Lula não critica partidos, mas não poupa BC e mercado

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — No café da manhã com jornalistas, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou que tudo está dentro da normalidade na relação com o Congresso, a ponto de dizer que “todas as coisas serão aprovadas e acordadas”. Não criticou partidos, não reclamou da vida. Mas não poupou o mercado, que, segundo ele, considera tudo como “gasto”, menos o superavit primário. A outra saraivada de críticas sobrou para o Banco Central, sob o comando de Roberto Campos.

Em tempo: Lula deixa transparecer que deve indicar o futuro presidente da autoridade monetária em novembro. Ele não diz abertamente, mas espera, depois de dezembro, uma mudança de rumo na política monetária ou, pelo menos, avisos ao Poder Executivo.

Congresso leva, mas…

A aprovação do programa emergencial para o setor de eventos indica que a “normalidade” citada por Lula caminha no sentido do desejo dos parlamentares. Só tem um probleminha aí: o caixa da União é um só. Para manter os R$ 15 bilhões até 2027, será preciso cortar outras despesas.

Deixe para depois

Lula gostaria de ter conversado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda no fim de semana, como fez com o da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Mas Pacheco havia tomado a vacina da dengue e não estava muito bem.

Até aqui…

Pacheco vai atender, hoje, deputados e senadores que pedem a apreciação dos vetos ao Orçamento e ao projeto de lei das “saidinhas”. O governo começou, inclusive, a liberar mais emendas para ver se consegue manter as propostas conforme Lula sancionou.

… segue o baile

Pelo que Lula mencionou no café da manhã com jornalistas, se o Congresso derrubar o veto ao PL das “saidinhas” de presos que não cometeram crimes hediondos — como estupro ou pedofilia —, o problema será dos parlamentares. Dentro do PT, há quem diga que o partido vai se preparar para acusar os conservadores de não dar a chance à ressocialização dos presos, independentemente do motivo da pena.

Agenda internacional/ Lula avisou, no café da manhã, que vai procurar os presidentes de países da Europa em que prevalece um ambiente mais democrático — como França e Espanha — para, juntos, traçarem uma estratégia, a fim de combater o ódio e o extremismo no mundo. A intolerância, que leva um sujeito a cortar a corda de um trabalhador num andaime ou a atirar num vizinho por nada, precisa ter um fim.

Leitura dos diplomatas/ A carta que o presidente da Argentina, Javier Milei, mandou a Lula, não foi lida, segundo o presidente brasileiro. Sinal de que não é prioridade.

Leitura dos ministros/ Ao dizer que ninguém será punido se fizer greve, o presidente deixou muitos ministros e reitores de universidades de cabelo em pé. É que, agora, os servidores vão ficar parados, atrasando a vida dos alunos.

A voz da experiência/ Do alto dos 94 anos, a serem completados hoje, o ex-presidente José Sarney (foto) continua sendo uma referência do MDB e dos políticos. Depois que deixou a Presidência da República, em 1990, não teve um político de destaque que não o tenha procurado para pedir conselhos.

 

Lula está inconformado com derrotas no Congresso

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, no Palácio do Planalto, cobrando dos ministros que entrem de forma mais incisiva na articulação política, está diretamente ligado ao fato de ele não se conformar com a realidade de ter quase todos os partidos dentro do governo e o painel de votações, atualmente, não corresponder a esse acesso. Até aqui, o governo ganhou quase tudo o que quis na agenda econômica — isso enquanto essa agenda esteve em sintonia com o que desejam os congressistas.

As derrotas começaram recentemente, quando o Poder Executivo passou a querer tirar de cena as propostas aprovadas pelo Congresso, como o Perse, o programa de recuperação do setor de eventos, e a desoneração da folha de 17 de setores. Somada à vontade do Planalto de controlar a liberação de todas as emendas ao Orçamento, a equação não fechou.

Embora os ministros representem seus partidos, Lula sabia desde o começo que não teria 100% dos votos das legendas. E nem terá. Ainda que ceda na questão das emendas, os deputados estão muito mais autônomos e os ministros com pouco poder de controlar as bancadas. Será tudo na base da conversa e sem pacote fechado. Cada projeto será uma negociação.

O governo viverá na base do “a cada dia sua agonia”.

A conversa com Lira

Na reunião com Lula no domingo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi claro ao dizer que não parte dele a pressão para que a liberação das emendas seja feita via Câmara, e sim dos próprios deputados. E segundo relatos, afirmou que não adianta o governo querer controlar, porque essa pasta de dente não volta mais para o tubo. Não é uma pressão do presidente da Câmara. O sistema é que mudou.

