A volta da velha briga

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A volta da velha briga

A disputa entre o fiscal e o social, que terminou por levar o ministro da Economia, Paulo Guedes, a se enfraquecer, volta com força ao palco e promete ficar assim até a eleição de 2022. Agora, quem puxa essa queda de braço é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Quem estava na plateia do IX Fórum Jurídico de Lisboa notou políticos se remexendo na cadeira quando Campos Neto alertou para a necessidade de o país seguir na linha de responsabilidade fiscal e reformas estruturais, justamente para conseguir sinalizar ao mercado uma capacidade de crescimento sustentável mais alto.

O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, também presente ao Fórum, respondeu no ato, dizendo que o país não pode levar em conta apenas as questões fiscais e que precisa “sobretudo” ter responsabilidade social. Há pouco mais de um ano, Marinho era chamado de “fura-teto” pela turma da Economia, inclusive Guedes. Com a dívida dos precatórios e a pandemia, Guedes refluiu na sua defesa intransigente do fiscal.

O detalhe é que Campos Neto não vai recuar. O BC, agora, tem autonomia e pode perfeitamente continuar com o seu périplo para mostrar a necessidade da responsabilidade nas contas públicas. Quem não gostar, paciência. Ele vai continuar falando em todos os fóruns políticos e jurídicos, aqui e além-mar.

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Postura de candidato/ Sergio Moro e a presidente do Podemos, Renata Abreu, foram ao Instituto do Coração, em São Paulo, colher sugestões para o programa de governo na área de saúde. E depois ainda tem gente dizendo que ele não irá concorrer ao Planalto.

Decepção tucana/ Tem um grupo de tucanos-raiz para lá de entristecido com o ex-governador Geraldo Alckmin (foto). Nas rodas de conversa, há quem diga que, depois de o partido dar a ele a prerrogativa de ser o candidato a presidente da República e fazer dele governador de São Paulo, era a hora de ajudar a agregar o PSDB, e não cuidar apenas de um projeto pessoal e de vingança.

De fora para dentro/ Bolsonaro no mundo árabe e Lula em Paris. É a polarização da disputa presidencial nos fóruns internacionais. O ex-presidente, em seu discurso lá fora, tem criticado o governo, dando o tom do que vem por aí na disputa presidencial de 2022. O périplo de Lula na Europa é devidamente registrado para exibição no horário eleitoral, com todas as honras e aplausos com que foi recebido.

Menos, Lula, menos/ As críticas do ex-presidente não foram tão bem recebidas pela turma do centro, quanto o foi pela plateia que ovacionou o petista no Instituto de Ciência Política de Paris. A turma a quem Lula tem recorrido para ampliar sua base política rumo a 2022 lembra que, Juscelino Kubitschek, mesmo exilado e perseguido pela ditadura militar, não falava mal do Brasil no exterior. Roupa suja, avisam alguns, se lava em casa.

 

A pressa, o atraso e a boca são inimigos da perfeição

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Nem tudo está perdido entre o presidente Jair Bolsonaro e o PL de Valdemar Costa Neto, apesar de o clima nas duas famílias continuar tenso. A declaração do chefe do Executivo sobre ter conversado com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e recebido um sim sobre uma possível candidatura ao governo paulista ajudou a piorar a situação, uma vez que a conversa não passou pelo aceite da bancada do PL nem pelo próprio Valdemar. O presidente da sigla tem dito em conversas com amigos que o partido se precipitou ao fechar o apoio ao vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), ao Palácio dos Bandeirantes. Porém, não dá para Bolsonaro querer impor um candidato a governador, ainda que haja uma divisão no PL sobre o apoio a Garcia.

