Comissão do Senado tem 12 sabatinas com embaixadores em um dia

arte corrida
Publicado em Política
arte corrida
Arte corrida votação no Senado. Editoria de Arte/CB

DENISE ROTHENBURG

A pressa para nomeação de embaixadores, relatada aqui pela coluna esta semana, chegou ao Senado. A Comissão de Relações Exteriores (CRE) tem 12 sabatinas marcadas para esta terça-feira, sendo quatro presenciais e oito remotas. Só tem um detalhe: nenhum relator apresentou parecer ainda. A praxe da CRE tem sido dar uma semana para que cada parlamentar avalie o parecer do relator, de forma a conhecer o currículo dos indicados antes das sabatinas. Desta vez, a pressa promete gerar constrangimentos
no plenário.

Estão na lista das sabatinas presenciais a indicação para o Vaticano, Achilles Xaluar; para a FAO, Carla Barroso; para Roma, Fernando Magalhães; e para a Unesco, Paula Alves de Souza. As sabatinas por videoconferência incluem Benedicto Fonseca Filho (África do Sul) Evaldo Freire (Mauritânia), Fernando Abreu (Tunísia), Hélio Vitor Ramos Filho (Argentina), Henrique Sardinha (Guatemala), Leonardo Monteiro (Guiné Equatorial), Marco Farani (Vietnã) e Rubem Amaral (Sudão).

Muitos embaixadores estão preocupados com essas sabatinas e com receio de o Brasil acabar passando por algum constrangimento, porque, mesmo se o presidente Jair Bolsonaro for reeleito, terá que reposicionar o Brasil no cenário internacional e há dúvidas se os perfis seriam os dos embaixadores indicados. No caso da eleição de Lula, a mudança certamente virá.

Giro internacional

As urnas mal começam a chegar às sessões eleitorais e já tem gente na equipe de Lula pensando em agenda na Europa, como presidente eleito. A ideia é estreitar laços em países como a França.

Preserve-se

Geraldo Alckmin já foi aconselhado por amigos a não aceitar qualquer ministério num eventual governo Lula. Um vice-presidente, avaliam muitos, não pode ser subordinado ao presidente. E, se algo der errado na área destinada ao vice, seja qual for, ele será considerado culpado.

Tiro no pé

Viraliza nas redes sociais um vídeo em que duas pessoas vestidas de verde e amarelo pedem voto útil em favor de Lula, com uma paródia da música “deixa isso pra lá”, de Jair Rodrigues, em que o casal indiretamente chama Simone Tebet e Ciro Gomes de “ninguém”. No MDB, o vídeo foi considerado um desrespeito.

E o debate, hein?

Depois do último confronto, tarde da noite, a avaliação geral era de que não foi ali que o eleitor silencioso e desconfiado da política definiu o seu voto. “As regras precisam mudar”, prega o cientista politico Antonio Lavareda, disposto a barrar os candidatos que menos pontuam nas pesquisas, leia-se o candidato do PTB, Padre Kelmon, que virou meme na mesma noite, depois do embate com Lula.

Dilma na área

A ex-presidente Dilma Rousseff (foto) gravou uma mensagem para os eleitores do DF: “O debate do voto útil não inclui, não pode e nem deve incluir candidatas ou candidatos bolsonaristas, porque, aí, o voto seria inútil”, afirma Dilma, numa campanha aberta por Rosilene Correia, a candidata ao Senado pelo PT, que corre o risco de perder votos para Flávia Arruda, numa campanha pelo voto útil contra a ex-ministra Damares Alves.

Por falar em DF…

Candidatos do PL para a Câmara dos Deputados estão preocupadíssimos com a perspectiva de o partido perder um caminhão de votos. É que, com o fim da candidatura de José Roberto Arruda, todos os votos dados a ele serão considerados inválidos.

Enquanto isso, na Bahia…

A curva ascendente do candidato do PT, Jeronimo Rodrigues, tem preocupado os aliados de ACM Neto. É que, em 2006, quando a eleição estava polarizada por lá, o petista Jaques Wagner começou bem atrás e venceu no primeiro turno, embalado por Lula.

