Categoria: Política
Prisão de Braga Netto divide o PL, mas Bolsonaro segue unânime
Da Coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
A prisão do general Walter Braga Netto dividiu o PL. Um segmento age como se a legenda não tivesse nada a ver com isso e trata de manter distância regulamentar do suposto planejamento de golpe de Estado investigado pela Polícia Federal (PF).
Outro segmento, mais próximo do ex-presidente e grato a ele pela projeção política, quer que a legenda se dedique, dia e noite, a dizer que tudo não passa de uma armação para sufocar os conservadores politicamente. Essa é a posição, por exemplo, da líder da minoria na Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PL-DF).
Mas num ponto todos concordam: Bolsonaro é o maior cabo eleitoral do partido e necessário nos palanques de 2026.
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Se no PT a maior preocupação, hoje, é a saúde do presidente Lula, no PL a apreensão se dá pelo que alguns chamam de “capacidade respiratória eleitoral” de seu maior ativo — Bolsonaro. O fato de estar inelegível pesa, mas não acaba com o PL, porque o ex-presidente sempre poderá fazer o papel de vítima nos eventos partidários pelo Brasil.
Agora, se Bolsonaro for preso, a situação se complica. Isso porque, para alguns integrantes do partido, enfraquece a tese — que os bolsonaristas tentam empreender — de que o ex-presidente não teve qualquer participação nos episódios. Inclusive, viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022.
A queda de braço de 2025
Depois da guerra pelas emendas parlamentares, as indicações para as agências reguladoras prometem ser o grande embate entre os poderes Executivo e Legislativo. Hoje, são 15 vagas disponíveis nas instituições. Até o final do mês, serão 18. E esse número vai subir para 20 até o início do próximo ano.
Questão de percentual
As dificuldades em fechar as indicações das agências, e votar as que já foram feitas, se deve à mudança de “padrinhos”. No governo Bolsonaro, os ministros indicavam a metade das vagas das 11 agências e o Congresso ficava com a outra metade. O governo Lula quis mudar isso. O Poder Executivo indicaria 70% das vagas e os congressistas, 30%. Não colou.
Pegar ou largar
Até aqui, o governo tenta resolver a conta-gotas. Aceitou a indicação do senador Eduardo Braga (MDB-AM) para uma vaga na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e outra do senador Otto Alencar (PSD-BA) na Agência Nacional de Petróleo (ANP). É um meio-acordo. E não resolveu tudo. Se não repassar metade das 20 vagas, a briga vai continuar.
Pimenta fecha o verão
Com a volta de Lula a Brasília, até o final desta semana, alguns apostam que ele mudará a comunicação do Planalto. Porém, o secretário de Comunicação do governo, Paulo Pimenta, tem dito a amigos que ficará no cargo até março, na semana do carnaval.
CURTIDAS
Enquanto isso, em São Luís…/ O presidente do PL, Valdemar Costa Neto (foto), soube da prisão do general Braga Netto ao desembarcar na capital do Maranhão. “Não tenho nem o que comentar. Preciso primeiro ver os autos”, disse à coluna.
… cautela e canja de galinha/ A preocupação, agora, é organizar o partido, seus prefeitos e vereadores eleitos. Afinal, é deles que o PL pretende tirar forças para construir uma grande bancada
em 2026.
Ironia do destino/ Na quinta-feira, a PF iria cumprir o mandado de prisão do general Braga Netto, mas ele estava em Maceió com os netos. Na sexta-feira, era o dia do AI-5 e poderia parecer revanche. O sábado pareceu o melhor momento. Justamente, data do aniversário da ex-presidente Dilma Rousseff.
“Estão vindo com tudo para cima dos conservadores”/ Da deputada Bia Kicis (PL-DF), indignada com a prisão do general Braga Netto e certa de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quer prender Jair Bolsonaro.
Os políticos do PL ainda estão tentando entender a prisão do general de Exército Walter Braga Netto, o primeiro quatro estrelas da história do país a passar por essa situação. A deputada Bia Kicis, que está em Brasília, onde acompanha as últimas notícias, considera que tudo não passa de uma trama para cassar os conservadores. “É um dos maiores absurdos que já vi. Estão vindo com tudo para cima dos conservadores. Deputados, generais, qualquer um que não seja alinhado à ideologia deles”, afirmou ao blog. A deputada considera que “Braga Netto sempre foi respeitado nas Forças Armadas e não merecia estar passando por isso”.