Os estaduais querem apoiar o neo-tucano, mas os deputados federais têm lá suas dúvidas sobre o fôlego eleitoral do candidato, ainda mais se Geraldo Alckmin disputar o governo pelo PSD ou pelo União Brasil. E, depois que Márcio França quebrou esta máxima, que o governador de São Paulo no cargo não perde eleição, muita gente tem dúvida sobre o futuro de Rodrigo Garcia. O jeito agora é tentar ajustar tudo de forma a agradar a todos. Só tem um probleminha: Bolsonaro também não deseja apoiar Geraldo Alckmin, seu adversário em 2018 e hoje assediado pelo PT de Lula para a vaga de vice na chapa. E Tarcísio de Freitas não tem hoje uma relação com o PL. Da parte do presidente Jair Bolsonaro, porém, as chances de conseguir um partido com comando único, para o qual ele possa levar o seu pessoal, são cada vez menores. E, quanto mais demorar, mais correrá o risco de chegar a uma legenda cujos acordos eleitorais já estarão sacramentados, como este dos deputados do PL em apoio a Rodrigo Garcia.

Até aqui, de partidos com o comando único, restam o PL e o Republicanos, de Marcos Pereira, no qual a filiação do pessoal bolsonarista defensor de armamento é mais difícil por causa dos evangélicos. Os outros funcionam mais de forma colegiada, inclusive o PP. Até aqui, a demora do presidente em escolher a sua legenda se mostra como outro fator que pode impedir um casamento perfeito.

Esquece isso

Ninguém teve coragem de dizer isso com todas as letras ao presidente Jair Bolsonaro, mas há um grupo da política certo de que, se o presidente quiser mesmo derrotar o ex-presidente Lula, o melhor caminho é não concorrer à reeleição. Obviamente, Bolsonaro acredita que tem a faca e o queijo na mão para uma boa performance eleitoral e não fala em desistir. Mas, já tem gente ensaiando para levar esse discurso ao presidente.

Flávia, a pacificadora

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto brigam, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, é vista como alguém que pode ajudar a retomar esse diálogo com mais serenidade. Resta saber se Bolsonaro e Valdemar vão abrir espaço para que ela exerça esse papel.

Ser ou não ser

Nesses debates e cadastramento para as prévias, os tucanos concluíram que precisam urgentemente buscar uma identidade. O PSDB, que foi oposição ferrenha ao governo Lula, hoje não é nem governo nem oposição, nem tampouco lidera o chamado centro, uma vez que outros personagens se apresentam nesse momento com mais condições. Neste “limbo”, dizem alguns, não dá para ficar.

Prioridades

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, quer concluir a votação da PEC dos Precatórios até o fim do mês e a aposta geral dos aliados é a de que, nesse quesito, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, não criará problema. Enquanto isso, na Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira, trabalha para garantir as emendas de relator, com o recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Desoneração na pauta/ A presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Bia Kicis (foto), do PSL-DF, marcou para amanhã a votação do projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos, considerada a principal matéria para esta semana.

Presença de Rodrigo/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, desfilou em Lisboa como o candidato dos sonhos de muitos advogados presentes ao IX Fórum Jurídico de Lisboa, promovido pelo IDP, o antigo Instituto Brasiliense de Direito Público, que agora se chama Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa e continua capitaneado pelo ministro Gilmar Mendes. O senador tem reforçado dia e noite que é preciso pacificar o país, deixando de lado os extremos.

Escreve aí, Michel!/ Mal começou a circular a notícia em O Antagonista sobre a briga entre Bolsonaro e Valdemar, os deputados trocaram mensagens entre si com um pedido, “chama o Temer”. Tudo para ver se ele escrevia uma carta para Valdemar como fez depois do 7 de Setembro, quando ajudou a pacificar o país.

“O palavrão na língua portuguesa…/ … já está virando até delicadeza”, diz o dito popular.  E há quem diga que é tão comum na rotina do presidente Jair Bolsonaro, que nem Valdemar da Costa Neto levou tão a sério a discussão por WhatsApp.

 

O “jeitinho” está posto

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O “jeitinho” está posto

Uma das soluções que os deputados da Comissão Mista de Orçamento estudam para liberar as emendas de relator, as tais RP9, é aproveitar os projetos de remanejamento de recursos orçamentários deste final de ano, os tais PLNs, e trocar a “identidade” dessas verbas. Assim, em vez de se chamar RP9, receberão outro código identificador e ficarão fora do alcance da transparência requerida pela ministra do STF. Esse sistema que eles buscam, agora, é muito parecido com aquele usado pelos “anões do Orçamento”.