O teste da semana

Lula deixou as conversas com Lira e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para esta semana de modo a tentar obter deles o adiamento da análise dos vetos prevista para
quarta-feira. Até aqui, a votação está mantida.

Por falar em vetos…

Nunca se viu tanta pressão de deputados pela apreciação de vetos. Quando governo tem ampla maioria na Casa, esse tipo de movimento fica restrito à oposição radical e essas votações raramente são motivo de preocupação
dos líderes.

Terreno fértil

O programa Acredita, que o governo lançou para auxiliar a concessão de crédito às empresas, será um recurso precioso para ajudar o governo a tentar melhorar a imagem de que a economia não vai bem. Resta saber se o Palácio do Planalto terá maioria para evitar que seja desfigurado
no Congresso.

Segurança em debate/ Ao defender a integração das polícias, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski (foto), colocou o governo no debate eleitoral deste ano. Nesta temporada eleição, esse promete ser o tema da hora na maioria
dos municípios.

Kassab ri à toa/ Conforme o leitor da coluna sabe, os partidos de centro continuam no topo em número de
prefeitos — nesta ordem: PSD, MDB, PP, União Brasil. O PL de Jair Bolsonaro continuou na casa dos 300 prefeitos. O PSD, partido de Gilberto Kassab, com um pé em cada canoa, ganhou mais terreno.

Por falar em Bolsonaro…/ A multidão que o ex-presidente reuniu no Rio de Janeiro em seu apoio, o mantém como o principal cabo eleitoral do PL, mas ainda persiste a necessidade de atrair novos filiados. A avaliação é de que, às vezes, o jeitão de Bolsonaro afasta potenciais candidatos.

Prestigiado/ A posse da nova direção do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) esteve para lá de concorrida. O novo presidente, Waldir Leôncio, quer dar ênfase à automação dos processos, aos serviços digitais, com integralidade e confiabilidade do sistema de Justiça. Na “missão de fazer Justiça”, como ele definiu, trabalho é o que não falta.

 

Governo recebe os sinais do que precisa mudar na relação com o Congresso

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA, Política

Coluna Brasília/DF, publicada em 21 de abril de 2024, por Denise Rothenburg

Nas conversas dos líderes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será colocada com todas as letras que a relação enfrenta hoje o mesmo tipo de problema que exterminou a confiança política nos tempos do governo Dilma Rousseff: fechar acordos e não cumpri-los.

Os deputados consideram que foi assim no Programa Emergencial para recuperação do setor de eventos, o Perse, e ainda na liberação das emendas ao Orçamento, inclusive, a fatia das emendas impositivas. O governo, dizem alguns líderes, pretende voltar à velha fórmula de liberar mais para quem votar a favor das propostas governamentais e isso não voltará a ocorrer. Ou o governo respeita os acordos que forem fechados no parlamento, ou virá por aí uma nova derrubada de vetos.

Esta semana, aliás, já tem gente pedindo para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, segure mais um pouco a análise dos vetos a fim de dar tempo de Lula conversar e o governo retomar algum controle sobre o plenário. É que, com a chegada das propostas de regulamentação da reforma tributária, não dá para discutir no clima que predominou nos últimos dias.

Vamos por partes

Com tantos problemas na sala, o presidente da Câmara, Arthur Lira, não colocará para votar nem tão cedo a proposta de emenda constitucional que limita as decisões monocráticas do Poder Judiciário. Primeiro, é preciso resolver os problemas da Câmara com o Executivo.

PL com Arthur

Interessado em levar o presidente da Câmara de volta ao grupo do governo anterior, o PL tem dito em suas reuniões mais reservadas que não lançará candidato a presidente da Câmara. A ideia é apoiar o nome que tiver o apoio de Arthur Lira.

Vai ter disputa

O sonho de Lira, que é também o do PT, era conseguir lançar um só nome para a Presidência da Câmara. Mas, a preços de hoje, com pré-candidatos na pista em busca de votos, a avaliação geral é a de que será difícil não ter uma guerra acirrada pelo comando da Casa.

Olha o foco!

Nas reuniões das Nações Unidas semana passada, diplomatas brasileiros detectaram que os países árabes de um modo geral não ficaram nada satisfeitos com o fato de o Irã atacar Israel. A prioridade hoje é saber o que será da Palestina e dos civis na Faixa de Gaza, em especial, Rafah, que corre o risco de ataques.

