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Polarização entre Lula e Bolsonaro impõe barreiras no xadrez partidário
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
Considerando o quadro partidário a oito meses da eleição, permanecem remotas as possibilidades de romper a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Ambos contam com bancadas relevantes no Congresso e estão em condições de negociar apoios decisivos para assegurar uma base aliada consistente no Legislativo e consolidar alianças pelos estados. O PT conta com 53 deputados federais e constitui, assim, a segunda maior bancada da Câmara. O PL, legenda que abriga o presidente da República, soma 43 parlamentares com chances reais de mais adesões a partir de abril, quando se encerra o período de janela partidária. Fora dos corredores do Congresso, o PT e o PSB enfrentam problemas para definir os palanques regionais. Mas esses impasses também ocorrem com as outras legendas. E se torna mais dramática para os pré-candidatos que estão na rabeira da corrida eleitoral.
Na conjunção das forças políticas para a eleição de outubro, legendas tradicionais como o MDB e o PSDB enfrentam dificuldades em obter musculatura para seus candidatos ao Planalto. Mais do que o apoio interno, tanto a senadora Simone Tebet quanto o governador João Doria precisam ampliar o leque de alianças a fim de se tornarem competitivos para o primeiro.
Embora ocupem campos opostos no espectro político, Ciro Gomes e Sergio Moro compartilham uma situação complicada. Empatados em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, os presidenciáveis do PDT e do Podemos estão, até o momento, em um caminho restrito de alianças.
Ante o exposto, há razões para crer — e isso não é nada bom — que a disputa de outubro tende a ficar limitada entre o antipetismo e o antibolsonarismo.
Bônus militar
O presidente Jair Bolsonaro editou decreto que modifica regras relacionadas a militares da reserva que voltam a atuar na ativa. O decreto 10.973, publicado no Diário Oficial da União (DOU) de ontem, prevê, entre outros pontos, que o militar da reserva designado para o serviço ativo terá “os direitos e os deveres previstos na legislação nas mesmas condições dos militares em serviço ativo”. O texto estabelece que esse grupo de militares poderá receber adicional de permanência, um “bônus” pago a servidores que já atingiram o tempo para a aposentadoria (ou transferência para a reserva), mas continuam trabalhando.
Modelo Anvisa
Com diversos atritos com a cúpula da Polícia Federal, o presidenciável Sergio Moro pretende defenderá, em seu governo, a independência funcional do diretor-geral da PF. A ideia é seguir o modelo adotado pelas agências reguladoras. O chefe da corporação teria mandato fixo, de modo a impedir pressão política, e seria sabatinado pelo Senado. O tema está sendo debatido por uma comissão de profissionais do Direito que preparam uma proposta para segurança, combate à corrupção e reforma do Judiciário.
Governo digital
O governo federal lançou três plataformas digitais para atender cidadãos, servidores públicos e gestores de entidades sem fins lucrativos. São elas: Sistema Integrado Nacional de Direitos Humanos (Sindh); Portal das Organizações da Sociedade Civil (Portal OSC); e Escola Federativa. A primeira, sob responsabilidade da ministra Damares Alves, reúne diferentes sistemas mantidos pela pasta no âmbito de direitos humanos. As outras duas plataformas estão sob a pasta da ministra Flávia Arruda e oferecem, entre outros serviços, capacitação para entidades do terceiro setor e servidores públicos.
Cassino Brasil
A Câmara dos Deputados pode votar hoje o projeto de lei que legaliza os jogos no Brasil, como cassinos, bingos e jogo do bicho (PL 442/91). A proposta também abre a possibilidade de estados explorarem jogos lotéricos. Segundo o substitutivo do deputado Guilherme Mussi (PP-SP), aprovado por comissão especial em 2016, os cassinos deverão obrigatoriamente ser instalados em resorts, como parte de complexo integrado de lazer. Se virar lei, haverá anistia a todos os acusados de exploração de jogo ilegal nas modalidades legalizadas, extinguindo automaticamente os processos a partir da publicação da futura lei.
Desafinados
Não anda amistosa a relação entre artistas da música e candidatos. A decisão da Justiça do Rio de condenar o governador do Rio Grande do Sul a pagar uma indenização de R$ 40 mil ao cantor Chico Buarque por uso indevido da imagem indica que a classe artística está atenta. No despacho, a juíza Ingrid Charpinel Reis ressaltou que a peça publicitária de Leite “não se alinha” às posições políticas de Buarque.