Corra, Rosa, corra

Alguns especialistas em orçamento temem que esse “jeitinho” dificulte a identificação dos padrinhos da destinação dos recursos das RP9 que, como o leitor da coluna pôde ver acima, é tudo o que os deputados beneficiados desejam. A correria, agora, é para que, quando o prazo de Rosa Weber começar a contar, parte das emendas de relator que até aqui não foram empenhadas ou liberadas esteja com outro nome e livre para liberação.

Ele, não

Aliados do ex-juiz Sergio Moro têm dito que não será fácil fazer de Luiz Henrique Mandetta, do União Brasil, ou mesmo a senadora Simone Tebet vice na chapa encabeçada pelo ex-ministro da Justiça. No Rio de Janeiro, por exemplo, o União Brasil tenta atrair Danielle, a filha de Eduardo Cunha, e Marco Antônio Cabral, filho de Sérgio Cabral. Ambos vão trabalhar dia e noite para deixar o partido bem distante de Moro.

Nem vem

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), apontada pelos moristas como o nome ideal para a chapa, também não terá o partido interessado em fechar com Sergio Moro. O ex-presidente José Sarney, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e Romero Jucá (MDB-RR) querem distância do ex-juiz.

A favorita

Luiza Trajano que se prepare: Gilberto Kassab, do PSD, não desistiu de tentar convencer a empresária a compor uma chapa à Presidência da República com Rodrigo Pacheco. E, para completar, Renata Abreu, do Podemos, também quer entrar nessa disputa pela empresária.

Trinta dias de agonia

Nos bastidores da sessão do Congresso que votou os projetos de remanejamento de verbas orçamentárias, só se falava daquilo: o prazo concedido pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal — e acolhido pela maioria da Corte — para que a Câmara dê transparência à distribuição de emendas de relator. Alguns parlamentares, confiantes de que não haveria uma lupa sobre esse dinheiro, destinaram verbas a municípios de estados onde não foram eleitos, atitude que, no mínimo, deixará os eleitores dessas excelências furiosos. O pior é que, se não houver uma boa justificativa, esses casos têm tudo para desaguar numa investigação pela Polícia Federal. “Rosa Weber mirou naquilo que viu e acertou no que não viu. Esta Casa vai ferver”, comentou um deputado à coluna. Assim que vier a publicação do acórdão e o prazo começar a correr, vai faltar Rivotril para acalmar essas excelências.

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Próximos passos/ Antes de cuidar dos vices, tanto Gilberto Kassab (foto) quanto Renata Abreu vão cuidar das composições regionais para fazer bancada. Renata está para lá de confiante na imagem de Sergio Moro para alavancar o partido.

Sentiu o tranco/ O comentário “ele não aprendeu nada”, feito por Jair Bolsonaro sobre a filiação de Sergio Moro ao Podemos, foi lido no partido do ex-juiz como um sinal de que o discurso do ex-ministro incomodou. Aliás, nas hostes bolsonaristas, muita gente diz que Moro vai, sim, tirar votos do presidente.

“Eu sou D’Ávila”/ O deputado Marcel Van Hattem, para que não fique dúvidas, reforça que foi à filiação de Sergio Moro ao Podemos porque havia sido convidado pelo próprio ex-juiz. “Como eu te disse, o Novo tem candidato, e eu apoio o Felipe D’Ávila.”

E a nossa Cris Lôbo virou luz/ O jornalismo político perde a perspicácia, o humor e a análise precisa de Cristiana Lôbo, uma referência de amor à vida e à notícia. Vá em paz, minha amiga, e ilumine o caminho daqueles que ficam. Ficam aqui os meus mais profundos sentimentos de gratidão por tantas aulas, risadas e parcerias ao longo de 30 anos de cobertura diária.

