Crise climática está distante das urnas

Crise climática está distante das urnas
Publicado em Política

Coluna publicada em 29 de setembro, por Carlos Alexandre 

A uma semana da eleição municipal, está evidente que a crise climática teve baixíssimo apelo para o eleitorado e no debate entre os candidatos, ao menos nas principais capitais do país.

Em São Paulo, uma das cidades que ficaram cobertas por fumaça espessa em razão das queimadas, o percentual de eleitores muito preocupados com a emergência climática é ínfimo. Segundo pesquisa Datafolha realizada no fim de agosto, apenas 3% dos paulistanos veem como prioridade combater as enchentes — e somente 1% exige providências para as mudanças climáticas.

No Rio de Janeiro, o cenário é semelhante. O mesmo Datafolha indica que apenas 4% dos eleitores avaliam que o futuro prefeito deve dar prioridade às enchentes. Segurança, saúde e educação lideram as preocupações de quem irá às urnas no próximo domingo.

Em Porto Alegre, capital do estado devastado pelas enchentes em maio, um dos pontos mencionados na campanha eleitoral é o reforço do sistema contra cheias e a recriação do Departamento de Esgotos Pluviais, desativado em 2017.

Em suma, a crise ambiental afeta cada dia mais o cotidiano do eleitor, mas permanece distante das urnas.

Cartilha eleitoral

A fim de auxiliar o eleitor a escolher o candidato que expressa alguma preocupação com o meio ambiente, o Greenpeace lançou a cartilha Confirma pelo Clima. O documento pode ser acessado gratuitamente e estabelece as relações entre crise climática e outras pautas, como saúde, educação, moradia e gestão de recursos.

Olho neles

A cartilha detalha, ainda, o papel de cada um dos ocupantes de cargo público — em particular prefeitos (as) e vereadores (as). A mensagem do Greenpeace é clara é direta: “Vote por cidades preparadas para a crise climática”.

Fogo e fumaça

Nunca é demais lembrar: os efeitos da crise climática não afetam apenas grandes áreas verdes, como os biomas. Têm forte impacto nas cidades, onde vivem mais de 120 milhões de brasileiros. Recordemos os últimos acontecimentos, como os danos à saúde provocados pelas queimadas em Brasília, São Paulo, Manaus e outras cidades. Ainda na capital federal, dezenas de escolas suspenderam as aulas em razão da má qualidade do ar.

Chuva e blecaute

O drama não ocorre apenas em período de seca. No verão de 2023, mais de 2 milhões de paulistanos ficaram sem energia elétrica por causa das chuvas. Em maio e junho deste ano, o país ficou estarrecido com a dimensão da tragédia no Rio Grande do Sul. E os temporais voltaram a provocar medo e destruição no estado nos últimos dias.

Que autoridade?

No governo federal, anunciou-se a criação de uma autoridade climática para atuar de maneira mais eficiente no enfrentamento da emergência ambiental. Não está claro ainda, porém, qual peso teria essa instituição e quem estaria à frente dela. Corre-se o risco de a discussão ficar no meio do caminho, com o fim do ciclo de queimadas e início da temporada de enchentes e temporais.

A última de Marçal

Um estudo divulgado pelo Instituto Democracia em Xeque (DX) conclui que a estratégia digital de Pablo Marçal traz novos riscos à democracia. Com as contas nas redes sociais suspensas desde agosto, o candidato à prefeitura paulistana mantém a hegemonia na internet graças à “indústria dos cortes” e à premiação aos seguidores que postam conteúdo sobre o ex-coach. Essa estratégia constitui, segundo o DX, um item adicional no rol de ameaças que as redes sociais sem regulamentação representam para o processo político.

Novo paradigma

“Nesse novo paradigma, o pleito é visto como uma oportunidade de sequestrar a economia da atenção das plataformas digitais para promover uma pirâmide financeira baseada em trabalho precarizado e aliciamento de eleitores que pode ser considerada ilegal de acordo com a legislação eleitoral”, alerta o relatório.