… o destino prega peças/

Se houver segundo turno, ACM Neto precisará dos votos do ex-ministro João Roma, do PL, seu antigo aliado, compadre, com quem está rompido há mais de um ano e brigou feio no último debate.

Regras limitam espaço para confronto direto entre Lula e Bolsonaro

Publicado em Política

 

 

 

 

 

 

O primeiro debate entre os principais candidatos à Presidência da República começa daqui a pouco e terá poucas chances para o confronto direto entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que, de acordo com as pesquisas, mantêm a disputa polarizada. Um dos únicos momentos que possibilitará um embate entre os dois será no primeiro bloco, quando Bolsonaro abre a rodada de candidato pergunta para candidato. Ele escolherá um adversário para fazer perguntas e cada candidato só pode ser perguntado uma vez, para que todos tenham a chance de participar. Lula será o quinto, conforme a definição por sorteio. O segundo a perguntar será Ciro Gomes (PDT) , seguido por Luiz Felipe D’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (UB). Simone Tebet (MDB) será a última. Portanto, quando chegar a vez de Lula fazer a pergunta, dificilmente ninguém terá feito pergunta ao presidente da República. A segunda chance de confronto é no terceiro bloco, mas o sorteio ficou com a seguinte ordem de perguntas: Simone Tebet, Soraya Thronicke, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Lula e Luiz Felipe D’Ávila. A hipótese de “sobrar”  Lula para Bolsonaro, ou Bolsonaro para Lula, é praticamente zero. O segundo bloco será dedicado a pergunta dos jornalistas com tema livre, onde o jornalista escolherá quem pergunta e quem comenta. Cada candidato também só poderá ser escolhido uma vez.

O debate desta noite é promovido pela Band, TV Cultura, Uol e Folha de S. Paulo começa 21h, com transmissão ao vivo pelas emissoras do pool, além de YouTube e Uol.  A ordem de posicionamento de cada candidato no palco foi definida por sorteio. Luiz Felipe D’Ávila, Soraya Thronicke, Simone Tebet, Jair Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes. Bolsonaro e Lula lado a lado. Um registro histórico e imperdível.

Temer está em clima de campanha nas redes sociais

Publicado em coluna Brasília-DF, Michel Temer, Política

Em suas redes sociais, Michel Temer segue com uma espécie de pré-campanha presidencial. Em seu Instagram, por exemplo, a imagem de destaque, neste fim de semana, era uma foto dele, as cores da bandeira do Brasil e as palavras “pacificação, articulação, conhecimento, união e diálogo”.

Veja bem

A avaliação de emedebistas que estão diariamente com o ex-presidente é de que ele teria tudo para atrair um grande time de políticos. Só tem um probleminha aí: o MDB não se uniria nem a Temer.

Por Denise Rothenburg, notas publicadas na coluna Brasília/DF de 24 de julho de 2022.

Entre a intervenção e o mercado, sobraram os vouchers

ilustração de Bolsonaro com voucher
Publicado em Política

Denise Rothenburg

A fala do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, dizendo que quem define preço de combustível é a Petrobras, e não o governo, foi feita justamente para mandar um sinal ao mercado financeiro de que o Poder Executivo não abandonou o viés mais liberal da economia. Na área econômica, tem se repetido um mantra de que não dá para abandonar os fundamentos de defesa da economia de mercado, que ajudaram na obtenção de apoios empresariais na eleição de 2018.

» » »

Nesse sentido, resta ao governo partir mesmo para a distribuição de vouchers aos caminhoneiros, motoristas de aplicativos, taxistas e por aí vai. Falta combinar, porém, com a legislação eleitoral, que não permite essa distribuição em ano de eleição. As exceções são para casos de calamidade e de estado de emergência. Algo que não está descartado, se for a única saída para dar um alívio aos segmentos que mais precisam dessa ajuda.

Cheque em
branco, não

Enquanto acerta o que fazer para tentar aliviar o peso do reajuste dos combustíveis na vida de caminhoneiros e motoristas, o presidente da Câmara, Arthur Lira, buscou a oposição para assuntar o que os partidos de esquerda aceitariam. As legendas não disseram nem sim nem não. Querem, primeiramente, ler tudo o que for proposto.

