A onda de Eduardo Leite pode juntar o União Brasil ao PSDB

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Com quase R$ 1 bilhão em caixa, o União Brasil avalia, em suas reuniões mais fechadas, apoiar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, à Presidência da República, caso o gaúcho vença a prévia do PSDB no mês que vem. Até no Podemos, partido ao qual Sergio Moro pretende se filiar em 9 de novembro, o nome do governador é visto com bons olhos.

Do lado do União Brasil, o antigo DEM de ACM Neto tem feito a seguinte exigência em suas conversas: fazer do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta candidato a vice. O cargo de vice é um espaço de poder capaz de influir nas decisões de governo, quando o titular permite. Ou conspirar quando a aliança dá errado.

Em tempo: ninguém, entretanto, apoiará desde já qualquer nome para concorrer contra Lula e Bolsonaro. Tampouco no final de novembro, quando será conhecido o resultado da prévia do PSDB. A ordem é esperar para ver como estará o país depois do carnaval de 2022. Afinal, mesmo nesses partidos de centro que buscam um candidato, há uma certeza de que se o presidente da República se recuperar, a terceira via morre na praia.

Um tucano, dois planos

O ex-governador Geraldo Alckmin não descarta mais continuar no PSDB e terminar candidato ao Senado em apoio a Rodrigo Garcia, candidato a governador que tem o apoio de João Doria. Porém, ainda não fechou a porta para se filiar ao PSD de Gilberto Kassab e concorrer ao governo de São Paulo.

Os ventos mudaram
A nota em que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), diz que não aceita ser “perseguido” e “chantageado” foi vista como um sinal de desespero do senador. A avaliação é a de que ele perdeu terreno na Casa ao bater o pé contra a sabatina de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF). Está a cada dia mais difícil buscar uma saída honrosa para o parlamentar. Afinal, não há justificativa republicana para segurar uma indicação a outro Poder.

Enquanto isso, na esquerda…
O bate-boca entre Ciro Gomes e a ex-presidente Dilma Rousseff tirou de vez qualquer esperança de acordo entre PT e o pedetista. Mas não entre Lula e o PDT contra Bolsonaro, caso Ciro não esteja — e a preços de hoje não estará — no segundo turno. Porém, como ainda tem muita água para rolar sob a ponte para 2022, ninguém no PDT avançará o sinal.

Herança de Rosa/ A assessoria do ministro aposentado Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal, foi quase toda trabalhar no gabinete da ministra Rosa Weber, que sempre viu no antigo decano uma grande referência.

“Não subestimem o Gordinho”/ A frase foi dita num jantar como um aviso a respeito do estilo Davi Alcolumbre, quando o senador ainda era candidato a presidente do Senado, em 2019. Continua valendo.

“Sextou” para eles/ Operadores de planos de saúde como um todo estavam para lá de preocupados com a CPI da Covid. Agora, com a confirmação do fim dos trabalhos na semana que vem, os advogados, por exemplo, começam a desmobilizar seu pessoal.

Olho vivo/ Os economistas estão de olho no IBC-Br de agosto, o índice de atividade econômica, considerado a prévia do PIB, que será divulgado amanhã (15/10). E os políticos vão acompanhar de perto para cobrar do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Senado não quer deixar CPI cair no esquecimento

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Embora estejam dispostos a encerrar oficialmente os trabalhos da CPI da Pandemia em breve, os senadores já têm pronto todo um roteiro para não deixar o tema cair no esquecimento. Ao mesmo tempo em que prometem movimentar o final deste ano levando o relatório a várias instâncias — à Procuradoria-Geral da República (PGR); à Corte Internacional, na Suíça; passando, ainda, pelo Tribunal de Contas da União —, também já está definida a criação de uma Frente Parlamentar de Combate à covid-19 e outras epidemias.

A ideia é manter todos mobilizados para não deixar que, no ano eleitoral, com a população-alvo 100% vacinada, as pessoas deixem esse tema de lado e deem razão ao presidente Jair Bolsonaro, que sempre se referiu aos problemas econômicos gerados com o fechamento do comércio. O plano é preservar acesa a luz sobre o que muitos senadores chamam de “irresponsabilidade sanitária” do governo e do presidente da República, que, invariavelmente, criticava as medidas de distanciamento social. Com a Frente e o acompanhamento das ações judiciais e políticas que a CPI cobrará mundo afora, os senadores acreditam que o assunto ainda estará bem quente no ano eleitoral.

Modus operandi

Quem acompanha o jeitão do presidente Jair Bolsonaro com seus aliados e colaboradores tem certeza de que ele não afastará Paulo Guedes por causa da offshore nas Ilhas Britânicas. Mas isso não significa que o Centrão não aproveitará a “sabatina” no plenário da Câmara para chacoalhar o ministro da Economia.