A ideia dos conservadores agora é aproveitar a última semana de funcionamento do Congresso para tentar colocar essa prisão como parte de uma trama para tirar da política aqueles mais ligados a Jair Bolsonaro. Porém, não são todos que pretendem se apresentar para defender Braga Netto. Um outro grupo do PL vai é cuidar da própria vida, ou seja, se distanciar desse caso da tentativa de golpe e se preparar para a eleição de 2026 com outras bandeiras, que não a defesa dos enroscados nesse processo.
Braga Netto foi preso por volta das 6h da manhã no Rio de Janeiro. Está detido no Comando Militar do Leste, que ele chefiou antes de ser nomeado interventor federal da segurança pública naquele estado, ainda no governo Michel Temer. Nem na época da ditadura um general quatro estrelas foi preso. Naquele período, os envolvidos com o golpe militar foram transferidos para a reserva. Agora, nesta tentativa de golpe apurada pela Polícia Federal, as autoridades consideram que não dá para deixar passar em branco, ainda mais quando havia, segundo as investigações, um plano para assassinar um presidente eleito, seu vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal. A PF atribui a Braga Netto um papel de coordenação no processo de tentativa de golpe.
Deputado Marcel Van Hattem fala sobre seu indiciamento em evento na Câmara
Por Eduarda Esposito — O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) falou hoje (28) sobre o seu indiciamento pela Polícia Federal (PF) em evento da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM). O parlamentar criticou a investigação, questionou a relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino e se disse surpreso com a defesa do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
“Eu preciso falar enquanto eu posso, e aproveitando esse gancho, eu quero dizer que estou surpreso, positivamente, com a mensagem ontem (27) lida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, diante de nós aqui no plenário da Casa. Foi um momento histórico para o nosso país”, declarou.
Van Hattem foi convidado a falar durante o primeiro painel da Conferência Nacional de LIberdade Econômica, que discutiu sobre o livre mercado e a necessidade de uma reforma administrativa no governo federal para ajustar a economia. Ainda em suas palavras, o deputado disse que “o livre mercado de ideias não pode ser censurado, muito menos encontrar qualquer limitação na tribuna da Câmara dos Deputados”.
Marcel lembrou sobre a imunidade parlamentar e afirmou que ela deveria ser extendida para outros lugares do Congresso e para a internet, porque mesmo na tribuna, sua imunidade foi negada. “Tentaram flexibilizar, inclusive, no uso da tribuna, com uma perseguição feita por policiais federais”, acusou.
Van Hattem enfatizou que a imunidade parlamentar existe no mundo há seculos que Dom Pedro I institui a imunidade no Brasil antes ainda da proclamação da república. “Muitas pessoas não entenderam a gravidade do assunto, não só sob os aspecto da imunidade que existe há mais de 300 anos. E agora tentam nos retirá-la por meio de uma perseguição policial”, disse.
Ainda durante o seu discurso, o parlamentar do Novo (RS) elucidou que o agente da PF que fez a sua denúncia é subordindo do Diretor Geral da PF, que foi indicado pelo ministro do STF Flávio Dino enquanto ainda era ministro da Justiça. Além disso, foi o próprio Dino quem autorizou o inquérito no STF e se tornou relator. “Não sei porque cargas d’águas, não foi explicado, foi parar nas mãos do Flávio Dino, relator do processo, que tinha sido ministro da justiça e, portanto, quem indicou o diretor geral cujo o chefe de gabinete estava fazendo uma notícia contra mim”, explicou.
Por fim, o deputado do Novo (RS) ainda relembrou que a Polícia Federal não investigou uma denúncia sua que, segundo ele, “era muito séria, muito grave e super bem respaldada”.
*Jornalista convidada pela FPLM
Fim do Simples Nacional preocupa parlamentares e entidades do comércio e serviços
Por Eduarda Esposito — Hoje (27) ocorreu o almoço promovido pela Frente Parlamentar de Comércio e Serviços (FCS) e pela Coalizão em Defesa do Simples Nacional para discutir sobre o Projeto de Lei Complementar 68/2024 que propõe medidas para viabilizar o Simples Nacional no modelo atual da Reforma Tributária. O evento também contou a presença de entidades do comércio e serviço que estão preocupados com a inviabilização do Simples caso a reforma seja aprovada como está.
