TCU poderá abrir novos processos sobre 08 de janeiro

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Depois de receber o relatório da CPMI de 8 de janeiro, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, acenou com a possibilidade de abrir novos processos para apurar suspeitas de ilegalidades relativas aos atos antidemocráticos daquele Domingo. O relatório foi entregue pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da investigação e responsável pela redação do texto aprovado pela CPMI.

O Tribunal tem sete processos em andamento sobre temas correlatos à investigação, sendo quatro deles fruto de solicitações do Congresso Nacional e os demais decorrentes de representações do Ministério Público junto ao TCU.
“Vamos fazer a triagem da documentação e anexar os novos dados aos processos correspondentes. Também verificaremos, na lista de pendências da CPMI, se cabe a abertura de novos processos”, explicou Dantas.

Um dos processos mais avançados desses sete é o que busca identificar todos os envolvidos nas invasões dos prédios públicos naquele 8 de janeiro e responsabilizá-los pelos danos causados ao erário. O relator é o ministro vice-presidente do TCU, Vital do Rêgo.

Presença de Bolsonaro racha FPA

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Alan Santos/PR

 

A presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na reunião da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) rachou o grupo mais poderoso do Congresso Nacional e as associações e confederações que contribuem para o Instituto Pensar Agro, o braço técnico de planejamento da Frente. A presença foi considerada inoportuna, especialmente, por ocorrer num momento em que o agro tenta negociar com o governo. A avaliação de parte das entidades que compõe o IPA e parlamentares é a de que a pauta extensa da Frente __ marco temporal, agrotóxico, reforma tributária __ ficou em segundo plano. Bolsonaro participou da reunião a convite do deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS), para lançamento da Frente Parlamentar Invasão Zero, uma “filha”da FPA. A pauta da frente-mãe ficou em segundo plano. A reunião-almoço, lotada, virou um convescote de apoiadores do presidente.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado o sucessor natural de Bolsonaro, ficou em São Paulo. Com o ataque a uma escola ontem em São Paulo, não seria de bom tom, o governador aparecer em meio a uma festividade em Brasília.

 

 

Pedido de indiciamento de Bolsonaro em relatório da CPMI do 8/1 é dado como certo

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Por Luana Patriolino — A possibilidade de pedido de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no relatório da CPMI do 8 de Janeiro, é dada como certa nos bastidores do Congresso. Até o momento, a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), faz mistério sobre o caso. Por outro lado, ela já afirmou, em algumas ocasiões, que boa parte do documento — com previsão de leitura para hoje — será dedicado à suposta participação dos militares nos atos golpistas. É nesse ponto que Bolsonaro pode se complicar. Aguardemos.

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Acaba em pizza?

Mesmo com o possível indiciamento de Bolsonaro, os parlamentares da base governista temem que o caso seja esquecido, a exemplo do que ocorreu com o relatório da CPI da Covid, que atribuiu nove crimes ao ex-presidente. À época, a Procuradoria-Geral da República (PGR), sob o comando de Augusto Aras, recomendou a rejeição da denúncia.

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Não tá fácil

A semana não vai ser das melhores para Bolsonaro. Além do relatório da CPMI do 8 de Janeiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma, na noite de hoje, o julgamento de três ações contra o ex-presidente e Walter Braga Netto — que foi vice na chapa à reeleição. Bolsonaro é suspeito de usar a estrutura pública para fazer lives como candidato à Presidência da República, em 2022. Em caso de condenação, o político pode ser declarado inelegível, mais uma vez.

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Queda e ascensão

Procuradores da Operação Lava-Jato sofreram sucessivas derrotas na gestão do ex-procurador-geral Augusto Aras, mas o cenário pode mudar. Januário Paludo, Mônica de Ré e Janice Ascari, que se destacaram nas força-tarefas de Curitiba, do Rio de Janeiro e de São Paulo, deverão ser promovidos a subprocuradores-gerais da República até o fim deste ano. A ascensão dos três e de outros procuradores da mesma linha representa o início de uma importante mudança no perfil da cúpula do Ministério Público Federal (MPF), que pode recuperar o vigor investigativo de outros tempos.