Se não pode ajudar…

… não atrapalhe. O Centrão e o centro juntos têm votos suficientes para aprovar qualquer proposta que ajude na redução do preço dos combustíveis, mas as consultas à oposição vêm no sentido de evitar atrasos. Se os oposicionistas sacam o “kit obstrução”, vai ser difícil aprovar os projetos no curtíssimo prazo.

Ganha-perde

A aprovação do teto do ICMS dos combustíveis bagunçou as contas do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do Rio de Janeiro e causou desconforto no Tesouro Nacional, um dos atores desse processo. Com a mudança do ICMS dos combustíveis, o Rio deixará de arrecadar R$ 8 bilhões, cruciais para o RRF do estado.

Roubou a cena

O programa de governo e o próprio Lula ficaram em segundo plano na reunião convocada para discutir o projeto do petista ao Planalto. O destaque nas redes foi a reclamação do vereador e ex-senador Eduardo Suplicy (PT), de que o programa de renda básica de cidadania não havia sido incluído no projeto, nem ele havia sido convidado para a reunião. Aloizio Mercadante, embora não seja o responsável direto pelos convites, levou a culpa.

CURTIDAS

Em 2023…/ A Frente Parlamentar do Empreendedorismo, capitaneada pelo deputado Marco Bertaiolli, aproveitou seu tradicional almoço para discutir a proposta do deputado Domingos Sávio (PL-MG) que cria a figura do decreto legislativo do Congresso Nacional para sustar decisão do STF que extrapole os limites constitucionais.

…vem polêmica/ Sávio discorreu sobre a proposta por meia hora e citou casos em que o STF legislou em vez de julgar. Depois da sua palestra, no almoço, os deputados comentavam, à boca pequena, não acreditar que a proposta seja debatida em 2022. Já tem confusão demais este ano.

Mas vontade existe/ Na reunião, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), por exemplo, não fugiu do debate. “O Parlamento está acovardado. Precisamos fazer com que não seja refém do STF”, disse ela, que defende mandato definido para os ministros da Suprema Corte.

Veja bem/ O momento não é considerado propício para essa discussão. Afinal, se tem algo que todos concordaram foi que o STF cumpriu o papel de assegurar a democracia e segurar radicais nos momentos de tensão.

De petistas a bolsonaristas/ O ministro Gilmar Mendes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), reuniu autoridades dos mais variados governos e autoridades dos Três Poderes no jantar, por adesão, em comemoração aos seus 20 anos de Corte. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, por exemplo, veio a Brasília especialmente para o encontro. Passaram por lá advogados ligados ao presidente Jair Bolsonaro e outros simpáticos ao PT e ao centro.

Projeto uniformiza regras de fiscalização e limita malabarismos fiscais

Publicado em Política

 

Depois de tentar padronizar e uniformizar as alíquotas de ICMS nos estados, o Congresso agora vai tentar fazer a mesma coisa com a fiscalização das contas públicas. A ideia está num projeto apresentado esta semana pelo deputado Fábio Trad (PSD-MS), que organiza nacionalmente a fiscalização das finanças públicas. A proposta abrange a auditoria do SUS, prevista pela Lei Complementar 141 de 2012, mas nunca efetivada. Inclui ainda o controle interno, com base nas jurisprudências do STF, a fiscalização exercida pelos tribunais de contas e pelo Poder Legislativo, e, ainda, aquela a cargo do Ministério Público de Contas.

A uniformização das regras é considerada fundamental para acabar com a prática de estados adotarem entendimentos próprios das normas fiscais, o que permite, por exemplo, a burla aos limites de gasto com pessoal, de endividamento e de gastos mínimos com saúde e educação. Essa padronização faz com que os tribunais de contas de todo o país tenham diretrizes comuns para a fiscalização e as metodologias de cálculo sejam uniformes e alinhadas às contas feitas pela União.

Na justificativa da proposta, o deputado Fábio Trad afirma que essa mudança “proporcionará ganhos de eficiência para o Poder Público e maior segurança jurídica para os administrados, especialmente àqueles que, pelas mais variadas circunstâncias, devem prestar contas a mais de um Tribunal em razão das distintas origens de recursos que aplicam”. O deputado é direto: “Sem essa padronização, instaura-se ambiente propício para tratamentos assimétricos, por vezes casuísticos, que resultam na falta de isonomia e injustiças na relação federativa”, defende Trad.

A Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC) considera que o projeto moderniza a fiscalização das contas públicas, atualmente muito diversa entre os diferentes estados. “Ao dar diretrizes nacionais à fiscalização, o projeto do deputado Fábio Trad aumenta a transparência das contas e a qualidade do gasto público. Ele permite uma fiscalização mais assertiva que garante a aplicação dos recursos conforme estabelecido pela legislação. Além disso, é uma proposta que valoriza o pacto federativo porque impede interpretações discrepantes e submete todos os estados aos mesmos entendimentos”, diz o presidente da ANTC, Ismar Viana.

Prazo para julgar contas

Outra iniciativa do projeto é a fixação do prazo de 90 dias a partir do recebimento da instrução do Tribunal de Contas da União para que o Congresso Nacional julgue as contas do Presidente da República. Essa é uma das principais obrigações da função fiscalizadora do Legislativo, mas frequentemente acaba postergada atendendo a interesses políticos.

Padronização da atuação dos auditores

O projeto também regula a atuação dos auditores dos tribunais de contas. Segundo o deputado, diversas Cortes “têm sido negligentes na organização e funcionamento do órgão incumbido pela função de investigação referente a auditorias, inspeções e demais procedimentos de fiscalização, sendo verificadas formas precárias de atuação dos agentes designados para realizar tais procedimentos”.

Um dos problemas apontados pelo parlamentar é o uso de agentes comissionados ou de servidores concursados para atividades menos complexas e até de pessoal terceirizado e servidores cedidos de órgãos jurisdicionados para a execução do trabalho de controle externo que é típico da função dos auditores.

“Esse ponto da proposta é fundamental para garantir a lisura dos processos de controle externo. Sem a garantia de que a fiscalização seja feita por auditores concursados para a função, corre-se o risco, por exemplo, de um servidor cedido pelo governo do estado ser responsável por auditar as contas do próprio governo, seu órgão de origem”, explica Ismar Viana, da ANTC. Viana destaca ainda que esta medida é uma proteção inclusive para os jurisdicionados, que são os órgãos fiscalizados pelos tribunais de contas, já que a iniciativa permite uma auditoria técnica, com garantias para evitar interferências. A lupa agora ficará mais forte.

 

 

10 a 1: sem chance para reverter cassação 

Publicado em Política
O placar da condenação de Daniel Silveira no Supremo Tribunal Federal dificultará a ação de seus aliados no Parlamento. A tendência do Legislativo hoje é buscar a pacificação entre os Poderes. Diante da maioria do STF, não haverá muito o que fazer. Se a Câmara chancelou quando foi uma decisão monocrática, não será agora, com a acachapante derrota de Silveira, que a Casa irá mudar o seu posicionamento.
A ideia dos congressistas é aproveitar o feriado para chegar a uma definição a respeito. Ou seja, se resolve logo o caso na Mesa Diretora da Câmara, apenas acatando a decisão do STF, ou se leva ao plenário. Em princípio, a ideia é, quanto antes este assunto sair de cena, melhor.

À flor da pele
O bolsonarismo sai do julgamento do caso do deputado Daniel Silveira ávido para buscar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. E, entre aliados do presidente Jair Bolsonaro, há quem diga que o grupo não irá “baixar a bola” dessa história por se tratar de um ano eleitoral. O STF, porém, mandou um duro recado, não só aos apoiadores de Bolsonaro, mas a qualquer um: é preciso separar as ameaças e a barbárie das manifestações democráticas de liberdade de expressão.

Duas medidas
Os bolsonaristas se preparam para cantar aos quatro ventos que, no caso de Lula, os ministros do Supremo Tribunal Federal viram erros processuais. No caso de Daniel Silveira, segundo avaliação de juristas ligados a Bolsonaro, também houve erros. Isso não foi levado em conta para aliviar a vida do deputado.

Só pedreira
A largada eleitoral não está fácil para ninguém. Nem mesmo Lula, que lidera as pesquisas, dá sinais de que chegará tranquilo na abertura oficial da campanha, diante dos problemas na comunicação e na disputa interna entre os mais pragmáticos e aqueles apegados às bandeiras ideológicas.