O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto, afirmou que o Simples é uma conquista brasileira. “E importante todo mundo entender que o simples nacional é uma conquista de cidadania da população brasileira, proveniente de um processo desde 1984 e em 2006 aprovou-se o simples nacional que é a maior conquista da população de pequenos empreendedores para a inclusão social na economia brasileira”, disse.
Atualmente, segundo os dados da coalizão, os pequenos negócios representam 95% das empresas brasileiras. Elas são 30% do PIB brasileiro e responsáveis por 61% dos empregos gerados em 2024. Caso o programa seja extinto, 29% das pequenas empresas fecharão, 20% delas irão para a informalidade e 18% precisarão reduzir suas atividades.
O senador Efraim Filho (UB-PB), líder da FCS, disse que é preciso lutar pelo programa, que as entidades precisam procurar os senadores para converterem seus votos em sim para o PLP 68/2024. “O simples é um herói da resistência nesse manicômio tributário brasileiro, onde até o simples é complicado. Precisamos ter condição de defender o programa que salva pessoas e CNPJs, será uma decisão política, então precisam entrar em contato para pedir voto”, afirmou.
Com a PLP 68/2024 aprovada, algumas propostas vão reduzir o impacto da reforma sobre o programa, entre elas estão: a possibilidade de transferência de crédito integral da CBS no mesmo percentual do regime regular e eliminar o sublime de R$ 3,6 milhões para o limite de R$ 4,8 milhões.
A jornalista foi ao evento a convite da CACB
A inclusão do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entre os indiciados no inquérito da tentativa de golpe de Estado, acendeu o alerta entre os integrantes do partido. Alguns, inclusive, consultaram juristas para saber se pode haver a extinção da legenda. A avaliação de muitos operadores do direito foi de que se ficar comprovado que o PL deu dinheiro para o grupo que planejou o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, isso pode ser caracterizado como financiamento de organização paramilitar, conforme a Lei 9.096, de setembro de 1995. Enquanto prosseguir a investigação, ninguém está tranquilo.
O recado do processo
Integrantes de tribunais superiores dizem que o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro é pedagógico para o futuro: quem quiser ser candidato e ter sucesso na política, seja pela direita ou pela esquerda, que tome distância de extremistas. Atos violentos e ameaças a eleições e aos eleitos estarão sempre sujeitos a punições.
CNU em foco
O governo trata de jogar para escanteio qualquer especulação ou receio de cancelamento do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), levantado a partir da ação na Justiça de Tocantins, sobre a eliminação de concorrentes. A ação adiou a divulgação do resultado do certame, mas não levará ao cancelamento, conforme informação do Ministério da Gestão à coluna. De lá, vem a notícia de que houve um “acordo judicial firmado pela União com o MPF (Ministério Público Federal) e a Cesgranrio justamente para garantir a integridade e a continuidade do concurso”.
Cadê o PNE?
O Ministério da Educação enviou, em junho, o Plano Nacional da Educação (PNE) para o decênio de 2024 a 2034. A Câmara dos Deputados até agora não o votou e segue em tramitação. Fonte do MEC afirma que a pasta não vai “pressionar” ou “passar por cima dos Poderes” para que o plano seja aprovado ainda este ano. Até aqui, a Casa apenas prorrogou o PNE anterior e vai deixar esse serviço para o ano que vem.
De Nice a Belém
Os presidentes do Brasil e França, Lula e Emmanuel Macron, firmaram um compromisso bilateral para priorizar a proteção dos oceanos e dos ecossistemas marinhos e costeiros. “Nosso objetivo é desenvolver uma economia azul justa e sustentável, fortalecendo, ao mesmo tempo, a resiliência das comunidades marinhas e costeiras”, explicaram. Em junho de 2025, a cidade francesa de Nice sediará a Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano (Unoc), organizada pela França e pela Costa Rica. A ideia é inserir a proteção dos oceanos nas pautas prioritárias da COP30, em Belém, em novembro de 2025.