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Guerra de chocolates

Uma tentativa de boicote à Lacta ficou nos assuntos mais comentados das redes sociais, após o influenciador Felipe Neto (foto) publicar uma foto com uma caixa de Bis, marca da qual é parceiro. O youtuber é conhecido por suas posições contrárias a Jair Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou a levantar a hashtag #BisComunista, e incentivar o consumo do KitKat, da Nestlé. No entanto, os internautas resgataram uma campanha da empresa falando sobre o orgulho LGBTQIA , e deixaram os bolsonaristas confusos.

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Para Moro, sem relevância

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse, via redes sociais, que o Brasil não tem relevância internacional suficiente para “fazer diferença” na guerra no Oriente Médio. “A crise serve apenas para Lula exercitar a sua megalomania diplomática”, disse. O comentário ocorreu em meio às críticas do parlamentar ao presidente — que tem feito apelos em prol da paz no conflito Israel-Hamas.

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Desoneração da folha

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve votar, hoje, a prorrogação da política de desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até 31 de dezembro de 2027. Como houve alteração na Câmara, o texto voltou para a Casa. O incentivo permite às empresas beneficiadas o pagamento de alíquotas entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários.

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Na prateleira

Professores de direito e peritos criminais federais lançam, hoje, o livro O Direito à Prova Pericial no Processo Penal. Na publicação, coordenada pelo perito Cláudio Saad Netto, os autores defendem o direito dos cidadãos à prova pericial. A obra é publicada pela Editora Revista dos Tribunais e tem apresentação assinada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Reynaldo Soares da Fonseca. A noite de autógrafos ocorrerá no Salão Nobre do Espaço Cultural da Corte, a partir das 18h30.

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História viva

Nesta quarta-feira, às 19h30, o ex-presidente José Sarney receberá o título de doutor honoris causa do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Aos 93 anos, Sarney é referência na política brasileira há décadas. Estava à frente do Palácio do Planalto na redemocratização, em 1985, após 21 anos de regime militar. Era, ainda, o presidente da República quando da promulgação da Constituição Cidadã, há 35 anos.

 

“Se hoje temos a eleição do presidente Lula, isso se deveu ao Supremo Tribunal Federal”, diz Gilmar

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Fotos: João Luiz Mendonça Bulcão

 

Paris _ Se os congressistas consideram necessário reformar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que façam isso de forma global, discutindo, por exemplo, a proibição de militares assumir o Ministério da Defesa e se intrometer na seara da política, o artigo 142 da Constituição, sempre tão citados pelos bolsonaristas, o sistema de governo, as emendas parlamentares e por aí vai. Pelo menos, esta é a opinião do decano do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, exposta com todas as letras durante o Forum Internacional Esfera 2023. E ele ainda foi mais além: “Supremo enfrentou a Lava Jato. Do contrário eles (os políticos) não estariam aqui, inclusive o presidente da República. Por isso, é preciso compreender o papel que o tribunal jogou. Se hoje temos a eleição do presidente Lula, isso se deveu ao Supremo Tribunal Federal”, afirmou Gilmar, lembrando o enfrentamento que o Supremo fez quanto à criminalização da política pela Lava Jato.

 

“Não acho que os poderes sejam insusceptíveis a reformas, mas (essa reforma) deve ser global. Sistema de governo, emendas parlamentares (…) O Ministério da Defesa mandando cartas, fazendo panfletos ao Tribunal Superior Eleitoral!? A Defesa, aliás, não deveria ser militar. Teria que ser um civil, conforme ideia do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas que acabou vacilando no processo. Há muita coisa que se pode fazer”, disse o ministro, referindo-se às cartas que o Ministério da Defesa enviou ao TSE no ano passado, sobre a auditagem das urnas eletrônicas.

