Autor: Denise Rothenburg
Na série de entrevistas que tem feito Brasil afora, como a que concedeu hoje à rádio Sociedade, na Bahia, o presidente Lula começa a ensaiar desde já o discurso para tentar tirar os militantes do bolsonarismo das ruas nas eleições futuras. Paralelamente às declarações sobre a moeda sofrendo um “ataque especulativo” e defesa da eleição de Geraldo Júnior, em Salvador, o presidente contou o convite que recebeu do sociólogo e professor Mangabeira Unger, logo depois da eleição de 1998, para passar uma temporada nos Estados Unidos e ele recusou. “Eu disse, Mangabeira, não posso sair do Brasil. Acabei de perder as eleições, tem milhões de pessoas que votaram em mim que estão chorando. Vou viajar e largar eles aqui? (…) Vou conversar com o povo para ele saber que o general dele está ativo. Imagine se vou para Harvard passar seis meses e os coitadinhos aqui, lamentando a derrota?”
Lula falava do otimismo, da necessidade de manter o ânimo e a vontade de trabalhar. E, em meio a essa fala, relembrou a conversa com Mangabeira, que vem como um contraponto ao comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, numa situação de derrota eleitoral. Bolsonaro ficou três meses nos Estados Unidos, fora a temporada em que esteve recluso no Alvorada. Em 1998, Lula havia perdido a eleição e Fernando Henrique Cardoso, reeleito em primeiro turno.
O presidente não citou esse episódio por mero acaso. A ideia do PT é tentar massificar a diferença de comportamento entre os dois grandes líderes da polarização política no Brasil quando os ventos sopram em favor do adversário. Um foi embora e o outro ficou aqui. Entre alguns estrategistas, porém, há dúvidas sobre o efeito no eleitorado, porque o candidato em 2026 não será o ex-presidente.Conforme lembrou a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) em entrevista ao Correio, os conservadores têm um portfólio de opções para a próxima corrida presidencial, inclusive quatro governadores, Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás) e Tarcísio de Freitas (São Paulo). Os ideia oposicionistas estão dedicados a estudar pesquisas para ver quem terá mais jogo de cintura para se desviar dos campos minados que podem atrapalhar __ a temporada de Bolsonaro nos Estados Unidos, que se misturam com o caso das joias, o negacionismo em relação às vacinas e por aí vai. Embora a eleição presidencial ainda esteja longe, já estão todos na campanha de 2024 de olho no horizonte de 2026.
GUARUJÁ (SP) __ Diante de uma plateia formada pela secretária da Casa Civil Miriam Belchior, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e quatro ministros de estado, o CEO da Cosan, Rubens Ometto, acusou o governo de “morder, tomar dinheiro pelas beiradas e desrespeitar a lei” para ampliar a arrecadação de impostos. Ele foi ainda incisivo ao dizer que os recursos, na mão do empresariado, geram muito mais, em termos de emprego e renda, do que na mão do governo. “Não dá para pegar o dinheiro da iniciativa privada para por no estado que só cresce”, disse o empresário aplaudido oito vezes no primeiro painel do segundo dia do Forum Esfera 2024, no litoral paulista.
Ometto, que foi um apoiador dos primeiros governos do presidente Lula, há 20 anos, vem prometendo esse discurso de “verdades” desde que o governo editou a Medida Provisória 1227, que mudou as regras do crédito presumido de PIS/Cofins. Porém, sua desconfiança em relação ao atual governo Lula começou quando do arcabouço fiscal. “Desde que o arcabouço foi lançado, não acreditei nele, porque e baseado na ideia de que poderia aumentar a despesa, se conseguisse aumentar a receita. Então, é uma questão lógica: É claro que o governo trabalharia furiosamente para aumentar a receita e, assim, poder gastar mais. Reflete a visão de alguém que quer fazer o governo gastar e não reduzir a dívida pública. É o que mantém esse juro alto, é uma visão oposta a incentivar a inciativa privada, que seria um caminho muito mais barato”, afirmou, numa análise aplaudida pelos empresários na plateia.