É para ontem

Conhecidos os textos das frentes parlamentares sobre a reforma tributária, o governo apresentará os projetos. E para não levar bola nas costas, já tem uma primeira reunião marcada com o secretário Bernard Appy nesta terça-feira, na Frente Parlamentar do Empreendedorismo.

Petrobras pacificada

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, segurou-se no cargo e, inclusive, com a liberação do pagamento de 50% dos dividendos aos acionistas, proposta que será debatida em reunião na próxima quinta-feira. Aliás, quando perguntado por amigos sobre a crise, Jean Paul responde: “Passou”.

O périplo do chanceler

Mauro Vieira tem tido uma agenda intensa nos últimos meses — Evaristo Sá/AFP

As guerras e reuniões não têm permitido ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, passar mais de três dias em Brasília. Há 10 dias, foram 35 horas de viagem de Hanói para o Brasil, depois Assunção, Colômbia e, de lá, Nova York, para as reuniões na ONU.

Parabéns, Brasília! Que siga com respeito, solidariedade, lealdade ao que é certo, alegria, amor, paz, enfim, as melhores escolhas.

Crise entre governo e Congresso parece não ter solução e nem fim próximo; entenda

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA

Por Denise Rothenburg — Os líderes dos partidos aliados do Palácio do Planalto fizeram as contas e concluíram que não há meios de resolver o impasse entre o Executivo e o Legislativo. Isso porque o governo tenta, a todo custo, ter controle absoluto sobre o Orçamento e suas emendas, e o Congresso, que toma conta do dinheiro desde 2015, não pretende devolver esse poder ao presidente. A portaria que trata do tema tenta, entre outras ações, colocar as emendas no “cercadinho” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) — e é objeto de reclamação em diversos partidos.

Hoje, a liberação das emendas está dividida. Parte é encaminhada diretamente aos ministérios pela assessoria do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em comum acordo com os líderes. O outro pedaço, o dos partidos de esquerda, é encaminhado via Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Alexandre Padilha — que tenta tomar conta de tudo desde o início do governo.

Os parlamentares não querem voltar aos velhos tempos dos governos Lula 1 e 2, quando tudo ficava a cargo do Planalto. E o governo, por sua vez, não pretende se render a esse modelo, adotado no final do governo de Dilma Rousseff, para tirar poder do Executivo. Ninguém rompeu relações até aqui por causa do impasse, mas ninguém cedeu.

Em tempo: tem gente estudando decreto legislativo para sustar, em parte, a portaria interministerial publicada no último dia 12, que estabelece as regras para liberação das emendas, dando mais poderes a Padilha e que tenta direcionar as verbas ao PAC. Essa queda de braço não acaba tão cedo.

——

PT ganha uma…

Na calmaria da quinta-feira, na Câmara dos Deputados, a relatoria do projeto de desoneração da folha de salários saiu das mãos da deputada Any Ortiz (Cidadania-RS) e foi entregue à deputada Jack Rocha (PT-ES), titular da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços. Any é suplente.

…mas não garante vitória

Jack terá a missão de defender a posição do Planalto e não fugir um milímetro do texto. Só tem um probleminha: o PT não tem maioria para fazer valer sua vontade nessa proposta. Any não gostou de ter sido informada por terceiros.

——

A prioridade de Valdemar

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, monta os palanques do partido Brasil afora de olho em dois objetivos para 2026: conquistar a Presidência da República e obter maioria no Senado.

——

Curtidas

A união faz a força/ ACM Neto tem dito a amigos que pretende se lançar candidato ao governo em 2026, nem que seja apenas para ajudar algum candidato a presidente da República que seja viável para derrotar o PT. Porém, não o fará se o candidato for algum radical bolsonarista.

Rui sobrecarregado/ Com as dificuldades de relacionamento entre Alexandre Padilha e Arthur Lira, esses nove meses até a eleição do novo comandante no Parlamento serão de trabalho dobrado para o ministro da Casa Civil, Rui Costa (foto). Além da gestão do governo, tem que apagar incêndios.

Tem ajuda/ Quem o tem ajudado nesse trabalho de acalmar a base é o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta. Outro que tem muito trabalho e que passou a acumular mais essa tarefa política.

Aniversário de Brasília/ A festa da cidade, no domingo, não terá toda a atenção dos políticos. Vão observar a capacidade de mobilização do ex-presidente Jair Bolsonaro, em ato convocado para o Rio de Janeiro.

Dia deles/ Feliz Dia dos Povos Indígenas. Respeito e saúde a todas as nações.

