Tag: congresso nacional
A maioria dos ministros do governo Lula 3 toma posse hoje preocupada com a estrutura para montar suas equipes. É que o número de cargos disponíveis vem sendo comparado a colocar a população da cidade de São Paulo dentro do Plano Piloto, com acomodações confortáveis. Ou seja, não cabe. São 9.587 cargos comissionados para distribuir nos Ministérios e estruturas vinculadas. A forma de resolver isso, a fim de trazer técnicos gabaritados ainda não foi definida. Por enquanto, dentro do segundo escalão predomina a certeza de que, quem conseguir chefe de gabinete e secretária que se dê por satisfeito. A avaliação de alguns é a de que a promessa de não aumentar o número de cargos não chega a fevereiro.
Em 2010, o Ministério do Planejamento apontou que, entre 2002 e 2009, período do primeiro governo Lula, o gasto com cargos de confiança aumentou 119%. A pressão de muitos agora é para que o presidente repita a dose no governo Lula 3. O petista disse que, no momento, isso está fora de cogitação. O estica-e-puxa em torno desse tema começa amanhã. Hoje, é dia de festa e de pronunciamento presidencial. Os problemas, Lula vai tratar a partir de segunda-feira.
O jogo mudou
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reuniu com o ex-ministro da Secretaria de Governo Célio Faria Júnior, dia desses no Planalto. Lá, foi informado que as emendas parlamentares estão a cargo do Congresso e que ele não cuidava delas há tempos.
Fim de festa
As antessalas palacianas, sempre lotadas nos últimos dias do ano, com os parlamentares ávidos por garantir a liberação ou inclusão nos restos a pagar, estavam praticamente vazias na última semana.
Lábia e cargos
Com o Congresso no controle de grande parte das verbas discricionárias do orçamento, resta ao futuro governo formatar a maioria com os cargos. Ou com o convencimento, dentro do mérito dos projetos. Essa é a forma mais republicana e que tende a prevalecer no futuro, talvez distante.
Congresso do futuro
Muitos dizem que a era do “rolo compressor”, ou seja, aprovação na base do toma-lá-dá-cá de cargos e emendas, está nos estertores. Afinal, não vai dar para trocar ministro a cada votação importante. A próxima Legislatura será o ensaio de algo novo na relação entre os Poderes e os partidos.
A vida como ela é/ Petistas passaram os últimos dias reclamando com a indicação de Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) para o ministério do Turismo. Lula, então, foi direto: “Os nossos, nós já temos. Precisamos que ela traga os votos deles”.
Tem que conviver com o coleguinha/ No Rio, Daniela apoiou Claudio Castro (PL) ao governo estadual e não Marcelo Freixo, que assumirá a Embratur. No União, já tem gente se referindo a Freixo como “olheiro”. Na turma mais lulista, porém, o que se comemora é Claudio Castro dizer, em entrevista ao Estadão, que trabalhará junto com Lula.
Que pressa, hein?/ Um carro preto, com o adesivo de pára-brisa para estacionamento na posse e a placa “Veículo Oficial”, transitava a mais de 120km/h no Eixão Sul, ontem, às 11h. Quem deveria dar o exemplo de direção responsável, quase provoca um acidente.
Dia da Paz Mundial/ Espera-se que este 1º de janeiro seja realmente de paz. Quem venceu, que governe para todos. Quem perdeu, que organize uma oposição fiscalizadora. E vamos em frente, porque faltam apenas 51 sábados para o próximo Natal. Feliz 2023!
Congresso estuda saídas para manter recursos das emendas de relator
Deputados discutiram nas últimas horas a perspectiva de incluir na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição um dispositivo que deixe os recursos discricionários — ou seja, que não são vinculados diretamente a determinados setores de deliberação por parte do Congresso. Essa ideia ainda não está fechada, mas os parlamentares já foram todos convocados para sessão presencial para hoje e amanhã, de forma a debater uma saída para manter sob deliberação do Congresso os recursos das emendas de relator derrubadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Até aqui, diante da decisão do ministro Gilmar Mendes, de tirar o Bolsa Família do teto de gastos, uma parcela dos deputados perdeu a pressa em votar a PEC da Transição. A avaliação geral é a de que a tensão dos últimos anos entre os poderes Judiciário e Executivo se desloca, nesta reta final de ano, para um embate entre Legislativo e Judiciário.
À flor da pele
Os deputados diziam ontem, em conversas reservadas, que é chegada a hora de saber se os congressistas querem ser um poder independente ou deixar que o STF decida sobre tudo. Eles querem poder. Mas devem deixar a briga maior para 2023.
O “pretinho básico” está salvo
Parlamentares comparam a decisão de Gilmar Mendes sobre a retirada de recursos do Bolsa Família da PEC a um vestido preto simples a ser usado numa grande festa. O vestido está resolvido, mas é preciso mais. Falta cabelo, maquiagem e tudo mais. A joia da coroa, por exemplo, está na possibilidade de usar recursos do excesso de arrecadação em infraestrutura e contrair empréstimos de organismos internacionais.