 

Cristiana Lôbo, uma referência do jornalismo com muita informação recheada de humor

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E lá se vai uma amiga e uma referência. Cristiana Lôbo, nossa Cris Lôbo, ou “Lobinha”, como chamávamos muitas vezes de forma carinhosa, deixou sua marca de bom humor, generosidade e perspicácia por onde passou. Eu a conheci como comecei a trabalhar no Globo, em julho de 1989. Quando vim para o Correio, em 1997, ela estreou na Globonews, onde com seu jeito simples e elegante de transmitir as notícias, fez escola e ensinou a muitos de dentro e de fora da emissora. Quando fui para a Rede Vida de Televisão, onde faço comentários diários para o jornal da Vida e sou âncora do Programa Frente a Frente, ela me deu uma aula de televisão, que guardo até hoje. Na convivência diária da cobertura política, não foram poucas as vezes em que, quando a excelência começava a “enrolar” nas conversas no cafezinho da Câmara ou do Senado, ela logo soltava esta: “Vamos Deni, vamos procurar outra fonte, porque essa aqui não está disposta, E táxi parado não pega passageiro”.

No corre-corre do dia-a-dia, não era raro ficarmos horas à espera das fontes e Cristiana nos salvou muitas vezes com sua generosidade e perspicácia. Não foram raras as vezes em que, cheguei ao cafezinho do Senado, e ela já rodeada de fontes e colegas da Globonews, dizia, “Deni, vem para cá”. Certa vez, na Câmara, Aldo Rebelo, no papel de articulador politico do governo Lula, passou quase o dia todo evitando a imprensa. De repente, lá vem ele com o celular ao ouvido. Estávamos à espera e, de repente, Cristiana se levanta e para bem na frente dele. “Rebelança, se é para enrolar, enrola direito”. Aldo, sem entender, ainda manteve o celular colado ao ouvido. E ela emendou: “O celular tá virado!” Foi a única que notou e, graças a rapidez dela, a “Rebelança _ mistura de Aldo com liderança”, como dizia nossa Cris Lôbo __, na mesma hora, muito sem graça, largou o telefone e conversou longamente conosco.

De a generosidade e de uma leveza ímpar, Cristiana era ainda detentora de uma memória de causar inveja a muitos, inclusive eu. Numa das salas de embarque do aeroporto de Brasília, por exemplo, enquanto aguardávamos o vôo para ir ao velório de Jorge Bastos Moreno, no Rio, Cristiana sacou uma história do fundo do baú, que provocou muitas risadas em Murilo,  seu marido e companheiro de uma vida, Helena Chagas e Bernardo, marido de Helena. Cris contou que, um belo dia de 1990, Moreno chegou na redação O Globo com uma caixa de pinhas (ata, fruta de conde), sua fruta predileta. Ela, sentada numa mesa mais distante da porta da redação, abriu um sorriso. Moreno, porém, foi em minha direção e me entregou a caixa. “Só para me deixar com ciúmes!”, contou a nossa Cristiana naquela sala de embarque. Eu, sinceramente, não me lembrava. Mas Cristiana, sim. “Eu saí de lá triste e ele com aquela cara de ‘me vinguei da nega'”. Ali, Cris teve inclusive a ideia de colocar a historia no texto em que homenageou o “compadre”.

Na história de Cris, só um reparo: Pinha também é a minha fruta predileta, mas o relato fica muito mais saboroso do jeito que ela percebeu a atitude de Moreno. Moreno se foi em 2017. Querido amigo Jorge, receba a nossa Cristiana, sua comadre e nossa eterna referência. A esta altura, os dois devem estar discutindo no céu, dando risadas e degustando as melhores pinhas do universo.  A Murilo, seu marido, Bárbara, Gustavo, seus filhos, e aos netos e todos os familiares, ficam aqui os meus mais profundos sentimentos. Obrigada por tudo, Cris.

Viva Cristiana Lôbo.

Auxílio Brasil tem valor médio de R$ 220 em novembro

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Deputado João Roma
Crédito: Vinicius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press.

Antes de embarcar para a Itália, junto com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Cidadania, João Roma, disse ao blog que a folha de novembro para pagamento do Auxílio Brasil, novo programa social e permanente do país, já está pronta com a correção da inflação, o que representará um reajuste de 17,8%. Como a PEC dos Precatórios ainda não foi aprovada, o “ticket médio”, como ele se refere ao auxílio, será de R$ 220.  Logo, terá muita gente recebendo bem menos do que isso. Significa que não se chegou ao “no mínimo” R$ 400 prometido pelo presidente Jair Bolsonaro.  Se não houver fonte de receita, é aí que vai ficar. Se aprovada a PEC, o governo pagará a diferença em dezembro.

