Autor: Ronayre Nunes
Blog da Denise publicado em 23 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg
Da mesma forma que os partidos não vão atender ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que digam, o quanto antes, que caminho percorrerão em 2026, nenhuma das agremiações de centro chancelará, no curto prazo, uma candidatura presidencial que tenha o sobrenome Bolsonaro — seja Eduardo Bolsonaro, seja a ex-primeira-dama Michelle. A vontade dos partidos de centro, hoje, é buscar um nome que derrote tanto o petismo quanto o bolsonarismo.
Os partidos de centro, que têm conversado — e muito —, acreditam que o bolsonarismo e o petismo estão perdidos quanto ao melhor caminho a tomar, diante da inelegibilidade do ex-presidente. O petismo, avaliam alguns, encontrará dificuldades, em especial, por causa da ausência de um plano que recupere a imagem do país junto aos investidores. Lula mudou sua comunicação, o que fez subir o número de visualizações na internet, mas ainda não conseguiu acertar o passo entre a área política e a econômica do seu governo.
Não acabou
O fato de o ministro Flavio Dino, do Supremo Tribunal Federal, ter liberado parte das emendas destinadas às ONGs, não significa que tudo serão flores no relacionamento entre a Corte e o Congresso a partir de agora. Com as investigações em curso, muitos outros bloqueios estão por vir.
Alerta do BC
Acostumados a avaliar com uma lupa as atas do Comitê de Política Monetária (Copom), os economistas dos bancos perceberam algo inédito no último relatório: “A ata instou as instituições financeiras a terem especial vigilância na concessão de crédito. E não é usual. Fomos checar com inteligência artificial e tudo em todas as atas anteriores. Não é usual o Banco Central incluir uma mensagem prudencial, num texto essencialmente sobre política monetária. Eles também estão olhando com preocupação essa questão”, disse o economista-chefe do Banco Itaú, Mário Mesquita, em palestra no Lide Brazil Economic Forum, em Zurique.
A chegada de Hugo
O jantar do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), amanhã, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), é interpretado pelo governo como um sinal de que, no papel de presidente da Câmara, distribuirá o jogo e fará gestos. Falta definir, porém, a calibragem entre situação e oposição, algo que Hugo avisou que será definido no dia a dia. Ou seja, não tem essa de fechar com um lado ou com o outro.
Preocupante
Especialistas que monitoram as políticas públicas na educação brasileira consideram que o bloqueio de R$ 6 bilhões em recursos do programa Pé-de-Meia, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), acendeu um alerta para a necessidade de reforço e de eficiência na gestão dos recursos — como governança e transparência. “O Pé-de-Meia pode reduzir a evasão escolar, mas recursos e boas ideias, sem controle, são uma conta que não fecha. Estamos próximos da conclusão do Plano Nacional de Educação (PNE), com metas e objetivos para a próxima década, e isso depende de caminhos concretos para ser bem executado. Incerteza e insegurança não podem permanecer na pauta do MEC”, adverte Letícia Jacintho, presidente da Associação De Olho no Material Escolar.
CURTIDAS
O importante era falar/ Bolsonaro abre o jogo ao dizer por que foi candidato a presidente da Câmara por três vezes: “Tinha chance de ganhar? Zero! Mas tinha direito a 10 minutos na tribuna”, disse, em entrevista à Revista Oeste. Referia-se aos discursos dos candidatos, num dia de casa cheia e boa audiência na TV Câmara.
Nossos comerciais, por favor/ Bolsonaro contou que, naquela época, discursou dizendo que petistas promoviam fake news ao espalharem, na internet, que a reforma trabalhista acabaria com os direitos — como férias e 13º salário. No governo, há quem atribua essa lembrança, agora, a uma forma de o ex-presidente tentar empatar o jogo diante das acusações de que
disseminou mentiras.
Périplo acadêmico/ Depois de passar pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, e pelo Brazil Economic Forum, em Zurique, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso (foto), fará um circuito de palestras por universidades norte-americanas. Vai a Yale e a Harvard. Tudo antes de voltar ao Brasil, para a abertura dos trabalhos do Judiciário.
Contem aí/ Em suas visitas, Barroso terá a oportunidade de colher, in loco, a avaliação dos intelectuais americanos a respeito desses primeiros acordes do governo de Donald Trump,
nos Estados Unidos.
Ibaneis anuncia investimento bilionário em energia limpa no DF
Zurique — Ao participar do Brazil Economic Forum, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou investimentos captados pelo GDF da ordem de R$ 1,2 bilhão em transformação energética da capita da República. Até 2026, a ideia é ter energia limpa, em especial, a fotovoltaica, em todos os prédios públicos, inclusive federais. No caso do governo federal, conforme anunciou Ibaneis, o primeiro será com o Supremo Tribunal Federal, para que 95% da energia usada pela Suprema Corte seja limpa, produzida pelo governo do DF. “A ideia é promovermos a integração com os órgãos federais, a fim de termos 80% da energia limpa em todos os órgãos públicos. Essas medidas estão transformando a capital do país”, afirmou o governador.