Outro lado

Sobre sua atuação nas redes sociais, a campanha de Pablo Marçal tem dito que atua dentro das regras do TSE. E que interrompeu os pagamentos a seguidores.

O Brasil além do discurso na ONU

Lula em discurso da ONU
Publicado em Política

Coluna publicada em 28 de setembro, por Carlos Alexandre 

Após reiterar suas convicções sobre a agenda internacional no plenário das Nações Unidas, o presidente Lula retorna ao Brasil com alguns embaraços e ao menos duas missões complicadas na bagagem. As declarações sobre o acordo da Ucrânia e a acusação de que o governo de Israel comete genocídio no conflito contra o Hamas e o Hezbollah, além de não serem novas, tiveram efeito nulo sobre esses conflitos.

A ofensiva do governo de Benjamin Netanyahu contra Beirute e outras localidades nos últimos dias mostrou que os apelos da comunidade internacional caíram no vazio. Mais do que gastar saliva em fóruns internacionais, o governo Lula precisa correr para retirar os brasileiros que estão na linha de fogo de Israel no Líbano.

Há ainda questões internas e regionais que precisam ir além do discurso. Como não se ouviu nenhuma palavra sobre a escandalosa manobra de Nicolás Maduro para se manter no poder em um simulacro de eleição, prossegue o constrangimento, para o Brasil, de ter como vizinho um regime que agride a democracia sem qualquer escrúpulo, instituindo um regime de exceção na América do Sul.

Por fim, o governo Lula precisa ter uma ação mais efetiva no problema ambiental, agravado pela onda de queimadas. Há muito a se fazer para o Brasil chegar à COP 30 em Belém com um repertório de medidas concretas que tratem de desmatamento, licenciamento ambiental, regularização de terras indígenas e outras urgências.

Mais um

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli anulou as decisões contrárias ao Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, investigada na Operação Lava-Jato. Toffoli entendeu que a conduta do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da força tarefa corroeu “as bases do processo penal democrático”. Com a decisão, Léo Pinheiro obteve o mesmo benefício concedido a Marcelo Odebrecht, personagem central do escândalo do petrolão.

Dilema empresarial

Homenageado durante o seminário Lide de governança corporativa, o chairman do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, alertou para a distância entre a prática empresarial e a política. “A capacidade empresarial do brasileiro é indiscutível. Temos exemplos de grandes competências. Por que falhamos tanto no campo político?”, questionou em discurso. Elie Horn, sócio-fundador da Cyrela, também recebeu homenagem do grupo Lide.

Chega para lá

A Justiça paulista concedeu medida protetiva a Duda Lima, marqueteiro do candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes, contra Nahuel Medina. No início da semana, o assessor de Pablo Marçal deu um soco em Duda Lima. O juiz Mens de Mello determinou que o agressor e a vítima fiquem a uma distância de no mínimo dez metros. Há uma expectativa do que pode acontecer nos próximos debates entre os candidatos.

Conta salgada

Os efeitos econômicos da crise climática continuam. A conta de luz vai ficar mais cara. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a bandeira vermelha, patamar 2, a partir de outubro. Um dos motivos é falta de chuvas e o encarecimento da energia elétrica. Com o reajuste, serão cobrados R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Procuradores do G20

O Ministério Público Federal será o anfitrião do primeiro encontro entre os procuradores-gerais dos países membros do G20. A reunião terá, entre outros objetivos, estreitar a cooperação para o combate ao crime organizado. Estão na mira ilícitos transnacionais como tráfico de pessoas, crimes cibernéticos e ambientais. A Cúpula ocorrerá no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de outubro.

Força-tarefa

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, “tratase de uma iniciativa pioneira, que proporcionará um foro global de diálogo entre os chefes do Ministério Público dos países integrantes do grupo, fomentando o intercâmbio de conhecimento entre os órgãos de investigação e persecução penal sobre temas jurídicos estratégicos na atualidade.”