Contratempo
O advogado do cantor pôs o dedo na ferida. “Não vem ao caso a demagogia de quem fez campanha para eleger um presidente autoritário e agora prega diálogo. A lei é clara e não se trata de uma escolha. Difícil é entender como marqueteiros caríssimos não se atentem ao pré-requisito básico de qualquer campanha publicitária: ter autorização do artista para utilizar seu nome e sua imagem”, escreveu João Tancredo.
Transparência eleitoral
O Google pretende lançar neste semestre um instrumento para deixar a disputa eleitoral às claras. Trata-se do Relatório de Transparência de Publicidade Política. A página, atualizada em tempo real, indicará quem está promovendo campanhas eleitorais por meio das plataformas de publicidade do Google, como o Google Ads e o Display & Video 360.
Siga o dinheiro
O relatório permite acessar, por exemplo, informações sobre as empresas ou pessoas físicas que pagaram por anúncios eleitorais e quanto dinheiro foi pago por aquele anúncio.
Disputa por vaga no TCU joga luz sobre os suplentes de senadores
A disputa pela vaga do Tribunal de Contas da União (TCU), aberta com a saída de Raimundo Carreiro, jogou holofotes sobre o currículo dos suplentes dos candidatos — os senadores Antonio Anastasia (PSD-MG), Fernando Bezerra (MDB-PE) e Kátia Abreu (PP-TO) — e a correlação de forças no Senado.
O suplente de Anastasia é presidente do PSD de Minas, secretário nacional do partido e, ainda, atual diretor jurídico do Senado, Alexandre Silveira. Foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) por indicação do então vice-presidente José Alencar.
O de Kátia Abreu, Donizeti Nogueira, do PT, é administrador e agropecuarista. Porém, o segundo suplente, Guaracy Silveira, bispo da Igreja Quadrangular, enviou carta aos senadores dizendo que tem um acordo para assumir o mandato.
O de Fernando Bezerra é o engenheiro elétrico Carlos Augusto Costa, que já foi presidente do PV de Pernambuco.
Enquanto o bispo da Quadrangular tenta atrair os evangélicos, o PSD de Anastasia e também do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), começaram a distribuir o currículo de Alexandre e a colocar o pessoal em campo, de olho na manutenção da vaga. Ali, será voto a voto, com todos sob fogo cruzado até o fechamento da votação.
Preço dos remédios…
Uma emenda da Câmara ao projeto da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que isenta o IPI de carros para portadores de deficiência, corre o risco de mexer ainda mais no bolso de quem precisa de medicamentos. É que a emenda acaba com a lista positiva de medicamentos, ou seja, aqueles que hoje têm isenção de PIS-Cofins.
… sob risco
O projeto modificado pela Câmara estará em pauta, amanhã, no Senado. E se a emenda dos deputados sobre o fim da lista positiva passar, o consumidor e o SUS correm o risco de pagar mais pelos medicamentos. A ideia de alguns é retirar essa emenda.
E o Orçamento, hein?
O que mais interessa aos deputados e senadores, hoje, é a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito das emendas de relator. A torcida dos parlamentares é para que o tema seja considerado assunto interno do Parlamento.
O teste de Bolsonaro/ O presidente Jair Bolsonaro deve fazer um teste de PC-R para a posse de André Mendonça, na próxima quinta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF). Ah!, e usar máscara, o que, segundo o próprio presidente, no seu gabinete é “proibido”.
Ministro na confraternização/ A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) faz, hoje, a sua confraternização em almoço com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
A que ponto chegamos/ O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), pintou a casinha do Papai Noel de azul. Foi um alvoroço, e o povo reclamando que ele tinha medo do vermelho “comunista”. Ele mandou pintar de vermelho. Aí, foi o outro polo que chiou — e voltou para o azul. Diante de nova cobrança do vermelho, ele cobriu a casinha com uma lona preta.
Segurem os pitbulls/ Se, a esta altura do campeonato, esses sujeitos que se dizem seguranças agridem os jornalistas em viagem presidencial, imagine, caro leitor, o risco que os profissionais de imprensa correrão no calor da campanha presidencial. No domingo, chegou a ponto de um apoiador do presidente dar um golpe “mata-leão” na repórter Camila Marinho. Outros três repórteres foram agredidos. É preciso que a segurança da Presidência da República, profissional e educada, interceda a fim de evitar outros incidentes desse tipo país afora.
A área política passa esta sexta-feira buscando um discurso para tentar aplainar o terreno na seara econômica. O trabalho é no sentido de tentar tirar de cena a avaliação do mercado de que a máxima “#fiqueemcasa e a economia a gente vê depois” começa a ser substituída dentro do governo federal por um “vamos nos reeleger e a economia a gente vê depois”. O governo, que sempre criticou o fique em casa, não pode, agora, deixar consolidar a ideia de que colocou tudo a perder na economia.