 

Lula não vai ceder às pressões para trocar ministros

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg —  Com dificuldades de deslanchar nas pesquisas de avaliação do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou aos aliados que se manterá firme em relação às pressões para troca de ministros, em especial os palacianos. Esta semana, diante da desaprovação do governo registrada em algumas pesquisas — como a da Genial Quaest —, houve um movimento de deputados reclamando do ministro da Secretaria de Comunicação do Planalto, Paulo Pimenta. Isso, além das declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chamando o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “incompetente” e “desafeto pessoal”. Lula não pretende trocar nem um, nem outro. Aliás, em todas as solenidades, o presidente tem elogiado o trabalho dos ministros.

No Palácio, aliás, há tem diga que Lira terá dois trabalhos: reclamar e parar de reclamar de Padilha. Quanto ao ministro da Secom, as reclamações vêm de petistas inconformados com os números das pesquisas. Lula, porém, não trocará ninguém antes da eleição de outubro. Depois desse período, é outra história.

Guerra aberta

A fala de Lira a respeito de Padilha é vista como um sinal de que o Centrão aprontará alguma para cima do governo. Ainda não se sabe qual tema será escolhido.

Onde mora o perigo

Sem o risco à democracia que serviu de mote para a eleição de 2022, e com desaprovação ainda alta, Lula tem um ano e meio para reverter esses números, sob pena de não conseguir repetir o amplo leque de apoios que obteve na vitória eleitoral. Hoje, os aliados do governo são circunstanciais e a maioria não planeja se perfilar ao PT, em 2026.

Depois do São João

O PSB não pretende decidir tão cedo o candidato a vice na chapa pela reeleição do prefeito de Recife, João Campos. Em janeiro, Campos disse que trataria desse assunto depois do carnaval. Passado o carnaval, ficou para depois da Semana Santa. Passada a Páscoa, vêm as festas juninas. A reunião ao partido desta semana, em Brasília, preferiu deixar para a temporada das convenções partidárias, em julho ou agosto.

Por falar em PSB…

O partido contabilizará este ano um aumento do número de candidatos a prefeito. Em 2020, foram quase 800. Agora, deve ficar em 1.100.

Xará só no apelido/ A deputada Danielle Cunha (União Brasil-RJ) abordou o ex-deputado Chiquinho Escórcio, do Maranhão, pedindo voto em favor da soltura de Chiquinho Brazão. “Olha, não sou mais deputado e, mesmo se fosse, não votaria a favor dele”.

Celina e institucionalidade/ Depois das vaias, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, foi na mesma linha da fala de Lula, esta semana, no Planalto: respeito e democracia. A mensagem é clara: quem ocupa cargo público deve e precisa conviver com quem pensa diferente.

Os dois pesos de Musk/ Reportagem de Patrícia Campos Melo, na Folha de S.Paulo, mostra que o bilionário Elon Musk (foto) não foi para cima das autoridades indianas, quando da remoção de um documentário da BBC sobre o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, após determinação do governo, e fez o mesmo em outros países. No Brasil, se recusa a cumprir determinações judiciais.

 

Comando da Petrobras vai ser trocado assim que definido o sucessor

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg  — Em conversas reservadas, os petistas garantem que a troca de comando na Petrobras está praticamente definida e se dará assim que Luiz Inácio Lula da Silva bater o martelo sobre o sucessor. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, é considerado o nome mais forte, mas está feliz no banco, cheio de projetos e não pretende sair. Porém, não se furtaria a cumprir uma missão que lhe fosse dada pelo presidente da República.

Já Raphael Dubeux, empossado recentemente no conselho da companhia, precisa se ambientar mais no setor. É por aí que, hoje, seguem as apostas do PT.

Lula sabe que não pode errar nessa troca. Por isso, não fará nada de supetão, nem nomeará alguém a contragosto. Assim, a ordem é ir falando nesse tema até a escolha. Ao mesmo tempo, o mercado vai absorvendo que haverá a mudança.

Algo parecido foi feito com a escolha de Geraldo Alckmin para vice na chapa de Lula. A decisão estava tomada antes mesmo do desfile dos dois no jantar do grupo Prerrogativas, em São Paulo, no final de 2021 — o primeiro encontro público de Alckmin com os petistas.

Foi tudo feito de forma paulatina e dar tempo para que o PT e os aliados de Alckmin se acostumassem com a ideia — e não houvesse choque.
Agora, Lula adota essa estratégia na Petrobras.