 

As declarações de Gilmar Mendes foram em resposta ao que havia dito o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), minutos antes. O senador, que vem sendo pressionado a aprovar a limitação de decisões monocráticas do STF, afirmara que o Congresso avaliará o tema no momento adequado e foi incisivo ao defender as prerrogativas do Legislativo. “Não cabe ao Judiciário formatar as leis, isso é atribuição do Legislativo”, disse Pacheco. “A separação dos Poderes deve ser respeitada”, disse, sugerindo inclusive, se o STF tem hoje “acesso fácil”, como lembrou o presidente da Suprema Corte em sua palestra na quinta-feira, o Parlamento pode limitar esse acesso, para “reservar aos ministros as decisões mais relevantes. Isso é um caminho que o Congresso pode trilhar”, afirmou. Pacheco, porém, defendeu o Judiciário ao dizer que hoje “todo mundo se arvora em ser jurista de botequim, para poder criticar as decisões do Supremo e de outras instâncias do Poder Judiciário”.

Gilmar Mendes, por sua vez, ainda causou algum desconforto em parte do empresariado presente à plateia do Forum Internacional do Esfera Brasil, ao mencionar, que coube ao STF a defesa da democracia contra o que ele classificou de “impulsos antidemocráticos”. E foi incisivo ao dizer que esses “impulsos” contaram inclusive com o apoio da elite brasileira. “Certamente, muitos aqui defenderam concepções que, se vitoriosas, levariam à derrocada do STF”.

O presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, que participou do mesmo painel, lembrou que, o TCU, a forma de balancear os embates com o Executivo em relação a obras e serviços auditados, foi o “consensualismo”, ou seja, buscar orientar de forma a corrigir erros antes que as questões virem um processo. “Não vejo crise, briga entre os Poderes. Acho que este é um momento de acomodação normal depois de um grande trauma”, afirmou o presidente do TCU.

Wesley Batista diz que Brasil é a “bola da vez” e anuncia investimentos de R$ 38,5 bilhões

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Paris _ Ao participar do Forum Esfera Internacional, em Paris, o empresário Wesley Batista anunciou um plano de investimentos de R$ 38,5 bilhões do Grupo J&F no Brasil para o período de 2023 a 2026, coincidente com o mandato do presidente Lula. A expectativa é a geração de 30 mil novos empregos diretos no país. O plano foi apresentado durante a participação do executivo no painel “Brasil, o melhor negócio do mundo”, no Fórum Esfera Paris, que contou com a presença do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que também apresentou o Brasil como o país do futuro.

Os R$ 38,5 bilhões serão investidos em quase todas as empresas que integram o conglomerado. Entre os investimentos planejados pelo grupo está a implantação da segunda linha de produção da Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas (MS), um projeto de R$ 20 bilhões e 10 mil empregos. A empresa também prevê a construção de um ramal ferroviário de 85 quilômetros para conectar a fábrica diretamente à malha ferroviária.

Maior grupo empregador do Brasil, com 167 mil colaboradores diretos no país, a J&F atua em setores tão diversos quanto a produção de alimentos, celulose, mineração, geração de energia, higiene e cosméticos e serviços e tecnologia financeiros. Só a JBS, a empresa de proteína animal, entregará até 2024 R$ 3,5 bilhões em investimentos – todos já anunciados pela companhia, a exemplo da nova fábrica da Seara em Rolândia (PR), que será inaugurada este mês. Resultado de um investimento de R$ 1,1 bilhão, a intenção é fazer desta fábrica um dos maiores e mais modernos complexos de produção de alimentos preparados do mundo, com a geração de até 2,6 mil novos empregos quando todas as linhas previstas estiverem concluídas. Em 2024 a JBS vai inaugurar a ampliação da fábrica da Seara em Dourados (MS), com planos para virar um dos maiores complexos de preparados suínos do mundo, com 2,5 mil novos empregos diretos e um investimento de R$ 1,3 bilhão. Os investimentos da JBS incluem ainda a construção de uma nova fábrica de ração em Seberi (RS), a duplicação da unidade da Friboi em Diamantino (MT) e o início da construção do primeiro Centro de Pesquisas em proteína cultivada do Brasil, o JBS Biotech Innovation Center. Ao todo, 7,5 mil novos empregos serão gerados pela companhia.