A engenharia política das próximas horas pretende, ainda, fortalecer o ministro da Economia, Paulo Guedes, de forma a não deixar disseminar a ideia de que o “Posto Ipiranga” virou “lojinha de conveniência”. Só tem um probleminha: nessa onda de o presidente Jair Bolsonaro anunciar benefícios sem fazer as contas, como no caso da ajuda aos caminhoneiros, não há mágica capaz de fortalecer o ministro. Como em qualquer casa, só é possível anunciar um novo gasto se houver dinheiro para pagar.
Quem tem juízo…
… na seara econômica tem repetido, insistentemente, que não há mais salvação para a área fiscal no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Sintoma
Numa reunião do Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária (Cfis), da Comissão Mista de Orçamento da Câmara, ontem (21/10), o representante do Ministério da Economia chegou sem qualquer apresentação formal aos deputados. Deu aquela enrolada básica e justificou que não havia sido informado sobre o tema do encontro. Mais tarde, os parlamentares foram informados de que, com o chefe demissionário, não dava para apresentar qualquer coisa por ali.
Vai aliviar
A minuta do Ato da Mesa que institui as normas para a volta das atividades presenciais na Câmara dos Deputados dá uma aliviada para os deputados no quesito “comprovante de vacinação”. Diz expressamente que um “ato específico disciplinará” essa questão para deputados no exercício do mandato. Vem aí uma brecha para quem teve covid-19 e não tomou vacina poder participar das sessões sem ser incomodado.
Tucanos versus Lira
Apenas 10 dos 31 deputados do PSDB votaram a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 05, que pretendia aumentar a influência dos parlamentares na escolha do Conselho Nacional do Ministério Público. Significa que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tem mais toda aquela força no partido.
Eles querem Bolsonaro/ PL e PP já fizeram o seguinte cálculo: Bolsonaro é um bom negócio para ajudar a fazer bancada. Ainda que esteja desgastado em relação a 2018, pode ser um empurrãozinho para eleger, pelo menos, 30 deputados.
Firme na paçoca?/ Mal o governo anunciou a saída dos secretários do Ministério da Economia, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi às redes sociais dizer que o ministro Paulo Guedes segue “firme e forte como sempre na condução da economia”.
Vieram para ficar/ Os parlamentares fazem cara de paisagem quando alguém menciona que é preciso acabar com as emendas de relator ao Orçamento, as tais RP9, orçadas em R$ 16 bilhões para este ano. Sabe como é: depois que alguém conquista poder de indicar onde gastar, só uma CPI do Orçamento para tirar.
Enquanto isso, no Nordeste…/ Bolsonaro vai seguir com a Jornada das Águas no Nordeste, na semana que vem, aproveitando os tablados das entregas do governo para fazer seus comerciais rumo a 2022. No pacote, um discurso devidamente calculado para relembrar as mazelas da Petrobras nos governos do PT, que tem o favoritismo eleitoral na região.
Em sua passagem esta semana por Brasília, o ex-presidente Lula praticamente selou o apoio do PSB, deixou o PSD amarrado para um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro e reaproximou-se de representantes do funcionalismo público. Mas o velho e bom MDB preferiu ficar na encolha.
O clã Sarney, conforme o leitor do Blog da Denise pôde conferir ontem, negocia a vaga de candidata ao Senado para Roseana Sarney na chapa do senador Weverton Rocha ao governo do Maranhão. Rocha é do PDT de Ciro Gomes. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi outro que não quis muita conversa com Lula, porque sabe que o PT jamais o apoiará à reeleição. E, para completar, o MDB ainda tem Simone Tebet como pré-candidata a presidente da República. Do Centro-Oeste para baixo, não tem conversa entre os dois partidos. E, antes de seus caciques resolverem a sobrevivência em seus estados e no Distrito Federal, o MDB não dá um passo para definição do projeto nacional.
Separe as estações
A marcação da votação da PEC dos Precatórios para 19 de outubro vem sob encomenda para esperar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, preste seu depoimento a respeito da offshore nas Ilhas Virgens Britânicas com US$ 9,5 milhões.
O teste de Guedes
O ministro da Economia será perguntado ainda, com muita ênfase, por que mandou retirar o artigo 6º da reforma tributária —, justamente o que previa a taxação de recursos de pessoas físicas brasileiras alocados em paraísos fiscais. Os deputados querem saber por que o ministro não quis taxar o seu dinheiro lá fora. Só de variação cambial, o cofre de Guedes rendeu, de 2019 para cá, R$ 14 milhões, como mostra a reportagem de Fernanda Fernandes, no Correio.
