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Por Denise Rothenburg* com Eduarda Esposito — O presidente do União Brasil, Antônio Rueda, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está omisso em relação ao tarifaço de Donald Trump. A fala foi feita durante o 24º Fórum Empresarial LIDE no Rio de Janeiro. “O presidente Lula, me perdoe, não é uma crítica pessoal, é a pessoa que conduz esse país, o responsável pelas relações internacionais que toca esse Brasil, e ele está omisso. Hoje tem uma posição de colher dividendos políticos. Política a gente vai fazer em 2026, a eleição está longe. Não podemos pagar um preço por um suposto ganho político de A ou de B. Temos que ter responsabilidade e coragem para enfrentar essa crise. A eleição de 2026 não vai ser decidida lá em Brasília. ela começa a ser decidida com esse grupo de empresários que são qualificados, que movem o país. O setor produtivo hoje é a mola desse país. Caiado, que é um defensor do agro, hoje está sofrendo no seu estado as penalidades de uma briga completamente ideológica”, argumentou.

Para Rueda, independente da forma como o presidente dos Estados Unidos tem tratado o presidente Lula, ele deveria ter ligado ou ter viajado para os EUA ao encontro de Trump para negociar as tarifas de 50%. “O ex-presidente Joe Biden sancionou 6 mil pessoas na Rússia há dois anos, e na semana passada, vimos o presidente Vladimir Putin no Alasca apertando a mão do presidente Donald Trump. O Volodymyr Zelensky foi literalmente humilhado há dois meses e também, na semana passada, foi e conversou com o presidente Trump. Acredito que uma solução, tanto para a Rússia, como para o Zelensky na Ucrânia, vai sair agora. Vejam só, estamos aqui no Brasil com um presidente que, desde que começou essa guerra tarifária, não fez uma ligação e não foi por falta de apelo, porque todos nós da política clamamos por isso publicamente. E hoje, novamente, também faço esse apelo ao presidente [Lula], porque não tem como nós superarmos essa crise sem diálogo”, ressaltou Rueda.
Crítica econômica
O presidente do União Brasil também não deixou de tecer duras críticas à política fiscal do governo Lula. “O orçamento federal está distante da realidade. Nós não podemos construir soluções a partir de uma ficção contábil. Tenho visto a falta de cuidado do governo. Ele cria uma peça, uma ficção orçamentária, para que ao final possa gastar mais e depois cobrar mais arrecadação de um povo que está tão sofrido e de um setor produtivo que vem trabalhando pelo Brasil”, enfatizou.

Rueda aproveitou e destacou que o governo precisa cortar gastos e parar de “imputar” a conta ao empresariado do país. “A economia brasileira precisa de resiliência, ela está fragilizada por falhas estruturais. O país carece de metas claras, de coragem, de política e de gestão eficiente. Com todo respeito, falta entregar ao Brasil o que ele exige. Empresários e investidores estão cansados de inércia. Queremos segurança jurídica, reformas consistentes, um ambiente inovador, competitivo, onde o setor privado tem a confiança para investir e gerar empregos”, defendeu.
O presidente partidário finalizou falando sobre a necessidade do Brasil realizar uma reforma administrativa para diminuir o Estado. “A reforma administrativa não é ideologia, é operacional. O Brasil precisa enxugar a máquina pública, modernizar serviços, valorizar o servidor e colocar o resultado na frente. É uma mudança técnica, necessária e urgente nesse processo. Precisamos centralizar competências, fortalecer gestões e evitar um centralismo que paralisa o país. Não se trata de confrontar o presidente Lula, mas de propor alternativas. Evito sempre os ataques pessoais, minha crítica é sempre institucional e estratégica”, disse Rueda.
*Enviada especial
Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 22 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
A oposição teve seu peso na facilidade com que foi aprovada a urgência para o projeto que determina a isenção de Imposto de Renda a quem recebe até R$ 5 mil. É que, depois da vitória na CPMI do INSS, os oposicionistas se preparam para tentar tomar de Lula o discurso da isenção de IR, inclusive com a perspectiva de ampliar o alcance da medida. É nisso que a turma do PL vai trabalhar nos próximos dias, paralelamente ao embate na CPMI.

O plano agora é deixar votar o que for benéfico para a população, e esse projeto do IR é um exemplo. A ideia é desgastar o quanto der o presidente Lula na CPMI e, de quebra, deixar claro que a isenção do IR só ocorrerá por obra do Congresso. Resta saber se vai colar, porque, na avaliação do PT, a bandeira da isenção de IR foi lançada por Lula em sua campanha eleitoral. E o presidente tem falado tanto a respeito, que vai ser difícil arrancar esse estandarte das suas mãos.
Imagem é tudo
A oposição avaliou que o projeto de lei do IR, relatado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), tem o apelo popular de que seus deputados precisam para ajudar a reverter a imagem atrelada ao tarifaço de Donald Trump. Para interlocutores, a CPMI do INSS e a isenção do IR são vistas como um bote de salvação antes do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e possíveis novas sanções dos Estados Unidos.
Conta salgada
Há quem diga que o governo não tem os R$ 30 bilhões anunciados para o plano emergencial de apoio aos prejudicados pelo tarifaço norte-americano.
Aos poucos…
A aprovação do projeto que prevê a responsabilização das redes no caso da exploração de crianças e adolescentes, o da “adultização”, e a urgência à isenção do IR são provas de que a Casa trabalha para voltar à normalidade. E o motim de parte dos deputados começa a ficarem segundo plano.
Vem aí
O Ministério dos Transportes tem trabalhado em um novo modelo de transporte ferroviário para passageiros. O ministro Renan Filho vai se reunirem breve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acertar os últimos detalhes antes do anúncio. De acordo com o ministro, vai ser um ganho civilizatório para o país — primeiro no ranking mundial dos que mais transportam pessoas em ônibus.
CURTIDAS

