis Rocha, é do MDB, partido que hoje faz parte do governo Lula. Logo, o PL não tem compromisso em apoiá-lo para o Senado no futuro próximo. E só vai discutir esse tema lá na frente.