Pior sem ele
Os cálculos do presidente da Câmara, Arthur Lira, um enxadrista de primeira grandeza da política, indicam que, a partir da criação do União Brasil com 82 deputados, a ida de Jair Bolsonaro para o PP é um passaporte para ampliar o número de deputados do Progressistas. Até onde a vista alcança, os pepistas têm sensação de que esse é o caminho mais seguro para tentar se manter no comando do Parlamento.
Abril, a hora da verdade
A aposta é a de que esses 82 deputados não se mantêm, porque os bolsonaristas devem sair; e outros só vão entrar se os acordos regionais para a sobrevivência forem atrativos; e o candidato a presidente, seja quem for, passar “firmeza” de que tem “pegada” para disputar uma das vagas ao segundo turno.
O desafio de Fausto
Se Jair Bolsonaro se filiar mesmo ao PP, conforme já disse, inclusive, a deputados do partido, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP), e o deputado Eduardo Bolsonaro ficarão no mesmo partido. O trabalho será pacificar e explicar aos estrangeiros que é possível a legenda abrigar Pinato, amigo dos chineses, e Eduardo, que, no passado, provocou muita polêmica entre os dois países.
Em campos opostos
O governador do DF, Ibaneis Rocha, considera que quem tenta citá-lo como um nome potencial para vice de Lula quer é tirá-lo de uma campanha reeleitoral viável e promissora a preços de hoje. A chance de o PT apoiar Ibaneis é zero, seja para o governo estadual, seja para vice de Lula.
CPI no horário eleitoral
O forte depoimento do paciente que escapou da morte porque a família recusou a proposta da Prevent Sênior não muda sequer um voto na CPI da pandemia. Mas já está devidamente arquivado para 2022.
E o Ciro, Lula?/ Entre um gole e outro de vinho, Lula comentou com os emedebistas que não acredita na terceira via nem tem a menor esperança de receber o apoio de Ciro Gomes, do PDT, num segundo turno contra Jair Bolsonaro. “Na hora h, Ciro vai para Londres e não apoia ninguém”, comentou.
Tá nesse pé/ Lula justificou assim sua impressão sobre Ciro Gomes: “Ele (Ciro) tem sido muito agressivo comigo, e isso cria um caminho sem volta”.
A culpa é dela/ Pelo menos um dos emedebistas presentes ao jantar que o ex-senador Eunício Oliveira ofereceu a Lula teve vontade de perguntar com todas as letras por que o PT não expulsou Dilma Rousseff do partido, uma vez que ela impediu que Lula fosse candidato em 2014.
Muita calma nessa hora/ A pergunta só não foi feita porque a atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil de Dilma, poderia não resistir e dar uma resposta atravessada, capaz de estragar o sabor do cordeiro e do vinho.
E o leilão do petróleo, hein?/ A oferta de 92 e só cinco campos arrematados indica que os combustíveis fósseis começaram a perder terreno.
A conta para aprovar a reforma administrativa começa a ser paga antecipadamente, amanhã (27/9), quando haverá sessão do Congresso para analisar vetos e aprovar os projetos de suplementação orçamentária a fim de permitir o pagamento das emendas de relator. Essas emendas, conforme o leitor da coluna já sabe há dias, foram cobradas pelos parlamentares antes mesmo de o texto ser aprovado na comissão especial. E a contar pelas dificuldades na Comissão Especial, semana passada, ainda que se libere os recursos, não será fácil fechar os 308 votos favoráveis à reforma.
Na Comissão Especial, vale lembrar, chegou ao ponto de os governistas terem que ser socorridos por deputados do partido Novo, porque, nas bancadas dos aliados ao Planalto, simplesmente não havia quem quisesse votar a favor do texto. Assim, o Novo teve quatro deputados votando pela proposta e outros três de suplentes, caso algum parlamentar não conseguisse votar. Essa ginástica da troca não é possível no plenário. E a contar pelo ânimo das excelências, vai ficar difícil.
Operação segura Pacheco…
A fusão entre DEM e PSL deflagrou um movimento em paralelo para tentar acabar com os planos do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de transformar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em seu pré-candidato ao Planalto. Tem gente prometendo mundos e fundos a Pacheco para que ele não saia do Democratas. O senador, porém, prefere hoje o PSD, onde o jogo, até onde a vista alcança, parece mais arrumado.
… atrai Geraldo e atrapalha Kassab
Os estrategistas da fusão acreditam que, ao criar o novo partido, ganham poder de fogo para atrair Geraldo Alckmin para uma chapa ao governo de São Paulo — e serão ainda consultados na construção de uma via alternativa a Jair Bolsonaro e a Lula. Hoje, quem navega solto nessa seara é o presidente do PSD, Gilberto Kassab.