A polarização de Deus

Depois do slogan “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, de Jair Bolsonaro, vem aí o “Fé no Brasil”, patrocinado pelo governo Lula. Aliás, o presidente, em discurso em Pernambuco, durante o lançamento da adutora do Agreste, usou 16 vezes a palavra “milagre” e 11 a menção a “Deus”.

Os empoderados

Ao referir-se a Rui Costa como o “primeiro-ministro” deste terceiro governo, e a Alexandre Padilha como o “cara que rói osso”, Lula mandou um recado a quem tenta chacoalhar os dois: eles ficam onde estão. Aliás, a coluna ouviu, dia desses, de um interlocutor do Planalto, que até a eleição municipal não haverá reforma ministerial.

Hora das contas

PSD e MDB calculavam, no início da semana, que seriam os partidos que mais receberiam filiados pelo fato de estarem posicionados ao centro. Porém, o PL de Bolsonaro acredita que receberá mais do que os concorrentes. Isso porque tem gente certa de que, mesmo com pesadas multas impostas à legenda, os fundos eleitoral e partidário ainda compensam.

Assunto proibido/ Dia desses, um amigo de Lula tentou insinuar que a primeira-dama Janja interferia demais em assuntos que não são da alçada dela. O interlocutor não conseguiu terminar a frase. Levou um chega para lá em palavras nada cordiais.

O que interessa/ O governo vai bater bumbo sobre a prisão dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Embora tenha demorado, o importante é que foram recapturados e o poder público está muito atento. O resto é discurso da oposição.

Latifúndio cobiçado/ O PSDB vai perder o amplo gabinete de liderança que detém no prédio principal do Senado. É que o espaço ficou grande demais para o partido, que, hoje, só tem um senador, Plínio Valério (AM).

Sarney, o eterno acadêmico/ Ocupante da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras (ABL), o ex-presidente José Sarney ganhou, esta semana, mais um título, o de Acadêmico do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (foto). Vai ocupar a cadeira 41, cujo patrono é Josué Montello, escritor maranhanse e embaixador do Brasil na Unesco quando a cidade conquistou o título de Patrimônio Cultural e Arquitetônico da Humanidade. Foi saudado pelo acadêmico Hugo Napoleão, seu ex-ministro, e pelo jurista Paulo Castelo Branco.

 

MDB pode surgir como opção da centro-direita

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Nos últimos dias, o MDB de vários estados recebeu em seus quadros vários prefeitos simpatizantes do bolsonarismo. Esse troca-troca partidário é natural a seis meses da eleição. Porém, o fato de os prefeitos escolherem o MDB indica para os atentos líderes partidários e alguns petistas que o partido presidido por Baleia Rossi continuará como um estuário fértil para o futuro. Seja para concorrer com um nome próprio — se houver um que tenha viabilidade — ou apoiar qualquer governo, à esquerda ou à direita.

Vale lembrar: nesse período de incerteza sobre 2026, há dentro do PT quem esteja de olho em todas as ações do MDB, legenda na qual os petistas “confiam desconfiando”. O receio é de que, lá na frente, se Lula não recuperar popularidade, o MDB surja como uma opção da centro-direita a ponto de ameaçar o partido do atual presidente da República. Por enquanto, ninguém reclama, mas isso já está na cabeça de muitos petistas.

Moro respira, mas…

O voto do desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, do TRE do Paraná, contra a cassação do mandato de Sergio Moro (União Brasil-PR), repõe o senador no jogo e abre uma brecha para que seus pares tenham uma narrativa para acompanhar o relator. O caso, porém, não terminará no Tribunal Regional Eleitoral paranaense. Quem perder esse julgamento vai recorrer.

Governo ganha tempo

Ao passar o primeiro trimestre sem a votação dos vetos ao Orçamento, o governo conseguiu quase tudo que queria. Quem conhece os trâmites burocráticos aposta que se a votação ocorrer em meados de abril, a liberação de emendas antes de junho já era.

Pacheco risca o chão

Ao tornar sem efeito a parte da Medida Provisória 1.202, que derrubava a desoneração da folha dos municípios, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avisa que não aceitará que o governo edite uma MP sobre leis que o Congresso aprova e o Executivo discorda.

E vem mais

O presidente do Senado tem dito a amigos que o Plenário é o local de debates. Na canetada, não vai. O recado está dado.

Protejam a rainha/ Dentro do PT, uma candidatura de Gleisi Hoffmann (PR) ao Senado, caso Moro seja cassado, é vista como uma operação de risco. Enquanto presidente do PT, ela não pode se expor a uma derrota no mano a mano contra qualquer nome ligado ao bolsonarismo ou às alas lavajatistas
da política.

