Aud Marit Wiig, Hélio Vernier, as Chacretes e o bolo em formato de bacalhau Márcia Mossmann/Divulgação

Embaixadora da Noruega celebra noite do bacalhau com sósia de Chacrinha

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Os verdadeiros especialistas no preparo do bacalhau não são os noruegueses, mas, sim paulistas, cariocas, mineiros, baianos e todos os outros brasileiros”, reconhece a embaixadora da Noruega, Aud Marit Wiig, em discurso de encerramento de sua missão de cinco anos no Brasil, durante jantar de despedida com…bacalhau.

O evento, realizado no Clube das Nações, marcou também o aniversário dos 175 anos de amizade entre os dois países, “uma parceria nascida em 1842, quando a Noruega começou a fazer parte da mesa brasileira”, acrescentou a embaixadora. Atualmente, a Noruega é o 8º maior investidor no Brasil, especialmente na área do petróleo.

Conquista de paladar

Degustar um bom bacalhau é herança da nossa colonização pelos portugueses. Foram eles que descobriram o pescado durante as grandes navegações no final do século 15, quando procuravam um tipo de carne que não estragasse durante os longos meses da viagem. Antes disso, apenas os habitantes de países como Noruega, Islândia e Canadá o conheciam.

Proveniente das águas límpidas e geladas dos mares do Norte, Ártico e do próprio Atlântico, o bacalhau encontrou no litoral norueguês sua melhor morada. Apesar de o Brasil ser o maior importador de bacalhau da Noruega, “o consumo ainda é muito baixo comparado com outros mercados”, assinala a embaixadora.

O Conselho Norueguês da Pesca se esforça para que daqui a cinco anos — quando celebraremos os 180 anos do comércio desse peixe da Noruega para o Brasil — o bacalhau conquiste ainda mais paladares brasileiros”, frisou Aud Marit, que se encantou com as receitas que aprendeu aqui: “Volto à minha terra mais bem informada levando na bagagem outros preparos como Gomes de Sá, espiritual e lagareiro”, alguns servidos no jantar a cargo do bufê Fernanda Oliva, que há 20 anos atua na cidade.

A embaixadora, em seu discurso, destacou a recente visita do presidente Michel Temer à Noruega. Até um bolo em forma de bacalhau foi servido ao final do jantar cuja temática se baseou na pergunta do Chacrinha: “Quem quer bacalhau?”, proclamada por um cover do apresentador.

Quatro perguntas/Aud Marit Wiig

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O Brasil há muito tempo é o maior importador de bacalhau norueguês. Quais países chegam perto dessa preferência?

O Brasil, juntamente com Portugal, são os maiores mercados para o bacalhau da Noruega.

Por que foi extinto o Clube do Bacalhau da Noruega, que reunia mais de 20 restaurantes onde o pescado era servido no Rio, São Paulo, Recife, Salvador e Brasília, numa iniciativa do Conselho Norueguês da Pesca?

O clube foi temporariamente suspenso por questões de manutenção e de reavaliação. Estamos recomeçando esse projeto este ano, para celebrar os 175 anos de bacalhau da Noruega no Brasil, junto com o lançamento da nova marca de origem global dos produtos do mar da Noruega “Seafood from Norway”.

A Noruega foi pioneira no planejamento a longo prazo da pesca. O bacalhau pode ser hoje um recurso natural crescente?

O bacalhau que habita nos mares da Noruega/ Mar de Barents é um recurso natural selvagem que é pescado de forma sustentável e a pesca é monitorada pelas autoridades de forma a garantir esse tesouro gastronômico para as gerações futuras. Hoje, o bacalhau da Noruega é considerado por organizações independentes de pesquisa científica (ICES e outras) como um dos recursos (na pesca) mais bem geridos do planeta.

Como era o preparo e onde foi que a senhora comeu o melhor bacalhau de sua vida?

Tenho dois pratos preferidos com bacalhau: o seco e salgado, sem sombras de dúvida, no Brasil, preparado pela chef de cozinha da nossa embaixada, Helena, com muito alho e azeite de oliva. O outro é o bacalhau fresco, servido diretamente do oceano, no norte da Noruega, com cabeça e tudo, às duas da madrugada, sob o sol da meia noite.