Domingos Sávio pode se tornar relator do devedor contumaz

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Por Eduarda Esposito — Depois de quase três meses engavetado na Câmara dos Deputados, o projeto do devedor contumaz, que cria o Código de Defesa do Contribuinte, poderá começar sua tramitação na Casa. Relatado pelo senador Efraim Filho (União-PB), o projeto diferencia o devedor contumaz daquele que teve problemas de inadimplência pontual. é dito nos bastidores que o deputado Domingos Sávio (PL-MG) tem interesse e a preferência do presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Crédito: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

Na Câmara, outro projeto sobre o tema estava sendo relatado pelo deputado Danilo Forte (União-CE), apontado como favorito para relatar a proposta, e que inclusive cobrou, mais de uma vez, que Motta desse prosseguimento à matéria na Casa.

Alguns deputados afirmam que Sávio vai mudar o texto para enterrar a proposta com dois objetivos: agradar o senador Ciro Nogueira e não dar dinheiro para o governo.

Veja bem

Parlamentares afirmam que a proximidade do presidente do Progressistas e do presidente do Refit, antiga refinaria de Manguinhos, Jorge Luiz Cruz Monteiro, é um dos motivos apontados para que Nogueira queira deixar o projeto na gaveta.

A relatoria de Efraim ficou meses parada no Senado, e só foi aprovada após a Operação Carbono Oculto. Fontes do setor de combustíveis afimaram ao blog que a Refit é uma das maiores devedoras contumazes do país em ICMS estaduais.

O que diz Domingos

Contudo, ao blog, o deputado Domingos Sávio elogiou o relatório feito pelo senador Efraim e afirmou querer seguir o mesmo objetivo: diferenciar o inadimplente pontual do devedor reiterado, que será punido com mais rigor. Mas ressaltou que, caso receba a relatoria, “vou abrir uma mesa de diálogo para ouvir as partes e apresentar um texto que siga nesse caminho. Quero votar até o fim do ano”.

Sávio afirmou ainda que não conversou com Motta, mas que o fará em breve para pedir a relatoria. Fontes ligadas ao PL afirmam que o deputado também já conversou com o líder Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) sobre o desejo de relatar o projeto.

Preso e com poder

Publicado em Anistia 8 de janeiro, Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Economia, Eleições, Eleições 2026, GOVERNO LULA, Lula, Política, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 25 de novembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Crédito: Maurenilson Freire

Se algo ficou claro na reunião do PL para tratar da estratégia política depois da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o fato de o capitão continuar com o direito de indicar o nome do partido que concorrerá ao Planalto em 2026. A avaliação é a de que o discurso de que Bolsonaro é vítima está forte no meio da população e, por mais que a onda não seja igual àquela que se formou em 2018, levando Bolsonaro à vitória nas urnas, ainda tem força suficiente para colocar um candidato no segundo turno.

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Só tem um probleminha/ Dentro do próprio PL, muitos resistem a apoiar alguém da família Bolsonaro, com receio de que se repita o cenário de 2022. Se Bolsonaro, com a máquina pública ao seu dispor, perdeu aquela eleição, quem dirá um filho ou uma ex-primeira-dama, carregando a bandeira da oposição.

O governo que lute

Vale para todas as votações importantes a nota que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, editou para dizer que o Senado “cumprirá com absoluta normalidade a prerrogativa que lhe confere a Constituição”. Alcolumbre se referia, especificamente, à indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal, mas outros temas seguirão na mesma toada. Significa que o senador não moverá mais seus músculos para auxiliar a gestão de Lula a guindar os projetos do PT.

Os extremos se uniram

Na lista de assinaturas da CPI do Banco Master, aliados de Bolsonaro e de Lula estão juntos. A ordem ali é tentar emparedar o centrão, que quer mandar em todos os governos.

Democracia em debate…

Ao abrir a Conferência Bilateral Brasil-Itália em Roma, o ministro decano do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes fez um alerta sobre o risco que vivem as democracias no mundo: “Há uma crise global da democracia. Polarização das extremas, discurso de ódio, ataques a minorias, à imprensa e ao Judiciário. Questionamentos sobre a lisura das eleições. Uma ofensiva sistemática contra os pilares da democracia liberal”. E completou: “As Supremas Cortes são sempre os primeiros alvos nesse roteiro já conhecido. Cabe a elas conter o autoritarismo e defender a Constituição”, comentou.

…e sob risco

Gilmar dividiu o palco com o jurista italiano Luigi Ferrajoli, que alertou sobre o perigo das facções e do crime organizado destruírem a democracia. Autor do projeto que compara as facções ao terrorismo, o deputado Danilo Forte saiu do evento disposto a promover mais debate sobre esse perigo tão presente no Brasil.