Ometto acusou o governo de “ir mudando as normas para arrecadar mais” e foi direto: “Eles (do governo) não estão preocupados em interpretar a ideia do legislador e sim em morder, E estão fazendo isso”. “Governo querendo taxar tudo e com um juro desse jeito não dá”, completou.
A fala de Ometto foi recebida com certa surpresa pelos governistas, acostumados ao estilo sempre discreto do empresário. Em sua fala, ele ainda mencionou a insegurança jurídica como um dos fatores que encarecem o chamado “custo Brasil”, referindo a “embargos auriculares”, ou seja, conversas com o Poder Judiciário para não haver mudança no que for feito pelo Poder Executivo. “Está um entrando na seara do outro”, disse Ometto.
No painel em que Ometto fez usa exposição, estavam ainda o governador Tarcísio de Freitas (SP), de oposição, o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que defendeu as ações do Poder Executivo, como necessárias para enfrentar as distorções que encontrou ao assumir o poder em 2023. Bruno Dantas também citou a série de desonerações como algo que precisa ser revisto. “Não dá para, num condomínio de 20 andares, quatro não pagarem as taxas e 16 terem que pagar a conta”. Miram Belchior, que estava no painel seguinte, ao lado dos ministros do Transporte, Renan Filho, e de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, foi direta: “Faço das palavras de Bruno Dantas, as minhas: Como equilibrar o gasto público quanto há um conjunto de medidas provendo novas desonerações? Não há equilíbrio possível”, afirmou. O diagnóstico da situação e do humor do empresariado estão postos. “O presidente Lula é um homem do diálogo e certamente, a pessoa certa para buscar o equilíbrio”, disse Alexandre Silveira.
A colunista viajou a convite da organização do evento.
“Lula voltou fora de sua época, precisamos de um novo JK”, diz Ciro
Em debate no Brazil Forum Investment, um dos poucos que destoou do debate, puxando uma linha mais voltada à politica pura, foi o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI): “Estamos repetindo um fato histórico do que ocorreu no passado, quando do retorno de Getúlio Vargas ao poder. Tinha sido um grande presidente, mas voltou fora de sua época. O presidente Lula é meu amigo, eu o respeito, mas voltou fora da sua época”, disse o senador, ao tecer um rosário de críticas sobre as posições brasileiras em relação à política externa, por exemplo, a guerra da Ucrânia, “ficando ao lado do ocupador e não do ocupado”.
Ao final de sua exposição, o senador provocou os governadores presentes: “Depois de Getúlio, tivemos Juscelino Kubitschek. Está na hora da chegada de um novo JK. Vejo aqui Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e, Helder, se você vier um pouquinho para a direita, pode ser esse novo JK”, afirmou.
Demorou, mas acertou. O anúncio que o governo fará daqui a pouco, sobre o adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU) apelidado Enem dos concursos, vem em cima do laço diante da prova marcada para este Domingo (05). A decisão foi antecipada por Rosana Hessel, no site do Correio Braziliense. E, apesar de representar um prejuízo de R$ 50 milhões agora, conforme lembrou o ministro Paulo Pimenta, defensor do adiamento, esse valor poderia dobrar, por causa das ações judiciais em gestação. O governo corria o risco de fazer as provas e ver tudo anulado por decisão judicial. Ou seja, gastaria duas vezes. Aliás, a posição da Advocacia Geral da União (AGU), que fez o alerta ao Poder Executivo, foi crucial para que o governo reconsiderasse a decisão de ontem. Na quinta-feira, o governo estava decidido a realizar as provas, inclusive no Rio Grande do Sul, independentemente da situação das chuvas.
A AGU foi incisiva ao alertar o governo de que os gaúchos iriam à Justiça, alegando desigualdade de condições. Aliás, este blog já havia antecipado a perspectiva de processos judiciais. A bancada gaúcha, por exemplo, estava decidida a propor uma ação judicial pelo adiamento. Pela manhã, a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) foi direta: “Como é que a gente não está sendo sensível o suficiente para entender que é um momento de calamidade? Isso fala muito do distanciamento de realidade que estamos tendo agora”, afirmou a deputada, durane reunião da bancada, em Porto Alegre.