Diante da ideia do governo Trump, nos Estados Unidos, de insistir nos combustíveis fósseis, diz Ibaneis, caberá aos governos locais trabalhar na manutenção da agenda da sustentabilidade. “Esperamos que a COP30 nos ajude nesse caminho”, pontuou Ibaneis.
O governador do DF disse, que, da sua parte, o dever de casa está em curso. Além do esforço para limpar a energia usada nos prédios públicos, ele citou a iniciativa de seu governo, da não cobrança de IPVA dos elétricos e híbridos, o que ajuda nesse caminho da energia limpa e alavanca toda uma indústria. “Na época, fui muito criticado, mas os números indicam que estamos certos”. Em 2021, foram vendidos no DF 1.590 veículos híbridos e/ou elétricos. Em 2024, esse número subiu para 40 mil. “Só perdemos para São Paulo na fora de veículos híbridos ou elétricos, que seguem no caminho da energia limpa”, lembrou Ibaneis.
“O objetivo de todas as medidas é tornar Brasília um exemplo de transição energética”, disse o governador, seja nas faixas de renda mais abastadas, seja naquelas mais modestas. “No mundo, temos um bilhão de pessoas sem acesso a energia. É preciso levar inciativas para a população de baixa renda. Já reduzimos a cobrança da energia para pessoas de baixa renda, agora é a hora e levar a energia limpa”, diz.
A preocupação do DF hoje é evitar que, em 2025 e nos anos seguintes Brasília volte a viver o que houve no ano passado, quando o DF ficou enfumaçado por quase dois meses. “Estamos passando por um grande problema que e o aquecimento global. E temos sofrido muito. No ano passado, não foi fácil. Cidade ficou às escuras pelas queimadas. E temos que nos preparar permanentemente”, disse o governador, que pretende terminar o mandato com um milhão de mudas de árvores plantadas no Distrito Federal. “Brasília já é uma das cidades mais verdes do mundo”, afirmou.
No painel de Ibaneis, estavam ainda o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), que passou por problemas semelhantes em seu estado no ano passado. Essa preocupação tem que ser permanente, não dá para ficar apenas na época da seca. É preciso prevenção e estamos nos preparando nesse sentido”, afirmou. Também estiveram empresários, como Wagner Carvalho, da W Energia, e Celso Fiori, da Mercúria Brasil, empresas que têm o foco na sustentabilidade climática.
Ibaneis saiu do Lide Brazil Economic Forum direto para uma visita à empresa líder global na geração de energia a partir de resíduos sólidos, a Kanadevia Inova, com sede na Suíça. Ele tem visitado outras empresas desse segmento, porém, até aqui todas as consultas teriam que ter investimentos públicos. A ideia de Ibaneis é fazer uma concessão, para que a empresa invista no DF. Ele calcula que é possível atrair investimentos da ordem e R$ 1 bilhão em novas iniciativas de energia limpa.
A inclusão do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entre os indiciados no inquérito da tentativa de golpe de Estado, acendeu o alerta entre os integrantes do partido. Alguns, inclusive, consultaram juristas para saber se pode haver a extinção da legenda. A avaliação de muitos operadores do direito foi de que se ficar comprovado que o PL deu dinheiro para o grupo que planejou o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, isso pode ser caracterizado como financiamento de organização paramilitar, conforme a Lei 9.096, de setembro de 1995. Enquanto prosseguir a investigação, ninguém está tranquilo.
O recado do processo
Integrantes de tribunais superiores dizem que o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro é pedagógico para o futuro: quem quiser ser candidato e ter sucesso na política, seja pela direita ou pela esquerda, que tome distância de extremistas. Atos violentos e ameaças a eleições e aos eleitos estarão sempre sujeitos a punições.
CNU em foco
O governo trata de jogar para escanteio qualquer especulação ou receio de cancelamento do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), levantado a partir da ação na Justiça de Tocantins, sobre a eliminação de concorrentes. A ação adiou a divulgação do resultado do certame, mas não levará ao cancelamento, conforme informação do Ministério da Gestão à coluna. De lá, vem a notícia de que houve um “acordo judicial firmado pela União com o MPF (Ministério Público Federal) e a Cesgranrio justamente para garantir a integridade e a continuidade do concurso”.
Cadê o PNE?
O Ministério da Educação enviou, em junho, o Plano Nacional da Educação (PNE) para o decênio de 2024 a 2034. A Câmara dos Deputados até agora não o votou e segue em tramitação. Fonte do MEC afirma que a pasta não vai “pressionar” ou “passar por cima dos Poderes” para que o plano seja aprovado ainda este ano. Até aqui, a Casa apenas prorrogou o PNE anterior e vai deixar esse serviço para o ano que vem.
De Nice a Belém
Os presidentes do Brasil e França, Lula e Emmanuel Macron, firmaram um compromisso bilateral para priorizar a proteção dos oceanos e dos ecossistemas marinhos e costeiros. “Nosso objetivo é desenvolver uma economia azul justa e sustentável, fortalecendo, ao mesmo tempo, a resiliência das comunidades marinhas e costeiras”, explicaram. Em junho de 2025, a cidade francesa de Nice sediará a Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano (Unoc), organizada pela França e pela Costa Rica. A ideia é inserir a proteção dos oceanos nas pautas prioritárias da COP30, em Belém, em novembro de 2025.