Ele é assim
Aliados têm sido unânimes em observar que o presidente Jair Bolsonaro segurou Ricardo Salles no Ministério do Ambiente enquanto pôde. E não fará diferente com o ministro da Economia, que ainda tem um pé de sustentação no mercado.

Diferenças
No caso de Ricardo Salles, houve uma grande pressão internacional para que ele fosse afastado. O Brasil viu vários países suspendendo repasses de recursos e, constantemente, o governo passou pelo constrangimento de ver autoridades estrangeiras fazendo coro nas críticas ao ministro. No caso de Paulo Guedes, não há esse clima de animosidade externa.

Por falar em público externo…
Ao dizer que só vai prorrogar o auxílio emergencial se houver nova variante que agrave o cenário da pandemia, Paulo Guedes tenta manter o discurso de austeridade fiscal e afastar o fantasma do descontrole. Hoje, o governo retoma a batalha pelo Auxílio Brasil — o Bolsa Família sob nova roupagem —, que ainda está sem recursos definidos e depende da aprovação da PEC dos precatórios. O presidente tem pressa em ver esse programa de pé.

Conselheiros/ Amigos do ex-secretário do Tesouro Mansueto Almeida são muito francos quando perguntados se ele deveria aceitar um cargo de ministro no governo Bolsonaro. Dizem que ele será considerado “maluco”.

Na missa e no culto/ A presença do presidente Jair Bolsonaro na Basílica de Nossa Senhora Aparecida deu aos bolsonaristas o sinal de divisão do eleitorado católico. Ouviu aplausos e vaias. Nos cultos evangélicos, o presidente nunca ouviu vaias. Pelo menos, até aqui.

Tem que manter isso/ Para segurar a expressiva parcela do eleitorado evangélico, o presidente terá algum trabalho. Precisa garantir que seus ministros defendam com mais ênfase a aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal e deixar de lado o projeto de regulamentação dos cassinos, que, volta e meia, retorna à baila.

Caiu na rede/ Aliados do governo ficaram preocupados com “fora Bolsonaro” entoado nos Jogos Universitários em Brasília. Há quem defenda que o governo busque urgentemente uma forma de conquistar um naco do eleitorado das universidades, porém a turma do Planalto faz ouvidos de mercador. É que, no entorno de Bolsonaro, em vez de buscar compreender e conquistar esse eleitorado, prevalece a ideia de que os universitários são petistas.

Impasses entre Câmara e Senado dificultam a vida do governo

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A definição de uma agenda comum entre Senado e Câmara dos Deputados não vai resolver o problema do governo, ou seja, acelerar a pauta das reformas. A insatisfação está no baixo clero, que já fez as contas e descobriu que cada aliado do governo recebeu algo em torno de R$ 10 milhões em emendas extras e foram liberados mais de R$ 5 bilhões. Ou seja, uns levaram mais do que outros. O final do ano está chegando e o estresse daqueles ávidos pelas emendas também.

Em tempo: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a dizer a alguns deputados que não adiantava colocar as propostas do governo em pauta, porque o Senado não estava interessado em levar adiante os textos da Câmara. Porém, diante da turma que deseja ser contemplada com as emendas de RP9, a aposta de um grupo expressivo de parlamentares é que o problema é a falta dessas mesmas emendas.

Amortecedor quebrado

A convocação de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan, foi, para os bolsonaristas raiz, um indício de que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, vende gato por lebre. Ele havia dito para o presidente que a missão da CPI da Covid estava cumprida.

A confusão da vez
Daqui para frente, cada vez mais se verá uma queda de braço entre os senadores da CPI. Um grupo encabeçado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) quer levar adiante o trabalho. Outro, mais ligado ao governo, prefere encerrar o mais rápido possível e vai cobrar do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a promessa de apresentar o relatório até o final da próxima semana.

Diagnóstico dos experientes
Na abertura do seminário “Um Novo Rumo para o Brasil”, os três ex-presidentes — Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, nesta ordem — afastaram a hipótese de ruptura institucional no país. “A situação é de relativa tranquilidade, apesar de tudo”, disse FHC, ao passo que Temer e Sarney lembraram que a tradição do Brasil é de soluções pacíficas.

Termômetro militar
Mediador do debate, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim foi enfático ao dizer que os militares não querem entrar nessa de ruptura e/ou crise institucional.