Se for a voto…
…passa. O deputado Evair Melo (PP-ES) acusa a base do governo de fazer “terrorismo” contra o projeto da anistia aos golpistas do 8 de janeiro de 2023. E avisa: “Posso afirmar, com toda certeza, que o humor dentro da Câmara dos Deputados não teve nenhuma alteração. Essa acusação de golpe e essas condenações do Alexandre de Moraes são cheias de vícios. Na hora em que o
projeto for a plenário, será aprovado”.
Na contramão de Haddad/ Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer reduzir os benefícios tributários para as empresas, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) vem com uma proposta para facilitar o acesso ao crédito de pequenas e médias empresas para tentar sanar as dificuldades que têm no sistema financeiro tradicional e que traz novos benefícios: “Os ganhos com esses instrumentos terão isenção de Imposto de Renda e IOF, uma estratégia que já mostrou eficácia ao fortalecer setores como o agronegócio e o mercado imobiliário”, acredita.
Bateu, levou/ A rede X continua servindo para troca de sopapos virtuais entre autoridades. A mais recente foi entre o senador e ex-juiz Sergio Moro (UB-PR) e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Em resposta a uma publicação de Paes no X, onde chamou o juiz afastado Marcelo Bretas de “delinquente”, Moro rebateu: “Delinquentes eram seus amigos que ele prendeu”. O prefeito replicou: “Recolha-se à sua insignificância. Aqui você não cresce! Lixo!”.
O périplo de Hugo/ Depois de garantir o apoio dos partidos políticos, Hugo Motta agora se reúne com bancadas estaduais para fechar os votos e agradecer o apoio. Além do Piauí (leia post no Blog da Denise, no site do Correio), ele já se encontrou as bancadas de Alagoas, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima. A ideia é concluir essas conversas até o fim do ano e dedicar janeiro de 2025 a um pente-fino antes da eleição, em fevereiro.
Os pedidos de cada um/ Esses encontros têm sido importantes para que Hugo Motta relacione as prioridades de cada estado. Em algumas das conversas, os governadores têm participado.
Deputados federais e governador do Piauí se reúnem com Hugo Motta em Teresina
Por Eduarda Esposito — O deputado federal e candidato à presidência da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB) se reuniu hoje (22) com o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e os deputados federais do estado. Motta foi à capital agradecer o apoio unânime dos parlamentares piauienses em sua candidatura.
O encontro ocorreu no Palácio de Karnak, em Teresina, para tratar sobre os projetos que tramitam na Câmara e podem favorecer o desenvolvimento do estado nordestino. Estiveram presentes também o deputado Florentino Neto (PT-PI), coordenador da bancada do estado, Flávio Nogueira (PT-PI), Merlong Solano (PT-PI), Dr. Francisco (PT-PI), Castro Neto (PSD-PI), Júlio César (PSD-PI), Marcos Aurélio Sampaio (PSD-PI) e Jadyel Alencar (PV-PI).
Tentativa de golpe provoca racha entre partidos conservadores
Os líderes de partidos mais conservadores se dividiram em relação aos reflexos políticas relacionados à prisão de envolvidos num plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Enquanto os que devem sua eleição ao bolsonarismo garantem que é preciso ter o sobrenome Bolsonaro na urna de 2026 e leva às ruas essa defesa de uma candidatura do ex-presidente, os partidos de centro querem distância. A ordem é encontrar alguém que possa herdar os votos, mas que esteja blindado em relação ao planejamento de um golpe de Estado e de assassinatos — e até aqui, eles não têm total segurança dessa blindagem em relação ao ex-presidente. Embora 2026 ainda esteja longe, todos estão escolhendo as peças para os
seus tabuleiros.
Deixe para depois
Essa Operação Contragolpe, que prendeu o general Mário Fernandes, enterrou de vez qualquer chance de instalar uma comissão de anistia este ano. E a depender da disposição do favorito para ocupar a Presidência da Câmara, só após as investigações é que será possível avaliar esses projetos.
Evitem “marola”
A antecipação da escolha dos candidatos a presidente da Câmara e do Senado está diretamente relacionada com a intenção do PT e da cúpula dos Poderes de não deixar prosperar novos pontos de tensão. Obviamente, ninguém imaginava que se chegaria a uma explosão na frente ao STF. Mas era preciso evitar grandes embates entre os partidos.