Se for a voto…
…passa. O deputado Evair Melo (PP-ES) acusa a base do governo de fazer “terrorismo” contra o projeto da anistia aos golpistas do 8 de janeiro de 2023. E avisa: “Posso afirmar, com toda certeza, que o humor dentro da Câmara dos Deputados não teve nenhuma alteração. Essa acusação de golpe e essas condenações do Alexandre de Moraes são cheias de vícios. Na hora em que o
projeto for a plenário, será aprovado”.
Na contramão de Haddad/ Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer reduzir os benefícios tributários para as empresas, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) vem com uma proposta para facilitar o acesso ao crédito de pequenas e médias empresas para tentar sanar as dificuldades que têm no sistema financeiro tradicional e que traz novos benefícios: “Os ganhos com esses instrumentos terão isenção de Imposto de Renda e IOF, uma estratégia que já mostrou eficácia ao fortalecer setores como o agronegócio e o mercado imobiliário”, acredita.
Bateu, levou/ A rede X continua servindo para troca de sopapos virtuais entre autoridades. A mais recente foi entre o senador e ex-juiz Sergio Moro (UB-PR) e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Em resposta a uma publicação de Paes no X, onde chamou o juiz afastado Marcelo Bretas de “delinquente”, Moro rebateu: “Delinquentes eram seus amigos que ele prendeu”. O prefeito replicou: “Recolha-se à sua insignificância. Aqui você não cresce! Lixo!”.
O périplo de Hugo/ Depois de garantir o apoio dos partidos políticos, Hugo Motta agora se reúne com bancadas estaduais para fechar os votos e agradecer o apoio. Além do Piauí (leia post no Blog da Denise, no site do Correio), ele já se encontrou as bancadas de Alagoas, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima. A ideia é concluir essas conversas até o fim do ano e dedicar janeiro de 2025 a um pente-fino antes da eleição, em fevereiro.
Os pedidos de cada um/ Esses encontros têm sido importantes para que Hugo Motta relacione as prioridades de cada estado. Em algumas das conversas, os governadores têm participado.
Pendência federal: após eleições, chega a decisão sobre emendas parlamentares
Texto por Denise Rothenburg — Terminada a eleição neste domingo, entra em campo a decisão sobre as emendas. Faltam R$ 11 bilhões a serem pagos, sendo R$ 4 bilhões em transferências, R$ 2 bilhões em emendas de bancada e R$ 5 bilhões em emendas de comissão. Até aqui, a proposta de transparência a ser votada no Parlamento trata apenas do futuro, ou seja, não há propostas para dar visibilidade ao que foi liberado até aqui. Entre os congressistas, prevalece a tendência de dizer ao Supremo Tribunal Federal que, se o ministro Flávio Dino quiser um foco de luz sobre o passado, terá que pedir ao Poder Executivo.
Tema espinhoso
Ciente de que os governadores tentarão empurrar a crise da segurança pública no colo do governo federal, o presidente Lula chamou todos os gestores estaduais para uma reunião na semana que vem. Quer tratar do assunto olho no olho. O que levou a esse movimento foi o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, declarar com todas as letras que nenhum estado conseguirá combater o crime
organizado sozinho.
PL sob alerta
As denúncias que envolvem o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) em desvio de dinheiro público deixou o PL em polvorosa. A dois dias eleição e com o partido na luta para ficar com 18 dos 103 municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores, esse escândalo pode atrapalhar candidatos em outras praças além de Goiânia. Todo o cuidado é pouco.
Por falar em PL…
A relação entre Valdemar Costa Neto e o ex-presidente Jair Bolsonaro já foi melhor. Mas ninguém quer saber de rompimento agora. O que Bolsonaro deseja é ter liberdade para indicar os candidatos ao Senado e, se continuar inelegível, o nome ao Planalto.
Muita calma nessa hora
Com a segunda presença em evento internacional cancelada devido à queda que sofreu no Alvorada, a avaliação dos petistas é de que a saúde de Lula requer cuidados. Apesar do vigor e força de vontade do presidente, fica claro que é preciso uma adaptação de agenda e a limitação de viagens longas ao que for estritamente necessário. A COP29, em Baku, no Azerbaijão, é uma delas.
Otto Alencar, menos um
A escolha de Otto Alencar (PSD-BA) para líder do governo neste período de afastamento do senador Jaques Wagner (PT-BA) vai muito além do talento do senador pedessista. Alencar figurava entre os possíveis pré-candidatos à Presidência do Senado. Agora, não figura mais.
Michelle no ataque/ Com a prisão de Wilmar Lacerda, ex-dirigente do PT, sob a acusação de pedofilia, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro partiu para cima. Em suas redes sociais, lembrou as denúncias de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Sílvio Almeida e tascou: “Começo a pensar: será que a sigla do partido significa
Partido Taradão?”