Agora, é esperar passar as chuvas do fim de semana para ver como ficará a situação no estado. Há atenção ainda sobre Santa Catarina, uma vez que o estado também se viu atingido por fortes chuvas nesta sexta-feira.
O governo erra ao decidir pelo não adiamento do concurso nacional unificado, o Enem dos concursos. A previsão para este domingo, data das provas, é de chuvas no Rio Grande do Sul. Se chover demais, a ponto de agrava ainda mais a situação calamitosa que vive o estado, qualquer candidato se sentir lesado por não conseguir acesso ao local de provas, ingressará na Justiça. E um processo judicial arrisca anulação das provas em todo o país. Ao manter as provas a qualquer custo, o governo decide correr esse risco.
O governador Eduardo Leite havia pedido o adiamento das provas. Deputados aliado ao governo, como Daiana Santos (PCdoB-RS), também pediram esse adiamento. Lá, dez cidades têm locais de prova, mas os candidatos são de todo o estado. Além disso, das dez cidades, Caxias do Sul, Farroupilha, Santa Cruz do Sul e Santa Maria foram muito afetadas pelos temporais.
O artigo 3º da Constituição menciona entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a redução das desigualdades sociais e regionais. Em nome desse princípio, resta agora ao governo, diante da sua decisão de manter as provas, torcer para que a água baixe, a chuva cesse, e as 80.348 pessoas consigam condições de igualdade com os candidatos de outros estados.
Petrobras lança campanha sobre transição energética e exclui o “X”
A mais nova campanha publicitária da Petrobras com o tema “transição energética justa” foi lançada nesta sexta-feira em todas as mídias, tevês, rádios, mídia digitais no Brasil e no exterior, exceto … no X, do bilionário Elon Musk. A empresa mostrará ao público todo o trabalho que vem desenvolvendo em plataformas 100% eletrificadas, energia eólica em alto mar e produção de derivados sustentáveis. A ideia é mostrar como a Petrobras já atua na transição energética, de forma gradual e inclusiva. Os diferentes sotaques dos locutores dos vídeos e dos áudios reforçam os elementos brasilidade, regionalidade e pluralidade, norteadores da Petrobras. Pela primeira vez, uma empresa pública vai desdobrar o slogan do governo federal, “Isso é bom pra todo mundo”.
A campanha que apresenta o trabalho da Petrobras traz ainda de forma subliminar um contraponto aos críticos das pesquisas de petróleo na margem equatorial, assunto que colocou a área do meio ambiente e o setor de minas e energia em campos opostos dentro do governo. A empresa, dizem seus técnicos, mostrará com esta nova campanha que tem “os pés no presente e os olhos no futuro”. E, para bons entendedores, só o fato de apresentar a transição energética “justa” já é um sinal de que buscará o equilíbrio em suas ações.
Primeiro ministro da Casa Civil no governo Lula 1, José Dirceu de Oliveira e Silva foi festejado por amigos numa festa para marcar sua chegada aos 78 anos __ um evento que sacramentou a sua volta à ribalta. Ele faz 78 anos no próximo sabado, a comemoração, porém foi antecipada para que os políticos pudessem comparecer. E ainda teve um preciso discurso político, sob protestos da filha Maria Antônia, de 13 anos, antes de partir o bolo, já perto da meia-noite. Uma fala rápida, menos de oito minutos, porém, recheada de recados ao PT e aos aliados, sobre o cenário político e econômico. “Não há nada mais importante do que o terceiro governo Lula ser sucedido pelo quarto governo do Lula. E depois, por um outro governo (de outra pessoa do PT)”, afirmou, fazendo questão de lembrar que o seu partido chegou ao governo sem maioria. “Não chegamos ao governo com maioria no Parlamento, não chegamos ao governo com maioria no país. Chegamos pelas circunstâncias históricas do bolsonarismo, que possibilitou a criação de uma frente ampla que levou à vitória do Lula”, disse ele, depois de discorrer sobre o cenário de desafios que o Brasil tem pela frente.