 Veja bem
A fala de Ciro Gomes, na sabatina do Uol, dizendo que não há chance de apoiar Lula, não é consenso no partido. Se a passagem para o segundo turno confirmar as pesquisas de hoje, com Lula lá, o PDT apoiará o petista.

Mudou o foco
A conversa entre João Doria e Eduardo Leite e a ideia de que os tucanos arrefeceram os ânimos não duraram 24 horas. A avaliação agora é a de que o presidente do partido, Bruno Araújo, é um comandante a serviço do “recém-chegado” governador de São Paulo, Rodrigo Garcia.

CURTIDAS

Vitor Hugo versus Caiado/ Embora o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tenha participado da solenidade de entrega de títulos de terra junto com o presidente Jair Bolsonaro, as vaias que recebeu de parte da torcida bolsonarista demonstram as dificuldades de reeleição para o governo goiano. A turma de Bolsonaro apoiou Caiado em 2018, mas agora vai de Vitor Hugo. O bolsonarismo quer testar sua força.

Resistência e resiliência/ A diretora do Instituto de Artes da UnB, Fátima Aparecida dos Santos, que conduziu a solenidade de colação de grau da turma de 2021/2, se emocionou ao falar da maratona dos alunos ao longo da pandemia. Ela lembrou a dificuldade de muitos em ter um espaço de concentração, assistindo a aulas “com cachorro latindo ao fundo, a avó avisando que o feijão ia queimar, o vizinho com o som no último volume”. “Nenhum desistiu”, comemorou. Prova da resiliência e resistência dos jovens. Que sejam felizes.

Por falar em felicidade…/ A solenidade do aniversário de Brasília na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira deixou a deputada Celina Leão (PP-DF) nas nuvens. Ao chamá-la para discursar, o deputado Luis Miranda disse que uma parcela de seu eleitorado já avisou que, se ele fosse para São Paulo, os votos seriam de “Celinda”. “É assim que eles te chamam viu?”.
Parabéns, Brasília. Essa “senhora” linda e charmosa que acolhe todos os brasileiros.

Bolsonaro vai a Sarney em busca de conselhos

Publicado em Política

 

 

Foto: Isac Nóbrega/PR. Brasil

 

 

Denise Rothenburg e Vinícius Doria

O presidente Jair Bolsonaro visitou o ex-presidente José Sarney em sua casa hoje em Brasília. Bolsonaro chegou ao Lago Sul às 8h em ponto. Conversaram por quase uma hora, sem testemunhas. “Trocamos experiências sobre as dificuldades de governar. Eu vivi um período difícil, da transição democrática. Ele, da pandemia e da guerra na Ucrânia”, disse Sarney ao blog, acrescentando que não tem  “liberdade ou intimidade” para tratar de assuntos que dizem respeito à vida política do atual presidente.

Sarney pode não ter liberdade ou intimidade, mas tem experiência. Viveu em seu governo, o estresse de conviver com militares que continuavam ativos na vida politica do país, e a chegada do governo civil. Hoje, Bolsonaro vive algo parecido, com a necessidade de equilibrar  convivência com o Centrão e os militares, que lastrearam a sua campanha em 2018.  Sarney, que liderou o país na consolidação da democracia pós-ditadura militar, tem muito a ensinar a quem é tratado por setores da oposição como alguém que ameaça a vida democrática. Bolsonaro foi com uma equipe de segurança reduzida, acompanhado apenas de um ajudante de ordens, antes de embarcar para o Mato Grosso.

O ex-presidente virou um oráculo dos presidenciáveis. Na semana passada, recebeu o ex-presidente Lula. Também em conversa privada e discreta. Já esteve também com a senadora Simone Tebet, de seu partido, o MDB. Dos três, Lula  é quem tem mais intimidade com Sarney.  A proximidade entre eles é antiga. Sarney, inclusive, fez questão de ir com Lula no avião presidencial que levou o petista para casa, quando ele deixou o poder.