O ministro reforçou que “não há planos de prorrogar o auxílio emergencial. “O programa social do governo chama-se Auxílio Brasil e será pago já no mês de novembro. A folha inclusive já está fechada”, diz ele.

Valdemar quer atrair os Bolsonaro para garantir bancada de, pelo menos, 30 deputados

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O vídeo-convite que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, gravou chamando o presidente Jair Bolsonaro, filhos e apoiadores para se filiar em seu partido é uma operação já calculada para ajudar e alavancar a eleição de deputados federais, número que é um “ativo” para garantir fundo partidário e tempo de televisão. As contas do partido indicam que, sem coligação e com os Bolsonaro, o PL pode manter, no mínimo, a bancada dos 33 deputados que elegeu em 2018, quando atendia pela sigla PR. Se o PSL, que era desconhecido naquela época elegeu 52 deputados federais em 2018, o PL nã destaca chegar a este número, uma vez que o bolsonarismo costuma seguir as orientações do presidente.

No DF, o nome mais forte hoje do Partido Liberal é o da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, considerada a aposta para o Senado e que já tem hoje o apoio de Bolsonaro. Nesse cenário, a deputada Bia Kicis, atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça e que pretende seguir com Bolsonaro para onde ele for, mas não tem isso como líquido e certo, é a deputada Bia Kicis. Ela ainda não decidiu em qual partido se filiará.

Em jantar, Eduardo Leite atribui problemas econômicos à insegurança de Bolsonaro

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De todos os jantares promovidos pela Esfera, uma associação de financistas e empresários paulistas, nenhum atraiu tanto a nata paulistana quanto este, para ouvir o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que disputa as prévias do PSDB para escolha do candidato à Presidência da República. Chegou ao ponto do dono da casa, o empresário e jornalista João Carlos Camargo, ter que providenciar sanduíches às pressas, porque, os 60 confirmados inicialmente se transformaram em 115, dada a curiosidade do empresariado e até familiares, a respeito do discurso e do pré-candidato. “Dólar alto e queda da bolsa hoje se dá mas pela insegurança transmitida pelo presidente da República. Terei um governo com especialistas em todas as áreas, economia, saúde e educação, mas quem vai negociar com o Congresso sou eu”.

Leite chegou pontualmente as 19h e saiu pouco depois das 23h. Foi sabatinado por quase duas horas, depois de uma explanação inicial, de 15 a 20 minutos. Perguntaram-lhe a respeito de tudo, inclusive sobre o adversário interno, João Doria. “Quem tem menor rejeição? Eu. Se Dória resolver o problema da rejeição, não tenho nenhum problema em apoiá-lo, nas não estou vendo isso. Vejo que vou ganhar as prévias”.  E sem citar o governador paulista, Leite mencionou que tem como característica saber ouvir as pessoas que o outro concorrente ouve para “rebater”.

A impressão de alguns dos presentes, pelo menos, foi a de que estavam diante de uma pessoa que “não tem nariz empinado” e nem é personalista ao ponto de querer impor uma candidatura a qualquer custo. Leite, alias, deixou claro que não será obstáculo a uma construção do centro que aglutine o eleitorado. “O país precisa é sair dessa maluquice”.

O Esfera planeja levar dentro de alguns dias o governador de São Paulo, João Dória, que, até aqui, não encontrou espaço na agenda para esse encontro. Afinal, dizem aliados do governador paulista, os empresários e representantes de fundo de investimento já conhecem Dória, suas propostas e acompanham de perto seu governo.