Terminal zero

Quarta-feira, 14h, Rodoviária do Plano Piloto. Localizado entre o Palácio do Planalto e o Palácio do Buriti, o terminal que ocupa lugar central na história de Brasília está em estado de lástima. Apenas uma escada rolante funcionava no local. Em vários pontos, ambulantes vendiam o que podiam – frutas, camisetas, bermudas, fones de ouvido e toda sorte de produtos – em tabuleiros improvisados ou em cima de panos esticados ao chão. Tão perto do poder, tão longe da cidadania, a Rodoviária está esquecida.

O incansável Eurípedes

Personagem histórico de Ceilândia, o ex-senador e ex-deputado distrital Eurípedes Camargo recebe homenagem hoje. Além de fundador da Associação dos Incansáveis Moradores de Ceilândia, grupo fundamental para a valorização dos direitos dos moradores da cidade, Camargo participou ainda da elaboração da Lei Orgânica do Distrito Federal. A homenagem será às 15h, na Escola Parque Anísio Teixeira (EPAT), em Ceilândia Sul.

Eleição na Câmara: Discrição, mas sem perder de vista

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POR LUANA PATRIOLINO — A disputa para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara começou bem mais cedo do que se esperava — e apesar do período eleitoral, de Congresso vazio, continua a todo vapor. O deputado deixará o cargo somente em fevereiro de 2025, mas os deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA) articulam intensamente para costurar apoio na votação.

Embora sem emitir sinais de que tem alguma preferência, o Palácio do Planalto vem acompanhando de perto essa movimentação. Afinal, não dá para deixar o barco correr depois da derrota histórica do governo Dilma Rousseff, que, em 2015, endossou a candidatura do petista Arlindo Chinaglia contra Eduardo Cunha. O então emedebista venceu a disputa e, um ano depois, deu início ao processo que resultou no impeachment da presidente.

O que as urnas dirão?

O governo Lula 3 corta um dobrado para consolidar a base no Legislativo. Mesmo com figuras essenciais, como o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e o vice-presidente Geraldo Alckmin, o Planalto tem dificuldades em lidar com um Congresso fragmentado e com o poder do Centrão nas duas Casas. A expectativa é para aquilo que emergirá das urnas, em outubro. Se o leque de apoios do governo sagrar-se vencedor, o diálogo fluirá com mais facilidade.

Abraço de afogado

Se as pesquisas estiverem corretas, em São Paulo a disputa, agora, é entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol). O performático Pablo Marçal (PRTB) já é visto como carta fora do baralho — assim como José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB). O tucano anunciou que não apoiará ninguém caso caia no primeiro turno. A deputada é mais polida — e tende a fechar com Boulos. O problema é o influenciador: se ficar neutro, seus votos devem migrar para Nunes. Mas, caso declare apoio à reeleição do prefeito, pode dar um abraço de afogado.

Será mesmo?

Seja como for, Pablo Marçal chega em 2026 com um patrimônio considerável de votos e conhecido nacionalmente por conta do histrionismo. Tem verbalizado que tentará a Presidência da República. Mas como o que ele fala não se escreve, pode migrar para a disputa — por São Paulo — de uma das duas vagas ao Senado. O que será um tormento para o bolsonarismo.

“Vai dar ruim”

Um dos que estará na briga pelo Senado, representando a direita, certamente é o hoje deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O outro será, a princípio, alguém fechado em acordo entre o ex-presidente e o governador Tarcísio de Freitas. Pode ser Marçal? Pode, pois até lá ele tem tempo para pedidos de perdão e de composições diversas. Mas, a preços de hoje, o influenciador é visto mais como elemento desestabilizador do que agregador.

Invasão de território

Depois de perder espaço para Nunes entre os eleitores evangélicos, segundo a recente pesquisa do Datafolha, Marçal agendou para amanhã um encontro virtual com pastores e líderes religiosos. Gravou vídeo convidando para uma videochamada no começo da tarde. O influenciador volta a invadir a seara do bolsonarismo — que não aceitará isso passivamente — e pode ter cometido pecado mortal.