Tal e qual 2023
Quem acompanha de perto esses movimentos políticos no Parlamento, com a visão ampla dos janelões do Palácio do Planalto, considera que, há quase dois anos, foi preciso apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) justamente para evitar maiores tensões logo depois do 8 de janeiro de 2023. Agora, não será diferente.
Quem for culpado que se quebre
As Forças Armadas tomaram distância regulamentar desses planos para evitar posses de presidente eleito, leia-se golpe, ou assassinatos. Tanto é que já puniram alguns e há outros sob investigação. Não dá para sujar a imagem dos militares brasileiros dedicados ao país com planejamentos de golpes e afins.
Se não fosse Janja…
O G20 Social foi considerado um gol de placa do governo por empresários que acompanharam o evento, na região portuária do Rio de Janeiro. Colocou temas importantes em pauta e permitiu a inclusão da sociedade civil, reduzindo as manifestações de rua. Alguns, inclusive, avaliam que se não fosse a derrapada de Janja xingando Elon Musk, o evento teria tido um espaço muito maior para os seus debates. O xingamento, porém, se sobressaiu, ofuscando parte das discussões.
Checagem de trabalho
Muitos usuários da rede social X têm usado os dados da Câmara dos Deputados para averiguar quantos dias trabalhados, recessos e faltas de parlamentares que não apoiaram a PEC do 6×1 tiveram em 2024. Um dos verificados foi o deputado Luciano Bivar (União-PE), que segundo o levantamento teve 36 dias de trabalho na casa, 253 folgas e 34 faltas.
Olá querido!
Como é de praxe nas visitas do presidente da China, Xi Jinping, a outros países, a embaixada organiza seus cidadãos radicados no local por onde ele passará para recebê-lo. A Avenida das Nações, por exemplo, foi ocupada por chineses munidos de bandeiras do Brasil e da China para saudar as autoridades. Os voos para Brasília estavam lotados de chineses, que vieram ver de perto seu líder político.
Comitê de gênero toma posse
A diretora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Flávia Takafashi, dará posse, amanhã, ao Comitê-Geral de Gênero e Diversidade do Setor Aquaviário, às 10h, no Plenário do Conselho Federal da OAB. Ela reuniu um time de lideranças femininas para formular e implementar ações de equidade e empoderamento de mulheres. Entre as conselheiras que serão empossadas nessa cerimônia, estão a secretária-executiva do Ministério de Portos e Aeroportos, Mariana Pescatori; Eliana Santos, representante da Confederação Nacional do Transporte (CNT); Monica Monteiro, da Confederação Nacional da Indústria (CNI); e a jornalista Kátia Cubel, presidente do Prêmio Engenho Mulher.
Consciência negra
Ainda temos muito a fazer no sentido de resgatar a cidadania e garantir a igualdade racial. Bom feriado a todos.
COP30 será chance de Helder Barbalho buscar candidatura majoritária
Da coluna Brasília-DF, por Denise Rothenburg
O governador do Pará, Helder Barbalho, caminha para ganhar maior visibilidade no ano que vem, ao ver seu estado sediar a COP30. Seus aliados acreditam que será a chance de ele se apresentar para voos nacionais, seja uma candidatura própria do MDB ao Planalto, seja uma vice. Ele prefere deixar 2026 para tratar em 2026, mas os recados para o presidente Lula, a quem o MDB apoiou no segundo turno de 2022, são dados desde já. “Quem imagina que Lula foi eleito por um partido político está equivocado. Lula foi eleito a partir de sua liderança pessoal e teve a adesão de uma ampla aliança. Não tenho dúvida de que será nesse contexto a necessidade para 2026”, afirma.
Helder acredita que, quem ficou “capturado nos polos”, precisa entender a mensagem deste ano, em que a população se afastou desses polos. Ele cita, inclusive, o caso de São Paulo: “Quando Ricardo (Nunes) vai para o segundo turno, demonstrando que era capaz de uma frente ampla contra um líder popular, mas afeito a um segmento mais restrito, eis o resultado. Isso é uma sinalização e uma clara evidência de que a sociedade está num reposicionamento sobre qual critério irá prevalecer na escolha de seus representantes”.