O discurso de Xandão/ Em meio à celeuma envolvendo o tarifaço, a divulgação da troca de mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo e as sanções aplicadas pelos Estados Unidos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, fará, no fim da tarde desta sexta-feira, a grande palestra de encerramento do 24ºForum Empresarial Lide, grupo fundado pelo ex-governador de São Paulo João Doria. Os presidentes dos maiores partidos participam da abertura, hoje pela manhã.
Na pegada da sustentabilidade/ A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (foto, PP), está no Rio de Janeiro e também participa, nesta tarde, do24º Forum Empresarial Lide. Celina falará sobre economia circular e desenvolvimento social, tema que promete ser uma das bases de sua campanha ao GDF no ano que vem.
Ciro e o União/ A presença do ex-governador, ex-prefeito e ex-ministro Ciro Gomes no evento que oficializou a federação entre União Brasil e Progressistas não foi por acaso. Ele já tem convite para se filiar ao União e concorrer ao governo do estado. Falta acertar com o ex-senador e ex-governador Tasso Jereissati (PSDB).
Ciro e os tucanos/ Ciro cogitou voltar ao PSDB, mas os tucanos não se mostram muito animados com as perspectivas de retorno do antigo aliado. Especialmente em São Paulo, a resistência é grande
Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 21 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Quem foi cobrar dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a derrota na escolha de presidente e relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouviu a seguinte frase: “Vá cobrar do governo”. Eles já fizeram muito indicando nomes mais alinhados ao Planalto. Porém, conseguir votos para aprovar é tarefa dos líderes governistas. Se não fizeram o dever de casa, agora vão ter que correr atrás do prejuízo. Nenhum governo gosta de CPI ou de CPMI. O que era para ser uma tarefa fácil, agora se tornou mais difícil, com possibilidade de reflexos nas eleições do ano que vem.

Derrotado, o PT já pediu a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma maneira de tentar sair do canto da sala. A base do pedido será uma declaração do senador Izalci Lucas (PL-DF) à CNN, dizendo que Bolsonaro havia recebido um relatório que falava das fraudes. A convocação, porém, terá que ter a chancela do relator Alfredo Gaspar (União-AL), que não tem Bolsonaro como prioridade para as oitivas.
O problema é a Câmara
Partiu do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), toda a articulação para as indicações dos nomes mais centro-direita à CPMI do INSS e a organização da oposição para derrotar o governo na escolha do presidente e do relator. Com a Câmara “dominada”, a madrugada foi a vez de trabalhar os senadores. E tudo na surdina.
Deus ajuda quem cedo madruga
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) recebeu mensagem, na madrugada de ontem, avisando que os nomes da oposição para presidente e relator da CPMI eram, respectivamente, Carlos Viana (Podemos-MG) e Alfredo Gaspar.
Vice, só se deixarem…
O governo tentará emplacar o deputado Duarte Jr (PSB-MA) como vice-presidente da CPMI do INSS. O nome é bem-visto por parlamentares da oposição pela sua experiência com o Procon no estado, mas interlocutores disseram à coluna que se o presidente, Carlos Viana (Podemos-MG), quiser, pode não haver um vice-presidente do colegiado.
O alvo da oposição
Carlos Lupi saiu do ministério da Previdência para se preservar. Pois agora, a oposição o colocou como o nome a ser convocado e exposto num primeiro momento. A ideia é enfraquecer a posição do PDT nos estados e, por tabela, a do PT na eleição do ano que vem. A CPMI que era considerada um ponto de preocupação, mas nem tanto, transformou-se numa fratura exposta que o governo terá que operar muito bem para evitar maiores estragos. Será o grande teste da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
CURTIDAS