Dirceu considera que a volta de Lula é só o começo e que é preciso criar as condições para a retomada do processo de desenvolvimento, “interrompido pelos seis anos de Temer/Bolsonaro” (sim, ele inclui os dois anos do governo Michel Temer como parte do processo que estancou as mudanças). Na sua avaliação, o país ainda não alcançou a independência econômica. “Um país que não tem independência sobre sua política econômica, o que de certa forma é o nosso caso, como é que pode pensar num projeto de desenvolvimento nacional? Se vocês olharem bem o Brasil temos duas condições de soberania que poucos países do mundo têm: A soberania de alimentos e a climática energética. Mas não temos a tecnológica. Se o Brasil não superar a questão da tecnologia, da educação, da industrialização do país, o Brasil vai ser sempre dependente. Sabemos que a nossa agricultura depende totalmente de importação, dos ships, dos fertilizantes”, afirmou, alertando que essas mudanças precisam ser rápidas, porque “daqui a dez anos, o mundo será tão outro mundo, que não temos mais 30, 40 anos para as mudanças, temos dez anos”.
Quando Dirceu subiu ao palco, ao lado da filha Maria Antônia e do filho Zeca Dirceu, deputado federal pelo PT do Paraná, a maioria dos ministros já havia ido embora. A festa, na casa do advogado Marcos Meira, no Lago Sul, chegou a formar uma fila na entrada, para cumprimentar o aniversariante. Por ali passaram mais de 500 pessoas, superando a previsão de 200 convidados. Entre os presentes, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro de Indústria e Comércio, e outros sete ministros _ Alexandre Padilha (relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio Monteiro (Defesa), Juscelino Filho (Comunicações), Luciana Santos (ciência e Tecnologia), Márcio Macedo (Secretaria-geral da Presidência), Nísia Trindade (Saúde) e Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Vinícius de Carvalho (Controladoria Geral da União). O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também compareceu, assim como vários secretários do Ministério da Fazenda, e o diretor do Banco Central Gabriel Galípolo, e uma gama de advogados, como Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
O jantar da festa, um costelão, com os acompanhamentos tradicionais de um churrasco, e ainda um salmão ao molho de maracujá, foi custeado por amigos. No convite, o aviso era para confirmação via email e para que cada um levasse o seu vinho. O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), pré-candidato a presidente da Câmara, levou a banda de rock, que passou a noite tocando os hits do rock nacional dos anos 80. Os outros dois pré-candidatos do momento, o líder do PSD, Antonio Britto, e o presidente do Republicanos, Marcus Pereira, também passaram por lá. De deputados, quase toda a bancada do PT, do PCdoB, líderes do governo, como os senadores como Jaques Wagner, Randolfe Rodrigues.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, chegou já passava das 23h. Ficou cerca de meia-hora. Saiu antes de Dirceu cortar o bolo, mas teve tempo de uma conversa ao pé do ouvido com Elmar Nascimento e o deputado Luís Tibé (Avante-MG). À mesa, com um grupo de jornalistas, Dirceu disse considerar que Lira está jogando certo ao adiar a disputa para a Presidência da Câmara e que isso só vai esquentar no final do ano. Nas rodas de conversa, alguns mencionavam o recente caso dos dividendos da Petrobras e a necessidade de o governo dar todo o suporte ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, algo, aliás, que Dirceu tem defendido junto ao PT.
A amigos, Dirceu não esconde a vontade de voltar a disputar um mandato eletivo, de deputado federal, mas isso ainda depende do desfecho dos processos no Supremo Tribunal Federal, que acredita poder resolver até meados de 2025 __ ano em que completam 20 anos de sua saída da Câmara, na crise do mensalão. Dirceu foi preso três vezes, ao longo do processo da Lava Jato e do mensalão. No caso do mensalão, já está livre. Faltam processos da Lava Jato, pendentes no STF. Ao contrário de Antonio Palocci, que partiu para a delação premiada, Dirceu sempre foi incisivo ao dizer que não tinha nada para delatar. Atualmente, não almeja cargos no governo e nem precisa. “Hoje, eu quero ajudar o Brasil e o presidente Lula”. A contar pela presença de autoridades, políticos, economistas e advogados em sua festa, ele já conseguiu.