CURTIDAS

Crédito: Ed Alves/CB/DA Press

Um pote de mágoas/ Se Davi Alcolumbre está chateado com o governo, o senador Rodrigo Pacheco está mais. Nos últimos dias, tem se mostrado amuado e triste. Quem conhece Lula, porém, garante que o senador nunca foi uma opção real para a vaga de ministro do STF. “Gato escaldado”, Lula só indicará os seus.

Paranoia instalada/ Jair Bolsonaro, que sempre foi desconfiado, chegou ao ápice da mania de suspeição. Depois de tentar abrir o aparelho da tornozeleira com medo de escutas, desconfia da comida. Só come o que vem da sua casa.

Aliás…/ Em 2022, a defesa do então deputado Daniel Silveira pediu a troca da tornozeleira por causa da suspeita de escutas. O aparelho emitia sons esquisitos e vibrava.

Contagem regressiva/ O mal-estar entre o líder do PT, Lindbergh Farias, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, tem data para acabar. É que o mandato de comandante da bancada petista de Lindbergh termina no final de dezembro.

Prisão por risco de fuga leva aliados a retomar pressão por anistia

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Com Jair Bolsonaro preso, a família e os principais aliados chegam a Brasília ainda neste fim de semana para tentar levar adiante um projeto de anistia ou redução de penas. Até aqui, o que muitos deputados alegavam é que esse projeto não poderia ser levado adiante, porque parte dos condenados sequer havia sido julgada. Porém, com a prisão de hoje, esse argumento ruiu. O difícil, porém, é levar os plenários da Câmara e do Senado tratarem desse tema como prioridade absoluta. Os partidos de centro, grupamento que abriga o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não pretendem colocar esse assunto em pauta nesse período de três semanas antes do recesso. Nem mesmo um projeto de redução de penas. Neste Domingo, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, pretende avaliar as chances e os cenários daqui para frente. Até aqui, a avaliação é a de que, se algo pode passar em relação a isso é a redução de penas. Ainda assim, não há consenso sobre a inclusão de Jair Bolsonaro.

O ex-presidente foi preso por um conjunto de fatores. Por volta da meia-noite, houve, conforme escrito na decisão do ministro Alexandre de Moraes, uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica. Para completar, o senador Flávio Bolsonaro divulgou um vídeo convocando para este sábado uma vigília nas proximidades da casa do ex-presidente: “esse primeiro momento, a gente vai buscar os senhor dos exércitos (…)”, diz Flávio, convocando aliados para “orar pela saúde e pela volta de democracia”.

“Nossa pátria não vai continuar nas mãos de ladrões, bandidos, ditadores. E com a sua força,  a força do povo, a gente vai resgatar o Brasil desse cativeiro que ele se encontra hoje”, afirmou Flávio na gravação.  O tom do senador no vídeo ampliou as suspeitas de que a vigília poderia servir de cortina de fumaça para a fuga do ex-presidente. A partir desse vídeo, somado à tentativa de rompimento da tornozeleira, cresceu as suspeitas da polícia de que poderia haver uma tentativa de fuga. Daí, a prisão preventiva do ex-presidente. Agora, resta ao aliados tentar a anistia ou a redução de penas.

Incêndio e ausências não comprometem agenda da COP30

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O presidente Donald Trump não veio à COP30, houve uma série de problemas de infra-estrutura ao longo desses dias, mas nada pode comprometer a agenda da COP, seja em relação à preservação, seja em relação aos centros urbanos, que não podem ser esquecidos e foram inclusive objeto de um artigo publicado recentemente na revista Time, de autoria do ministro das Cidades, Jader Filho, e da Presidente da ONU-Habitat, Anacláudia Rossbach. No texto “Por que as cidades são o futuro da ação climática”, eles defendem que as cidades sejam prioridade nos investimentos de enfrentamento das mudanças climáticas. E que os investimentos sejam feitos diretamente para os projetos dos governos locais.

O principal argumento é que as cidades são responsáveis por 70% das emissões de carbono e 75% do consumo de energia. Jader e Rossbach lembram à COP30 que mais de 1 bilhão de pessoas vivem em assentamentos informais e favelas. Apesar disso, os governos locais recebem menos de 10% do financiamento climático global.

Aqui no Brasil, o Governo investe mais de 50 bilhões de dólares em habitação, prevenção de desastres e saneamento. E explicam que a escolha de Belém, para receber a COP30, está relacionada ao fato de que 70% de população da Região Amazônica vive em cidades.

Essa abordagem é apoiada pela CHAMP — a Coalizão para Parcerias Multiníveis de Alta Ambição — que já reúne f77 países. A Champ convoca os países a incluírem as cidades e regiões metropolitanas no planejamento e na implementação de seus compromissos climáticos nacionais. Afirmam que “a urgência é evidente”. As inundações no Sul do Brasil, secas antes inimagináveis no norte, na Região Amazônica, carros agora trafegam sobre leitos de rios onde antes navegavam barcos e famílias precisam caminhar longas distâncias para buscar água. Por isso, as cidades estão na linha de frente dos impactos climáticos e onde as soluções podem avançar mais rapidamente. E que, por isso, devem receber investimentos diretos e num volume maior.