Subestimou/ Nos bastidores, fala-se como o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP), ficou “chocado” quando o resultado da eleição apareceu no telão da CPMI. “Subestimamos a articulação da oposição”, disse o líder, assumindo a culpa da derrota.
Desdenhou/ O governo chegou a ser avisado que havia um zunzum de outro candidato para relatar a CPMI. Achou que o petista que avisou o governo estava vendo “pelo em ovo”.
Ficou a lição/ O deputado Ricardo Ayres (RepublicanosTO) deu várias entrevistas como relator da CPMI do INSS. Seus aliados chegaram, inclusive, a colocar faixas em sua terra natal como relator da comissão. Sentar-se na cadeira antes da eleição nunca deu bom resultado
Prestigiado/ Ex-presidente do Senado, Edison Lobão, lançou seu Memórias e Testemunhos — Revelações políticas ladeado pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e o do Senado, Davi Alcolumbre. Alcolumbre, aliás, fez questão de ter um têteà-tête com Lobão, flagrado pela coluna (foto)
Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 14 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
A medida provisória de ajuda aos exportadores afetados pelo tarifaço de Donald Trump encontrará um clima favorável no Parlamento, porém o governo brasileiro terá de complementar esse pacote para atender pelo menos a três setores: café, carnes e pescados, especialmente este último. A avaliação dos congressistas ligados ao agro é de que não dá para aprovar a MP que atende à indústria e não ter, ao mesmo tempo, algo que possa servir de alento a esses setores. Afinal, o governo e o mercado brasileiro não conseguirão absorver todo o estoque dos produtos. Ou encontra novos mercados com urgência, ou cria logo algo que possa aliviar o prejuízo desses setores.
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Em tempo: o agro é hoje a bancada mais forte do Congresso. Se não for atendida, e logo, a medida provisória, que tem tudo para ser aprovada, pode encontrar dificuldades.

Juntos chegaremos lá
Líderes da bancada do agro, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) estão no Japão com o intuito de abrir novos mercados para a carne brasileira. O Ministério da Agricultura e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) também integram a comitiva.
No embalo de Eduardo
Enquanto o Itamaraty e o presidente Lula conversam com várias autoridades estrangeiras para reforçar os valores democráticos do Brasil, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), prepara uma carta a ser entregue às embaixadas para dizer que houve prisões arbitrárias, censura institucional e perseguição política no país.
Pode ajudar
Na avaliação de deputados, a série de possíveis suspensões devido às ocupações nos plenários da Câmara dos Deputados pode adiar, ainda mais, a votação da cassação de Glauber Braga (PSol-RJ). Para alguns parlamentares, as punições visam estabilizar a Casa, e uma votação para cassar um mandato pode reacender a tensão.
E o IR, hein?
O clima para votação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais deu uma “esfriada” . Apesar de ter sido tema da reunião entre os líderes da Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ainda não há uma data definida para ser votada em plenário.
Mas vai ficar tudo bem
Segundo o líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões (AL), o atual relatório não contém nada que exija a regra de noventena, e, com certeza, será aprovado ainda este ano, respeitando o preceito da anualidade. Mas, caso ocorram mudanças que exijam a noventena, o líder garante que não haverá prejuízos se ultrapassar alguns dias — ou semanas — para a sua aprovação.
CURTIDAS

É hora do lobby/ Na visão de parlamentares, agora é o momento para que exportadores e importadores façam um acordo, a fim de reverter o tarifaço de Donald Trump. A forma seria incentivar que os compradores norte-americanos se aproximem do presidente e mostrem os prejuízos, para que seus setores sejam isentos. E, de acordo com autoridades, é neste momento que entra o lobby para facilitar o diálogo.
Ajuda crucial/ Em setembro, por exemplo, uma missão do Líderes Empresariais (Lide), fundado pelo ex-governador João Doria, estará em Washington para o Lide Development Forum. A avaliação de muitos parlamentares é de que esse encontro pode auxiliar os empresários brasileiros.
Espera aí/ O presidente Lula gostou tanto da conversa com o professor Steven Levitsky que o encontro entre os dois deixou os ministros, que chegavam ao Palácio para o anúncio da MP antitarifaço, esperando por quase uma hora. O chefe do Executivo recebeu um livro autografado do autor de Por que as democracias morrem e ouviu que o Brasil agiu certo ao conter o extremismo.
Valeu, Lira/ Levitsky fez questão de frisar o acerto da turma de centro-direita que, em 2022, parabenizou Lula pela vitória assim que saiu o resultado da eleição. O então presidente da Câmara, Arthur Lira, foi o primeiro a se pronunciar. Levitsky considera que a atitude foi fundamental para reforçar o processo democrático.
Coluna Brasília-DF publicada na quarta-feira, 13 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Os movimentos e as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enterraram qualquer chance de conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe de Estado brasileiro vai se dedicar, como já tem feito, ao pacote de ajuda aos empresários e, ao mesmo tempo, a alinhar melhor as ações com os países parceiros no Brics desde a criação do bloco — Rússia, Índia, China, África do Sul — e com aqueles que ingressaram mais recentemente: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Irã, Egito. Não é pouca coisa.