Onde mora o perigo
O risco, alertam alguns aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é cristalizar a ideia de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva joga para tirar poder do deputado alagoano. Se isso ficar mais evidente ao longo dos próximos dias, ou nos primeiros acordes do futuro governo, vai dar problema.
Médio prazo incerto
Muitos dizem que Lula pode até resolver agora, no curto prazo, o seu problema para pagar o novo Bolsa Família. Mas vai criar uma briga com Lira de difícil solução na largada do futuro governo.
Veja bem
A turma de Lira diz que Lula parece esquecer que a eleição foi apertada, que o país está dividido e as ruas não são mais território petista. Quem acompanha atentamente os movimentos, e não é do PT e nem do PL do presidente Jair Bolsonaro, avisa que o futuro governo não terá refresco nem lua de mel. Logo, não dá para criar tensão junto ao Congresso.
Atenção Janja/ Em janeiro de 2003, Lula chegou sem caneta para assinar o termo de posse. Na hora, o então presidente do Senado, Ramez Tebet (MDB-MS), pai da senadora Simone Tebet, deu a sua, uma Montblanc, de presente ao presidente. Dessa vez, espera-se que o cerimonial da posse, a cargo da primeira-dama Janja Lula da Silva, não se esqueça do acessório.
Por falar em Simone…/ Os bastidores fervem e há quem diga que ela ainda não está totalmente descartada do Ministério do Desenvolvimento Social — leia-se, gestão do Bolsa Família.
Olheiros virão/ O PT está decidido a não entregar nenhum cargo de porteira fechada aos aliados. Onde houver outro partido, terá alguém que seja petista de carteirinha para ajudar a fiscalizar.
Dias decisivos e tensos/ A convocação dos parlamentares para Brasília, até amanhã, indica que o espírito de Natal não está prevalecendo nas relações políticas. Embora o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento, trabalhe com a aprovação da PEC, nada está garantido.
Aprovação da PEC marca fase paz e amor entre futuro governo e Congresso Nacional
A aprovação da PEC da Transição pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado marcou o início da fase “paz e amor” entre o futuro governo e o Congresso. Mas os parlamentares sabem que isso é apenas uma trégua, especialmente entre os partidos que representam hoje o centro da política, grupamento ávido por conquistar a fatia do eleitorado que foi bolsonarista para evitar Lula, e também aquela que votou em Lula apenas para não reeleger Jair Bolsonaro. Da parte da equipe de transição, a ordem é aproveitar a onda boa. Que seja infinita, enquanto dure.
» » » » »
A estratégia dos partidos de centro é apoiar em parte o futuro governo durante os primeiros seis meses. É o prazo para ver se Lula cumprirá a promessa de uma administração ampla ou se voltará ao PT e às bandeiras exclusivas da esquerda — como, por exemplo, a revogação da reforma trabalhista. Caso ele se dirija à esquerda, a base na Câmara vai reduzir tal e qual ocorreu com Dilma Rousseff, em 2015.
O mercado bate…
…mas não leva. Na equipe de transição há quem diga que, quanto mais o mercado se posicionar contra Fernando Haddad no Ministério da Economia, mais o nome do ex-prefeito de São Paulo se consolidará como o escolhido para o posto.
É para dar recado
Quem conhece a fundo o modus operandi do presidente eleito garante que ele não escolherá ninguém que seja o “queridinho” da “turma da Faria Lima”. Lula quer deixar claro que eles não podem mandar no país. O petista quer um ministro que atenda ao governo, e não ao mercado. O coordenador da economia será o presidente da República. Foi assim, em 2003, quando Antonio Palocci assumiu o Ministério da Fazenda. A ideia é repetir essa mesma fórmula em 2023.
Próximos passos
O futuro governo vê no acordo em torno da PEC da Transição um sinal de que a fatura está praticamente liquidada no Senado e será aprovada hoje no plenário. Resta a Câmara, onde a negociação já está em curso para que não haja mudanças no texto, a fim de permitir a aprovação até 22 de dezembro.
Fechado
No PSB, o ex-governador de São Paulo Márcio França já é tratado como “ministro” das Cidades.
O sucessor/ As declarações do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na CCJ quando da votação da PEC da Transição deixam claro que a posse de Lula já está precificada pela família. Aliás, diante do silêncio do pai, Flávio será a grande voz da oposição, hoje, no plenário do Senado.
Prestigiado/ Não são poucas as autoridades que já confirmaram presença na posse do novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, em 14 de dezembro. O presidente eleito Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, devem comparecer, a contar pela movimentação de seguranças na preparação do local.