Segurança alimentar e reforma tributária: Consórcio Brasil Central tem encontro marcado em Brasília
O Consórcio Brasil Central, que reúne os governadores do Centro-Oeste e alguns da Região Norte, tem encontro marcado em Brasília para discutir não só a segurança alimentar, como também a regulamentação da Reforma Tributária. Até aqui, três estados do bloco — Goiás, Tocantins, Rondônia e o Distrito Federal — aumentaram o ICMS depois da aprovação das novas regras. Só Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não subiram a alíquota do tributo. O Maranhão, que também faz parte desse grupo, elevou o valor do imposto antes da aprovação da reforma. A ideia é compilar sugestões do grupo para essa regulamentação.
O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, estará no encontro do consórcio. Vai discutir formas de combate à fome. Internamente, muitos reclamam que, nesses estados, a maioria fica para escanteio nos programas sociais porque têm farta produção agrícola.
E o MDB, hein?
Está difícil pacificar o MDB. O esperado encontro entre o ministro das Cidades, Jader Filho, e o ex-secretário executivo do Ministério Hildo Rocha não
havia ocorrido até o fim da tarde de ontem.
Hildo e Cappelli
Nesse ritmo, Hildo está no mesmo barco que o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli. Fez um bom trabalho e está cheio de convites para outros voos fora de Brasília.
O diferencial de Marta
Os petistas não escolheram Marta Suplicy à toa. A futura vice de Guilherme Boulos tem, pelo menos, 10% dos votos da capital que a acompanham para onde for. Nenhum outro potencial candidato a vice tem esse volume de eleitores que o segue. Esse percentual pode ser o que o deputado do PSol precisa garantir para vencer a eleição num segundo turno.
Flor do recesso
Esse estremecimento entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o comandante do PL, Valdemar Costa Neto, por causa dos elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá adiante. Pelo que se ouve nos bastidores, os bolsonaristas não querem prescindir do horário eleitoral e do financiamento do partido, que tem o cofre mais cheio do que qualquer outra legenda.
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Depois de desfilar com Michelle…/ O ex-senador e ex-deputado Chiquinho Escórcio era só alegria, ontem à tarde, quando a deputada Antônia Lúcia (Republicanos-AC) sugeriu levar a primeira-dama, Janja, para o “Chicobol” — o jogo de futebol dos parlamentares na casa dele.
… chega a vez do PT/ A casa de Chiquinho tem sido palco de grandes acordos da política por vários governos, desde a década de 1990. Antônia Lúcia, casada com Silas Câmara, fez campanha para Bolsonaro e Michelle.
Todos o procuram/ Do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aos ministros de Lula, todos foram se aconselhar com Chiquinho. Ou participaram do “Chicobol”.
Na Argentina sem Milei/ O deputado Carlos Zarattini (PT-SP, foto) aproveita esses dias em Mendonza, um dos pontos turísticos mais procurados da Argentina por quem aprecia bons vinhos. Ele conta que viu poucos pedintes nas ruas, mais precisamente no centro da cidade, onde a concentração de turistas é grande.
Em conversas internas, o governo fecha este ano com a certeza de que, paralelamente às questões econômicas, a segurança pública marcou este ano, em especial, no Rio de Janeiro, o cartão de visitas do Brasil, escolhido para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passar o Ano Novo. Do 8 de janeiro até esta reta final, com a prisão do miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, o tema não deu sossego para os brasileiros. As informações internas do Poder Executivo indicam, inclusive, que o tema ultrapassou a saúde no quesito que mais preocupa a sociedade brasileira. Por isso, a ordem para as eleições municipais é dizer que tudo o que dependia da União foi feito. Se houver problemas, têm que ser cobrados dos governadores e prefeitos.