Nem tudo está perdido/ Ainda que o governo Trump não queira conversa com o Executivo brasileiro, o presidente Lula deu carta branca para que o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Itamaraty auxiliem os empresários exportadores tecnicamente no que for preciso em relação às vendas para os Estados Unidos. A ordem é não deixar passar a ideia de que os empreendedores brasileiros estarão sozinhos nessa empreitada.
Arruma serviço aí
A inclusão da reforma administrativa na pauta da Câmara está diretamente relacionada ao fato de o presidente da Casa, Hugo Motta, querer ocupar os congressistas com temas relevantes. Se houver muito trabalho pela frente — e isso não falta —, fica mais difícil organizar movimentos, como a ocupação do plenário.
Por falar em plenário…
Se depender dos parlamentares de centro, a anistia aos acusados pelo 8 de Janeiro de 2023 está praticamente enterrada. O mesmo não se pode dizer do fim do foro privilegiado.
Sentou em cima
Falta apenas a votação em segundo turno para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Mas, por enquanto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não coloca o projeto em votação. Nos bastidores, parlamentares avaliam que Alcolumbre deve segurar a apreciação da PEC como forma de “revidar” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre o IOF, que manteve a alíquota do imposto. Caso aprovada, a PEC pode “salvar as contas do governo em 2027”, avalia o ex-procurador-geral da Fazenda Nacional Ricardo Soriano.
Saúde é o que interessa
Clima tenso e de expectativa para a reunião desta quarta-feira na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Indicado pelo presidente Lula, em dezembro de 2024, para diretor presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o ex-deputado petista Wadih Damous será finalmente sabatinado. Para ser aprovado, precisará do voto de, pelo menos, 41 parlamentares. Autoridades ligadas à saúde estão preocupadas por causa do comportamento do deputado em épocas passadas. Por exemplo, as ofensas verbais à então senadora Ana Amélia Lemos há alguns anos.
CURTIDAS

Super-ricos querem fugir/ O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) afirmou que brasileiros de alta renda estão preocupados com a taxação para bancar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Pararam-me no aeroporto perguntando se deviam ficar ou sair”, declarou o parlamentar em almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo com o relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL).
Por falar em IR…/ Durante o almoço, Arthur Lira disse que a votação do projeto vai depender das mudanças que serão propostas à matéria aprovada na comissão especial. “Dependendo das variações, esse texto pode ficar com menos ou mais urgência”, afirmou. “A isenção dos R$ 5 mil é o único consenso que temos no Congresso.”
Impopularidade em alta/ As casas de apostas on-line, famosas bets, criaram briga com muitos parlamentares e setores produtivos. Tem autoridade defendendo que haja um aumento de alíquota na tributação das bets no texto da reforma da renda. De acordo com os políticos e empresários, os problemas são dois: alto lucro das bets ilegais e vício que as apostas têm causado em brasileiros.
Vamos com calma/ O ministro Gilmar Mendes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu “calma” ao Congresso Nacional sobre o fim do foro privilegiado. A fala ocorreu durante Diálogos Esfera, evento promovido pelo grupo Esfera Brasil na Casa Parlamento. “É preciso que haja algum tipo de simetria e um pouco de calma para não ficar, a partir de medidas legislativas constitucionais, tentando resolver os seus próprios problemas”, disse. Leia mais no Blog da Denise.
Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 8 de agosto de 2025, por Carlos Alexandre de Souza com Eduarda Esposito
Ontem em Brasília para cumprir agenda política, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estudam movimentos para as eleições do próximo ano. Entre outros compromissos, Kassab tinha encontro com o presidente Lula, que busca mais fidelidade da coalizão partidária – o PSD tem as pastas do Minas e Energia, Agricultura e Pesca e Aquicultura.

Tarcísio, por sua vez, encontrou-se com o ex-presidente Jair Bolsonaro — pela segunda vez em menos de 30 dias. Também se reuniu com outros governadores na residência de Ibaneis Rocha, onde trataram de tarifaço e outros temas. Colegas de trabalho no Palácio dos Bandeirantes — Kassab é secretário de Governo de Tarcísio — ambos dividem um cálculo político em relação a 2026. E esse cálculo passa por uma vitória de Lula na próxima disputa presidencial.
Escolha mais fácil
Para o PSD, uma eventual disputa entre Lula e Ratinho Jr. (um dos nomes cotados na corrida ao Planalto), com amplo favoritismo para o petista, favoreceria uma acomodação regional no partido. Como a legenda tem políticos de oposição e governistas, cada pesedista se sentiria mais confortável em fazer palanque ao lado do seu candidato sem comprometer o partido no pós-eleição.
Melhor em 2030
Em relação a Tarcísio, a aposta seria para 2030. Isso porque, na visão dos aliados do governador paulista, Lula não deve conseguir fazer um sucessor. Se entrar na corrida ao Planalto já no próximo ano, Tarcísio corre o risco de perder as eleições e o governo de São Paulo.
Variável instável
Outro fator considerado no entorno de Tarcísio é a relação com o clã Bolsonaro. A depender do que acontecer com o ex-presidente e com Eduardo Bolsonaro, o ex-ministro pode ser visto como um traidor caso decida concorrer ao Planalto em 2026. A fim de evitar qualquer dúvida, Tarcísio renovou ontem a solidariedade ao seu ex-chefe.
Agora ou nunca
O resultado dessa equação seria a formação de uma chapa Tarcísio/Kassab para o governo de São Paulo. O presidente do PSD viria como vice do titular do Bandeirantes e, em 2030, herdaria o governo com a ida do republicano para as eleições presidenciais. Mas aliados do governador de São Paulo também estão de olho na concorrência. Esperar o Planalto até 2030, acreditam, poderia abrir uma janela de oportunidade para outros candidatos de centro ou conservadores.