O posicionamento de Helder, dizem aliados do governador, está cristalino. Se Lula ficar apenas com o PSB de Geraldo Alckmin e os partidos mais à esquerda, as chances serão reduzidas. Não por acaso, o presidente já disse que espera não ser necessário concorrer em 2026, em entrevista à CNN. Esse jogo de construção de maioria e amplitude é o que deve ser jogado em 2025. É o que tem funcionado contra radicais de direita e de esquerda.
Discurso para a saída
Com a reforma ministerial logo ali, o corte de gastos dará discurso para que alguns ministros deixem o governo. Se cortar demais em alguns cetros, já tem gente pensando em limpar as gavetas. O caso público é o do ministro da Previdência, Carlos Lupi. Mas outros estão de molho para, se for o caso, seguir no mesmo caminho.
O tempo é deles
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino não tem pressa para resolver a suspensão das emendas ao Orçamento. Ele já fez chegar aos parlamentares que só irá tratar desse tema depois que a regulamentação em análise no Parlamento virar lei. Ou seja, tudo estiver no papel. Aí, ele irá estudar.
A lei não retroage
Ainda que os parlamentares apresentem um texto bem-feito e de acordo com os preceitos constitucionais de transparência e boa aplicação dos recursos, é preciso trazer à luz o que foi executado nos últimos dois anos. A conclusão é de que vai demorar muito a se encontrar uma solução para esse problema.
Preocupação…
A Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM) questiona a possível decisão do governo em acabar com o saque-aniversário do FGTS. À coluna, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) afirmou que “a proposta representa uma restrição à liberdade financeira dos brasileiros, afetando especialmente aqueles que utilizam os benefícios para pagar dívidas e despesas essenciais”.
… & política
Tal e qual o corte de gastos e outras medidas impopulares, o governo estuda se é positivo mexer nisso a menos de dois anos da eleição de 2026 e irá com muita calma em relação a essa proposta. O Ministério do Trabalho, por exemplo, informou à coluna que não há uma decisão tomada. “Embora o ministro defenda o fim do saque-aniversário, a proposta ainda está sendo construída, e não temos novas informações.”
Terreno conhecido
O jantar do líder do Republicanos, Hugo Motta, com os líderes do PT, MDB, PP, PL foi lido no baixo clero, o grupo de parlamentares que forma a maioria da Casa, como uma mensagem clara de que aquele grupo continuará no comando da Câmara, sem maiores alterações, quando Hugo Motta assumir o comando.
O desconhecido
Aliás, a trajetória do líder do Republicanos será bastante explorada nos próximos meses. Ele chegou à Câmara com 21 anos, terminando o curso de medicina. E agora desponta como favorito para ocupar a presidência da Câmara. Não está ali a passeio.
A aldeia gaulesa
Os deputados que apoiam a candidatura do líder do PSD, Antonio Brito (BA), à sucessão na Câmara dos Deputados recorrem à famosa história em quadrinhos do gaulês Asterix contra o império Romano para falar da campanha pedessista. Terão dificuldades em ampliar território, mas, se continuarem na disputa, a avaliação é de que terão condições de montar um polo para começar a construir alternativas futuras.
Batizado
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e sua esposa, a CEO do grupo Esfera, Camila Funaro Camargo Dantas, estão em festa neste fim de semana. Eles batizaram o filho Pedro, de 4 meses e meio. A cerimônia foi na Paróquia São José, em São Paulo.
Sob as bênçãos do papa
Em viagem à Itália, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, teve encontro com o papa Francisco. A conversa girou em torno das mudanças climáticas, tema que preocupa nove em cada 10 governantes. Na saída, Francisco abençoou a bandeira capixaba. Casagrande entregou ao sumo pontífice uma imagem de São José de Anchieta. “Orgulho e esperança”, escreveu o governador.
“Um homem não vai conseguir nos tirar dos trilhos”, diz kerry sobre Trump
Ralph Alswang
Belém _ Passadas as primeiras 48 horas da eleição de Donald Trump como o próximo presidente dos Estados Unidos, as autoridades e políticos mais ligados ao governo de Joe Biden começam a perceber que nem tudo está perdido na área do combate às mudanças climáticas. “Não é uma pessoa, um homem, que vai conseguir nos tirar dos trilhos do combate às mudanças climáticas. Nem mesmo o poderoso presidente dos Estados Unidos pode tirar desses trilhos os esforços de 200 países ao redor do mundo”, disse o ex-secretário de Estado do governo dos Estados Unidos, John Kerry, ex-assessor especial do presidente Joe Biden para o clima.