Use com moderação

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) tem discutido com os congressistas a importância de o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) salvaguardar o trabalhador no momento da demissão e financiar habitação, saneamento e mobilidade. Segundo a entidade, tramitam 202 projetos no Congresso que criam novas hipóteses de saque do Fundo. “Só com o saque-aniversário, R$ 121 bilhões deixaram de ser utilizados na habitação. Até 2030, o impacto pode chegar a R$ 230 bilhões”, lamenta o presidente da CBIC, Renato Correia.

Mão na massa

Mais de 600 pessoas participam do SDGs in Brazil, promovido pelo Pacto Global da ONU — Rede Brasil, em Nova York. Entre eles, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e a skatista e medalhista olímpica Rayssa Leal (foto). Eles se juntaram a lideranças empresariais, governamentais e cientistas para discutir, entre outros temas, a sustentabilidade. “O crescimento do interesse das corporações por iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável é animador, mas é preciso ir além. Todos os agentes da sociedade precisam agir”, disse à coluna Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU.

Sem vínculo trabalhista

Duas novas decisões do STF confirmam a inexistência de vínculo de emprego em contratos de franquia. Destacando o princípio constitucional da livre iniciativa, o ministro Nunes Marques cassou acórdãos do TRF-4 que reconheciam o elo entre donos de corretoras de seguro franqueadas e a Prudential. Até agora, a seguradora saiu vitoriosa em 23 ações no Supremo.

Câmara tem um candidato vingativo, um governista e um desconhecido

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Por Denise Rothenburg — Em conversas reservadas, os governistas traçam o perfil dos três pré-candidatos a presidente que estão na pista atualmente para explicar por que Hugo Motta tem chances. O líder do União Brasil, Elmar Nascimento, é apontado como “aquele que se vinga”. E já o fez contra Rodrigo Maia. Em 2020, Maia havia prometido fazer de Elmar Nascimento presidente da Comissão Mista de Orçamento.

Além da pandemia, foi tanta confusão que a CMO só foi instalada em 2021, depois da eleição de Lira. Algumas semanas antes da primeira eleição de Arthur, o antigo DEM de Elmar saiu da campanha do candidato Baleia Rossi (MDB). Oficialmente, ficou neutro, mas Elmar Nascimento liderou o movimento de apoio a Lira. Essa posição foi atribuída ao fato de Rodrigo Maia não ter feito de Elmar presidente da CMO. Agora, ao que tudo indica, vai querer se vingar de Lira.

E os demais…/ Antonio Brito, do PSD, é visto como alguém tão leve no trato que pode ser mais alinhado ao governo do que a Casa deseja. Além disso, a ascensão de Brito seria mais poder para o presidente do partido, Gilberto Kassab. Por fim, Hugo Motta, o mais novo, ainda acumula pouco tempo de holofotes para qualquer avaliação mais profunda. Não tem arestas, tem muitos amigos e deve seguir a mesma toada de Lira. Essa é a largada da temporada eleitoral que está apenas começando. Ninguém ganha eleição de véspera.

Vale lembrar/ A CMO, naquela temporada, só foi instalada em fevereiro de 2021, e terminou nas mãos de Flávia Arruda, que era do PP de Arthur Lira e tinha o apoio do centrão.

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Até aqui, deu água

O ex-presidente Jair Bolsonaro continua seu périplo pelo país em apoio aos candidatos do PL. Mas ainda não conseguiu emplacar o sonho de formar uma grande onda pela sua anistia e liberação para concorrer em 2026. Os candidatos dele têm se dedicado aos temas locais.

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Mais um ponto contra

O prazo que o Supremo Tribunal Federal deu para que os parlamentares votassem a desoneração da folha em plena campanha eleitoral nos municípios, o que foi feito esta semana, é mais um tema que deixou os congressistas irritados com a Corte. Aos poucos, o caldo vai engrossando e há um receio de que Arthur Lira não consiga segurar.