“O Brasil oferece oportunidades únicas e tem construído um ambiente cada vez mais favorável aos negócios, com agendas claras de reformas e de meio ambiente, por exemplo”, afirmou Wesley Batista. O plano da J&F contempla, ainda, a expansão das operações e da logística da J&F Mineração, que investirá R$ 5,5 bilhões até 2025, em três obras que resultarão em 6,5 mil novos empregos. Também integram o plano os investimentos da Âmbar Energia na aquisição e construção de usinas e fazendas solares, além dos R$ 6,5 bilhões que o PicPay planeja alocar na construção de software e em novos negócios, gerando 3,6 mil novos empregos.

Os irmãos Batista, Wesley e Joesley, ao que tudo indica, estão numa nova fase. Viraram a página em relação à Lava jato e ao tempo em que Joesley gravou o então presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, onde ganhou o mundo a frase, “tem que manter isso”.  O que eles querem agora é resgatar  __ e manter __ é a imagem do grupo J&F, que começou do zero e se tornou uma das maiores, se não a maior, produtora de proteína animal do mundo.

 

A colunista viajou a convite da Esfera Brasil

Sarkozy “lança” Barroso ao Planalto

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Ao participar do primeiro painel do Forum Esfera 2023, logo depois do discurso de Barroso (leia post abaixo), o ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, experiente na política, praticamente lançou o nome do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, à Presidência da República. Sugeriu que ele está pronto para assumir o Planalto,o que provocou alvoroço entre os políticos presentes no auditório. “Nessa manhã comecei escutando discursos. O presidente da corte suprema fez discurso incrível. Atenção, senhor presidente, o senhor está pronto para uma nova presidência”, disse, referindo-se ao Planalto. “Foi um discurso excelente, de orientação politica forte, mais que orientação juridica”, disse Sarkozy. Barroso, no intervalo, respondeu:”isso não passa pela minha cabeça”.

Embora esteja fora do rol daqueles que potenciais candidatos ao Planalto, o atual presidente da Suprema Corte é visto pelos partidos como um nome que tem “pegada” para, quem sabe, compor uma chapa. Mal ou bem, após a fala de Sarkozy, Barroso virou um  personagem ao qual os políticos vão prestar mais atenção.

Em Paris, Barroso explica protagonismo do STF e lança agenda para o Brasil

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Denise Rothenburg

 

 

Paris (França) __ Em palestra nesta manhã, no Forum Esfera Paris 2023, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, listou o que considera a principal agenda do Brasil para esse momento e explicou que o protagonismo do Supremo se deve à abrangência da Constituição do Brasil. “O constituinte achou por bem cuidar de muitas matérias. É retirá-las da política e colocá-las no Direito”, disse Barroso, que, logo em seguida, completou: “É preciso que o interesse seja muito chinfrim para não chegar ao Supremo tribunal Federal”.

 

Com um grupo seleto de empresários na plateia, como os irmãos Batista, do grupo J&F, Rubens Ometto, da Cosan, de advogados e políticos, como a secretária da Casa Civil, Miriam Belchior, e o líder do MDB, Isnaldo Bulhões, Barroso citou os três pontos de maior insegurança jurídica do país e alta litigiosidade. Listou “as relações do trabalho, que reúnem mais de cinco milhões de processos”; as matérias tributárias, tributário, que ele espera que seja diminuído com a reforma, e as questões relacionadas à saúde, ou seja, acesso a medicamentos de alto custo e planos de saúde. Assuntos que, na avaliação dele, precisam ser resolvidos.

 

Num discurso político, o presidente do STF mencionou a Constituição como o ponto de partida para a sonhada união nacional em prol de sete temas que considera fundamentais para o desenvolvimento do país. Começou com o combate à pobreza: “Seis pessoas têm a riqueza de 100 milhões, o que nos mostra o grau perverso da desigualdade no país”, disse Barroso. Ele mencionou ainda o desafio de melhoria dos índices de crescimento econômico, que, entre 2002 e 2022 ficou na média em 2,2%. “Sem voltar a crescer, não haverá o que distribuir”, disse.