Pressa
De tornozeleira eletrônica, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi visto pela coluna correndo para deixar o Senado às 18h11. A pressa tinha motivo: o bolsonarista precisava chegar em casa até as 19h.
Semântica
Após a tensão da noite de quarta-feira, deputados já começaram a falar de forma mais branda sobre as ocupações do PL. “Quando era no recesso, eles queriam trabalhar para aprovar a moção de Trump. Agora que os trabalhos voltaram, não queriam deixar ninguém trabalhar”, disse um deputado à coluna.
PNE tem tempo
Deputados ligados ao Plano Nacional de Educação (PNE) acreditam que o projeto deve ser votado na Comissão e no Plenário até começo de outubro. O cálculo é deixar dois meses para o Senado aprovar a proposta antes da data limite, janeiro de 2026.
Anistia precisa esperar
Neste cenário pós-rebelião no Parlamento, o PL pretende focar, nesse primeiro momento, no fim do foro privilegiado. A anistia não será deixada de lado, mas deverá aguardar. Será preciso construir um consenso com os líderes na Casa.
Veja bem
Um estudo da Associação Brasileira das Companhias de Capital Aberto (Abrasca) analisou a reforma do Imposto de Renda de 1996, quando os dividendos ficaram isentos de tributação. O estudo conclui que, mesmo com a isenção, a arrecadação aumentou. Isso porque a medida ampliou investimentos estrangeiros e possibilitou a distribuição dos dividendos nas empresas.
Somas e perdas
A partir dessa premissa, o estudo alerta que uma reforma do Imposto de Renda com taxação de dividendos corre o risco de resultar em queda na arrecadação, em razão da fuga de capitais.
Políticos e empresários brasileiros desaprovam a conduta de Lula frente ao tarifaço

Mumbai, Índia — A decisão do presidente de Lula, de não se “humilhar” com um telefonema a Donald Trump para tratar das tarifas foi criticada abertamente por empresários e políticos reunidos no Lide Brazil India Forum nesta quinta-feira. “A discussão não pode ser nesse tom. Essa discussão tem que ser levada de maneira mais pragmática mais objetiva, é o que eu acredito. Acho que o Brasil precisa ligar, sentar e negociar, seja pelos diplomatas, seja pelo presidente. E deveria fazer isso sem abrir mão das suas prerrogativas de soberania e tudo mais, mas sentar para negociar com altivez aquilo que é de interesse da economia brasileira, porque o maior prejudicado é o próprio país. A gente tem que ter essa clareza”, comentou o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que participa do evento.
Os empresários que estão na Índia em busca de alternativas ao tarifaço trumpista vão na mesma linha: “O presidente (Lula) tem uma forma de trabalhar, temos que entender, mas, na nossa visão empresarial, precisamos de mais ações. É ir lá bater na porta para negociar”, comenta o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sergio Logen, que comanda a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul.

O ex-governador de São Paulo João Doria, fundador do Lide, concorda com a posição dos governadores, como Eduardo Riedel. “Não há humilhação nenhuma em você telefonar, desde o seu objetivo seja tratar economicamente do tema e não politicamente. O outro lado não está com a razão, o presidente Trump não tem razão de impor ao Brasil, como impôs a outros países, uma sobretaxa de 50 por cento, mas isso não impede que você tenha destreza, capacidade e liderança de telefonar ao presidente dos Estados Unidos da América para falar clara e objetivamente, sem ofensas, sem transformar este encontro num embate, mas de maneira objetiva, construtiva, no sentido de reverter essa posição, seja integralmente ou para ampliar os pontos que podem unir o Brasil aos Estados Unidos e não estabelecer a distância. Não há humilhação nenhuma em você telefonar para um chefe de estado. Não vejo nesse sentido, essa é uma visão política. E, sendo uma visão política, talvez o presidente Lula fique muito próximo também do equívoco do presidente Trump, que transformou as medidas com base numa visão política equivocada, de proteção e amparo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e não numa visão técnica, objetiva, amparada em razões comerciais. Eu duvido que o presidente americano vá maltratar o presidente do Brasil num telefonema, não creio que pudesse chegar a este ponto”, disse Doria.
A posição dos empresários não fez com que Lula mudasse de ideia. A avaliação do governo brasileiro é a de que Trump não quer conversar. Além disso, aliados de Lula temem que o presidente brasileiro seja exposto a constrangimentos, tal e qual o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, num encontro na Casa Branca. Antes de falar com Trump, Lula deixará que os diplomatas e os próprios empresários atuem, no sentido de tentar reverter os 50%.
*Enviada Especial
“Sóstenes não pode impor a vontade dele ao presidente do Senado”, afirma líder do PP na Câmara
Por Eduarda Esposito — O líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, Dr. Luizinho (RJ), afirmou que o líder do PL na Casa “não pode impor sua vontade ao presidente do Senado”. A fala é uma resposta à exigência do líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro em querer conversar apenas na presença dos dois presidentes, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). O deputado foi questionado sobre a ocupação dos deputados e senadores do PL nos Plenários das duas Casas durante a 3ª edição do Fórum Saúde, promovido pelo grupo Esfera Brasil e pelo laboratório farmacêutico EMS.