 

Podemos ter Leite e Ciro

Publicado em Política
Podemos ter Leite e Ciro
A nota oficial da presidente do Podemos, Renata Abreu, foi vista pelo grupo simpático à candidatura presidencial de Eduardo Leite como uma brecha, não para filiação, mas tentar encorpar uma opção pelo agora ex-governador do Rio Grande do Sul fora do PSDB, hoje o candidato do PSDB com direito a papel timbrado pelo presidente do partido, Bruno Araújo. Os aliados de Leite, liderados por Aécio Neves, vão procurar Renata Abreu para conversar a partir da semana que vem. Os movimentos mais robustos, porém, ficarão para depois da Semana Santa. Até lá, muitos querem esperar a poeira baixar após a saída de João Doria do governo de São Paulo e o anúncio da pré-candidatura ao Planalto.
» » »
Renata deixa transparecer um pote de mágoas em relação ao ex-juiz Sergio Moro e não esconde a vontade de encontrar um candidato que “olhe nos olhos, sem titubear”. É nisso que os apoiadores de Eduardo Leite se firmam hoje. Só tem um probleminha: emissários de Ciro Gomes também vão buscar o Podemos, que virou um potencial aliado para todos os interessados em se apresentar como a alternativa mais viável à polarização.

Sonho & realidade
Diante do aceno de João Doria para permanecer no governo de São Paulo, a maior esperança dos mais fiéis aliados do governador era a de que os tucanos fizessem milhões de apelos para que ele fosse candidato a presidente. As súplicas, porém, foram mais para o cumprimento do acordo com o vice-governador Rodrigo Garcia, que foi para o PSDB justamente para concorrer ao governo estadual.
A desculpa está criada
Dizem os tucanos, não é fácil deixar o comando de “transatlântico”, como o governo de São Paulo. Com Doria fora do governo estadual, Rodrigo Garcia tem a desculpa perfeita para dar um chega para lá no quase ex-governador.
Por falar em PSDB…
Além da briga interna, os tucanos terão dificuldades em ter quem replique a campanha presidencial nos estados. No Ceará, por exemplo, o PSDB não tem mais um deputado federal para chamar de seu.

Enquanto isso, no Planalto…

O partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL, ampliou a base eleitoral em todos os estados. E, para completar, a solenidade que marcou saída dos ministros que vão concorrer às eleições deixou, até nos adversários que acompanharam o evento, a sensação de que o chefe do Executivo terá o que mostrar na campanha, em termos de realizações. Vai ser difícil tirar o presidente do segundo turno.

CURTIDAS

A volta de Huck/ Luciano Huck (foto) se prepara para uma nova investida na cena política. Ele se apresentou no ano passado como pré-candidato a presidente da República e desistiu para assumir as tardes de Domingo, da TV Globo. Agora, voltará como um dos potenciais apoiadores de Eduardo Leite.

Veja bem/ Ficou registrado pelos artistas ligados a Huck a frase de Leite ao deixar o governo gaúcho, “eu não saio, eu me apresento”. Ou seja, tem jogo.

E o PT, hein?/ Lula segue como favorito na maioria das pesquisas. Mas tem um probleminha: se deixar crescer a ideia de que ficou rico no governo, vai dar ruim. O episódio do relógio Piaget associado às postagens de bolsonaristas com o depoimento de Antonio Palocci são temas que complicam o ex-presidente nesta pré-campanha.

Da paz/ De tenso, no 31 de março, só mesmo o discurso do presidente Jair Bolsonaro falando em “calma, um c…”.  Ao admitir colocar a tornezeleira eletrônica, Daniel Silveira reduziu o desconforto da Casa e as ameaças de radicalismo. Agora, o foco será o Sete de Setembro, em plena campanha eleitoral.

No mais…/ O Brasil terá uma campanha presidencial tranquila. 1º de Abril!!!