Novos tempos/ O jantar da posse dos novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Messod Azulay Neto e Paulo Sergio Domingues, reuniu autoridades dos Três Poderes a R$ 400 por um lugar à mesa. Melhor assim.
Por falar em posse…/ Quem passou pelo STJ para a posse foi o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Aproveitou para conversar um pouco com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. Alguns têm a leitura de que Tarcísio se afastou de Bolsonaro. Outros consideram que o governador pode ser uma ponte para ajudar o presidente no futuro.
Choro e frases/ As lágrimas do presidente, nesta semana, viralizaram na internet, colocadas ao lado de imagens da declaração da vitória de Lula, no dia da eleição, e as frases que o atual inquilino do Palácio da Alvorada disse ao longo da pandemia: “Não adianta fugir disso, fugir da realidade”; “temos que enfrentar os nossos problemas”; “chega de frescura, de mimimi, vão ficar chorando até quando?”
Os petistas já mapearam os partidos e descobriram que Lula caminha para ter uma “base móvel” — ou seja, ora fechada com o Palácio do Planalto, ora mais arredia. As conversas políticas que o presidente eleito manteve até aqui indicam que o futuro governo só conseguirá trabalhar projeto a projeto. Em algumas propostas — leia-se reforma tributária —, caminha para aprovar uma emenda constitucional. Mas, se quiser revogar a reforma trabalhista, por exemplo, não será fácil.
A conclusão é que todos os partidos de centro estão rachados, com uma parte afinada com o atual governo e outra com Lula. O PSD de Gilberto Kassab, por exemplo, com seus 42 deputados, tem 21 mais afeitos a Lula e 21 com um perfil mais à direita. Nos demais, a situação não é muito diferente. A conclusão é que, mesmo com todos os partidos participando do governo, não haverá uma base sólida para o que der e vier.
Chegou tarde, mas…
O União Brasil definiu, logo depois da eleição, que participaria do bloco do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no ano que vem e trata, inclusive para o futuro, um “casamento” entre as duas legendas. O União reconduziu Elmar Nascimento (BA) ao cargo de líder da bancada para seguir nessa direção. Assim, o PT terá dificuldades em levar o União a compor um bloco a fim de garantir aos petistas o comando da Comissão de Constituição e Justiça.
… tem jogo
No PT, porém, há quem diga que a participação no futuro governo estará condicionada a ajudar o PT a conquistar espaços no Parlamento. Ou seja, é algo que, de acordo com os petistas, ainda pode mudar.
Veja bem
Na bancada do União Brasil, a avaliação é outra. Ministério é um serviço para o comando da sigla e precisa ser indicado até 31 de dezembro para tomar posse em 1º de janeiro. O bloco parlamentar para o Congresso está a cargo exclusivamente da bancada e será fechado até o final de janeiro. Até aqui, estão certos PP, PL, Republicanos, PTB e União Brasil.
Um encontro, vários sinais
O encontro de Lula com Jake Sullivan, o conselheiro de Segurança de Joe Biden, vai além da geopolítica internacional e das relações comerciais. Simboliza, segundo diplomatas, que os Estados Unidos não apoiam e nem apoiarão medidas de exceção ou golpes de estado por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tarcísio e Lula/ O empresariado paulista que foi ouvir, ontem, o governador eleito Tarcísio de Freitas na Associação Comercial de São Paulo, não perdia a oportunidade de fazer comparações. Tarcísio até aqui indicou o secretariado mais importante e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não consegue fechar seu tabuleiro.
Cada um com seu cada qual/ O empresariado, que em sua maioria não engole o PT, compara até mesmo os coordenadores. Alguns empresários brincavam com os deputados da base de Tarcísio, dizendo que era melhor ter Gilberto Kassab e Guilherme Afif Domingos na coordenação do que Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante.
Política e Copa/ No 10º episódio do podcast Drible de Corpo na Copa do Mundo Qatar 2022, o repórter Marcos Paulo Lima, enviado especial do Correio Braziliense, pergunta ao comentarista e ex-jogador Walter Casagrande Júnior sobre a situação do Brasil na política: “Tem que reconstruir o país. É preciso parar com essa bobagem de pedir intervenção militar na frente dos quartéis. O Brasil precisa andar para frente”, respondeu o Casão.
Por falar em quartéis… / Michel Winter, considerado pelos bolsonaristas o marqueteiro de Bolsonaro, tem levado recados do presidente aos manifestantes acampados nas portas dos quartéis. Esta semana, por exemplo, levou a seguinte mensagem: “Não vai entregar o nosso país ao corrupto”. E fez um apelo: “Aguardem o chamamento do lugar certo e das pessoas certas. Ouçam a voz do nosso presidente”. Até aqui, Bolsonaro tem se mantido calado, a transição caminha e Eduardo Bolsonaro torce pelo Brasil na Copa no Catar.