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Suplicy em QG bolsonarista/ Pelo seu sonho em ver o projeto de renda mínima implantado no Brasil, o ex-senador e atual vereador paulistano Eduardo Suplicy deixa de lado a ideologia. Junto com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e representantes da Rede Brasileira de Renda Básica, ele esteve com o ministro da Cidadania, João Roma. O ministro, atencioso, abriu o diálogo com o grupo sobre o novo Auxílio Brasil.

Nem vem/ O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) apresentou projeto que fixa em 30 dias o prazo para que a Presidência da Câmara decida o que fará com pedidos de impeachment. Só tem um probleminha: Arthur Lira não colocará esse texto em pauta nem por decreto.

Tebet no CB.Poder/ A senadora Simone Tebet (MDB-MS) é a entrevistada de hoje, às 13h20, TV Brasília e redes sociais do Correio Braziliense.

Olha só/ O carro 0027 do Senado, de uso do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), foi flagrado por um leitor do Correio estacionado em vaga de portadores de necessidades especiais. A coluna entrou em contato com o gabinete do senador, que ficou de responder e, até o fechamento desta edição a resposta não chegou.

Bolsonaro e Lula juntos em duas frentes

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O placar em favor da recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República mostra que a união de parte da esquerda com os bolsonaristas em prol de alguns objetivos rende frutos. E da mesma forma que trabalharam pela manutenção de Aras, vão buscar inviabilizar aqueles que desejam se apresentar para a terceira via. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura atrair o PDT e o PSDB, de forma a tentar dinamitar o fortalecimento de um candidato de centro-esquerda. O presidente Jair Bolsonaro, da sua parte, busca todos os partidos mais à direita com o mesmo objetivo.

Esse caminho já levou, inclusive, os integrantes do PP ligados ao governo a sugerir que Bolsonaro retirasse o nome de André Mendonça como indicado ao Supremo Tribunal Federal para colocar no lugar dele o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Só tem dois probleminhas: 1) Pacheco, no papel de um jovem e promissor pré-candidato a presidente da República, não se mostra muito inclinado a deixar a carreira política aos 45 anos para passar quase uma vida no STF; 2) Bolsonaro não vai tirar a indicação de Mendonça. Não quer briga como os evangélicos. E, de mais a mais, depois que até a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) cobrou a data para a sabatina, vai ficar difícil Davi Alcolumbre (DEM-AP) guardar essa indicação na geladeira por muito mais tempo.

Vacina

Rodrigo Pacheco já encontrou uma forma de inviabilizar a ideia de alguns ministros, aquela de Bolsonaro indicá-lo ao STF. Mandar para o arquivo o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Por falar em Pacheco…
Depois de um ano e meio, a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) retomou suas reuniões presenciais. O convidado deste mês foi o presidente do Senado. Ele chegou com um discurso de pacificação do país e equilíbrio no trato da coisa pública. Candidatíssimo, concluem os nobres convidados.

Diferenças
O presidente do Senado fez questão de registrar em sua fala que foi criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. E, ao pontuar que aceita e respeita a crítica, aproveitou para lembrar que o Senado ajudou o país aprovando, por exemplo, a PEC Emergencial. E se referiu à reforma do Imposto de Renda como um “remendo”. O Senado vai apostar na reforma tributária mais ampla, a PEC 110, que une vários impostos, inclusive ICMS e ISS.

Enquanto isso, na Câmara…
A reforma tributária, conforme o leitor da coluna já sabe, subiu no telhado. Arthur Lira (PP-AL) quer aprovar, na semana que vem, aquela que Pacheco chama de “remendo”. E ainda que o Senado vote a proposta de emenda constitucional com uma reforma mais ampla, a tendência, a preços de hoje, é Lira fazer corpo mole com esse texto, uma vez que o governo não o apoia.

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A volta de Paulo Octávio/ O ex-governador e ex-deputado está se preparando para levar o PSD a apoiar a reeleição de Ibaneis Rocha. E não descarta, inclusive, uma candidatura ao Senado.

O novo Kubitschek/ Quem também começa a entrar no aquecimento para a vida publica é André Kubitschek, filho de Anna Christina e Paulo Octávio, e bisneto do ex-presidente JK.

Eles não perdoam…/ Os bolsonaristas mais aguerridos que passaram pela Esplanada esta semana quase tiveram uma síncope. É que os postes estão decorados, cada um, com uma bandeira vermelha, verde e amarela. Logo, eles espalharam uma série de vídeos pelos grupos de WhatsApp reclamando que devia ser coisa do PT, que era absurdo e coisa e tal.

…e nem se informam/ Se tivessem apurado o porquê das bandeiras, saberiam que se trata de uma homenagem à Guiné Bissau, país do presidente Umaro Sissoco Emboló, que está em visita oficial ao Brasil. Sim, a bandeira do “Bolsonaro da África” é vermelha, verde e amarela.