“Acredito que o líder de Sóstenes confia no líder Rogério Marinho, no Carlos Portinho, não sei quem é o líder do PL no Senado, no diálogo com o presidente Davi Alcolumbre. Agora, o líder de Sóstenes não pode impor a vontade dele ao presidente do Senado, porque ele não é mesmo do Senado. Ele pode construir com Hugo Motta, não vai se por Alcolumbre. E também aqui não é negócio de criança, não é Jardim de infância”, afirmou.
Na opinião do líder do PP, a desocupação precisa ser feita com base no diálogo e negociação com PL, e não por meios violentos. Entretanto, Dr. Luizinho defende que impedir os trabalhos não é a melhor solução. “Vamos trabalhar para tirar a ocupação, discutir hoje com o presidente Hugo Motta, temos que escutar quem representa o partido, os líderes e presidentes partidários. Hoje a gente vive um momento que será muito ruim ter que desocupar o plenário da Câmara por deputados e o plenário do Senado. Não acredito nessas medidas. Não acho tem que desligar ar-condicionado, tirar a luz, proibir, não acho que é isso. A gente tem que ter um diálogo, até porque é a forma que a Casa constitui. Agora, também impedir o trabalho parlamentar nada vai resolver”, pondero o líder.
Impasse da anistia
O líder do PP também explicou a divergência com o texto da anistia. De acordo com o parlamentar, o texto que o PL pediu apoio na urgência é diferente da proposta que eles querem votar agora. “A anistia tem um problema de base, as assinaturas da urgência do PL da anistia foram colhidas em cima de uma proposta que o líder Sóstenes foi a cada uma das bancadas pedindo para anistiar as pessoas que participaram do movimento de 8 de janeiro. Agora existe uma mudança de proposta para anistia ampla, geral e irrestrita, que não foi o comprometido quando foram colhidas as assinaturas da anistia. A gente precisa entender como se vai construir”, explicou.
Dr. Luizinho também afirmou não concordar com a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não acha que a ocupação dos plenários seja a melhor solução por parte do partido. “A medida de prisão do presidente Bolsonaro é excessiva, acho que deveria ter terminado o curso normal do processo legal. Mas nós temos que trabalhar no Congresso dentro da legalidade. A ocupação do plenário não resolve o problema. Plenário tem que ser soberano e tem que trabalhar, até para ser vencedores e vencidos. Vamos discutir os temas e vamos chegar a um consenso”, ressaltou.
O deputado também esclareceu o apoio do União Progressistas à obstrução praticada pelo PL desde o primeiro semestre. “Hoje, o União Progressistas para esta semana, para esses dois dias de terça-feira e quarta-feira, está apoiando a obstrução. Foi esse o compromisso, uma conversa do presidente Ciro Nogueira (PP), presidente Rueda (União Brasil) e presidente Valdemar da Costa Neto (PL). E para semana que vem a gente quer a retomada dos trabalhos da casa dentro da normalidade”, disse.
Crise entre os Poderes
Outro ponto abordado pelo líder, após sua participação no Fórum Saúde, foi a sobreposição de poder entre o Judiciário e Legislativo. Na visão do líder partidário, a mudança do Foro Privilegiado é um problema para o Congresso. “O texto originário da Constituição de 1988 trouxe aos parlamentares do Senado e da Câmara uma posição que, para serem investigados, deveriam ser autorizados pelas duas Casas. Hoje, infelizmente, nós estamos vivendo um momento em que todos os parlamentares só estão restritos a um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF). Então, o foro hoje se tornou, pela retirada do texto originário da Constituição, um problema para o parlamento”, defendeu.
Para o deputado, o fim do Foro, como defendido pelo PL e oposição, não é a solução para esse impasse. “Com a mudança do texto originário da Constituição, perdeu-se o equilíbrio dos Poderes. Você tem o Judiciário com o poder acima do poder do Congresso Nacional. O equilíbrio entre os Poderes é a base da nossa democracia. Sou defensor do retorno das prerrogativas parlamentares da Constituição de 1988, no formato em que elas foram feitas”, declarou.
Dr Luizinho também comentou a afirmação do PL sobre terem sido isolados no primeiro semestre e que agora esse isolamento acabou devido à prisão de Bolsonaro. “Nunca houve isolamento, tanto que tem a assinatura no requerimento de urgência para o PL da anistia. Então, nunca houve isolamento. O problema é que você para fazer um texto de uma complexidade chamada anistia, tem uma complexidade para que a gente também não aprove uma medida que o STF não julgue inconstitucional. A gente está entrando numa seara que não é nossa. Nós somos o poder legislativo”, argumentou.
Na visão do parlamentar, o Congresso precisa analisar a questão do ponto de vista político para que o STF não julgue uma lei inconstitucional. “Uma das coisas que mais nos irrita é quando uma um projeto de lei aprovado é julgado inconstitucional pelo STF. Não cabe a nós mudar sentenças. A gente está entrando num outro campo, a discussão política do movimento do dia 8 de janeiro é um outro motivo. O que reúne a Casa e o Brasil é que a maioria acha que só pode existir uma prisão após o fim de um processo legal. Agora, entendo que a gente tem que respeitar também a decisão judicial. O parlamento brasileiro vai entrar na discussão de decisão judicial? A gente acha que essa é uma prisão política ou a gente, a cada pessoa que for presa, vai mudar uma legislação? Nós, União Progressistas, apoiamos, temos o entendimento do presidente Ciro Nogueira e do presidente Antônio Rueda, que é um gesto fora do processo legal, mas temos que respeitar o processo legal. A gente só tem que entender o que o legislativo pode fazer e construir um diálogo”, afirmou.
Para o líder, uma decisão no STF tem que ser respondida dentro dos parâmetros legais. “Decisão judicial não tem resposta política. Decisão judicial tem que ter resposta no judiciário. Nós não vamos revogar uma medida judicial, não tem previsão constitucional. A gente precisa avaliar as brechas hoje que temos na nossa constituição e tentar reconstruir o nosso marco legal”, defendeu.
E o governo?