 

PEC da Tributária vira tábua para três crises

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PEC da Tributária vira tábua para três crises
Ao dizer que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pode “evoluir na análise da Proposta de Emenda Constitucional 110 (reforma tributária) ainda este ano”, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), dá uma saída honrosa para o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP): colocar em pauta a PEC 110, o que deve levar algumas semanas, e, em seguida, colocar em pauta a sabatina de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em votação.
Assim, Alcolumbre teria em pauta um tema que é cobrado pelo mercado, como uma luz para tentar arrefecer a crise econômica. Ajuda os governadores, que estão contra a mudança do cálculo do ICMS, aprovado pela Câmara na quarta-feira. E, de quebra, dá um tempo para resolver o imbróglio gerado pelo atraso na sabatina de Mendonça. Falta combinar, porém, com os governistas e com os senadores que estão irritadíssimos com essa “birra” do presidente da CCJ.

 

Ponto sem retorno
Davi Alcolumbre não conseguirá abrir uma sessão da CCJ sem ser cobrado pela sabatina de André Mendonça. O presidente Jair Bolsonaro também não pode ceder ao senador. Se o fizer, ficará desmoralizado.

 

Placar
A avaliação dos senadores é a de que Alcolumbre não marca a sabatina porque não tem número para rejeitar a indicação de Mendonça para ministro do STF.

 

De fora para dentro não vai
Em vários estados, a onda provocada pelos apoiadores de Eduardo Leite na prévia que escolherá o candidato do PSDB ao Planalto é vista com desconfiança, porque está mais incensada por quem não tem voto dentro do partido. Além disso, vem de Minas Gerais a ideia de fazer de Leite candidato a vice numa chapa encabeçada por Rodrigo Pacheco.

 

Por falar em economia…
A fala do presidente sobre privatizar a Petrobras foi bem recebida pelo mercado, porém não pelo mesmo motivo de Bolsonaro. O presidente quer se livrar do imbróglio do preço dos combustíveis. O mercado quer é se livrar da intervenção política na estatal.

 

… o futuro é logo ali
No governo, há quem também olhe para essa privatização com bons olhos, e por outros motivos. É que, atualmente, mesmo um mau negócio no petróleo é considerado um bom negócio. Porém, no futuro, com a sustentabilidade e as novas fontes de energia, a tendência é o mundo, aos poucos, abandonar os combustíveis fósseis.

 

Guedes na Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou aos parlamentares que vai marcar a audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no plenário da Casa, já na semana que vem. A ideia é que ele explique logo a offshore de forma a virar essa
página de desgaste.

 

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Eles escolheram outro/ O ex-ministro Aloizio Mercadante (foto) ensaiou seu ingresso como interlocutor do mercado da pré-campanha do PT à Presidência da República. Deu água.

O preferido/ Com os ex-ministros da Fazenda de Lula queimados ou cuidando da vida fora da órbita petista, o mercado prefere conversar com o ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando Haddad — que, aliás, foi o convidado do jantar promovido pela Esfera, instituição que reúne empresários e financistas em São Paulo.

Veja bem/ Haddad disse aos presentes que Lula está maduro e não chegará com sede de vingança contra aqueles que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff, nem tampouco aqueles que o levaram à cadeia. Essa desconfiança, porém, não se dissipou.

Flávia em movimento/ A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, trabalha com um olho na articulação política de Bolsonaro e outro na sua base eleitoral no DF. Esta semana, ela entregou 12 eletrocardiógrafos ao Instituto de Cardiologia do DF, o antigo Incor-DF, adquiridos com suas emendas ao Orçamento da União.

Ibope baixo/ Por essa o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) não esperava. Ele foi tomar a segunda dose da vacina contra covid-19 num posto de saúde e foi alvo de xingamentos, do tipo “miliciano”, “genocida” — e por aí foi. Tem deputado bolsonarista dizendo internamente que evita sair em fotos com o senador dono da mansão de R$ 6 milhões.

Mais um “abacaxi” para Paulo Guedes

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Senadores já foram alertados por investidores e analistas de mercado, esta semana, de que as incertezas sobre tributos e, em especial o projeto que modifica o IR, levaram o país a perder este semestre R$ 50 bilhões no mercado de venture capital, capital de risco que investe, especialmente, em startups. A Esfera Brasil, que surge como uma nova Lide empresarial, ouviu alguns especialista e detectou essa trava nos investimentos. Antes do projeto, por exemplo, entraram no país algo em torno de R$ 30 bilhões. Agora, quando os donos do dinheiro olham o retorno do investimento, fica difícil apostar por aqui.