Pássaro na mão…/ Embora a ministra Luciana Santos (Ciência e Tecnologia, foto) seja o nome do PCdoB para a prefeitura de Olinda, se não houver o compromisso formal de manter a pasta com o PCdoB, a maioria do partido considera que é melhor ela ficar onde está.

… e novos quadros/ As siglas de esquerda precisam renovar seus quadros. E é para vereador e prefeito que essa renovação ocorre de forma natural.

 

Lula e Itamaraty usam tons distintos para tratar da Venezuela

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Carlos Alexandre de Souza — A nota do Itamaraty sobre as eleições da Venezuela, demonstrando contrariedade às sanções impostas pelo regime de Nicolás Maduro contra os adversários que tentam concorrer às eleições marcadas para julho, tornou-se um embaraço diplomático — estimulado pelo presidente Lula. No entendimento da chancelaria brasileira, os impedimentos à inscrição da candidata de oposição Corina Yoris violam o Acordo de Barbados. Para o Itamaraty, ações como essa “apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”.

A resposta de Caracas veio igualmente dura. O chanceler Yvan Gil classificou de “cinzento e intervencionista” o comunicado do governo brasileiro, tachando-o de influenciado pelo imperialismo norte-americano. A troca de mensagens entre Brasil e Venezuela, muito acima do tom usual para a diplomacia, é consequência da relação controversa entre o presidente Lula e seu colega Nicolás Maduro.

Em diversas ocasiões, o chefe do governo brasileiro mostrou especial tolerância com os atos praticados pelo regime venezuelano. Lula chegou mesmo a questionar as ações da oposição, que estaria “chorando” muito na disputa política com Maduro.

Só o Lula

Com o desgaste diplomático que se estabeleceu entre as chancelarias do Brasil e da Venezuela, somente uma declaração contundente de Lula em repúdio às ações antidemocráticas imputadas ao regime venezuelano tem potencial para acalmar os ânimos. Pelo histórico das últimas declarações, é improvável que o chefe do Planalto reforce o tom severo adotado pelo Itamaraty.

E na Rússia?

O repúdio do Itamaraty ao processo eleitoral na Venezuela contrasta com a lacônica manifestação sobre a vitória de Vladimir Putin no pleito realizado no último dia 17. Sem emitir nota oficial, o chanceler Mauro Vieira se limitou a dizer que a eleição russa se deu em clima de “tranquilidade”.

Na contramão

Enquanto o PT e Lula — este último sem dar publicidade ao comunicado — parabenizaram o chefe do Kremlin, vários países denunciaram a falta de lisura e a conduta suspeita do Kremlin em relação a opositores como Alexei Navalny, morto em fevereiro.

Impeachment de Brazão

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu o pedido de impeachment de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes. O documento é assinado pela viúva de Marielle Franco, Monica Benicio, e por parlamentares fluminenses. Segundo eles, Brazão pode responder por crime de responsabilidade e, por isso, deve ser afastado, além de perder direito aos salários.

Arquive-se

O Supremo Tribunal Federal arquivou dois inquéritos abertos, no âmbito da Operação Lava-Jato, contra o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Nos processos, Kassab era acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O relator do caso, ministro Dias Toffoli, desconsiderou provas apresentadas por executivos da antiga Odebrecht. O voto do ministro foi acompanhado por mais cinco integrantes da Corte.

Confiança

Secretário de estado no governo de Tarcísio de Freitas, Kassab comemorou a decisão. “Reitero minha confiança na Justiça e no Ministério Público. Recebi com muita serenidade essa decisão, pois sempre pautei minhas ações pela ética e pelo interesse público”, disse.

Tudo certo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (foto) aparenta estar nada preocupado com a nova controvérsia do pai, que procurou abrigo na embaixada da Hungria por dois dias. Ontem, conversava animadamente com amigos em um dos restaurantes próximos ao estádio Mané Garrincha.

Além-mar

A Universidade de Brasília e embaixada de Portugal promoveram um encontro para estreitar a cooperação internacional em âmbito acadêmico. Além de professores e gestores da UnB, participaram da reunião representantes de 16 instituições de ensino portuguesas. A iniciativa é vista como um importante passo para a internacionalização da UnB.