 

Barroso citou o Ministério da Educação como o mais importante: “Sem uma educação básica de qualidade não daremos o salto que o Brasil precisa” e, em seguida, mencionou o preconceito contra a livre iniciativa e o empreendedorismo no Brasil. “A iniciativa privada é a maior geradora de riquezas, sem ela não teremos crescimento econômico”. E, em seguida, mencionou a área que considera mais importante para o país dar o salto, ciência e tecnologia. “Quando éramos jovens, as grandes empresas eram as exploradoras de petróleo, as da indústria automotiva e de equipamentos, como a General Eletric. Hoje, são Apple, Amazon, Facebook, Google, Microsoft. É a nova economia e, se não investirmos em ciência e tecnologia, vamos ficar para trás nessa nova economia”, alertou Barroso.

 

O presidente da Suprema Corte incluiu saneamento básico como uma grande necessidade e a área ambiental como a grande promessa para o futuro. “O Brasil precisa assumir sua liderança ambiental no mundo. A sustentabilidade tem sido adiada no mundo. Decisões urgentes têm sido adiadas e as consequências virão daqui a 25 anos”, diz ele, referindo-se às decisões necessárias na área ambiental. “Seca na Amazônia, ciclones no Rio Grande do Sul nos mostram que essa não é uma questão abstrata”, comentou, ao mencionar que é falsa a visão de antagonismo entre o ambiental e o agro.

 

A colunista viajou a convite da Esfera Brasil

Marcos Pereira tem como teste votações do PL das offshores e os fundos exclusivos

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Por Denise Rothenburg – Pré-candidato a presidente da Câmara interessado em obter o apoio do governo, o vice-presidente da Casa, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), está em movimento para garantir esse suporte. Não por acaso, pretende votar depois do feriado o projeto de lei que taxa as offshores e os fundos exclusivos. Arthur Lira (PP-AL), conforme relatos de Pereira a alguns líderes, não se opôs. Porém, alguns parlamentares garantem que, na semana que vem, a probabilidade é a de que muitos recuem na disposição de aprovar a proposta, de forma a deixar que Lira conduza esse processo depois do dia 20.

Em tempo: nesses dias no comando da Casa, Pereira conseguiu aprovar uma moção, com o apoio de 312 deputados, em repúdio ao Hamas e aos ataques a Israel. A alegria, porém, durou pouco, porque muitos deputados foram à tribuna, irritados, reclamar que entre as moções aprovadas estava uma que chamava a atenção dos israelenses e não apenas no Hamas. Com a votação encerrada, Pereira foi obrigado a suspender a sessão para tentar explicar que tentou atender a todos.

Do jeito que o clima está acirrado na política, quem quiser servir a dois senhores terá problemas. Até aqui, só Lira conseguiu cumprir esse papel. E olhe lá.

Façam suas apostas

O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro pretende lançar algum dos seus integrantes, seja à presidência da Câmara seja à do Senado. Nesse sentido, buscará o PP do senador Ciro Nogueira (PI) e de Lira.

Nem tão cedo

Se nem os prefeitos que não podem concorrer à reeleição pensam em definir, agora, quem irão apoiar no ano que vem, imagine Lira, que deixa a Presidência da Câmara em fevereiro de 2025. Ele sabe que qualquer nome apontado de forma antecipada ficará exposto à artilharia de quem deseja o cargo. De quebra, quanto mais cedo houver um candidato consolidado, mais curto ficará o atual mandato de Lira.

Vai ter mudança

Relator do projeto que estabelece as alíquotas de cobrança de imposto para as offshores e para os fundos exclusivos, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) tem recebido uma série de pedidos para mudar o texto. Até aqui, nada que comprometa o mérito da proposta, avisa.

Guerra política

Já tem gente dentro do próprio PT preocupada com o fato de o governo e o partido condenarem o ataque terrorista ao povo israelense, mas dando aquela “aliviada” em relação ao Hamas, autor do massacre. A oposição aos petistas deita e rola, deixando muitos aliados de Lula constrangidos. Defender o Estado Palestino é uma coisa, compactuar com o assassinato de civis é outra.

Final feliz/ Em meio à tragédia provocada pelo ataque do Hamas a Israel, um grupo de brasilienses, a maioria da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, volta para casa em segurança. Liderados pelos padres Oswaldo, Patrick e Yuri, eles saíram de Brasília na semana passada. A viagem, que ficou pela metade, era o sonho do casal Jacinta  e Maurílio Figueiredo para renovação dos votos de casamento. Desde os ataques, o grupo ficou no bunker de um hotel em Jerusalém, aguardando a hora de sair para o aeroporto, em Tel Aviv. “Não tivemos tempo de seguir todos os passos de Jesus, mas Ele estava conosco”, disse uma integrante do grupo.