Sabatina de Aras no Senado será o termômetro da semana

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A sabatina do procurador-geral da República, Augusto Aras, é vista no Planalto como o termômetro de como o governo será tratado no plenário do Senado. Isso porque, até o momento, o único colegiado que tem servido para que os governistas sintam a temperatura é a CPI da Covid, onde os aliados e os “independentes” estão em minoria. Na Comissão de Constituição e Justiça, porém, o jogo é considerado mais equilibrado, e as falas dos senadores, hoje, darão o tom do que o governo pode esperar para a reta final de 2021.

Não darão, porém, para medir as chances do ex-advogado geral da União André Mendonça ser aprovado para o Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação é a de que, depois do pedido de impeachment de Alexandre Moraes, o governo terá que refazer todo o jogo por ali.

Prioridade

Enquanto a turma de coronéis da reserva espalha mensagens de WhatsApp tentando mobilizar para o ato de 7 de setembro, os ministros políticos do governo centram suas atenções nas conversas em prol da reforma tributária. Os deputados estão desanimados. Há uma forte pressão para reduzir a taxação de lucros e dividendos de 20% para 15%, mas o Ministério da Economia não arreda o pé.

Ministros perdem a batalha
Quem mais queria o veto às emendas de relator ao Orçamento de 2022, as RP9, era a equipe de primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro. Internamente, muitos reclamam que esses pedidos do relator-geral da lei orçamentária levam os recursos destinados às obras prioritárias para o Poder Executivo.

Não vai sobrar nada
Além das emendas RP9, os deputados levam ainda recursos para as emendas individuais e de bancada. E, no ano que vem, ainda terá o fundão eleitoral, ao qual os parlamentares pretendem destinar R$ 4 bilhões.

Escolha uma ou duas, por favor
Em conversas reservadas, alguns ministros têm dito que Jair Bolsonaro precisará escolher entre as crises que deseja manter e aquelas que precisa urgentemente tirar de cena num curto espaço de tempo. Até aqui, o presidente parece não desistir de Alexandre de Moraes nem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Espaço político…/ …não fica vazio. A reunião dos governadores, neste momento em que Bolsonaro mantém a tensão entre os Poderes, ganha ares de fórum permanente para discussão dos problemas nacionais. Quanto mais o presidente continuar na linha do tensionamento, mais importância esse colegiado ganhará.

Vejamos/ A expectativa do Planalto era de que, antes de uma reunião dos governadores com o presidente, houvesse uma conversa prévia com ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, a fim de delimitar a pauta. Embora Bolsonaro não dê trégua aos estados quando se refere à gestão da pandemia, ele não quer que a reunião vire alvo de críticas ao seu governo.

Doria faz escola/ O afastamento do coronel Aleksander Lacerda por causa de posições políticas em redes sociais, que poderia levar ao risco da indisciplina, fará com que outros governadores passem um pente-fino nas Polícias Militares. A preocupação é grande com a politização dos batalhões das PMs.

Passado e presente/ Os petistas viram na foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o senador Tasso Jereissati (PSDB) o maior troféu da viagem ao Ceará. Enquanto estava no governo, a prioridade de Lula era derrotar Tasso. Agora, é dialogar com o grão-tucano, de olho no futuro.

Easy rider/ Do alto de seus 72 anos, o general Paulo Chagas chamou a atenção no estacionamento do Correio Braziliense. Ele chegou para participar do CB.Poder pilotando uma Honda Gold Wing. O motociclismo é uma das paixões do general.

O protagonista das principais decisões polêmicas será o Senado

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Enquanto o deputado Arthur Lira (PP-AL) se prepara para atender aos seus eleitores, ou seja, os deputados — e, de quebra, mostrar ao governo que apoia o presidente Jair Bolsonaro —, o Senado está no aquecimento de que nem tudo será aprovado do jeito que o Planalto deseja — nem o voto impresso, nem as reformas, especialmente a tributária. O compromisso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em retomar a discussão da reforma tributária em curso na Casa, será acoplar qualquer projeto que seja votado na Câmara ao que já está em discussão no Senado, que tem como relator o senador Roberto Rocha (PSDB-MA).

Assim, por mais que Lira consiga aprovar a proposta do deputado Celso Sabino (PSDB-PA) sobre as mudanças no Imposto de Renda, alvo de críticas de todo o sistema produtivo, quem conduzirá de fato essa reforma serão os senadores, dentro da proposta ampla. E se a tributária for aprovada com apoio expressivo, ficará muito ruim o presidente da Câmara simplesmente desprezar uma proposta que terá o aval de quem gera emprego e renda. Pelo menos, é assim que os senadores fazem os cálculos políticos em torno dessa reforma.