 

Petistas culpam falha na comunicação pela queda da popularidade de Lula

Publicado em coluna Brasília-DF, Lula

Coluna Brasília/DF, publicada em 13 de março de 2023, por Denise Rothenburg

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda está assimilando a queda de popularidade registrada no último Datafolha, especialmente na cidade de São Paulo, conforme divulgado nesta terça-feira pelo instituto. Mas, na visão dos petistas mais próximos, o problema é de falha na comunicação do governo, de atrasos em algumas entregas, e não nas atitudes do presidente ou de seus ministros. Essa análise governamental preocupa outros aliados de Lula, porque indica que, comunicação e entregas à parte, o governo considera que está tudo certo no Lula 3. Não está. Havia uma expectativa de que o presidente fizesse um governo mais moderado, sem interferência nas estatais, por exemplo. Porém, muita gente tem se referido a esse um ano e dois meses de governo como algo mais próximo de um “Dilma 3”, mais à esquerda e intervencionista, haja vista o estica-e-puxa por causa dos dividendos da Petrobras.

A busca por ampliar a arrecadação e a tentativa de intervir até em empresas já privatizadas, como a Vale, mostram que o petista se esqueceu de que o PT não venceu pelo seu programa de governo intervencionista, e, sim, pelo receio da população de um governo capitaneado mais quatro anos por Jair Bolsonaro. Portanto, ou o Planalto reavalia a rota, ou a popularidade continuará baixa.

A nova CPI do Futebol

O senador Romário (PL-RJ) coleta assinaturas para uma nova CPI do Futebol. A ideia é investigar se há relação entre as apostas esportivas
e alguns eventos, como pênaltis. Vem mais confusão.

Lula quer o agro

O presidente está disposto a se reaproximar do agronegócio. Só tem um probleminha: o setor tem se sentido meio abandonado pelo governo federal.

Carreira solo

Pelo menos um grupo de empresários que participou da comitiva do Lide à Arábia Saudita e Emirados Árabes começa a trabalhar sozinho, em busca de ampliar exportações e produção, independentemente
de governo.

Virou rotina

Os congressistas esperaram a tarde toda pelo parecer final do projeto Combustível do Futuro, mas o texto só viria à noite. A expectativa é de que seja votado ainda hoje e sem tempo para muita análise e debate da proposta em plenário. Há quem diga que, depois que a reforma tributária teve o parecer apresentado na última hora, criou-se um precedente que todos seguirão.

Caiado na pressão

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi um dos mais contundentes nas cobranças para que Luciano Bivar seja expulso do partido, por causa das suspeitas que pesam contra ele. Caiado cita inclusive o incêndio na casa do presidente eleito do União Brasil, Antonio Rueda. “O incêndio na casa do advogado Antonio Rueda foi um atentado contra o partido, um crime político”, diz Caiado, cobrando a abertura de processo, com vistas à cassação do mandato de Bivar. “Luciano Bivar agiu como um desqualificado a fazer ameaças à família e ao novo presidente do partido”, escreveu Caiado em suas redes.

Em tempo

Caiado é hoje o nome do União Brasil para concorrer à Presidência da República e tem se posicionado sobre todos os assuntos dentro do partido e fora dele.

Enquanto isso, no Alvorada…

Janja viajou para os EUA e Lula aproveitou para encontrar velhos amigos — Ed Alves/CB/D.A.Press

Quando Janja  viaja — ela foi aos Estados Unidos para uma reunião da ONU —, Lula aproveita para encontrar velhos amigos. Dia desses, recebeu um deles e foi direto: “Você só está aqui porque a Janja está viajando”.

… e em São Paulo…

Os think-tanks brasileiros estão à toda. O Lide (Líderes empresariais), do ex-governador João Doria, promoveu esta semana um encontro de executivos, médicos e especialistas em nutrição para debater os desafios da indústria alimentícia com a qualidade de vida. Já o Grupo Esfera Brasil promoveu a terceira edição do Mulheres Exponenciais, com homenagem a brasileiras que se destacaram em diversos campos de atuação.

 

Março acumula derrotas para o governo, que mostram poder de negociação limitado

Publicado em GOVERNO LULA

Por Carlos Alexandre de Souza — O mês de março começou bem para o Palácio do Planalto, com a divulgação do surpreendente PIB de 2023, na casa de 2,9%. O espetáculo do crescimento, para utilizar uma antiga expressão do vocabulário petista, sinalizava, à primeira vista, que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em particular, estão realizando um bom trabalho na recuperação econômica do país.

As pesquisas de opinião divulgadas esta semana, porém, indicaram que o eleitor está com uma avaliação muito distinta. A insatisfação do brasileiro com a inflação dos alimentos, somada às declarações infelizes de Lula sobre o conflito em Gaza, mostra de maneira clara a falta de sintonia entre o governante e os governados. A queda na aprovação da administração lulista é sinal de alerta para a qual, por ora, ainda não se viu resposta.