Ainda bem que foram avisados/ Os integrantes da comitiva de deputados que foi à Rússia ficou sem poder usar os cartões de crédito internacionais. Por causa da guerra na Ucrânia, o sistema de pagamentos internacional bloqueou o país. “Ainda bem que fomos avisados”, comentaram os deputados Carlos Zaratini (PT-SP) e Reginete Bispo (PT-RS).

Pra lá de 2 mil/ O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) apresentará à CPMI de 8 de janeiro um relatório maior do que o da relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). “Já tem mais de 2,5 mil páginas. Vou enxugar”, conta ele. O relatório de Eliziane tem algo em torno de 1,5 mil páginas. Semana que vem, a leitura desses relatórios levará horas.

Olha o nível/ No plenário da Câmara, os bolsonaristas deram o troco ao PT no quesito “Tchutchuca do Centrão”, expressão usada por um youtuber para se referir ao ex-presidente Bolsonaro e que acabou caindo no gosto dos petistas. Ontem, no plenário, um grupo ensaiou um “Tchuchuca do Hamas” para se referir ao PT.

 

Ministros do STF e senadores aceleram conversas sobre prerrogativa dos Poderes

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Coluna Brasília/DF de 8 de outubro de 2023, por Denise Rothenburg

Não é de hoje que senadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) conversam sobre a preservação das prerrogativas dos Poderes, mas sem conclusão sobre o que deveria ser feito. Foi diante da ausência de um consenso, que veio a aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a toque de caixa, da proposta que limita as decisões monocráticas dentro da Suprema Corte na semana passada. E, a partir daí, a conversa se acelerou, mas ainda não há um projeto consensual em relação às propostas que tramitam no Legislativo. Aliás, o que o Supremo deseja é a autorregulação, que os parlamentares rechaçam.

Em tempo: na hora em que o projeto for a plenário, a maioria dos líderes ouvida pela coluna aposta que será aprovado. Existe, hoje, um sentimento na Casa de que é preciso fazer com que o STF entenda que legislar é função do parlamento, onde o ritmo nem sempre é o das decisões monocráticas. Aliás, a aprovação em 42 segundos, conforme revelam os próprios senadores em conversas reservadas, foi uma forma de dizer ao STF que, quando o Senado quer, ele também sabe decidir rapidamente.

Protejam o governo

Os ministros palacianos estão em sintonia e agindo em conjunto no sentido de reverter os tropeços da equipe de Lula em vários temas, inclusive na pauta de costumes. Partiu deles a ordem para a demissão dos responsáveis pelo fiasco da apresentação cultural no Ministério da Saúde e a ideia da reunião dos ministros políticos para cobrar uma “blitz” no Congresso, reunião esta revelada em primeira mão pela coluna.

Não deem motivo

A ordem é evitar que a oposição angarie discurso contra o Poder Executivo. A avaliação é a de que, numa sociedade conservadora como a brasileira, não dá para provocar polêmica, nem deixar passar a ideia de que há um liberou geral em relação aos costumes nos projetos governamentais. O momento é de cuidar da redução das desigualdades, do meio ambiente e da economia e se manter atento para não dar margem a críticas que possam refletir na sociedade.

Lá e cá

O governo, aliás, avalia que, na seara internacional, Lula e sua equipe têm se posicionado muito bem. Já no cenário doméstico, as crises se sobrepõem. A área de segurança se mostra fora de controle, e, na seara dos costumes, o Planalto se viu obrigado a pedir demissões no Ministério da Saúde, a fim de se ver livre de críticas. E já se sabe que o vídeo da dança erótica será usado na campanha eleitoral do ano que vem nos municípios, onde o PT espera voltar a eleger prefeitos de capitais.

Sem trégua

Se o presidente Lula vetar o marco temporal de demarcação de terras indígenas aprovado pelo Congresso, a tendência é a derrubada do veto. Afinal, foram 283 votos sim na Câmara e 43 no Senado.