Vale lembrar que, em relação ao voto impresso, ainda que o governo continue pesando a mão em defesa da proposta, a ideia é não mexer nessa seara, conforme disse, com todas as letras, o presidente do Senado.

E o impeachment, hein?

A avaliação dos políticos é a de que o resultado do voto impresso deixou claro que Bolsonaro tem, hoje, os votos para segurar qualquer processo de impeachment ou autorização para ser processado. Mas os deputados aliados de Lira avisam que é bom o presidente da República não provocar demais o da Câmara. Afinal, Bolsonaro assumiu o compromisso de respeitar o resultado do plenário sobre o voto impresso. E se tem algo que Lira abomina é o descumprimento da palavra empenhada.

Sutis diferenças

A frase do vice-presidente Hamilton Mourão sobre o voto impresso ser assunto encerrado “porque a Câmara decidiu”, era justamente o que Lira esperava ouvir de Bolsonaro. O presidente, porém, preferiu dizer que os 218 contrários à proposta foram “chantageados”. Atacou, inclusive, alguns aliados.

Corra, antes que voltem

A correria da Câmara para decidir as propostas polêmicas é justamente para aproveitar esse período de sessões virtuais, onde a maioria dos 513 deputados permanece em seus estados. Assim, as discussões estão menos acaloradas. A partir de outubro, quando todos devem ter tomado as duas doses da vacina, avaliam alguns que essa situação deve mudar.

E o social ficou opaco

O programa do Auxílio Brasil, que Bolsonaro levou ao Congresso esta semana, como a aposta de seu governo para os mais pobres no pós-pandemia, termina a semana no fundo do palco. Diante desse fato, o presidente foi aconselhado a deixar as tensões com os Poderes e o tal voto impresso de lado e centrar o discurso nessa agenda mais positiva. Bolsonaro, porém, não acolheu a sugestão.

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2022 em movimento/ Os presidentes do DEM, ACM Neto, e do PSL, Luciano Bivar, jantaram juntos esta semana. Conversas sobre o futuro. Aliados de ambos juram, porém, que a fusão dos partidos não está no script.

Que termine o mandato/ Se depender do PSDB, não haverá qualquer incentivo ao impeachment de Bolsonaro. “Torcemos para que o presidente possa terminar o mandato. Temos que acabar com essa história de o Brasil se notabilizar como o país do impeachment. Precisamos de estabilidade na política”, afirma o deputado Paulo Abi-Ackel (MG), no programa Frente a Frente, da Rede Vida.

Por falar em PSDB…/ O governador de São Paulo, João Doria, fez um apelo público, no CB.Poder, para que o ex-governador Geraldo Alckmin seja candidato ao Senado ou concorra à prévia no PSDB para disputar o governo estadual. O convite, porém, veio tarde. Alckmin já está com um dos pés no PSD de Gilberto Kassab.

O recado da bancada feminina/ Coordenadora da bancada feminina, a deputada Celina Leão (PP-DF) foi incisiva em busca de vagas para as mulheres dentro da reforma política em discussão. Ocorre que os homens, maioria na Casa, não querem mais reserva de vagas para as mulheres.

Guerra na CPI da Covid reflete no plenário

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Quanto mais a CPI da Covid incomoda o governo, mais difícil fica a relação entre os partidos. O medo do governo agora é de que atrapalhe a votação da medida provisória de capitalização da Eletrobras, polêmica e considerada a prova de fogo desta semana. O governo quer o texto aprovado conforme saiu da Câmara, para que não corra riscos de ficar pelo caminho, uma vez que o prazo da MP termina em 22 de junho. O trabalho, hoje, será para tentar restringir as disputas com os partidos de centro na comissão de inquérito, de forma a não comprometer as votações econômicas fora da pandemia. Vale lembrar que os ministros têm dito que o atendimento aos congressistas, com emendas orçamentárias e cargos, estão a pleno vapor. Portanto, já houve o “toma lá”. Agora, chegou o momento do “dá cá”.

Há vagas

O Centrão não perde um mapeamento dos cargos que podem ficar vagos no governo federal. Agora, as raposas descobriram que o secretário de Agricultura e Cooperativismo, Fernando Schwanke, vem sendo sondado para um posto num organismo internacional.

Passado e presente
Da mesma forma que o ex-presidente Lula terminou acusado de favorecer a Odebrecht na África, o presidente Jair Bolsonaro corre o risco de sair da CPI da Covid suspeito de ter favorecido empresas produtoras de hidroxicloroquina, uma vez que atuou para o envio de insumos da Índia para a produção do fármaco. Pelo menos é por aí que parte do G-7 da comissão de inquérito caminha na reta final da primeira fase da investigação.