Kerry proferiu a palestra magna desta quinta feira na Conferência Internacional Amazônia e novas Economias, em Belém, evento promovido pelo instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), capitaneado pelo ex-ministro Raul Jungmann. A Conferência que recebeu o carinhoso apelido de “COP Pocket”, numa referência ao fato de a cidade sediar a COP30, daqui a um ano. No formato de entrevista, com a participação do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, atualmente diretor do Banco Safra, e da diretora-executiva de Lima e Sustentabilidade do Eurasia Group, Shari Friedman, Kerry discorreu por uma hora sobre o que considera crucial para reverter o processo de mudanças climáticas e mencionou com todas as letras que, se a temperatura continua subindo, é sinal de que é necessário acelerar esse combate.
Ainda se referindo a Trump, sem citar o nome do empresário, John Kerry lembrou que o primeiro mandato do ex-presidente foi de recuo na agenda ambiental, por exemplo, com a saída do governo dos Estados Unidos do Acordo de Paris, assinado em 2015. Ali, os governos se comprometeram a reduzir as emissões. os Estados Unidos voltou ao acordo no governo Biden e a expectativa de Kerry é a de que não haja mais retrocessos. O ex-secretário de Biden foi enfático ao dizer que governadores “têm mandato e precisam seguir as leis” e que a população dos Estados Unidos não abandonou os compromissos da agenda ambiental, que ele considera um processo positivo. Porém, se até aqui, a temperatura continua subindo, ou seja, o mundo continua aquecendo, “é sinal de que estamos no caminho errado e que precisamos fazer mais e mais rápido”.
Em relação ao mundo como um todo, Kerry considera que houve algum avanço desde a assinatura do Acordo de Paris. Em Dubai, por exemplo, as cobranças foram mais enfáticas no quesito transição energética, ou seja, redução das usinas de carvão e investimentos em energia renováveis. “Precisamos fazer mais e podemos fazer mais”, afirmou, referindo-se à substituição das energias poluentes pela energia limpa, com ênfase ao armazenamento desta energia. “Muita gente diz que vai custar muito, mas não vai custar mais do que custou quando construímos estradas e linhas de transmissão”, disse ele, apostando que as empresas terão condições de ganhar mais dinheiro num mundo sustentável.
O combate às mudanças climáticas fez Kerry se desdobrar em elogios à China, que, era o segundo maior emissor do mundo. “China agora está progredindo mais em energias renováveis do que o resto do mundo”. Mencionou ainda o Brasil, como um país que tem a chave para trabalhar muito no conceito da bioeconomia,. “O presidente Lula vem fazendo grandes esforços para reduzir o desmatamento e obteve essa redução. “Há muitas oportunidades no Brasil”, disse ele.
Kerry defendeu ainda a criação de um fundo climático, capaz de reduzir os riscos dos investimentos nessa área ambiental, e, assim, atrair mais capital para esse setor. Ele considera ainda que é preciso criar um preço para o carbono. “Acho que na COP 30 haverá muito mais discussão sobre o mercado de carbono e se tivermos um preço para o carbono, vamos acelerar isso”, disse ele, prometendo comparecer à COP 30, no ano que vem.
A colunista viajou a convite do Ibram
Definido o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP_AL), ao líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), o PT não vai deixar para janeiro a sua escolha para a Presidência da Câmara. O partido de Lula anuncia nas próximas horas o respaldo formal ao deputado paraibano. Os petistas ponderam que não dá para ficar contra uma construção que tem a chancela do atual comandante da Câmara, porque, se Motta vencer sem o apoio dos petistas, o governo é que pagará a conta. Foi assim, em 2015, quando Eduardo Cunha venceu sem que o PT apoiasse a candidatura do então líder do MDB. Agora, com o apoio formal do PT, restará ao candidato do PSD, Antonio Brito, e ao do União Brasil, Elmar Nascimento, apostarem nas traições. Se ocorrer, não será a primeira vez. Foi assim que Severino Cavalcanti chegou lá no passado. Porém, agora está mais difícil repetir essa dose.