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Curtidas

Enquanto isso, em Paris…/ Saem os atletas paralímpicos, chegam os empresários. O grupo Líderes Empresariais (LIDE), do ex-governador João Doria (foto), levou uma comitiva de 35 CEOs dos mais diversos setores para um encontro com o presidente Emmanuel Macron, no Palácio Élysée. “Macron tratou de temas bilaterais dos mais variados aspectos, tanto na agroindústria, quanto em tecnologia, pesquisa, inovação, defesa, segurança aeroespacial e turismo. Foi um show de conhecimento e carinho pelo Brasil”, conta Doria.

… Brasil ganha aliado/ Doria mencionou ainda que Macron defendeu a entrada do Brasil na OCDE. A COP30 e o fato de o Brasil ter, ainda hoje, mais de 60% de sua cobertura vegetal original e 90% de fontes renováveis de energia foi um ponto ressaltado pelos empresários, interessados em investimentos franceses no Brasil. “A COP30 no Brasil será um momento decisivo (…). O mundo inteiro passará a olhar o Brasil de uma maneira diferente. Tem que parar essa visão imperialista do mundo do Norte. Nós, que estamos no Hemisfério Sul, temos que ter reconhecimento para o que estamos fazendo”, afirma o CEO da Cidade Matarazzo, Alex Allard.

Primeiros passos/ A entrevista de Ricardo Cappelli ao Podcast do Correio foi recebida, no PSB, como o primeiro grande ensaio do presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial rumo a uma candidatura ao Governo do Distrito Federal. Estava acompanhado de Valdir Oliveira, que já o apresentou como o nome do partido para a campanha.

Só dá Tereza/ A campanha da candidata à reeleição em Campo Grande, Adriane Lopes (PP), tem mostrado mais a senadora Tereza Cristina do que a prefeita. Repete o que muitos candidatos a vereador no Rio de Janeiro têm feito em relação a Jair Bolsonaro.

 

 

 

Jantar sela acordo entre União Brasil e PSD

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A casa do ministro do Turismo, Celso Sabino (à esquerda na primeira foto), foi palco de um encontro entre os líderes do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), e do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), com a presença do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (à dir). Participaram ainda do jantar da segunda-feira o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e um grupo de parlamentares dos dois partidos. A conversa girou no sentido de delinear uma pré-campanha. E, pelos semblantes da turma, ninguém pensa em sair do campo para deixar a bola nos pés do líder do Republicanos, Hugo Motta. A avaliação do grupo, aliás, é a de que o jogo para presidente da Câmara está apenas começando e com três candidatos no meio do gramado. Daqui há pouco, a bancada do União se reúne em Brasília para tratar desse acordo entre os dois líderes baianos e avaliar os próximos passos.

 

O recado de Valdemar ao PL sobre a eleição para presidente da Câmara

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Coluna Brasília/DF, publicada em 8 de setembro de 2024, por Denise Rothenburg

O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, disse a alguns deputados do partido que não é o momento de fechar apoio formal a um candidato a presidente da Câmara. O ideal é passar as eleições municipais para, depois, tratar deste tema. O partido, a preços de hoje, está em aberto. A turma bolsonarista não se mostra confortável em apoiar um candidato que chegue com a chancela do governo. Entre os deputados do partido, a desistência de Marcos Pereira de concorrer à Presidência da Câmara em favor de Hugo Motta, ocorreu depois de um “veto” a Elmar Nascimento (União Brasil-BA) pelo governo. E isso muitos não aceitam.

Kleber Sales/CB/D.A.Press

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Os parlamentares não querem saber de fechar apoios a qualquer pré-candidato a presidente da Câmara antes de conhecer a força que virá das urnas, com as eleições municipais de outubro. A depender do quadro, tudo pode mudar.