Questionado sobre a possibilidade do União Brasil e do Progressistas deixarem os ministérios do governo do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 19 de agosto, Dr. Luizinho afirmou que não há decisão sobre isso. “Se o Rueda não deu essa declaração, então ela é inverdadeira. Presidentes Ciro ou Rueda, Pedro Lucas Fernandes (líder do União Brasil na Câmara-MA), eu, Tereza Cristina (líder do Progessistas no Senado) ou Efraim Filho (líder do União Brasil no Senado), não fizemos essa declaração, então não é verdadeira. Não tem esse compromisso, nunca fizemos esse diálogo. A gente nunca teve essa data, nunca teve essa conversa”, concluiu.
À coluna, deputados de ambas as legendas já relataram não concordar com o desembarque da federação dos ministérios do governo Lula. Parlamentares acreditam que se manter na base do governo ainda traz benefícios como emendas e acordos. No anúncio conjunto realizado pelos partidos em 11 de junho, antes do recesso parlamentar, os presidentes da federação afirmaram que as legendas deixariam a base do governo assim que a federação fosse concluída, o que deverá ocorrer no próximo dia 19 de agosto.
Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 5 de agosto de 2025, por Luana Patriolino com Eduarda Esposito
Em agosto, ninguém morrerá de tédio. O ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu o pontapé, cumprindo uma das suas promessas: decretando a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro por descumprir as medidas restritivas impostas — uso incontestável das redes sociais. E não deu outra. Resultado? Está proibido de sair de casa, de usar celular e as mídias digitais, além de estar limitado a ter contato somente à família e aos advogados. Para os apoiadores, o aviso: quem estiver perto do clã Bolsonaro — e ousar transgredir as ordens do magistrado — pode ter o mesmo destino. Para os adversários, dia de comemoração e nada de discrição. As redes e os memes que o digam.

A culpa é do Flávio
Pouco antes da decretação da prisão do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apagou a publicação que havia feito nas redes sociais, com um discurso do pai feito para a manifestação em apoio a ele no Rio de Janeiro. A decisão de Moraes proibiu o uso das mídias, inclusive, por meio de terceiros. Na internet, a oposição “agradeceu” ao parlamentar pela postagem — que culminou da ordem do STF.
Contagem regressiva
A escalada da tensão entre o Judiciário e o ex-presidente é mais um passo no conjunto de ações que pode terminar na condenação final de Bolsonaro. O ex-presidente é réu na Suprema Corte por tentativa de golpe de Estado e pode ser julgado até setembro. A ação penal, relatada por Moraes, investiga se o ex-chefe do Executivo atuou para permanecer no poder, mesmo após a derrota nas urnas para o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sinais de cansaço
A população está começando a demonstrar um certo cansaço com a briga Lula x Bolsonaro. Fontes ouvidas pela coluna dizem que o próprio presidente da República tem repensado se vai concorrer à reeleição, em 2026. Nos bastidores, cresce a expectativa de que o petista passe o bastão ao vice Geraldo Alckmin — que tem aumentado sua popularidade e simpatia do titular do Planalto. Até o momento, nenhum nome forte da terceira via surgiu para o próximo pleito presidencial.
O dia D
A espera pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acabou. O Executivo terá que lidar diretamente com as consequências da sobretaxação do republicano e definir as medidas adotadas pelo governo. Ontem, Alckmin participou de uma reunião para discutir os preparativos para a finalização do plano de contingência para proteger, das tarifas impostas pelos EUA, a indústria nacional, o agro e o emprego.
Sem parar
Alexandre de Moraes mostrou que não está para brincadeira nesta semana. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica por ordem do magistrado, ao voltar ao Brasil depois de sair sem autorização do Supremo.
Alerta
Especialistas ouvidos pela coluna veem a decisão da Corte como um alerta sobre as consequências do descumprimento ou da tentativa de deslegitimação de ordens judiciais, especialmente quando envolverem temas sensíveis, como a defesa da ordem constitucional. “A imposição de medidas mais restritivas sinaliza que o STF está disposto a reagir institucionalmente diante de parlamentares ou agentes públicos que desrespeitem suas decisões ou atentem contra sua autoridade, reforçando o princípio da isonomia e a preservação do Estado Democrático de Direito”, afirma a criminalista Amanda Silva Santos.
Ilha em efervescência
Definitivamente nem tudo vem no DNA. Que o diga Sandro Castro, neto de Fidel Castro, o líder revolucionário de Cuba. O jovem é um dos principais influencers da ilha. Sob o codinome de Vampirach, ele faz ironias com a cerveja local, os apagões e as restrições. Filho de Alexis, um dos sete herdeiros de Fidel, vive em um bairro nobre de Havana, cercado dos privilégios da seleta elite cubana. Mas é nas redes sociais, com 120 mil seguidores (número elevado para os padrões locais), que ele causa. Os simpatizantes do regime o qualificam como “imbecil” e afirmam que ele não honra a história revolucionária do avô.
Evento
A Esfera Brasil reunirá ministros, governadores, congressistas e lideranças empresariais no seminário Esfera Infra, dia 9, em Recife. Com o objetivo de debater investimentos em infraestrutura e soluções capazes de impulsionar o desenvolvimento regional, o evento deve contar a participação dos ministros Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Jader Filho (Cidades) e Vinícius de Carvalho (Controladoria-Geral da União).
Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 31 de julho de 2025, por Luana Patriolino com Eduarda Esposito
O que indicava a recuperação da popularidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se uma preocupação para os aliados do petista. O dia de ações impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou o caráter político por trás do tarifaço às importações brasileiras.