Passada a primeira temporada da guerra dos tronos à brasileira, o mundo volta suas atenções às ações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro desafio é montar a equipe, preservando o tom de seu primeiro discurso, em que afirmou não ter sido uma vitória dele e nem do PT e sim da sociedade brasileira. O olhar internacional e do mercado se volta, especialmente, para quem será o ministro da Fazenda, que, conforme o próprio Lula delineou na entrevista da semana passada, terá que ter responsabilidade fiscal e social. De quebra, Lula começará, já na semana pós-feriado de Finados, a orientar sua bancada no Congresso na negociação do Orçamento do ano que vem, em fase de elaboração. Será o primeiro teste de Lula na relação com o Centrão.
Vale lembrar: o olhar mais acurado dos outros países sobre essa transição, que se manterá quando Lula assumir, se justifica porque, até aqui, nenhum líder latino-americano que se elegeu de 2021 para cá conseguiu manter a popularidade. Lula tem como missão tentar quebrar essa sina.
Primeiros acordes
Nenhuma das autoridades que se pronunciaram depois que Luiz Inácio Lula da Silva estava matematicamente eleito criticou o resultado ou deu lastro a qualquer movimento de contestação do resultado. Isto posto, caberá agora ao presidente Jair Bolsonaro deflagrar a transição. O que mais se ouviu do polo adversário de Lula e dos petistas, logo depois nas primeiras horas, foram as palavras diálogo, respeito e democracia. Em alinhamento com o discurso do presidente eleito.
Diferenças em 20 anos I
Em seu primeiro discurso depois de eleito, em 2002, Lula agradeceu especialmente a José Dirceu, José Genoino, Benedita da Silva, e ao vice José Alencar, já falecido. Agora, a maioria dos citados na primeira fala pós-eleição pertence a outros partidos.
Diferenças em 20 anos II
O fato de Bolsonaro fechar o dia da eleição sem parabenizar o presidente eleito rompe a tradição e leva a turma de Lula a apostar que a transição não será fácil. Em 2002, José Serra telefonou para Lula e fez um pronunciamento desejando-lhe sucesso na condução do país e Fernando Henrique Cardoso criou os parâmetros de transição civilizada.
Inversão
No passado, quem convocava greves eram os sindicatos ligados ao PT. Agora, quem ameaça paralisação são os caminhoneiros aliados a Jair Bolsonaro, em busca do terceiro turno. Até aqui, não tiveram apoio de outros segmentos e ainda correm o risco de prejudicar o fim do governo Bolsonaro.
À la Dilma-Temer/ Espera-se para esta transição algo mais parecido com a que foi de Dilma Rousseff para Michel Temer, logo depois do impeachment. Na época, os emedebistas reclamaram que, ao chegar ao Planalto, encontraram grande parte dos computadores foi apagada.
Missão cumprida/ O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, um dos coordenadores da campanha de Lula, tinha colocado como meta não deixar o presidente Jair Bolsonaro abrir uma grande diferença em São Paulo e segurar Minas Gerais. Conseguiu as duas coisas. Em São Paulo, a avaliação dos bolsonaristas é a de que, se o presidente tivesse 15 pontos de diferença no eleitorado paulista, estaria eleito.
Efeito Zambelli/ A avaliação de alguns aliados de Bolsonaro com um viés mais de centro é a de que muita gente se assustou com as imagens da deputada Carla Zambelli percorrendo as ruas de arma em punho, dias depois de Roberto Jefferson jogar uma granada e atirar contra policiais. Numa eleição tão apertada, pode ter tirado do presidente os votos que garantiriam a vitória.
Olho nela/ Rosângela Silva, a futura primeira-dama Janja, gosta de política e terá papel importante ao lado de Lula. Aliás, em relação a esposas de autoridades, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, já falecido, tinha um jeito muito peculiar de tentar desvendar o que se passava na mente de aliados e adversários: Se a esposa do interlocutor não lhe tratar bem, é porque ele já falou mal de você para ela.
E os tucanos, hein?/ O PSDB sai deste segundo turno com três eleitos: Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS). São Paulo, porém, começa um novo ciclo, em que os tucanos foram substituídos por Tarcísio de Freitas, eleito pelo bolsonarismo somado ao anti-petismo.
Por falar em bolsonarismo/ Resta saber se o presidente Jair Bolsonaro vai manter o capital político para o futuro ou jogará pela janela a capacidade de mobilização que apresentou nas ruas. Da mesma forma que Lula tem o desafio de governar, Bolsonaro enfrentará o desafio de sobreviver na oposição. Lula conseguiu e voltou. O maior adversário do PT hoje ainda é uma incógnita. Espera-se um pronunciamento dele ainda hoje, 31.