A força evangélica
Senadores aliados ao governo começam a ter esperança em aprovar a indicação de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). E quem pode ajudar, por incrível que pareça, é a bancada evangélica, que, se não atrapalhar uma eleição, está ótimo.
A energia de FHC e Bolsonaro
Especialista em energia, o ex-deputado José Carlos Aleluia acompanhou de perto a crise energética de 2001. “O governo FHC escondeu a crise até depois do período chuvoso daquele período. Esse governo não está repetindo a mesma história. Ao contrário: se mostra transparente e com coragem de reconhecer e enfrentar o problema”, diz, apostando que não será necessário racionamento.
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Distanciamento social/ Se tem um ministro do governo praticamente sem clima na Câmara dos Deputados é o da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos. E, no Planalto, os ministros Ciro Nogueira e Flávia Arruda não confiam.
Em meio ao isolamento…/ De quarentena por causa do teste positivo para a covid-19, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) aproveita esse período para, em suas redes sociais, responder à tentativa de envolvê-lo na CPI da Covid, em especial às trocas de mensagens com o blogueiro Allan dos Santos — que, em busca de patrocínio para seu programa na internet, pediu para ser apresentado a Luciano Hang. “Não há nada de ilegal na conversa. Criam uma narrativa como se fosse um crime apresentar duas pessoas. Não é”, diz o deputado, que intercala trechos de reportagens com seus comentários a respeito.
Apostas tucanas/ A consultoria Eurasia Group enviou a seus clientes uma análise em que apresenta o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como favorito para vencer as prévias do PSDB.
Reza a tradição/ Numa roda de conversa, na semana passada, em que alguns políticos contavam o empresariado como “completamente fechado” com a terceira via na sucessão presidencial, um empresário reagiu assim: “Anote: lágrima de empresário por um político vai até o meio da face”. Queria dizer que o segmento é pragmático e é fiel apenas a si próprio.
Parlamentares que procuram os ministros do governo em busca de empenho de emendas têm sido orientados a buscar os recursos com o presidente da Câmara, Arthur Lira, que já tem uma assessoria dedicada a cuidar das tais RP9, as emendas de relator. São os recursos dessas emendas que restam para empenho ainda este ano.
A ideia — de resto, já discutida pelos líderes — é promover uma nova rodada de liberações dessas emendas para irrigar a base que votará a reforma administrativa no plenário da Câmara. A contabilidade de votos, conforme o leitor da coluna já sabe, está longe dos 308 votos para aprovar o texto.
“Oferta” a Bolsonaro
De olho na filiação do presidente Jair Bolsonaro, o PTB ofereceu a ele a possibilidade de indicar candidatos ao Senado em todos os estados e no Distrito Federal. Até aqui, nenhuma legenda fez essa proposta ao capitão.
Campanha casada
Bolsonaro está a cada dia mais convicto de que, se vencer a difícil eleição de 2022, precisará de uma bancada expressiva de senadores. E, depois da prevalência da oposição na CPI da Pandemia, a avaliação é a de que não dá para deixar correr tudo solto por ali.
Quem dá mais
Os outros dois partidos que Bolsonaro cogita são o Progressistas, do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; e o PL, de Valdemar Costa Neto e da Secretária de Governo, Flávia Arruda. Nenhuma das duas legendas pretende entregar a Bolsonaro a prerrogativa de escolher os candidatos ao Senado.
Façam suas apostas
Os líderes governistas não conseguiram ainda assegurar os votos para o Senado aprovar André Mendonça como ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas ninguém crava que ele será derrotado.
Tiro no pé
Depois da invasão da Bolsa de Valores de São Paulo, sob a liderança de Guilherme Boulos, do PSol, os partidos de centro e os bolsonaristas vão deitar e rolar. A ordem é associar as esquerdas de um modo geral à imagem de baderna.
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Trainee/ Convocado pela CPI da Pandemia, o empresário Luciano Hang quer aproveitar a presença no Senado para ver como é se sentir por ali. Hang é o nome que Bolsonaro deseja ver com candidato a senador por Santa Catarina no ano que vem. Vai aproveitar para testar algumas frases de efeito junto ao público que acompanha as sessões do colegiado.
E a reforma eleitoral, hein?/ Com a derrota das coligações, cresce o desespero das pequenas agremiações partidárias em busca da alternativa que resta: derrubar o veto à federação de partidos antes de 5 de outubro. Falta combinar com os senadores.