26 vídeos/ Apesar de afirmar que não guarda rancor, Pablo Marçal (PRTB) lembrou que Silas Malafaia não fez nenhuma crítica gravada ao candidato do PSol e dedicou 26 ao ex-coach. “Era muito simples resolver isso comigo, e não conseguiram resolver, nem o Bolsonaro, nem o Tarcísio, nem o Nunes, nem o Malafaia. Então, que Deus tenha piedade. Agora era bom o Malafaia ajudar pelo menos na oração, porque não gravou nenhum vídeo contra o Boulos, mas contra mim ele gravou 26”, falou ao final da
entrevista com Boulos.
Por falar em final…/ Marçal ainda aproveitou a audiência do encontro com Boulos para pedir votos a candidatos bolsonaristas em Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Campo Grande e Fortaleza. Quer manter a influência no meio político e… ganhar dinheiro na internet com lives polêmicas como a de Guilherme Boulos.
Enquanto isso, no Maranhão…/ Em Imperatriz (MA), a candidata Mariana Carvalho (Republicanos), que recebeu na cidade a senadora Damares Alves e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, acaba de perder o apoio do presidente estadual do seu partido, Aluísio Mendes. Ele disse que não pode apoiar uma candidata que se aliou à “organização criminosa” de Josimar do Maranhãozinho, suspeito de desvio de recursos de emendas.
Entre as decisões que estão no forno do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a mudanças climáticas, está a exigência de que o governo federal desloque, ainda no período das chuvas, todo o aparato de combate a incêndios para os municípios que sofrem com a estação da seca. O levantamento indica que 20 municípios brasileiros concentraram praticamente 85% das queimadas deste ano. Portanto, se o governo atuar preventivamente nessas localidades, conseguirá evitar o país defumado.
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E tem mais/ A outra decisão judicial que vem por aí, porém, para o médio prazo, é cumprir a lei que estipulou o CAR (Cadastro Ambiental Rural) em 2012, ainda no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff. E, a partir do CAR, acelerar o PRA (Programa de Regularização Ambiental). Com esses dois instrumentos será possível, por exemplo, exigir o reflorestamento de matas ciliares a proprietários que descumpriram a legislação em vigor. Vale lembrar que o governo federal não ficou nada feliz quando o ministro Flávio Dino determinou ações imediatas de combate aos incêndios. Mas, se não adotar medidas de prevenção, será obrigado a cumprir novas ordens judiciais relacionadas a um serviço que já deveria estar em fase de planejamento e separação dos recursos. Afinal, com a COP30 logo ali, é preciso mostrar agilidade na proteção ambiental.
Alerta aéreo
Panes em aviões da Força Aérea Brasileira têm ganhado alguma recorrência neste fim de ano. Primeiro, o avião de Lula que ficou no ar por mais de 4 horas queimando combustível para poder pousar. Agora, um caça caiu ao apresentar falhas. E não é por falta de recursos. O Ministério da Defesa tem R$ 9,4 milhões destinados à modernização e revitalização de aeronaves e sistemas embarcados.
Próximos capítulos
A contar pelas últimas reuniões dos congressistas, as propostas a serem analisadas para regulamentar as emendas se referem apenas aos orçamentos futuros. Conforme o leitor da coluna já sabe, o STF vai cobrar as destinações passadas, baseado na decisão da ministra Rosa Weber, em 2022. Sem o cumprimento do voto de Rosa, chancelado pelo plenário, não tem emenda impositiva liberada.
“Mais lento que tudo”
É grande a insatisfação de técnicos e até mesmo de parlamentares com o esvaziamento do Congresso devido ao segundo turno das eleições municipais. Várias pautas importantes estão paradas e sessões de comissões são desmarcadas na última hora. Resta saber se haverá tempo hábil para votar tudo que é essencial neste ano.
Oceano também pede socorro
O Brasil sai mal na foto do clima em 2024, e não apenas pelas queimadas. Os oceanos também preocupam, e pela sujeira. Um estudo da ONG Oceana Brasil revelou que o país é o 8º no ranking dos que mais jogam plástico nos mares, e o
1º da América Latina. Para quem quer sair bonito na COP29, em Baku, e sediará a COP30, em Belém, o brasileiro, de maneira geral, ainda tem muito a trabalhar nas questões ambientais.
Quem viu, quem vê/ Depois de dizer há alguns meses que Ricardo Nunes “não era o candidato ideal”, agora, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez questão de se associar ao prefeito. Disse que jogou no “meio campo” no primeiro turno.
O que ele quer/ Jair Bolsonaro age neste segundo turno para manter seu nome vivo junto ao eleitorado e mostrar que ainda é o grande representante da direita para 2026. Assim, se não conseguir ganhar na Justiça o direito de ser candidato, terá condições de indicar o nome do PL para concorrer contra o PT de Lula.
Portos em debate/ A Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) fará seu 11º encontro amanhã, no Clube Naval de Brasília, com a presença da secretária executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori (foto). O tema deste ano será “Transição energética no setor marítimo — ameaças e oportunidades para os terminais portuários brasileiros”.