O jogo União-PSD

A ideia agora entre os dois partidos é a seguinte: se Davi Alcolumbre se consolidar no Senado — e, a preços de hoje, nada indica o contrário —, o PSD o apoiará. E, em troca, o partido de Elmar Nascimento dará respaldo a Antonio Brito na Câmara. Se a candidatura de Alcolumbre for abalroada no caminho e o senador Otto Alencar ganhar fôlego por lá, o PSD apoiará Elmar.

Virou “mais um”

Parlamentares que acompanharam cada lance da disputa pela Presidência da Câmara na última semana consideram que, se fosse para o líder do Republicanos, Hugo Motta, ser o candidato de consenso, a consolidação teria de ser em 24 horas. Isso não ocorreu. Ao manter a candidatura de Antonio Brito (PSD-BA) e se aproximar do União Brasil de Antonio Rueda, ACM Neto e Elmar Nascimento, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, conseguiu driblar o gesto da desistência de Marcos Pereira em favor de Hugo. E segue o baile.

Enquanto isso, na Venezuela…

Os movimentos do governo de Nicolás Maduro a cada dia empurram o presidente Lula para considerar o regime para além da expressão “desagradável”, já usada pelo brasileiro. O cerco à sede da embaixada Argentina em Caracas, país atualmente representado pelo Brasil na Venezuela, é mais um tijolinho a afastar Lula de Maduro.

O franco-atirador

No ato pelo impeachment de Alexandre de Moraes em São Paulo, o pastor Silas Malafaia não protagonizou um dos discursos mais incisivos por acaso. Foi escalado para isso.

Muito além das Forças Armadas

O Desfile de 7 de Setembro em Brasília expandiu seus pilares. O destaque ficou para o Sistema Único de Saúde, o G-20 e o Rio Grande do Sul.

Por falar em desfile…

Na tribuna de honra do desfile, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ficou bem próximo do ministro Alexandre de Moraes, que o afastou do cargo em janeiro de 2023, no dia seguinte aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

… Nem tudo foi política

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, chegou com a nova namorada, a procuradora da Fazenda Nacional e diretora do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP), Rita Dias Nolasco. A professora, cofundadora do projeto Mulheres no Processo, do IBDP, chamou a atenção das autoridades.

 

Sílvio Almeida “praticamente” demitido

Publicado em Política

O encontro entre o presidente Lula e o ministro de Direitos Humanos, Sílvio Almeida, será apenas para consolidar o que muitas autoridades dizem nos bastidores, ou seja, Sílvio Almeida não ficará no governo. Conforme disse um ministro à coluna há pouco, ele está “praticamente” demitido. Embora Sílvio alegue inocência, será preciso uma investigação e o governo não pretende ficar na linha de tiro diante de um assunto tão grave e caro à gestão do presidente Lula. A comissão de ética abriu um procedimento preliminar para investigar as denúncias levadas ao Me Too Brasil. O governo quer tirar esse tema de foco e a única forma é o ministro fora do cargo. Se será um “até breve” ou um adeus, as investigações dirão.

Isnaldo diz não à construção fora do bloco

Publicado em Câmara dos Deputados, Política

O líder do MDB, Isnaldo Bulhões, acaba de decolar da Bahia, onde foi dizer ao líder do PSD, Antonio Brito, que está fora de construções de candidaturas fora do bloco PSD, Republicanos, Podemos e MDB, montado justamente para que possam sobreviver. Enquanto o bloco tiver dois nomes, Brito e o candidato do Republicanos, Hugo Motta, a tendência é que não haja sequer um anúncio formal do apoio do MDB a Hugo Motta. Brito ficou de conversar com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e avaliar o que vem pela frente, mas, até esta tarde a conversa é a de que, a preços de hoje, faltando quatro meses para o pleito, não há motivos para retirar candidatura.