Caso Daniel Silveira gera tensão no 31 de março

Daniel Silveira
Publicado em Política
Independentemente do desfecho do caso do deputado Daniel Silveira (sem partido-RJ) e o uso de tornozeleira determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o fato de um deputado ter ficado “ilhado” no Parlamento deixa este 31 de março sob alerta. Nesta data, grupos radicais costumam se movimentar e há quem esteja com receio de que a situação do parlamentar sirva de pretexto para novos ataques ao STF, nos moldes do que já se viu no passado recente.
.
Da parte do Planalto, porém, a ideia é ficar bem distante daquele Sete de Setembro em que foi preciso o ex-presidente Michel Temer servir de ponte entre Jair Bolsonaro e Moraes. O presidente já foi aconselhado, inclusive, a ficar longe dessa briga. Agora, quem o conhece, garante que ele não deixará de defender o deputado. Prova disso, foi a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao lado de Silveira na Câmara.
.
Deu ruim
A história do relógio Piaget de Lula ainda vai render. O ex-presidente disse que ganhou a peça de presente quando estava no Planalto. Não disse quem deu. Um servidor público não pode receber presentes de valor superior a R$ 100. No caso dos presidentes da República, há exceções, por exemplo, objetos de uso pessoal. A oposição aos petistas já pegou as declarações de Lula no evento do PSol.
.
Sem meio-termo
Quem conhece o andar da carruagem do Congresso em casos de confronto com o STF, garante que se chegou a um ponto em que a Câmara dos Deputados cassa o mandato do parlamentar ou o defende até o fim. Até aqui, Arthur Lira (PP-AL) optou pelo caminho do meio. Determinou que o plenário é inviolável, mas decisão judicial também.
.
Nem vem
Lira sabe que sua função ali é defender a inviolabilidade dos mandatos, sob pena de não conseguir convencer a Casa a lhe dar mais dois anos no comando, a partir de 2023. Obviamente ainda falta muito tempo, Lira precisa se reeleger deputado para se candidatar novamente à Presidência da Câmara. Mas, em conversas reservadas, muita gente diz que, daqui para a frente, tudo contará a favor ou contra esse projeto.
.
Se correr o bicho pega…
Lira, aliás, está com um grande problema em mãos: a oposição pressiona para que ele leve logo ao plenário a suspensão de Daniel Silveira por seis meses. Os bolsonaristas querem a defesa incondicional do parlamentar. Ao decidir atender a um grupo, Lira perderá o outro.
.
Sejam pragmáticos/ O PT não desistiu de ter o PSB na federação que reunirá os petistas aos integrantes do PV e do PCdoB. A aposta é a de que a bancada terminará convencendo a cúpula partidária, especialmente agora que alguns deputados deixaram o PSB e foram para o PV em busca de uma aliança que ajude a reeleição. Os lulistas querem uma ampla aliança logo na largada da campanha presidencial.
Montes na Agricultura/ A fim de evitar briga entre os partidos aliados, Bolsonaro acolheu a sugestão da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (foto), e nomeará o secretário-executivo do ministério, Marcos Montes. A transmissão de cargo está marcada para as 15h.
.
Muita calma nessa hora/ De Americana, onde acompanha as últimas filiações no PSDB paulista, o deputado Wanderlei Macris (SP) avisa: “Eduardo Leite ficar no PSDB é bom, o que não pode é solapar as prévias e uma decisão democrática do partido”.
.
Por falar em PSDB…/ Mais um deixou o partido. O deputado Otávio Leite (RJ), suplente que está no exercício do mandato, foi para o União Brasil.

“Fico” de Doria abre caminho para Eduardo Leite ao Planalto

Publicado em Política

O Governo de São Paulo amanheceu completamente aturdido nesta manhã, com a notícia de que o governador João Doria desistiu de deixar o cargo e concorrer à Presidência da República. O vice-governador Rodrigo Garcia, pré-candidato a governador que esperava assumir o cargo ainda hoje para concorrer à reeleição, soube nesta madrugada e pretende pedir demissão. A agenda do governador foi toda cancelada e os tucanos estão nesta manha tentando contornar a crise antes do anúncio do governador, previsto para 16h.

O movimento bagunça o PSDB paulista e pacifica o nacional. Em São Paulo, os tucanos estão aturdidos, porque tudo estava pronto para Rodrigo Garcia concorrer ao governo do Estado. Embora, Doria não tenha se colocado desde já como candidato à reeleição nas conversas desta madrugada, há quem diga que todo esse movimento pode desaguar numa candidatura à reeleição.

No plano nacional, o caminho fica aberto para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se movimente livremente junto a outros partidos para ser candidato a presidente da República, numa composição com a senadora Simone Tebet, do MDB, pré-candidata ao Planalto. As confusões que até aqui estavam no plano nacional do PSDB agora se deslocaram para São Paulo, onde eles sempre brigam, mas terminam se entendendo.