Último debate exigirá total controle emocional dos candidatos
Quem perder as estribeiras arrisca perder a eleição. Este é o espírito das duas campanhas, neste segundo turno, para o debate desta noite. Os aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostram mais preocupados com o emocional do que qualquer outro aspecto. Nesse fator, porém, os petistas, que precisam de menos votos para chegar aos 50% mais um — diante dos 48,2% dos votos válidos obtidos no primeiro turno, trabalham o emocional do petista, dizendo que se ele empatar, está tudo certo. Seus aliados se mostram preocupados, por exemplo, com a irritação que ele tem demonstrado quando perguntado sobre mensalão, petrolão ou ser chamado de “ex-presidiário”. Nesse sentido, estão preparando Lula para revidar, de forma a virar o jogo.
A equipe de Bolsonaro, por sua vez, considera que o presidente se saiu melhor do que o petista no debate da Band e vai preparado para chamar Lula de “fujão”, por causa da ausência a dois encontros entre os candidatos, o do pool SBT/CNN com outros veículos de mídia, e o da Rede Record. As duas campanhas estão tratando este último debate como a chance de aumentar a tranquilidade para o pleito de domingo. Mas, tranquilo mesmo, um dos dois só ficara depois de conhecido o resultado da eleição, na noite do dia 30.
CPI do TSE no forno
Depois das 30 assinaturas para a CPI dos Institutos de Pesquisa, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) busca assinaturas para a CPI do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele pede que se investigue as circunstâncias da demissão de Alexandre Machado da Corte e ainda o imbróglio das inserções — se houve ou não houve falhas na atuação do TSE.
2023 promete
Marcos do Val começará a coletar as assinaturas ainda hoje. A aposta é a de que, passadas as eleições, a ala bolsonarista pressionará por essa CPI, independentemente do resultado. Se não der para sair agora, os senadores aliados a Bolsonaro que assumem em fevereiro do ano que vem voltarão à carga.
Abstenção, a variável X
Depois da abstenção ter sido apontada pelo PT como o principal fator para Lula não ter vencido no primeiro turno, esse fantasma volta a assombrar. É que, no Nordeste, havia uma mobilização das campanhas de deputados estaduais e federais para obrigar as prefeituras a disponibilizar transporte. Agora, essa mobilização de parlamentares arrisca não ser tão grande assim.
Pau que dá em Chico…
… dá em Francisco. A campanha de Bolsonaro está preocupada com o feriado do servidor público. É que muitas repartições transferiram o feriado para segunda-feira, o que arrisca afastar o eleitor do Distrito Federal, por exemplo, já amanhã, e juntando até a próxima terça-feira, o feriado de Finados. Tem gente planejando “enforcar” a próxima semana.
Simone na plateia/ A senadora Simone Tebet (MDB-MS) confirmou presença na plateia da Rede Globo, hoje, para acompanhar Lula. Para muitos, é sinal de que ela não recusará um convite para o governo, caso o petista seja eleito no domingo.
Por falar em Lula…/ O ex-presidente anda aplicado nas entrevistas que concede. Ontem, às 7h30 já estava a postos, lendo documentos, para a entrevista que concedeu, às 8h, ao Correio Braziliense, à Radio Clube FM e à TV Brasília.
Confiante/ As fortes chuvas de ontem, em Brasília, obrigaram a primeira-dama Michelle Bolsonaro cancelar o evento Mulheres com Bolsonaro. Diante das dificuldades de agenda e viagens, a senadora eleita Damares Alves disse que o encontro será “depois da vitória”.
Enquanto isso, em Pernambuco…/ Na terra de Lula, onde o ex-presidente lidera com folga as pesquisas, a ordem é colar Raquel Lyra (PSDB) no colo de Bolsonaro. Aliados do PT fazem circular uma foto de Raquel ao lado do ex-ministro do Turismo Gilson Machado e a inscrição: “capitã do time Bolsonaro” e “Quem vota Lula, vota Marília” — numa referência à candidata do Solidariedade, Marília Arraes.
.. e na Bahia../ A aposta é a de que, neste segundo turno, Bolsonaro conseguirá tirar uns pontinhos da larga diferença que Lula teve sobre ele no último dia 2. A conferir.
Enquanto a senadora Simone Tebet (MDB-MS) se preparava para caminhar no Setor Comercial Sul de Brasília em prol do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os presidentes dos partidos que lastrearam sua candidatura ao Planalto faziam a primeira conversa pós-primeiro turno para avaliar os próximos passos. Segundo relatos, os comandantes Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB) e Roberto Freire (Cidadania) não gostariam de ver Simone como ministra de Lula, caso o petista vença a eleição.
Vale lembrar que, em 2002, Ciro Gomes, derrotado naquele pleito, apoiou Lula no segundo turno e, em 2003, virou ministro da Integração Nacional, confiante num cenário de apoio do PT a ele no futuro. Quando o partido de Ciro à época, o PPS, se afastou de Lula por causa do mensalão, ele ficou e ajudou o PT. Nestes quase 20 anos, o PT jamais o apoiou, e Ciro fecha 2022 com 3% das intenções de voto. Aqueles que apostaram em Simone não querem que a história se repita.