 

 

Independência consolidada

Publicado em coluna Brasília-DF

  A depender da disposição da maioria silenciosa da Câmara dos Deputados, ainda que alguns volta e meia ameacem a independência do Banco Central, a Operação Compliance Zero, que colocou o banqueiro Daniel Vorcaro e seu sócio na cadeia, é vista como a maior prova de que o BC continuará independente. A avaliação de muitos é a de que, se a diretoria do banco cedesse a pressões políticas, certamente a operação do Master com a investidora Fictor e os árabes teria seguido em frente. Graças à investigação deflagrada no Banco Central e à altivez de sua diretoria, o banco Master está liquidado, o BRB fora dessa jogada e quem desviou recursos e hoje está suspeito de criar uma pirâmide de títulos fraudulentos terá que pagar pelo que fez.

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Vale ficar de olho/ Resta saber se o banqueiro preso levará com ele alguns políticos para o fundo do poço. Desde que seus negócios entraram na mira do BC, Vorcaro chegou a comentar com amigos que não estava sozinho. Há quem diga que, se decidir falar, alguns frutos da árvore da política não conseguem se segurar. É nesta fase que o jogo entra agora e para grande preocupação de muitos, justamente às vésperas do ano eleitoral.

Intersecções

A operação Compliance Zero, que prendeu Vorcaro, deve cruzar em breve informações com a Carbono Oculto, que investiga crimes de lavagem de dinheiro via postos de combustíveis e o uso de fundos de investimento para ocultação de recursos do crime organizado, em especial, o PCC. Pelo menos, esta é a aposta do meio político.

E ele foi a Dubai

Os Emirados Árabes, para onde Vorcaro iria embarcar e terminou preso antes, viraram mesmo um porto seguro para os negócios brasileiros. Quem está por lá em missão, a fim de apresentar oportunidades de negócios, é o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho. Junto com o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, ele anunciou a venda de 20 jatos da empresa aos árabes e ainda parcerias na área de Defesa.

Olhar de negócios

O governo brasileiro segue na esteira de contatos abertos por missões empresariais brasileiras. Em março do ano passado, o grupo Líderes Empresariais (Lide) realizou um primeiro encontro com a participação de fundos de investimento do país e este ano repetiu a dose, auxiliando na abertura de mercados.

A limonada de Derrite

Desgastado com a enxurrada de versões do projeto antifacção, o relator da proposta, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), tem dito que o que vale é aprovar um texto e que fará quantas versões forem necessárias para se chegar a um acordo. É a forma de tentar reverter a fama de que cedeu antes da hora e se apresentar com uma imagem de diálogo com todas as forças políticas.

Inconformado/ Autor da proposta que compara o crime organizado ao terrorismo, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) não se conforma com o fato de o projeto ficar em segundo plano: “Derrite veio para ser relator desse projeto. Agora, em vez de remeter ao projeto do antiterrorismo, vem este das facções. Incendiaram quatro terreiros na Bahia e outros templos religiosos. Se isso não for um ato de terror, o que será? Ou o país faz uma lei forte para fazer o enfrentamento ou nada mudará”, diz.

Protesto federal/ O Senado aprovou um voto de censura ao chanceler alemão, Friedrich Merz, por causa das declarações consideradas “xenófabas e preconceituosas” contra a cidade de Belém (PA), sede da COP30. O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), autor do pedido de censura, se mostrou indignado ao saber que, num evento em Berlim, o chanceler afirmou que jornalistas “ficaram felizes” por deixar “aquele lugar”. “As declarações não são apenas infelizes, mas carregam um tom xenófobo e preconceituoso, que desrespeita não apenas a cidade, e sim o povo brasileiro e, sobretudo a Amazônia”. O governo alemão tentou consertar, dizendo mais tarde que respeita a Amazônia, mas o estrago está feito.

O gosto do Natal/ Horas antes de o marido ser preso, a ex-deputada e ex-ministra Flávia Peres, que, na política, atendia pelo nome de Flávia Arruda, postou uma árvore de Natal em suas redes, dizendo que é chegada a época do ano que ela mais gosta. Depois da prisão de Augusto Lima, seu esposo e ex-sócio de Vorcaro, certamente, o Natal será de muitas orações.