Futuro
Vem aí prorrogação. E se o governo for contra, vai ficar ruim, porque soará como quem não quer investigar os repasses a estados e municípios.

Um olho no gato…
O governo brasileiro acompanha com muita atenção as conversações entre União Europeia e os Estados Unidos, que podem acabar com 17 anos de disputas entre a Airbus e a Boeing.

… outro no peixe
É que a brasileira Embraer tem feito gestões junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios que o governo canadense dá à Bombardier, que ainda é dona da empresa de jatos executivos. O receio é de que os acordos se restrinjam aos interesses da Airbus e da Boeing, deixando o resto do mundo à margem.

Pacheco na roda/ Conforme o leitor da coluna já sabe há tempos, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, percorre o país tentando fazer do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato a presidente da República. E pelos movimentos do senador e conversas que teve recentemente com Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, será candidatíssimo.

Maia livre, mas…/ A expulsão de Rodrigo Maia (RJ) do DEM já estava “precificada”. Ironia será se Pacheco for mesmo candidato e, lá na frente, Maia terminar no palanque do senador mineiro com todo mundo dentro do PSD de Gilberto Kassab.

Ensaio eleitoral I/ A entrada de Bolsonaro nas conversas para antecipação do envio de vacinas da Pfizer vem sob medida para ser usada na eleição e rebater as famosas histórias de “se virar jacaré” e por aí vai.

Ensaio eleitoral II/ Bolsonaro sabe que tudo isso será usado na campanha, de forma passiva. E agora quer deixar passar a ideia de que foi apenas retórica, sem qualquer prejuízo à população. Falta combinar com as famílias das vítimas da covid-19.

Senado vai discutir fim das emendas de relator e instalação da nova Comissão Mista de Orçamento

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A cúpula do Senado tem reunião marcada para esta semana com dois pontos: a instalação da Comissão Mista de Orçamento, que será presidida pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES), e o fim das emendas de relator, as chamadas RP9, que desaguaram nas reportagens de O Estado de S.Paulo batizadas de “orçamento secreto” e deram origem ao “tratoraço”. O governo apoiará. Afinal, os ministros perderam o poder de organizar seu orçamento de acordo com as prioridades do projeto de governo e alguns, por causa do orçamento apertado, só têm espaço para cumprir o que vem da Câmara e do Senado, cuja liberação é obrigatória.

Na Fundação Nacional de Saúde, por exemplo, são R$ 188 milhões incluídos com o título RP9 para saneamento rural, nos dois últimos anos, cujo critério de liberação é feito pelos políticos, e não pela necessidade mais urgente de cada localidade. A maior parte está a cargo do ex-relator, Domingos Neto (PSD-CE).

Excesso registrado

O ministro da Defesa, Braga Netto, discursando em palanque na manifestação em favor do presidente Jair Bolsonaro, foi visto como um tom acima por uma parcela das Forças Armadas. No passado, o ministro Fernando Azevedo participou apenas de sobrevoos em manifestações ao lado de Bolsonaro, mas manteve um certo resguardo. O atual não teve essa preocupação.

Ele não foi

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, se manteve distante do movimento no final de semana, embora tenha havido contatos para que ele apoiasse o evento. O Planalto também registrou o fato de, em conversas reservadas, o general ter dito aos governistas que está de acordo com a Constituição, ou seja, militar da ativa deve ficar longe dos atos políticos.

Vão vencê-lo pelo cansaço

Apesar do treinamento intensivo dos últimos dias, o governo não está nada seguro com o depoimento do ex-ministro Eduardo Pazuello à CPI da Covid. É que o general detesta ser contrariado e não está acostumado a ouvir provocações calado.

Esse resistirá

Já em relação ao ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, a avaliação é de que ele aguenta o tranco. É visto como alguém mais paciente do que Pazuello — e mais preparado.

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Ciúmes de político…/ Reza a lenda que é pior do que ciúmes de mulher. E, no Planalto, todos começam a olhar com ares de desdém para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Nos últimos dias, ele apareceu “bem na foto” nas redes sociais. Vacinou atletas, defendeu uso de máscara, guardou distanciamento social. Está melhor do que quem carregou o piano do governo até aqui.

Divide aí, poxa!/ Tem muito político ligado ao governo interessadíssimo em sair nessas fotos das vacinas. Queiroga, porém, faz sua agenda sem avisar ao Planalto.