Veja bem: o fato de ser um problema importante para a população num país com escassez de recursos faz com que o presidente Lula não queira criar um ministério. Seria jogar o problema todo no colo do governo federal comandado pelo PT, sendo que o partido não tem hoje a maioria dos governos estaduais e nem das prefeituras. Assim, sem ministério e com os policiais militares respondendo aos governadores e as guardas municipais aos prefeitos, sempre haverá um jeito de jogar ou dividir o problema com as outras esferas de poder.
Nem vem…
Os congressistas ainda não conhecem as medidas econômicas que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentará esta semana, mas já fizeram chegar ao Palácio do Planalto que será muito difícil aprová-las. A avaliação é a de que os vetos da desoneração da folha de salários já estavam no cardápio e a Fazenda deveria ter adequado as despesas sabendo disso.
… que não tem
Os parlamentares avaliam que o governo já tem, pelo menos, R$ 15,5 bilhões em receitas que o relator do Orçamento deixou livre para o Poder Executivo gastar onde quiser, conforme mostrou a coluna. Na avaliação de alguns, esse dinheiro pode ser usado ali.
2026 em 2024
O presidente Lula quer aproveitar as eleições municipais para testar a capacidade do PT, de amarrar as alianças com vistas à sucessão presidencial. A ideia é atrair parte do União Brasil, o MDB e outras agremiações de centro para reduzir o poder de fogo da direita.
O foco agora são as empresas
Paralelamente à CPI da Braskem, os deputados terão a CPI da Âmbar, a empresa que vende energia da Venezuela para o Brasil e pertence à brasileira J&F. O deputado Ícaro de Valmir (PL-SE), que coletou as assinaturas para abrir a investigação, considera que o Brasil está pagando muito caro pelo MWh. Até 2019, quando o contrato foi suspenso pelo governo Bolsonaro, o valor era R$ 137. Agora, vai para algo entre R$ 900 e R$ 1.080. A ideia é usar a CPI para abrir essa conta.
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Um teste para Ricardo Capelli/ Ministro interino da Justiça neste período de férias de Flávio Dino, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Capelli, tem seus momentos de glória com a prisão do miliciano Zinho às vésperas do Natal. Agora, vai aproveitar a virada do ano trabalhando. Ele segue como o nome preferido do PSB para se tornar titular do Ministério da Justiça.
Tem experiência/ No PSB, o que se diz é que Capelli já foi testado na área de segurança, ao se tornar interventor nessa seara no Distrito Federal, logo depois do 8 de janeiro, quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) ficou afastado do cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal.
Eles que se preparem/ Os partidos com maior número de prefeitos, caso do PSD de Gilberto Kassab (foto), e do MDB de Baleia Rossi, serão os mais atacados nas eleições municipais. É que tanto o PL quanto o PT vão jogar para angariar espaço e será “inevitável”, nas palavras de dirigentes desses dois partidos, deixar de concorrer com integrantes das duas agremiações que lideram o ranking.
Que venha 2024/ Fim do plantão de Natal, é hora de ir ali descansar uma semaninha para a maratona eleitoral que se avizinha. Obrigada a todos pela parceria e paciência neste 2023. Feliz Ano Novo! Saúde e prosperidade.
Se depender da posição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP_AL), será zero a possibilidade de aprovação de uma emenda constitucional sobre fixação de mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele já avisou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que não pretende colocar essa proposta em votação no ano que vem. Aliados de Lira avisam que o grupo não pretende seguir por esse caminho, porque a tendência é um ministro com mandato virar lobista de algum setor. A Suprema Corte tem que ter tempo para julgar e dedicação exclusiva. Não usar o cargo como um trampolim.
Rodrigo Pacheco vem sendo pressionado a colocar esse tema em votação no ano que vem e já se mostrou favorável a inclusão de proposta de emenda constitucional sobre esse tema na pauta do Congresso. Porém, vai depender do clima no Senado. Embora haja uma tendência favorável , a posição contrária de Arthur Lira tem algum apelo entre os senadores e ninguém quer ser taxado de abrir espaço para que algus possam usar o STF como trampolim para outros cargos.