Os partidos gostaram do desempenho de Simone e consideram que a senadora só não foi melhor por causa da campanha pelo voto útil, que acabou levando uma parcela expressiva dos potenciais eleitores dela a correr para evitar a vitória de um ou de outro polo no primeiro turno. Eles consideram que, a partir de agora, se bem trabalhada, a emedebista poderá se transformar numa aposta mais viável no futuro. Mas não como ministra de Lula.
Sem fusão
Pelo menos por enquanto, MDB, PSDB e Cidadania descartam uma fusão, de modo a preservar a própria história. Mas não está fora de cogitação um bloco parlamentar para disputar espaço na Câmara dos Deputados. Juntos, ficariam com 60 deputados.
Enquanto isso, no União Brasil…
A ideia é esperar passar o segundo turno para ver como é que fica a conversa de fusão com o PP. Há quem diga que, neste momento, quem mais ganha com essa parceria é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que fortalece sua campanha reeleitoral para mais dois anos no comando da Casa.
Façam suas apostas I
Os comandos do MDB, do PSDB e do Cidadania não cravam o resultado para a disputa presidencial deste segundo turno. Eles avaliam, porém, que se o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguir ampliar muito a diferença para Lula em São Paulo, o petista se elege.
Façam suas apostas II
Os bolsonaristas comemoraram o resultado do Datafolha de ontem, que apontou uma redução da diferença de quatro pontos entre Lula e Bolsonaro, com a vantagem para o petista. Não que a turma do presidente considere que a pesquisa esteja correta. É que, como avaliam que o Datafolha errou muito no primeiro turno, acreditam ser um sinal de que Bolsonaro está à frente.
Doria na lida/ O fato de ter saído do PSDB não significa que o ex-governador de São Paulo, João Doria, ficará sem filiação partidária. No momento, porém, é preciso esperar clarear o horizonte e baixar a poeira da polarização.
Por falar em PSDB…/ As apostas do partido para o futuro, hoje, são a candidata Raquel Lyra, em Pernambuco, e Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul. Se as pesquisas estiverem corretas, eles têm tudo para ganhar a eleição.
… e em São Paulo…/ No triângulo dos votos São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o partido precisará se reinventar e, também, de novos líderes. Afinal, quem não se renova, desaparece. E os tucanos não querem o fim da legenda que deu ao país o Plano Real.
Anotem aí/ O nome forte do PL na Câmara será o deputado Altineu Côrtes, do Rio de Janeiro. É hoje o maior elo entre Valdemar da Costa da Neto e o bolsonarismo.
Ala do Congresso quer a transparência, mas não o fim das emendas de relator
A operação da Polícia Federal (PF) que mira as cidades contempladas pelas emendas de relator, apelidadas de orçamento secreto, está sendo acompanhada com uma lupa por congressistas que defendem o controle dos recursos pelo Parlamento. A ideia é tornar transparente, deixar que quem tiver desviado dinheiro “se quebre”. Porém, jamais abrir mão da prerrogativa de destinar verbas para o que considerar prioridade — até mesmo com uma emenda constitucional para tornar essas emendas de relator impositivas.
A ideia de transformar as emendas em impositivas virá acoplada a um discurso de tornar essas propostas mais transparentes, acabando, inclusive, com o tal “usuário externo” — ou seja, instituições ou pessoas que não são parlamentares e acabam sugerindo emendas ao relator. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, já é obrigada a informar o autor de cada pedido.
A expectativa dos deputados é de que isso ajude a convencer a população de que os desvios são isolados.
A tranca está frouxa…
A ideia dos parlamentares atuais em relação ao que foi feito no tempo dos Anões no Orçamento é muito mais ousada. Depois da série de deputados cassados ou “renunciados”, em 1993 e 1994, houve limite no número de emendas que cada um podia apresentar, e também de valores. Agora, para alguns, o céu é o limite.
…e os controles demoram
Ao longo do tempo, esses valores aumentaram e a fechadura quebrou. Veio o orçamento impositivo para as emendas individuais, para as de bancadas, para as de comissões e, agora, o orçamento secreto — que não é de liberação obrigatória. A avaliação de técnicos dedicados ao trabalho de apuração é a de que essa investigação no Maranhão e no Piauí, que resultou em duas pessoas presas, é apenas uma pontinha do que vem por aí.
A chave de Lula é o Nordeste
Aliados do petista se mobilizam para tentar ampliar a votação de Lula na região. No Ceará, por exemplo, onde ele obteve 65,91% dos votos no primeiro turno, a meta do deputado eleito Eunício Oliveira (MDB) é chegar aos 75%. O presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve 25,38% no primeiro turno.
E o debate, hein?