A mudança é geral/ A descarbonização no transporte marítimo é considerada essencial para a agenda do clima. O modal é responsável por 3% das emissões de gases do efeito estufa em todo o mundo. A meta da Organização Marítima Internacional é chegar a 2050 com emissões líquidas zero. É preciso alinhar os esforços o mais rapidamente possível para cumprir esse objetivo.
Coluna publicada em 29 de setembro, por Carlos Alexandre
A uma semana da eleição municipal, está evidente que a crise climática teve baixíssimo apelo para o eleitorado e no debate entre os candidatos, ao menos nas principais capitais do país.
Em São Paulo, uma das cidades que ficaram cobertas por fumaça espessa em razão das queimadas, o percentual de eleitores muito preocupados com a emergência climática é ínfimo. Segundo pesquisa Datafolha realizada no fim de agosto, apenas 3% dos paulistanos veem como prioridade combater as enchentes — e somente 1% exige providências para as mudanças climáticas.
No Rio de Janeiro, o cenário é semelhante. O mesmo Datafolha indica que apenas 4% dos eleitores avaliam que o futuro prefeito deve dar prioridade às enchentes. Segurança, saúde e educação lideram as preocupações de quem irá às urnas no próximo domingo.
Em Porto Alegre, capital do estado devastado pelas enchentes em maio, um dos pontos mencionados na campanha eleitoral é o reforço do sistema contra cheias e a recriação do Departamento de Esgotos Pluviais, desativado em 2017.
Em suma, a crise ambiental afeta cada dia mais o cotidiano do eleitor, mas permanece distante das urnas.
Cartilha eleitoral
A fim de auxiliar o eleitor a escolher o candidato que expressa alguma preocupação com o meio ambiente, o Greenpeace lançou a cartilha Confirma pelo Clima. O documento pode ser acessado gratuitamente e estabelece as relações entre crise climática e outras pautas, como saúde, educação, moradia e gestão de recursos.
Olho neles
A cartilha detalha, ainda, o papel de cada um dos ocupantes de cargo público — em particular prefeitos (as) e vereadores (as). A mensagem do Greenpeace é clara é direta: “Vote por cidades preparadas para a crise climática”.
Fogo e fumaça
Nunca é demais lembrar: os efeitos da crise climática não afetam apenas grandes áreas verdes, como os biomas. Têm forte impacto nas cidades, onde vivem mais de 120 milhões de brasileiros. Recordemos os últimos acontecimentos, como os danos à saúde provocados pelas queimadas em Brasília, São Paulo, Manaus e outras cidades. Ainda na capital federal, dezenas de escolas suspenderam as aulas em razão da má qualidade do ar.
Chuva e blecaute
O drama não ocorre apenas em período de seca. No verão de 2023, mais de 2 milhões de paulistanos ficaram sem energia elétrica por causa das chuvas. Em maio e junho deste ano, o país ficou estarrecido com a dimensão da tragédia no Rio Grande do Sul. E os temporais voltaram a provocar medo e destruição no estado nos últimos dias.
Que autoridade?
No governo federal, anunciou-se a criação de uma autoridade climática para atuar de maneira mais eficiente no enfrentamento da emergência ambiental. Não está claro ainda, porém, qual peso teria essa instituição e quem estaria à frente dela. Corre-se o risco de a discussão ficar no meio do caminho, com o fim do ciclo de queimadas e início da temporada de enchentes e temporais.
A última de Marçal
Um estudo divulgado pelo Instituto Democracia em Xeque (DX) conclui que a estratégia digital de Pablo Marçal traz novos riscos à democracia. Com as contas nas redes sociais suspensas desde agosto, o candidato à prefeitura paulistana mantém a hegemonia na internet graças à “indústria dos cortes” e à premiação aos seguidores que postam conteúdo sobre o ex-coach. Essa estratégia constitui, segundo o DX, um item adicional no rol de ameaças que as redes sociais sem regulamentação representam para o processo político.
Novo paradigma
“Nesse novo paradigma, o pleito é visto como uma oportunidade de sequestrar a economia da atenção das plataformas digitais para promover uma pirâmide financeira baseada em trabalho precarizado e aliciamento de eleitores que pode ser considerada ilegal de acordo com a legislação eleitoral”, alerta o relatório.
Outro lado
Sobre sua atuação nas redes sociais, a campanha de Pablo Marçal tem dito que atua dentro das regras do TSE. E que interrompeu os pagamentos a seguidores.
Coluna publicada em 28 de setembro, por Carlos Alexandre
Após reiterar suas convicções sobre a agenda internacional no plenário das Nações Unidas, o presidente Lula retorna ao Brasil com alguns embaraços e ao menos duas missões complicadas na bagagem. As declarações sobre o acordo da Ucrânia e a acusação de que o governo de Israel comete genocídio no conflito contra o Hamas e o Hezbollah, além de não serem novas, tiveram efeito nulo sobre esses conflitos.