Justo agora

O Brasil já assume o Conselho de Segurança da ONU com o desafio enorme de mediar os conflitos, não só na Europa quanto no Oriente Médio. A reunião de emergência convocada para este fim de semana em que o Hamas atacou Israel foi apenas o começo.

Frase

“Neste momento, precisamos reforçar a necessidade de diálogo e da construção de um caminho de negociação pela paz, não apenas neste caso, mas nas demais guerras deflagradas no mundo”

Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, ao se referir aos ataques do Hamas a Israel

A União nem sabe o que tem

Nem só de agricultura são feitas as preocupações do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Dia desses, ele foi alertado que, no escritório do ministério em São Paulo, há uma escultura de Nossa Senhora que pode ser de alto valor histórico. A avaliação será feita em breve.

Partidos se embolam em corrida para presidência da Câmara e negociações com governo

Publicado em Câmara dos Deputados, GOVERNO LULA, Política

Por Denise Rothenburg — O grupo mais ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acompanha com uma lupa os movimentos do PSD de Gilberto Kassab. O partido já colocou a pré-candidatura do líder da bancada, Antonio Brito (BA), à Presidência da Casa. De quebra, tem o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o da Comissão de Constituição e Justiça, senador Davi Alcolumbre (União-AP), jogando juntos. Isso deixa muita gente fora do jogo, em especial, o PP e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na Câmara, há a desconfiança de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deseja ganhar tempo porque sabe que quando virar o ano, Lira se tornará o que os americanos chamam de “lame duck” (pato manco), ou seja, um comandante sem a perspectiva de reeleição. O deputado sabe disso e, não por acaso, deixou grande parte das propostas de interesse do governo para quando voltar da Índia, depois de 20 de outubro.

Lira, porém, não deixará seu espaço de poder solto. Vai comandar a Casa até o último minuto do mandato. E, de preferência, fazer o sucessor. Nesse sentido, a convivência pós-lua de mel tende a ficar mais difícil se o governo e Lira não se acertarem de uma vez.

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Segurança e impostos

Esses serão os assuntos que a oposição está separando para tratar nas eleições municipais, caso o PT e aliados tentem nacionalizar as campanhas. A ideia é mostrar que os petistas querem ampliar os impostos e, de quebra, não conseguem resolver os problemas de segurança pública.

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Máfia não quer investigação

As autoridades ficaram numa situação difícil diante do fato de as facções criminosas do Rio de Janeiro terem executado os quatro bandidos apontados como os responsáveis pelo assassinato dos médicos, num quiosque da Barra da Tijuca. Deu a entender que ninguém quer mais investigação a esse respeito. Não por acaso, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou que isso não existe no Estado de Direito. As investigações vão continuar.

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A geopolítica do combustível

Para os brasileiros que estão por aí empolgados com os carros 100% elétricos, é melhor que pensem duas vezes. Em todas as entrevistas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem dito que a vocação do Brasil está nos biocombustíveis. E que o país não irá para o carro 100% elétrico — e dependente das baterias chinesas.

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Curtidas

Tête-à-tête I/ Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso (foto), e o do Senado, Rodrigo Pacheco, devem ir semana que vem a Paris para o Fórum Esfera Paris, comandado pela empresária Camila Camargo, filha do CEO da CNN, João Carlos Camargo. Outro ministro do STF que também deve comparecer é Gilmar Mendes.

Tête-à-tête II/ Outros nomes previstos no Fórum Esfera Paris é o do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Agenda europeia/ Antes de Paris, Pacheco fará uma parada em Portugal, onde participa, em Coimbra, da inauguração da Casa da Cidadania da Língua — que trabalhará em várias áreas de inclusão e intercâmbio cultural, de forma a fortalecer os laços entre os países lusófonos.

Só uma nota?/ O Ministério da Saúde divulgou nota para explicar que não compactua com a música e a dança erótica exibida em um evento oficial, esta semana, e que criou uma curadoria para tratar de futuras apresentações em suas dependências. Até o início da noite, não se tinha notícia de afastamento de quem permitiu esse vexame em um dos ministérios mais importantes da Esplanada.