A volta/ O ex-senador Magno Malta pretende ser candidato ao Senado no Espírito Santo. A diferença é que, desta vez, não planeja deixar de lado a própria campanha para acompanhar Jair Bolsonaro Brasil afora.
O diabo mora nos detalhes/ A pergunta do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) a Danilo Trento, sobre o relógio Rolex de mais de R$ 70 mil, comprado em Curitiba, levou muita gente no Congresso a prestar mais atenção aos pulsos dos parlamentares. A marca faz muito sucesso entre políticos e lobistas de Brasília.
A definição de uma agenda comum entre Senado e Câmara dos Deputados não vai resolver o problema do governo, ou seja, acelerar a pauta das reformas. A insatisfação está no baixo clero, que já fez as contas e descobriu que cada aliado do governo recebeu algo em torno de R$ 10 milhões em emendas extras e foram liberados mais de R$ 5 bilhões. Ou seja, uns levaram mais do que outros. O final do ano está chegando e o estresse daqueles ávidos pelas emendas também.
Em tempo: o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a dizer a alguns deputados que não adiantava colocar as propostas do governo em pauta, porque o Senado não estava interessado em levar adiante os textos da Câmara. Porém, diante da turma que deseja ser contemplada com as emendas de RP9, a aposta de um grupo expressivo de parlamentares é que o problema é a falta dessas mesmas emendas.
Amortecedor quebrado
A convocação de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de Jair Renan, foi, para os bolsonaristas raiz, um indício de que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, vende gato por lebre. Ele havia dito para o presidente que a missão da CPI da Covid estava cumprida.
A confusão da vez
Daqui para frente, cada vez mais se verá uma queda de braço entre os senadores da CPI. Um grupo encabeçado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) quer levar adiante o trabalho. Outro, mais ligado ao governo, prefere encerrar o mais rápido possível e vai cobrar do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), a promessa de apresentar o relatório até o final da próxima semana.
Diagnóstico dos experientes
Na abertura do seminário “Um Novo Rumo para o Brasil”, os três ex-presidentes — Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, nesta ordem — afastaram a hipótese de ruptura institucional no país. “A situação é de relativa tranquilidade, apesar de tudo”, disse FHC, ao passo que Temer e Sarney lembraram que a tradição do Brasil é de soluções pacíficas.
Termômetro militar
Mediador do debate, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim foi enfático ao dizer que os militares não querem entrar nessa de ruptura e/ou crise institucional.
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Suplicy em QG bolsonarista/ Pelo seu sonho em ver o projeto de renda mínima implantado no Brasil, o ex-senador e atual vereador paulistano Eduardo Suplicy deixa de lado a ideologia. Junto com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e representantes da Rede Brasileira de Renda Básica, ele esteve com o ministro da Cidadania, João Roma. O ministro, atencioso, abriu o diálogo com o grupo sobre o novo Auxílio Brasil.
Nem vem/ O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) apresentou projeto que fixa em 30 dias o prazo para que a Presidência da Câmara decida o que fará com pedidos de impeachment. Só tem um probleminha: Arthur Lira não colocará esse texto em pauta nem por decreto.
Tebet no CB.Poder/ A senadora Simone Tebet (MDB-MS) é a entrevistada de hoje, às 13h20, TV Brasília e redes sociais do Correio Braziliense.
Olha só/ O carro 0027 do Senado, de uso do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), foi flagrado por um leitor do Correio estacionado em vaga de portadores de necessidades especiais. A coluna entrou em contato com o gabinete do senador, que ficou de responder e, até o fechamento desta edição a resposta não chegou.
O presidente Jair Bolsonaro chega à primeira semana pós-tensão do Sete de Setembro com mais ganhos do que perdas, conforme contam seus mais fiéis escudeiros. Primeiramente, os candidatos de centro que se reuniram no último fim de semana mostraram uma capacidade de mobilização compatível com os números que detêm nas pesquisas, ou seja, muito baixa a preços de hoje. Em segundo, o fato de o PT não encorpar o ato de 12 de setembro, onde, aliás, Lula foi atacado, terminará por afastar essa turma de centro de uma possível candidatura petista num segundo turno, se mantida a polarização.
Para completar a alegria dos governistas, o impeachment perdeu fôlego. O PT não quer tirar Bolsonaro, porque acredita que o vencerá fácil num mano a mano em 2022. O agronegócio e outros segmentos que têm voz ativa no Parlamento também não querem o afastamento do presidente. O país pode se preparar para a volta dos antigos problemas.