A ofensiva do governo de Benjamin Netanyahu contra Beirute e outras localidades nos últimos dias mostrou que os apelos da comunidade internacional caíram no vazio. Mais do que gastar saliva em fóruns internacionais, o governo Lula precisa correr para retirar os brasileiros que estão na linha de fogo de Israel no Líbano.
Há ainda questões internas e regionais que precisam ir além do discurso. Como não se ouviu nenhuma palavra sobre a escandalosa manobra de Nicolás Maduro para se manter no poder em um simulacro de eleição, prossegue o constrangimento, para o Brasil, de ter como vizinho um regime que agride a democracia sem qualquer escrúpulo, instituindo um regime de exceção na América do Sul.
Por fim, o governo Lula precisa ter uma ação mais efetiva no problema ambiental, agravado pela onda de queimadas. Há muito a se fazer para o Brasil chegar à COP 30 em Belém com um repertório de medidas concretas que tratem de desmatamento, licenciamento ambiental, regularização de terras indígenas e outras urgências.
Mais um
O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli anulou as decisões contrárias ao Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, investigada na Operação Lava-Jato. Toffoli entendeu que a conduta do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da força tarefa corroeu “as bases do processo penal democrático”. Com a decisão, Léo Pinheiro obteve o mesmo benefício concedido a Marcelo Odebrecht, personagem central do escândalo do petrolão.
Dilema empresarial
Homenageado durante o seminário Lide de governança corporativa, o chairman do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, alertou para a distância entre a prática empresarial e a política. “A capacidade empresarial do brasileiro é indiscutível. Temos exemplos de grandes competências. Por que falhamos tanto no campo político?”, questionou em discurso. Elie Horn, sócio-fundador da Cyrela, também recebeu homenagem do grupo Lide.
Chega para lá
A Justiça paulista concedeu medida protetiva a Duda Lima, marqueteiro do candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes, contra Nahuel Medina. No início da semana, o assessor de Pablo Marçal deu um soco em Duda Lima. O juiz Mens de Mello determinou que o agressor e a vítima fiquem a uma distância de no mínimo dez metros. Há uma expectativa do que pode acontecer nos próximos debates entre os candidatos.
Conta salgada
Os efeitos econômicos da crise climática continuam. A conta de luz vai ficar mais cara. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira vermelha, patamar 2, a partir de outubro. Um dos motivos é falta de chuvas e o encarecimento da energia elétrica. Com o reajuste, serão cobrados R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Procuradores do G20
O Ministério Público Federal será o anfitrião do primeiro encontro entre os procuradores-gerais dos países membros do G20. A reunião terá, entre outros objetivos, estreitar a cooperação para o combate ao crime organizado. Estão na mira ilícitos transnacionais como tráfico de pessoas, crimes cibernéticos e ambientais. A Cúpula ocorrerá no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de outubro.
Força-tarefa
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, “tratase de uma iniciativa pioneira, que proporcionará um foro global de diálogo entre os chefes do Ministério Público dos países integrantes do grupo, fomentando o intercâmbio de conhecimento entre os órgãos de investigação e persecução penal sobre temas jurídicos estratégicos na atualidade.”
Terminal zero
Quarta-feira, 14h, Rodoviária do Plano Piloto. Localizado entre o Palácio do Planalto e o Palácio do Buriti, o terminal que ocupa lugar central na história de Brasília está em estado de lástima. Apenas uma escada rolante funcionava no local. Em vários pontos, ambulantes vendiam o que podiam – frutas, camisetas, bermudas, fones de ouvido e toda sorte de produtos – em tabuleiros improvisados ou em cima de panos esticados ao chão. Tão perto do poder, tão longe da cidadania, a Rodoviária está esquecida.
O incansável Eurípedes
Personagem histórico de Ceilândia, o ex-senador e ex-deputado distrital Eurípedes Camargo recebe homenagem hoje. Além de fundador da Associação dos Incansáveis Moradores de Ceilândia, grupo fundamental para a valorização dos direitos dos moradores da cidade, Camargo participou ainda da elaboração da Lei Orgânica do Distrito Federal. A homenagem será às 15h, na Escola Parque Anísio Teixeira (EPAT), em Ceilândia Sul.
POR LUANA PATRIOLINO — A disputa para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara começou bem mais cedo do que se esperava — e apesar do período eleitoral, de Congresso vazio, continua a todo vapor. O deputado deixará o cargo somente em fevereiro de 2025, mas os deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) articulam intensamente para costurar apoio na votação.
Embora sem emitir sinais de que tem alguma preferência, o Palácio do Planalto vem acompanhando de perto essa movimentação. Afinal, não dá para deixar o barco correr depois da derrota histórica do governo Dilma Rousseff, que, em 2015, endossou a candidatura do petista Arlindo Chinaglia contra Eduardo Cunha. O então emedebista venceu a disputa e, um ano depois, deu início ao processo que resultou no impeachment da presidente.
O que as urnas dirão?
O governo Lula 3 corta um dobrado para consolidar a base no Legislativo. Mesmo com figuras essenciais, como o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e o vice-presidente Geraldo Alckmin, o Planalto tem dificuldades em lidar com um Congresso fragmentado e com o poder do Centrão nas duas Casas. A expectativa é para aquilo que emergirá das urnas, em outubro. Se o leque de apoios do governo sagrar-se vencedor, o diálogo fluirá com mais facilidade.