Não confie/ Bolsonaro está sendo aconselhado a voltar ao Progressistas, partido que dispensou sua candidatura presidencial em 2018, deixando-o livre para escolher outro caminho e que, agora, o apoia. A filiação seria a garantia de que a legenda seguirá no projeto de reeleição, evitando traições mais à frente, caso o presidente enfrente problemas.

Por falar em Bolsonaro…/ Chegou aos ouvidos de bolsonaristas que o presidente da República bateu continência por duas vezes ao visitar o ex-presidente José Sarney na chegada e na saída. Uns não gostaram, outros entenderam e apoiaram. Afinal, o ex-presidente, que viveu por dentro a história do Brasil, antes, durante e depois do regime militar, virou o oráculo da política nacional.

Discurso de Bolsonaro visa colocar seus apoiadores nas ruas contra a CPI

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A “pólvora” de Bolsonaro

A fala de Bolsonaro na solenidade da Semana das Comunicações, em que insinuou “guerra química” detonada pela China, embora não tenha citado o país diretamente, e ameaçou um decreto para derrubar as medidas restritivas tomadas para tentar evitar a proliferação do vírus, foi vista como uma forma de tentar intimidar a CPI da Covid. Porém, aliados do presidente garantem que a mensagem é uma resposta aos manifestantes que foram às ruas em defesa do governo e que pediam a abertura total das atividades no país. Mas, há dúvidas se o discurso ajuda a tirar um pouco o foco da comissão parlamentar de inquérito, onde o governo perdeu de lavada até o momento.

A ideia de Bolsonaro, de se manter fiel ao seu público mais radical e àqueles que pedem a abertura geral de todas as atividades, sem restrições, é no sentido de poder contar com o apoio de uma parcela da população, se o resultado da CPI for um parecer totalmente desfavorável e que o acuse de omissão na pandemia. Na comissão, a estratégia do governo ali ainda não conseguiu quebrar o G-7, grupo de oposição e independentes, e, pelo andar da carruagem, não conseguirá.

Cavalo de pau na diplomacia

Com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à quebra de patentes de vacinas contra a covid-19, diplomatas brasileiros radicados no exterior apostam que a posição do Brasil será seguir por esse mesmo caminho. Até aqui, o Itamaraty tinha se manifestado contra a medida.

“Fios desencapados”
Assim, aliados de Jair Bolsonaro se referem ao ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e ao ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo. Nenhum dos dois leva desaforo para casa ou engole sapo calado. Há quem diga que eles, agora, precisarão de treinamento regado a suco de maracujá e chá de camomila, antes da audiência, na próxima terça-feira.

Queiroga apresentará a correção de rumos
Em seu depoimento, hoje (6/5), aos senadores da CPI da Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terá a missão de abastecer a base governista com tudo o que o ministério ajustou desde que ele assumiu o cargo. A estratégia é passar a ideia de que qualquer deslize ficou para trás.

Vacinas & protocolos
Falará do protocolo em curso para o tratamento dos pacientes, sem hidroxicloroquina, da compra de vacinas e da perspectiva de ter os brasileiros imunizados até o final do ano. É uma estratégia do tipo “vamos pensar no futuro e deixar o passado para lá”.

Não fez nem “cosquinha”
A reação dos secretários de Fazenda estaduais e municipais contra a extinção da comissão mista que analisou a reforma tributária não fará o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), mudar de posição. Ele está convencido de que é preciso começar a analisar a proposta fatiada na Casa para garantir votação este ano.

Lula na área/ É hoje a conversa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com José Sarney, o oráculo da política brasileira a que todos recorrem, inclusive Bolsonaro. Para completar, o petista pretende, ainda, um tête-à-tête com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), aquele que o DEM preserva a quatro chaves para ver se consegue transformá-lo em candidato a presidente da República, em 2022.

Olho nele/ Pacheco é considerado equilibrado, preparado, agregador. De quebra, pode sair bem de Minas Gerais, onde nada impede que arrume uma boa coligação para apoiá-lo. O nome do senador, aliás, começa a aparecer discretamente em pesquisas.

Ele vai insistir/ O governador de São Paulo, João Doria, já fez chegar à executiva do PSDB que defenderá a manutenção das prévias do partido para presidente da República, em 17 de outubro. “Quem quer adiar prévias não quer prévias”, afirmou.

Alvo & querido/ Os bolsonaristas colocaram o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) no radar dos ataques nas redes sociais e, por WhatsApp, distribuem vídeos do senador ao lado de Lula. Já o líder do DEM, senador Marcos Rogério (DEM-RO), é visto como o melhor da tropa de choque do governo.