A contar pelas declarações de Michel Temer ao CB.Poder abrindo a semana, o MDB também está fora desse barco do impeachment. A ordem nesses partidos, aliás, é parar com as tensões para mostrar temas considerados urgentes, gasolina cara, preço do gás nas alturas, energia elétrica e por aí vai. A primeira será hoje, com o plenário transformado em comissões gerais para ouvir a Petrobras.
Arthur na área…
A contar pela investida do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chamando o presidente da Petrobras, Silva e Luna, para cobrar o salgado preço dos combustíveis, o governo não terá tanta paz quanto parece. O detalhe é que, em vez de processo de impeachment, Lira vai entrar na cobrança dos temas que mais interessam à população.
…sem passar recibo
O chamamento a Silva e Luna vem sob encomenda para que, sem brigar diretamente com o Planalto, fique claro que os aliados de Bolsonaro no Congresso não estão confortáveis com a situação a que foram submetidos na semana passada. Muitos não gostaram de ver o presidente Bolsonaro prestigiar Michel Temer na hora de refluir do “modo tensão” para o “paz e amor”, deixando Lira, que pediu pacificação, meio de lado.
Indefinição impera e auxilia
Ao tirar de pauta a decisão de foro sobre processo das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro, o presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nunes Marques, ajuda o senador a ganhar tempo. Tem muita gente dizendo que, enquanto Jair Bolsonaro for presidente, Flávio não será julgado.
“Missão cumprida”/ Assim, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tem se referido à CPI da Pandemia, quando os amigos lhe perguntam se os perigos para o governo por ali terminaram. A tentativa de negociata com a compra da Covaxin, assegura o ministro, não tem como vincular Jair Bolsonaro à corrupção.
Alessandro que se prepare/ Um dos alvos dos governistas a partir de agora será o senador Alessandro Vieira, apresentado na semana passada como o candidato a Presidência da República pelo Cidadania.
Renan na escuta/ O grupo Prerrogativas já foi acionado pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, para apresentar sugestões ao relatório de Renan Calheiros na CPI da Pandemia. A ideia é apresentar ideias para evitar que tudo o que for apurado pela CPI termine nos escaninhos, sem consequências legais.
Temer é pop/ Em seu Instagram, o ex-presidente tem feito um pouco de tudo, desde declarações sobre a necessidade de diálogo com todas as forças políticas até sugestões de séries. No final de semana, sacou Billy Holiday.
O pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), resumiu o espírito do Centrão em relação aos atos do Sete de Setembro. A ordem do agrupamento é usar os próximos dias para baixar a poeira das manifestações e do clima de guerra entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação é a de que, enquanto o Centrão estiver nessa toada de cobrar um chamamento à razão, não haverá abertura de qualquer processo de impeachment.
Porém, se Bolsonaro continuar nesse processo de provocar a guerra entre os Poderes, virá uma operação casada por parte do Centrão: Lira abre o processo e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, entregará o cargo. Portanto, se Bolsonaro não quer levar o país para o caos e seu governo para o buraco negro, é melhor se moldar à cadeira presidencial e buscar uma postura mais institucional.
Os dois, aliás, foram à casa de ministros do STF para baixar a poeira por lá. A ideia é buscar interlocutores de Alexandre de Moraes a fim de fazer com que o ministro não “exagere” ao ponto de levar pessoas a depor para esclarecer xingamentos em bares, como no Clube Pinheiros, em São Paulo. Pelas contas dos bolsonaristas, já são 14 presos “políticos”.
Apelou, perdeu
Bolsonaro conseguiu no Sete de Setembro algo que Fernando Collor tentou em 13 de agosto de 1992, mas não foi feliz. O ex-presidente chamou seus apoiadores às praças e a população saiu de preto, pedindo seu impeachment. Bolsonaro levou um grande contingente de seguidores às ruas. Tropeçou, porém, no discurso. Vinte e quatro horas depois, os próprios aliados do presidente acreditam que, se ele tivesse ficado algumas oitavas abaixo, teria saído maior do que chegou à Avenida Paulista.
Saldo I
A avaliação é a de que Bolsonaro conseguiu um número suficiente para evitar, por enquanto, um processo de impeachment. Porém, não tão grande para se manter no poder a qualquer custo.
Saldo II
No STF, muitos consideram que Alexandre de Moraes tem extrapolado. Mas, diante dos arroubos autoritários de Bolsonaro nas ruas, dizendo que não respeitará decisões judiciais e incitando seus apoiadores contra a Corte — falando inclusive em dissolução —, os ministros se fecham em copas em defesa da sua posição enquanto Poder constituído.