Abraço de afogado
Se as pesquisas estiverem corretas, em São Paulo a disputa, agora, é entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol). O performático Pablo Marçal (PRTB) já é visto como carta fora do baralho — assim como José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB). O tucano anunciou que não apoiará ninguém caso caia no primeiro turno. A deputada é mais polida — e tende a fechar com Boulos. O problema é o influenciador: se ficar neutro, seus votos devem migrar para Nunes. Mas, caso declare apoio à reeleição do prefeito, pode dar um abraço de afogado.
Será mesmo?
Seja como for, Pablo Marçal chega em 2026 com um patrimônio considerável de votos e conhecido nacionalmente por conta do histrionismo. Tem verbalizado que tentará a Presidência da República. Mas como o que ele fala não se escreve, pode migrar para a disputa — por São Paulo — de uma das duas vagas ao Senado. O que será um tormento para o bolsonarismo.
“Vai dar ruim”
Um dos que estará na briga pelo Senado, representando a direita, certamente é o hoje deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O outro será, a princípio, alguém fechado em acordo entre o ex-presidente e o governador Tarcísio de Freitas. Pode ser Marçal? Pode, pois até lá ele tem tempo para pedidos de perdão e de composições diversas. Mas, a preços de hoje, o influenciador é visto mais como elemento desestabilizador do que agregador.
Invasão de território
Depois de perder espaço para Nunes entre os eleitores evangélicos, segundo a recente pesquisa do Datafolha, Marçal agendou para amanhã um encontro virtual com pastores e líderes religiosos. Gravou vídeo convidando para uma videochamada no começo da tarde. O influenciador volta a invadir a seara do bolsonarismo — que não aceitará isso passivamente — e pode ter cometido pecado mortal.
Use com moderação
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) tem discutido com os congressistas a importância de o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) salvaguardar o trabalhador no momento da demissão e financiar habitação, saneamento e mobilidade. Segundo a entidade, tramitam 202 projetos no Congresso que criam novas hipóteses de saque do Fundo. “Só com o saque-aniversário, R$ 121 bilhões deixaram de ser utilizados na habitação. Até 2030, o impacto pode chegar a R$ 230 bilhões”, lamenta o presidente da CBIC, Renato Correia.
Mão na massa
Mais de 600 pessoas participam do SDGs in Brazil, promovido pelo Pacto Global da ONU — Rede Brasil, em Nova York. Entre eles, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e a skatista e medalhista olímpica Rayssa Leal (foto). Eles se juntaram a lideranças empresariais, governamentais e cientistas para discutir, entre outros temas, a sustentabilidade. “O crescimento do interesse das corporações por iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável é animador, mas é preciso ir além. Todos os agentes da sociedade precisam agir”, disse à coluna Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU.
Sem vínculo trabalhista
Duas novas decisões do STF confirmam a inexistência de vínculo de emprego em contratos de franquia. Destacando o princípio constitucional da livre iniciativa, o ministro Nunes Marques cassou acórdãos do TRF-4 que reconheciam o elo entre donos de corretoras de seguro franqueadas e a Prudential. Até agora, a seguradora saiu vitoriosa em 23 ações no Supremo.
Por Denise Rothenburg — Escalado para resolver o problema das emendas junto aos congressistas, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, entrou em rota de colisão com os parlamentares. Lá no começo do governo, ele montou o PAC Seleções, um braço do Programa de Aceleração do Crescimento, e buscou contato direto com os prefeitos, sem passar por deputados e senadores. Agora, é visto por eles como um dos principais responsáveis pelo embate desta temporada.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende demitir seu ministro da Casa Civil por causa desse enfrentamento. Afinal, Rui faz o que o presidente deseja. O problema é que, para não brigar diretamente com Lula, os parlamentares farão o que puderem para enfraquecer o ministro. Inclua-se aí não
colocar recursos no PAC.
Até com ele
Muitos registraram como “muito rude” a forma com que o ministro da Casa Civil tratou seu colega da Justiça, Ricardo Lewandowski, no período de análise das propostas sobre segurança pública. E a história corre léguas na Esplanada, onde muitos ministros reclamam de Rui Costa.
Veja bem
Lewandowski não é um ministro qualquer. Quando saiu do Supremo Tribunal Federal (STF) para a aposentadoria, havia fila em sua porta pedindo pareceres jurídicos sobre os mais diversos temas. Foi para o governo atendendo a um convite — quase um apelo —, de Lula para ajudar e não para ouvir descomposturas públicas do ex-governador da Bahia.
A hora de dar o troco
Palestrante do seminário Esfera no Rio de Janeiro, a ex-senadora Kátia Abreu, hoje CEO do BRZ Consulting, lançou a ideia de o governo endurecer nas exigências em relação a produtos importados provenientes de países que usam fontes de energia poluentes. “Se os países estrangeiros impõem exigências para comprar nossa comida, muitas vezes com boicote, temos que fazer o mesmo em relação aos produtos que importamos, sejam carros ou outros”, diz.