E o Teich, hein?/ Cada grupo saiu com uma narrativa do depoimento do ex-ministro Nelson Teich. Os oposicionistas consideram que ele deixou claras as dificuldades de Bolsonaro em seguir as recomendações do Ministério da Saúde. Já os governistas consideram que ouviram dele o principal: Bolsonaro nunca disse diretamente ao ministro que ele tinha que incluir a hidroxicloroquina no protocolo do Ministério. E segue o baile.

O “exército” de Bolsonaro já está nas ruas virtuais

Publicado em coluna Brasília-DF

Desde que ficou líquido e certo que o governo não teria maioria na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid-19, aliados do presidente Jair Bolsonaro acionaram “o mecanismo”. Consiste em procurar em todas as redes sociais vídeos e declarações que ajudem a diluir os problemas que o governo terá no colegiado. Entre o que já foi encontrado consta uma entrevista do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), dizendo que a polêmica sobre a hidroxicloroquina era desnecessária e que o medicamento poderia, sim, ser receitado pelos médicos. A imagem já foi, inclusive, enviada aos integrantes da CPI.
A aposta dos governistas é de que essa CPI será diferente das outras, porque a estrutura da informação — e, por tabela, a da desinformação — mudou. Sendo assim, a perspectiva de a comissão se transformar numa guerra de versões e narrativas já está no
radar do governo.

CPI internacionalizada
A situação global será parte integrante da estratégia do governo federal na comissão parlamentar de inquérito (CPI) para mostrar que a falta de vacinas ou atraso não é privilégio do Brasil. Uma prova disso é o processo que a União Europeia prepara contra a AstraZeneca, por causa do não cumprimento do contrato de fornecimento de 300 milhões de doses no primeiro semestre deste ano.

O que vem lá
Também entrará no rol do governo reações a algumas vacinas que apresentaram problemas em outros países. A avaliação do governo é de que, puxando percalços vividos em outras nações, será possível mostrar que a falta de vacinas não é culpa do presidente Jair Bolsonaro e, sim, um problema global.

Casamentos de conveniência
A CPI já tem como subproduto uma mexida nos blocos do Senado, que hoje são cinco. O Republicanos, do senador Flávio Bolsonaro, deixa o grupo com o MDB, mas não pretende ficar sozinho. O difícil será encontrar um bloco que acolha os dois senadores do partido.

O governo
A influência que Flávio Bolsonaro cobrou do MDB, por exemplo, uma consulta ao Republicanos sobre quem indicar para a CPI, não será levada em conta em nenhum dos blocos. Com dois senadores, o Republicanos será minoria em todos os grupos.

O final da fila
Se decidir formar um bloco com o PP de Ciro Nogueira, que tem sete senadores e também avalia abandonar o MDB, o novo grupo ficará menor que o PSD, partido de Gilberto Kassab, que tem 11 senadores e não participa de nenhum agrupamento na Casa.

Muda para aliviar / Há quem diga que não foi uma coincidência a conversa do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente da Câmara, Arthur Lira, na segunda-feira, e o anúncio de mudanças na equipe que cuidou do Orçamento — o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, e de Orçamento, Georges Soares. É para dar uma refrigerada. Há pressões pela substituição de Martha Seillier do comando do Programa de Parceria Privada de Investimentos (PPI), mas ela nega que esteja de saída.

Sai daí rapidinho!/ A participação de Flávio Bolsonaro na CPI foi considerada um desastre até por aliados do governo. Já tem senador disposto a pedir que ele fique calado e evite enfrentamento no colegiado. Afinal, a cobrança de isolamento social por quem defende a volta à normalidade com pandemia e tudo não cola.

Quem põe o guizo?/ Faltava definir, porém, quem ia dizer a Flávio Bolsonaro para ficar quieto, ou, pelo menos, não provocar e evitar declarações que passem uma certa arrogância. Os comentários em relação à combatividade das mulheres — “já foram mais respeitadas e indignadas” — e à ingratidão do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, foram os piores momentos.

Explorar o passado/ O governo ainda planeja constranger a parceria entre o relator, Renan Calheiros; o presidente, Omar Aziz; e o vice, Randolfe Rodrigues. Há quem diga que o que os atuais governistas fizeram até hoje a Renan não foi 10% do que Randolfe “aprontou” com o alagoano no passado. Virão ainda tentativas de constranger o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, na terça-feira.

Por falar em parceria…/ Antes que venham dizer que ele é “negacionista” ou adversário da China, o ministro da Economia, Paulo Guedes, organizou uma coletiva para repor os pingos nos is e defender a parceria com a China. Ele explicou a “infeliz” frase de um “vírus da China” e pediu, inclusive, desculpas ao embaixador da China. Melhor assim. De confusão, já basta a tragédia da pandemia, a CPI, as dificuldades orçamentárias e por aí vai.