Neste cenário, o Planalto elabora um plano de resposta que possa influenciar a opinião pública e os produtores impactados. Há dúvidas se a Lei da Reciprocidade é a melhor saída para a crise diplomática e comercial, pois poderia esticar ainda mais polarização política. O decreto que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos, elevando o total para 50%, começa a valer em 6 de agosto — dois dias após a volta dos trabalhos do Congresso Nacional.
Morde e assopra
Há um certo alívio com a exclusão do papel celulose, do suco de laranja e dos aviões da Embraer da lista do tarifaço dos Estados Unidos entre os mais de 700 produtos preservados do tarifaço de Trump. Empresários paulistas comemoram, sobretudo em relação aos últimos dois itens. O recuo deve atenuar os danos inicialmente estimados pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de que haveria queda de até 2,7% no PIB e perda estimada de 120 mil empregos em decorrência da sobretaxação.
Interesse escuso
Ao assinar o tarifaço, Trump acusou o STF e o ministro Alexandre de Moraes de perseguirem Jair Bolsonaro. No entanto, especialistas acreditam que o pedido de anistia ao ex-presidente é um pretexto para atender aos interesses das big techs, insatisfeitas com a regulamentação das plataformas no Brasil.
Há quem diga…
… Que a única coisa que poderia preocupar Alexandre de Moraes, ontem, era o jogo do Corinthians contra o Palmeiras. Com o visto vencido há dois anos, o magistrado não sinaliza intenção de obter o documento, não tem bens nem investimentos nos Estados Unidos. O ministro é a primeira autoridade brasileira punida pela Lei Magnitsky — criada em 2016 para penalizar russos envolvidos em violações dos direitos humanos e corrupção.
Ansiosos para 2026
Em solenidade em Cidade de Goiás, nesta semana, o governador Ronaldo Caiado (União) vestiu uma faixa do governo do estado que se assemelhava à da Presidência da República. O gesto foi motivo de brincadeira de um dos homenageados: “Haverá sinais”. O público presente riu e aplaudiu. Na ocasião, o vice-governador, Daniel Vilela, sinalizou que pretende concorrer ao cargo de Caiado em 2026, claro, com a bênção do incumbente.
#Chateada
Presa em Roma, na Itália, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse, em entrevista ao jornal La Repubblica, que esperava mais apoio da extrema-direita italiana. “Esperava algo mais. De Salvini (Matteo Salvini, vice-primeiro ministro e dirigente do partido Liga Norte), mas também de Giorgia Meloni (primeira-ministra da Itália), que é amiga de Trump. E Trump sabe o que está acontecendo no Brasil”, disse.
Brasiliano
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) protocolou, ontem, um pedido na Câmara dos Deputados para que o deputado italiano Angelo Bonelli seja reconhecido com o título de cidadão honorário da República Federativa do Brasil.
Grazie
Um dos primeiros a protestar contra a ida de Zambelli à Itália, Bonelli afirma ter repassado o endereço da deputada à polícia. Ele tem fortes ligações com o Brasil e com o governo Lula. É um defensor da Amazônia e postou fotos ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de quem diz ser um admirador.
Satisfeitos, mas nem tanto
Um levantamento do Ranking dos Políticos mostra que a maioria dos parlamentares está “satisfeita” com as orientações partidárias em seus mandatos. No Senado, a aprovação está em 85,8%. Na Câmara dos Deputados, 75,4%. Porém, na mesma pesquisa, 29% manifestou incerteza ou intenção de mudança de sigla em breve.
Homenagem
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) será homenageada, na próxima quarta-feira, em sessão solene na Câmara dos Deputados pelos seus 20 anos de atuação. “Temos um futuro promissor e a atuação da agência será cada vez mais decisiva para impulsionar a inovação, promover a sustentabilidade e a competitividade do setor industrial do país”, afirmou o presidente da entidade, Ricardo Capelli, à coluna.