A avaliação interna de alguns partidos é a de que o presidente da Câmara, Arthur Lira, errou ao fixar um prazo para anunciar um candidato à sua sucessão. Lira esperava anunciar o nome de Elmar Nascimento em agosto, mas não conseguiu um consenso. Elmar não gostou, pensou em buscar o PL, de Valdemar da Costa Neto, mas Hugo Motta foi mais rápido ao beija-mão de Jair Bolsonaro. O movimento do União Brasil, então, que ja tem o apoio do PSB e do PDT, foi buscar Kassab e Brito. A ideia de Kassab e de Rueda era atrair o MDB. Não deu.

Nada está totalmente fechado, mas o Republicanos e o PP tentam colocar a candidatura de Hugo Motta como fato consumado e consenso entre governo e oposição. Porém, a esta altura do campeonato, há muitos movimentos simulados e há muita insatisfação com essa pressa em fechar logo um candidato. Um político de destaque disse ao Correio que já viu presidentes da Casa darem prazo aos outros, mas nunca a si mesmo para fazer reduzir o próprio poder e, ainda mais, frustrando expectativas. O período será de muito bastidor. Por enquanto, segue o jogo.

 

 

Parlamentares suspeitam que governo quer rachar o centro

Publicado em Política

 

Gomez

 

 

 

    O andar da carruagem indica que nada vai se mover antes das eleições municipais, seja um acordo para redução das emendas parlamentares, seja em relação a apertos de mãos para afunilar a disputa da Presidência da Câmara. O presidente da Casa, Arthur Lira, tentou, mas não conseguiu anunciar o seu candidato esta semana. E nem conseguirá tão cedo. As dificuldades de encontrar um candidato de consenso deixou muitos aliados do presidente da Câmara com a certeza de que, sob as linhas do Palácio do Planalto, tem gente incentivando parte dos candidatos de centro a não aceitarem acordo com Lira e a continuarem na disputa. O germe da desconfiança está posto e tende a se alastrar rapidamente. 

Lira chegou a comentar com alguns amigos que anunciaria o nome de Elmar Nascimento. A outros, teria mencionado Hugo Motta, o líder do Republicanos. Mudou de ideia no meio do caminho. Se anunciasse Elmar, os demais postulantes dariam um jeito de “queimar” o líder do União do Brasil antes das festas natalinas. A outros amigos do presidente da Câmara chegou a informação de que ele acenou ainda com a possibilidade do paraibano Hugo Motta, mas Marcos Pereira, atual vice-presidente da Câmara, não abrirá mão de concorrer..

Diante dos movimentos que ocorreram por esses dias, há muita gente com “certeza absoluta” de que o governo vai aproveitar a disputa pela Presidência da Câmara para tentar retomar parte do poder perdido em relação ao Orçamento da União. O governo sabe que, para retomar o controle do Orçamento terá que passar por cima do grupo mais fiel a Lira. E só conseguirá isso se tomar um pedaço do centro da política, ou seja, rachar a base que hoje é mis afeita ao presidente da Câmara do que ao governo, que não tem um lastro parlamentar forte. Entre os deputados, porém, o que move os votos hoje é o inverso do desejo governista. Os congressistas preferem votar em que estiver mais disposto a batalhar para que as excelências mantenham o poder sobre o Orçamento da União.

Com essa mistura explosiva a caminho, a tendência será de muitos candidatos, uns mais dispostos a negociar com o Poder Executivo e outros nem tanto. E Lira sem um momento seguro para anunciar um candidato. Se Lira anunciasse em agosto um candidato que não fosse bem amiguinho do governo, muita gente que hoje se diz neutra na disputa da Presidência da Câmara trabalharia para rachar o centro. Se optasse por um nome mais aliado do Executivo, perderia força junto aos oposicionistas e também perderia uma parte do centro, enfraquecendo o próprio poder no quadro sucessório.