Estatizar não é o caminho
Os planos do governo chileno de estatizar a exploração de lítio terminou por se transformar num grande erro geopolítico, conforme abordado no seminário Esfera no Rio de Janeiro. O movimento chileno gerou uma evasão de investimentos no país para esse setor e não deve voltar. “O lítio não é raro; rara é a sua industrialização”, lembrou a CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral.CURTIDAS
Reflexos econômicos/ O empresariado que mantém os olhos em negócios no Brasil coloca um pé atrás por causa da suspensão do X. “O mundo inteiro está olhando a briga entre Elon Musk e o juiz (Alexandre de) Moraes, e se espera que governo não feche o Twitter e não feche a Starlink, porque vai perder muita credibilidade”, disse o bilionário Marcelo Claure, que planeja investir por aqui.
O recado da Loterj/ O presidente da Loterj, Hazenclever Lopes Cançado, foi direto ao cobrar mais atenção do governo federal às bets: “O Rio de Janeiro se contrapõe à União, que está permitindo que mais de 4 mil plataformas trabalhem de forma ilegal no país”. Ele afirma que já passou do hora de resolver isso.
Agosto passou… e setembro passará/ A aposta dos líderes partidários é de que, com a política voltada às eleições municipais, a definição de uma candidatura do Centrão para presidente da Câmara ficará para outubro. E esse acordo está mais difícil do que fazer chover em Brasília.
Não mexam com elas/ Palestrante do seminário Esfera no Rio de Janeiro, a ex-senadora Kátia Abreu (foto) aproveitou o jantar, no Palácio Laranjeiras, para posar ao lado de judocas olímpicas — a medalhista brasileira Larissa Pimenta e a italiana Odete Giuffrida, que competiu com Larissa em Paris.
Por Denise Rothenburg — A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear as contas da Starlink, que atende à Região Norte do país em conexões de internet, divide os ministros da Corte nos bastidores e amplia, no Parlamento, o conjunto daqueles que pensam que o ministro está extrapolando nessa briga com o bilionário Elon Musk. A avaliação de muitos é a de que o X precisa cumprir a decisão judicial e, nesse campo, Moraes terá apoio às suas decisões. Mas não dá para colocar a outra empresa — no caso, a Starlink —, que atende aos brasileiros em uma região de baixa densidade populacional.
Jogando quase parado
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, não pretende pedir que Antônio Brito (PSD-BA) retire a candidatura à Presidência da Câmara. A avaliação interna é de que, com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) bem situado no Senado, Brito tem grandes chances de emplacar entre os
colegas deputados.
O pós-eleição
Empresários já suspeitavam que o Orçamento de 2025 chegaria ao Congresso com despesas vinculadas a propostas de aumento de impostos para as empresas e seus acionistas. Agora, vão trabalhar as bancadas para tentar reverter isso a partir de outubro, quando as excelências passam a analisar as despesas e as receitas para o ano que vem.
Sem ar, vai ceder
A aposta das excelências é de que Poder Executivo acabará vencendo os deputados por causa da “inanição”. É que as emendas estão bloqueadas e só voltam a ser liberadas se houver um acordo pela transparência.
Onde pegou…
Nas conversas desta semana sobre o assunto, o governo tentou impor limites aos valores destinados às emendas de comissão e às de bancada, mas os deputados não toparam. Assim, conforme o leitor da coluna já sabe, ficou tudo para meados
de setembro.
… e vai continuar pegando
Deputados que dividem as emendas de comissão e de bancada não querem ser obrigados a jogar recursos em obras estruturantes. Preferem manter as “rachadinhas”, apelido dado às emendas de bancada divididas como as individuais, em estados que têm menos de 15 deputados.
Jantar com Huck/ Políticos e empresários reunidos no Forum Esfera deste fim de semana, no Rio de Janeiro, ouviram, ontem à noite, em jantar no Palácio Laranjeiras, painel com a participação de Luciano Huck sobre o “Futuro do Brasil: Inovação e Reformas Estruturais”, com mediação do CEO da CNN Brasil, João Camargo, fundador do think tank Esfera.
Aí tem/ A participação de Huck em eventos políticos é lida por parlamentares como um sinal de que o empresário e apresentador não desistiu da política. Porém, alguns garantem que, hoje, ele está mais focado no Rio de Janeiro.
Mau sinal/ Huck comentou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Acho ruim o que aconteceu hoje (ontem). Quando o Judiciário interfere nas empresas, afugenta o investidor. Tem que dialogar”, analisou.
Por falar em Rio…/ Jair Bolsonaro continua como o maior cabo eleitoral de seu partido na capital. Candidatos e vereadores pelo PL colocam a imagem do ex-presidente na propaganda com mais destaque do que a do candidato a prefeito, Alexandre Ramagem (foto).
Cansaço/ Perguntada sobre como está a situação da Venezuela, uma jovem venezuelana em férias no Brasil resumiu assim: “Não aguentamos mais
Nicolás Maduro”.