A goleada sofrida pelo governo no Congresso, com a ascensão de expoentes do bolsonarismo nas comissões mais importantes da Câmara, carregou ainda mais a paisagem. É mais um revés a ser incluído na lista de derrotas do Planalto, em um claro sinal de que articulação política do governo tem poder de negociação limitadíssimo na arena comandada por Arthur Lira. Se o fim do verão está assim, nada indica que o inverno será brando.

——-

Democracia em transe

Na semana passada, comentamos sobre o momento crítico das democracias pelo mundo, como vem alertando o instituto V-Dem, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. Divulgado na última quinta-feira, o relatório anual de 2024, referente ao ano passado, mostra um mundo dividido em termos de liberdade política: o estudo verificou 91 democracias e 88 autocracias. Mas boa parte da população mundial — 5,7 bilhões de pessoas — vive sob o jugo de regimes que desrespeitam princípios democráticos como liberdade de expressão, imprensa livre e eleições justas.

——-

Virada brasileira

A boa notícia é que o Brasil, segundo o V-Dem, deu uma virada democrática em 2023. A reação ao 8 de janeiro e a punição a Jair Bolsonaro, condenado a oito anos de inelegibilidade pela Justiça Eleitoral, são apontadas como pontos relevantes do vigor democrático no país. No contexto latino-americano, o avanço no Brasil contrasta com o retrocesso de países menores, como Venezuela, Cuba e Bolívia.

——-

Mal, muito mal

Não é pouca gente, entretanto, que se incomoda com a generosidade de Lula com o que ocorre na Venezuela. Na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, o presidente provocou reações ao dizer que a oposição a Nicolás Maduro deveria parar de chorar e escolher outro candidato que não María Corina Machado.

Bateu, levou

Impedida de disputar cargo público pelos próximos 15 anos, María Corina Machado rebateu Lula em alto e bom som: “Eu, chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece”.

——-

Desconfiança no ar

Pressionado, Maduro convidou observadores internacionais para as eleições marcadas para 28 de julho — aniversário de Hugo Chávez, patrono do tal socialismo do século 21 que move seus seguidores. Os prazos exíguos para registro de candidatura e a exclusão de adversários da corrida eleitoral aumentam a desconfiança em relação a Maduro, que, com a simpatia de Lula, tenta um mandato de seis anos.

——-

Será?

Na eleição da maior cidade do país, os três principais pré-candidatos prometeram ampliar a participação feminina na administração. Guilherme Boulos pretende designar mulheres para o comando de ao menos 50% das secretarias. Tabata Amaral quer estender a paridade de gênero para os conselhos das empresas paulistanas. E Ricardo Nunes, que busca a reeleição, anunciou uma nova integrante em sua equipe de secretários.

Já vimos isso

Quando candidato, Lula também prometia dar mais espaço às mulheres. Em 14 meses de governo, porém, diminuiu o número de ministras na Esplanada. Na semana passada, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, cobrou publicamente do chefe uma maior participação feminina. No âmbito do Judiciário, o presidente da República nomeou dois homens para o Supremo Tribunal Federal.

——-

Porte social

Na polêmica sobre a maconha, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, explica que a Corte está empenhada em definir uma quantidade específica de maconha que diferencie o usuário do traficante. Barroso ressalta a clivagem social na realidade das drogas: enquanto na periferia um jovem, possivelmente negro, é preso por uma quantidade x de maconha, em bairros mais ricos, outro jovem, possivelmente branco, não tem maiores problemas com a polícia.

Só a ponta

Ressalte-se que esse debate diz respeito apenas a uma parte do problema. O comércio e a oferta de maconha no Brasil ainda permanecerão uma questão em aberto por muito tempo. Países mais avançados na descriminalização das drogas enfrentam novos desafios. No Canadá, onde o governo federal assumiu o controle da produção da droga, a indústria de cannabis se queixa da viabilidade econômica do negócio. Em Portugal, há um crescente revisionismo sobre a política de descriminalização, após o aumento do consumo e de overdoses.

——-

Força aos institutos

O presidente Lula anuncia esta semana a inauguração de mais 100 novos institutos federais, considerados fundamentais para a educação profissional e tecnológica. O ministro da Educação, Camilo Santana, aposta muito nesse modelo. Além de abrir novos institutos, particularmente na Região Norte, o titular do MEC pretende reformar as unidades já construídas.