Por essas e outras questões, dificilmente as peças desta eleição e as emendas parlamentares vão se mover antes de outubro. Setembro será o mês de muita conversa de bastidor para tentar sanar as desconfianças e buscar chegar a outubro com acordo e clima mais ameno para o pós-eleição, quando todos terão um vislumbre do poder de fogo para o futuro. Pelo menos, esta é linha da pequena parcela dos otimistas. Os pessimistas vêem só confusão mais à frente. O tempo dirá quem está com a aposta certa.

Um ministro em desgaste

Publicado em Política

Por Denise Rothenburg — Escalado para resolver o problema das emendas junto aos congressistas, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, entrou em rota de colisão com os parlamentares. Lá no começo do governo, ele montou o PAC Seleções, um braço do Programa de Aceleração do Crescimento, e buscou contato direto com os prefeitos, sem passar por deputados e senadores. Agora, é visto por eles como um dos principais responsáveis pelo embate desta temporada.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretende demitir seu ministro da Casa Civil por causa desse enfrentamento. Afinal, Rui faz o que o presidente deseja. O problema é que, para não brigar diretamente com Lula, os parlamentares farão o que puderem para enfraquecer o ministro. Inclua-se aí não
colocar recursos no PAC.

Até com ele

Muitos registraram como “muito rude” a forma com que o ministro da Casa Civil tratou seu colega da Justiça, Ricardo Lewandowski, no período de análise das propostas sobre segurança pública. E a história corre léguas na Esplanada, onde muitos ministros reclamam de Rui Costa.

Veja bem

Lewandowski não é um ministro qualquer. Quando saiu do Supremo Tribunal Federal (STF) para a aposentadoria, havia fila em sua porta pedindo pareceres jurídicos sobre os mais diversos temas. Foi para o governo atendendo a um convite — quase um apelo —, de Lula para ajudar e não para ouvir descomposturas públicas do ex-governador da Bahia.

A hora de dar o troco

Palestrante do seminário Esfera no Rio de Janeiro, a ex-senadora Kátia Abreu, hoje CEO do BRZ Consulting, lançou a ideia de o governo endurecer nas exigências em relação a produtos importados provenientes de países que usam fontes de energia poluentes. “Se os países estrangeiros impõem exigências para comprar nossa comida, muitas vezes com boicote, temos que fazer o mesmo em relação aos produtos que importamos, sejam carros ou outros”, diz.

Estatizar não é o caminho

Os planos do governo chileno de estatizar a exploração de lítio terminou por se transformar num grande erro geopolítico, conforme abordado no seminário Esfera no Rio de Janeiro. O movimento chileno gerou uma evasão de investimentos no país para esse setor e não deve voltar. “O lítio não é raro; rara é a sua industrialização”, lembrou a CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral.CURTIDAS

Reflexos econômicos/ O empresariado que mantém os olhos em negócios no Brasil coloca um pé atrás por causa da suspensão do X. “O mundo inteiro está olhando a briga entre Elon Musk e o juiz (Alexandre de) Moraes, e se espera que governo não feche o Twitter e não feche a Starlink, porque vai perder muita credibilidade”, disse o bilionário Marcelo Claure, que planeja investir por aqui.

O recado da Loterj/ O presidente da Loterj, Hazenclever Lopes Cançado, foi direto ao cobrar mais atenção do governo federal às bets: “O Rio de Janeiro se contrapõe à União, que está permitindo que mais de 4 mil plataformas trabalhem de forma ilegal no país”. Ele afirma que já passou do hora de resolver isso.

Agosto passou… e setembro passará/ A aposta dos líderes partidários é de que, com a política voltada às eleições municipais, a definição de uma candidatura do Centrão para presidente da Câmara ficará para outubro. E esse acordo está mais difícil do que fazer chover em Brasília.

Não mexam com elas/ Palestrante do seminário Esfera no Rio de Janeiro, a ex-senadora Kátia Abreu (foto) aproveitou o jantar, no Palácio Laranjeiras, para posar ao lado de judocas olímpicas — a medalhista brasileira Larissa Pimenta e a italiana Odete Giuffrida, que competiu com Larissa em Paris.