Esse freio dos investidores no Brasil será cobrado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, fragilizado por causa da notícia da offshore no paraíso fiscal, terá que dar explicações à Câmara dos Deputados. É o pior momento, seja na economia, seja na política, para o presidente Jair Bolsonaro.

Rodrigo Pacheco atende bancada feminina
Se depender do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o Congresso vai derrubar o veto ao fornecimento de absorventes higiênicos para mulheres carentes. Ele, inclusive, já entrou em contato com a consultoria de orçamento para verificar os recursos necessários para isso.

Cuidado e poder
Em reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), líderes partidários pediram novo adiamento da volta das sessões presenciais. O Departamento Médico da Casa tem recebido entre 20 e 22 pessoas, diariamente, com suspeitas de covid-19. E como o ano já está quase no fim, a recomendação é deixar para voltar apenas em 2022. Politicamente, os líderes também conseguem manter um poder a mais sobre as decisões.

Governo se vacina
A coletiva no Ministério da Saúde com a família Zé Gotinha, para apresentar o planejamento da vacinação contra covid-19 para 2022, foi vista como um sinal de que o governo sente o desgaste por não ter apostado tudo nos imunizantes desde cedo, e quer corrigir esse rumo para o ano que vem. Afinal, já está comprovado que quanto mais pessoas vacinadas, mais se reduz a possibilidade de desenvolvimento da forma grave da doença e a necessidade de internação.

PT compara 2022 a 2002, porém…
Perguntado se apresentaria uma nova carta aos brasileiros, para assegurar equilíbrio na economia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse com todas as letras que não seria necessário, pois tem o seu governo para mostrar que é capaz de uma gestão eficiente. Só tem um probleminha: naqueles primeiros anos de governo, Lula pegou um cenário externo favorável e, agora, o mundo passa por muitas dificuldades.

Ficou a lição/ Na entrevista que deu na passagem por Brasilia, o pré-candidato Lula citou que um presidente da República não deve escolher presidente da Câmara. Lembrou que quem escolhe são os deputados e cabe ao chefe do Executivo conviver em harmonia com quem for eleito.

Ouviu, PT?/ Em 2015, Dilma Rousseff perdeu muita substância ao, junto com seus articuladores políticos — Aloizio Mercadante e Pepe Vargas —, trabalhar pela candidatura de Arlindo Chinaglia à Presidência da Câmara, contra Eduardo Cunha. O resultado foi a instabilidade logo no início do segundo mandato, que a levou ao impeachment.

Ouviu, Lira?/ O recado vale, ainda, para o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, que jogará todas as fichas em Bolsonaro porque o PP deseja manter o poder e teme que o PT repita o que fez com Cunha. De quebra, ainda tem o MDB de Renan Calheiros, em Alagoas, aliados de Lula e seus adversários ferrenhos.

Michelle no circuito/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro foi recebida em evento embaixada da Índia, e, tal e qual em agosto, não dispensou a dança. A foto é de um amigo da coluna. Ela, como quase todas as primeiras-damas que o país já teve, não costuma dispensar os convites no circuito das embaixadas.

Luiz Miranda pede socorro a senadores

Publicado em CPI da Covid, Política

O deputado Luiz Miranda (DEM-DF) telefonou nesta segunda-feira para senadores da CPI da Pandemia para pedir uma ajuda nesta terça-feira, no Conselho de Ética. Miranda fez apelos para que alguns intercedessem junto a deputados do conselho. O relator é o deputado Gilberto Abramo, do Republicanos, eleito por Minas Gerais. É bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e aliado ao governo.

A preocupação do deputado deixou a muitos senadores a certeza de que Luiz Miranda não gravou a conversa com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, onde esteve junto com o irmão, Luiz Ricardo, para denunciar cobrança de propinas na Saúde na compra de vacinas.

Em várias oportunidades, o deputado Luiz Miranda deu a entender aos senadores que havia gravado a conversa. Em entrevista ao CB.Poder, disse com todas as letras que teria como provar cada palavra dita a Bolsonaro. E acrescentou não saber que seu irmão tinha alguma gravação do encontro com Bolsonaro.