A preparação de cada um para o primeiro confronto direto entre Bolsonaro e Lula, amanhã, inclui muito calmante para evitar que a irritação acabe por prejudicar um ou outro. Lula, por exemplo, quer administrar a vantagem obtida no primeiro turno e buscar os indecisos. Bolsonaro, que precisa de mais votos, também não pode ser tão agressivo ao ponto de transparecer despreparo ou desespero.
Outros rounds virão
A suspensão das investigações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Tribunal Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, sobre os institutos de pesquisa, adia a ânsia dos bolsonaristas de impor sanções a essas empresas. Mas, depois das eleições, as investidas voltarão — e no Congresso.
Nem às paredes confesso/ Com o PSD dividido neste segundo turno da campanha presidencial, o presidente do partido, Gilberto Kassab, avisa que manterá a neutralidade. A amigos, tem dito que o voto nesta rodada “irá com ele para o túmulo”.
Caminhos concretos I/ O Departamento de Infraestrutura em Transporte (Dnit) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) assinaram acordo de cooperação técnica para aprofundar o estudo sobre o método de dimensionamento de pavimentos de concreto e a revisão das especificações técnicas.
Caminhos concretos II/ Até aqui, comparativos a partir de projetos executados em pavimentos de concreto em estradas e vias urbanas revelam uma economia de R$ 1,6 milhão por quilômetro em relação ao asfalto, mais comum nesse tipo de obra. É que o concreto, dizem os técnicos, pode durar mais que o asfalto. Se os estudos foram satisfatórios, o contribuinte vai ver muita mudança nas estradas e vias urbanas.
TCU sediará prêmio Engenho/ O Tribunal de Contas da União abriu o espaço cultural para a cerimônia de entrega do 17º Prêmio Engenho de Comunicação — O dia em que o jornalista vira notícia. A parceria do TCU com o prêmio é antiga. O presidente em exercício da Corte, Bruno Dantas, Augusto Nardes, Weder de Oliveira, e o ex-ministro José Múcio Monteiro já integraram o júri em edições anteriores. Nesta edição, o ministro do TCU, Jorge Oliveira, faz parte do comissão julgadora.
Antes mesmo de saber quem será o futuro presidente da República, o PL avisa que não pretende balançar a posição de Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara. A disposição é de apoio total para ajudar a resolver o jogo no Senado, onde o partido tem pretensões de fixar sua bandeira. O PP, porém, vai esperar decantar a disputa para a Casa da federação e, só depois, é que pretende definir uma posição. Não quer brigar, por exemplo, com o União Brasil, que tem interesse em presidir o Senado. E se Lula vencer a eleição presidencial, o MDB também entrará no páreo.
Deu ruim
O petista Luiz Inácio Lula da Silva foi aconselhado a evitar viagens a Pernambuco neste segundo turno. Ele já tem uma boa vantagem em seu estado natal, poderia até ir agradecer os votos, mas parte da campanha presidencial do ex-presidente considera que a candidata do Solidariedade, Marília Arraes, tropeçou feio esta semana. E com ela colando sua campanha à de Lula, é melhor ficar longe dos erros dela nesta largada da rodada final.
Ficou pior
Marília disse não ao pedido da adversária Raquel Lyra (PSDB) para adiar o início do horário eleitoral de segundo turno por causa da missa de Sétimo Dia do falecido marido — Fernando morreu no dia da eleição. Um vídeo gravado pela campanha de Raquel lembra que, em 2014, a presidente-candidata Dilma Rousseff e Aécio Neves pararam a campanha para ir a Recife, para o velório do então candidato do PSB, Eduardo Campos. Marília não quis saber de dar um tempo para sua adversária viver o luto. Errou e, talvez, não dê tempo de consertar.
Mercado futuro
Numa conversa com a vice-governadora eleita Celina Leão, o senador Reguffe chegou a ouvir que deveria ir para o governo do Distrito Federal. Falta combinar com o governador Ibaneis Rocha. Até aqui, não há planos do MDB em levar Reguffe para o GDF. Porém, Celina, candidatíssima ao Buriti para 2026, cria pontes com os adversários. Em política, o rival de hoje sempre pode ser o aliado de amanhã.
Tebet na área, mas…
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) é considerada a futura ministra da Educação, caso Lula seja eleito no final do mês. Só tem um probleminha: essa área é considerada uma das inegociáveis por parte do PT. Logo, é preciso cautela.
Em casa/ Na batalha pela eleição de Damares Alves ao Senado, a primeira-dama Michele Bolsonaro praticamente se mudou para Ceilândia por alguns dias de setembro. No dia em que dormiram por lá, pediu cachorro quente da lanchonete 14 Irmãos, famosa no local. Comeu dois e ainda levou a maionese verde para o Alvorada.
E na campanha/ Agora, Michele vai entrar de cabeça na campanha em Goiás e nas regiões Norte e Nordeste. Há viagens programadas para os seis estados do Norte e, ainda, para Bahia e Pernambuco.