Assim fica difícil
Alguns governistas têm a impressão de que Bolsonaro não consegue ver seus discursos como fatores de instabilidade na economia. E está a cada dia ouvindo mais incendiários e menos bombeiros.
Pior para André Mendonça
O clima de instabilidade gerado a partir do tom das declarações presidenciais têm como reflexo mais um atraso na análise do nome de André Mendonça para o STF.
O Cerrado que queime/ Logo depois das manifestações, o vice-presidente Hamilton Mourão tomou distância de Bolsonaro. Ontem, por exemplo, foi para o Norte, tratar dos temas amazônicos. Por lá, está tudo mais ameno.
A que ponto chegamos/ O presidente José Sarney costuma dizer que o cargo de presidente da Funai é o campeão de problemas. Pois, no momento, avisam os deputados, o mais problemático é a Presidência da República.
Por falar em República…/ Bolsonaro, na verdade, trocou as bolas em seu discurso em Brasília. Ele reuniria o conselho de ministros e não o Conselho da República. Afinal, quer distância de seus opositores que integram o Conselho da República.
Heleno na área/ O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, voltou a frequentar o Palácio da Alvorada. É hoje um dos principais interlocutores de Bolsonaro.
E o PSDB, hein?/ Se é para ser oposição, conforme a nota divulgada ontem, o partido precisará combinar com a ala que vota constantemente com o governo.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, está empenhado em deixar claro que fez tudo o que o governo lhe pediu em termos de reformas estruturais. Daí, o anúncio da reforma administrativa para votação ainda este mês e todas as tentativas de acordo em torno da reforma tributária. Porém os gestos do presidente da Casa têm sido insuficientes para garantir a aprovação de tudo o que o governo deseja. A tendência é de que a tributária nem seja votada. E quanto à administrativa, vai depender da construção nos próximos 15 dias. Para completar, a proposta de Orçamento para 2022 gerou uma série de reclamações por causa do enxugamento das emendas num ano crucial para a classe política.
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Nesse clima, ainda que a base não atenda o governo, o presidente da Câmara sempre poderá dizer: “Eu fiz a minha parte”. Ou seja, não briga com o governo e respeita o desejo da maioria da Câmara, aliás, seus eleitores para o comando da Casa.
Pressionar para mudar…
Lembra da “chantagem” citada aqui na coluna de domingo? Ou a base vota a autorização para emissão de R$ 164 bilhões em títulos, ou não haverá dinheiro para emendas? Pois é. Começou. Como o leitor da coluna sabe desde a semana passada, o deputado Hildo Rocha, relator do pedido de autorização para que o governo quebre a regra de ouro, havia restringido o valor a R$ 28 bilhões.
… e aprovar
Alguns deputados já receberam o aviso de que, se o Congresso não autorizar a quebra da regra de ouro para o valor integral, não haverá recursos pra emendas. E para mostrar que não é blefe, veio o enxugamento das emendas do Orçamento do ano eleitoral.
A culpa é do santo
O dia em que o governo anunciou o aumento da conta de luz foi devidamente calculado para que o presidente Jair Bolsonaro estivesse fora de Brasília, entregando uma obra ligada ao abastecimento de água. Assim, cola a solução no seu colo, e o problema, na área técnica. A área técnica, por sua vez, joga a crise na conta de São Pedro.
Sem tostão e sem corrupção
O relatório paralelo da CPI da Covid vai reforçar que o governo não comprou as tais vacinas suspeitas de superfaturamento e cobrança de propina. E ressaltará a demissão daqueles que estão enroscados nos casos de supostas irregularidades na aquisição de imunizantes. Nesse sentido, aliados do governo consideram a missão cumprida, ou seja, tirar o presidente do foco nessa história mal contada das vacinas.
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Pacheco na área/ Os deputados começam a ver um certo perfume de poder no presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ninguém tem mais dúvidas de que ele seguirá para o PSD. Tanto é que virou figurinha carimbada nos convescotes e nas solenidades do partido.
E no discurso/ Esta semana, no ato de inauguração da galeria de líderes do PSD, o senador mineiro foi o primeiro a discursar, com elogios à bancada e, em especial, a Gilberto Kassab. E já tem até apelido inspirado no filme Detetives do prédio azul: é o “bonitão do Salão Azul”.
Por falar em PSD…/ Os que passaram por lá para cumprimentar o líder, Nelsinho Trad, foram os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira; e da Economia, Paulo Guedes. Sabe como é, o PSD tem 11 senadores e é crucial para ajudar na aprovação de propostas de interesse do Poder Executivo.
Cadeira cativa/ O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia continua com gabinete na Casa, apesar de ter se licenciado para ser secretário de projetos estratégicos em São Paulo.