Neutro, só xampu/ O tucano Eduardo Leite pode enfrentar problemas neste segundo turno, por causa da neutralidade em relação à campanha presidencial. No PT, há quem diga que não é possível ficar em cima do muro nesta nova eleição. Assim, os petistas gaúchos tendem a seguir para o voto nulo na eleição no Rio Grande do Sul.
Problemas iguais, reações diferentes/ No Rio Grande do Sul, Bolsonaro fechou o primeiro turno à frente de Lula. E se Leite optar pelo petista, seus aliados acreditam que perderia votos. ACM Neto, na Bahia, considera ter o mesmo problema, porém com sinal trocado. Lá, se ele fechasse com Bolsonaro, seus aliados acreditam que poderia perder votos. Vale lembrar que o ex-prefeito de Salvador já obteve o apoio de João Roma, sem precisar pedir. O mesmo não fez o PT gaúcho até agora em relação a Leite.
A final entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) obrigará ambos a deixarem mais claros seus projetos econômicos e sociais. O petista contava com a vitória na primeira rodada, jogando praticamente parado, colocando-se como o “fiador da democracia” e sem detalhar seu programa. Ainda assim, conseguiu ampliar em 25 milhões o desempenho e quase chegou ao total de 57 milhões de votos que Bolsonaro obteve no segundo turno em 2018. Mas só isso não basta: agora terá que detalhar seu programa.
Bolsonaro, por sua vez, obteve um milhão de votos além do que conquistou no primeiro turno de 2018. Seus aliados acreditam que poderia ter tido mais, se as pesquisas tivessem acertado o percentual de votos em favor dele, por exemplo, em São Paulo.
Agora, há quem diga que terá que assinar um compromisso com a democracia, detalhar projetos para os próximos quatro anos e mobilizar toda a tropa que elegeu 14 senadores e 101 deputados do PL para pedir votos em seu favor Brasil afora — especialmente em Minas Gerais. E, para não quebrar a onda favorável dos últimos dias, a ordem entre seus apoiadores é começar hoje.
Os cálculos de Valdemar da Costa Neto
Com o PL detentor da maior bancada do Senado e da Câmara, o comando do partido não tem mais dúvidas de que jogou certo ao acolher Bolsonaro. Agora, avalia, seja quem for o presidente da República, terá que negociar com a legenda. Afinal, 101 deputados é algo que há tempos nenhuma legenda atingiu, ainda mais sem coligação.
Melhor de dois
O PL, porém, acredita que sua situação será muito mais confortável com a reeleição de Bolsonaro, que não pretende chegar detonando o poder dos congressistas sobre o Orçamento da União. Lula, ao contrário, já disse que deseja retomar esse controle. Diante dessa premissa, a bancada pretende ajudar a reeleição do presidente.
Alckmin deixou a desejar
Os petistas viam no ex-tucano Geraldo Alckmin um diferencial que deveria ajudar em São Paulo. Nas suas conversas mais reservadas, os petistas dizem que essa ajuda não veio. O desafio agora, dizem alguns, será o ex-governador atrair o PSDB de Rodrigo Garcia.
E o Kassab, hein?
Com Tarcísio de Freitas liderando a disputa neste segundo turno, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, tende a ficar fora da eleição nacional. Vai se concentrar em São Paulo. Quanto à Presidência da República, cada um que cuide de si.
Batman versus Super-Homem/ Em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB) elegeu Renan Filho para o senado e Arthur Lyra (PP) foi o mais votado para a Câmara dos Deputados. Agora, cada um fará campanha aberta para o seu candidato a presidente. Lyra, Bolsonaro; Renan, Lula.
Santo de casa/ O PP do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e de Lyra terá 47 deputados em 2023. Isso significa que, se quiser manter a presidência da Câmara, terá que fechar uma negociação na ponta do lápis com o vitorioso PL de Valdemar da Costa Neto.
A maldição de Michelle/ Ana Cristina Vale, que se apresentou como Cristina Bolsonaro, não chegou a 2 mil votos. A mãe de Jair Renan, o Zero Quatro, não ficou nem na suplência. E, das apostas do PL, a única que não obteve sucesso foi Flávia Arruda no Distrito Federal, que concorria contra Damares Alves, a candidata da primeira-dama.
Por falar em Michelle…/ Neste segundo turno, a mulher de Bolsonaro deverá ter uma agenda diferente do presidente, em busca das mulheres, especialmente, as nordestinas ligadas às igrejas evangélicas.
O porta-voz da Lava Jato/ A coleção de dissabores do PT neste primeiro turno incluiu a vitória do procurador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, como o mais votado no Paraná, deixando em segundo lugar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Em conversas reservadas, a turma dos lavajatistas diz que Gleisi pode se preparar para duros embates no plenário, na linha de “Lula não foi inocentado”.