Despedidas no STM/ O Superior Tribunal Militar (STM) realiza nesta quarta-feira (19), às 16h, a Sessão Especial de Despedida do ministro Odilson Sampaio Benzi, que requereu aposentadoria. Ele ocupa uma das quatro cadeiras destinadas ao Exército. Será substituído pelo general de Exército Flavio Marcus Lancia Barbosa, aprovado pelo Senado Federal no último dia 12, junto com a indicação do general de Exército Anísio David de Oliveira Junior, que também assumirá a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Marco Antônio de Farias, no mês passado. Os dois novos ministros terão nesta quarta-feira a primeira audiência com a ministra-presidente do STM, Maria Elizabeth Rocha. Eles devem ser empossados ainda este ano, assim que o ato de nomeação for publicado. A Sessão Especial de hoje será transmitida ao vivo pelo canal do STM no YouTube.

Um risco para Messias

Publicado em Política

  A recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República por 45 votos a 26 deixou o governo preocupado com a perspectiva de aprovação do nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ministro do Supremo Tribunal Federal. Gonet reúne parte expressiva dos partidos de centro e tem amigos à direita. Messias é considerado um “petista raiz”. Além disso, entre os centristas, há quem diga que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já nomeou dois ministros totalmente seus, inclusive o próprio advogado, Cristiano Zanin. Agora, é preciso abrir essa indicação a integrantes do meio jurídico que não tenham um DNA tão vinculado ao partido e ao governo.

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Veja bem/ Em sua condução ao cargo, Gonet havia sido aprovado por 65 votos. Os 20 votos a menos que o PGR recebeu esta semana foram fruto de um trabalho direto do presidente da casa, Davi Alcolumbre (União-AP), e de aliados do procuradorgeral. Ainda assim, foram apenas quatro votos acima do necessário para aprovação de um ministro do STF. Os otimistas dizem que está tudo bem para Lula indicar quem quiser ao STF. Os realistas recomendam que todo cuidado é pouco.

Vai assim mesmo

Deputados e senadores da oposição querem insistir no projeto antiterrorismo, de forma a deixar Lula com a pecha de vetar o texto. A avaliação de uma parcela expressiva dos conservadores é de que a população refém de criminosos em bairros das grandes cidades e em municípios do interior é favorável a essa matéria.

No embalo, mas…

A pesquisa Genial/Quaest divulgada esta semana, por exemplo, indicou que 73% dos entrevistados defendem que organizações criminosas sejam classificadas como terroristas. O percentual favorável ao projeto da oposição não emparedaria Lula. Há quem avalie que, antes disso, o texto seria derrubado no STF.

Haddad x Derrite

As críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do projeto antifacções, é praticamente um “esquenta” da campanha para o Senado. Haddad é um dos nomes do PT para concorrer a uma das vagas. O ministro mencionou o “açodamento” para votar a proposta. Porém, quem enviou ao Congresso com o status de “urgência urgentíssima” foi o governo.

Por falar em Derrite…

O deputado esperava votar tudo logo esta semana e retornar à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo com esse projeto aprovado. Se demorar demais, não vai conseguir voltar ao cargo estadual.

CURTIDAS

E a economia, hein?/ A inflação desacelerou em outubro e atingiu o mais baixo patamar para esse mês em 27 anos. Só tem um probleminha: a população, hoje, está mais preocupada com a segurança pública, um tema em que o governo federal não vai bem.

Enquanto isso, na COP30…/ Um dos itens de atenção dos próximos dias será a tentativa de ampliação das metas de redução do uso de combustíveis fósseis. A Arábia Saudita, que exporta petróleo, não pretende aprovar esse ponto da agenda.

A hora de mostrar serviço/ Ao longo da semana, os parlamentares não só aprovaram a indicação de autoridades, mas levaram a votos propostas que a população anseia, como a proibição dos descontos para associações em benefícios do INSS, que seguiu à sanção presidencial. Até a data da eleição, é votar o que a população deseja.

Danilo Forte quer que projeto antifacções tramite em conjunto com o antiterrorismo.

Publicado em Segurança Pública

 

Quem leu a coluna Brasília-DF no último sábado lembra que o deputado Alberto Fraga (PL-DF) defendeu que o projeto de lei do governo sobre as facções criminosas divulgado na última sexta-feira fosse apensado à proposta do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), que trata os crimes cometidos pelas facções como terrorismo. Pois hoje o deputado Danilo Forte entrou com um pedido para que isso seja feito. E a tendência é a de que os congressistas aceitem essa junção dos textos, o que deixará o projeto do governo nas mãos de Guilherme Derrite (PP-SP). O deputado paulista se licenciou da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para relatar essa proposta.

 

Eis a íntegra do pedido de Danilo Forte:

REQUERIMENTO Nº , DE 2025 (DO SR. DANILO FORTE)

 

Requer que seja apensado o Projeto de Lei nº 5.582, de 2025, de autoria do Poder Executivo, ao Projeto de Lei nº 1.283, de 2025, de autoria do Dep. Danilo Forte.

 

Requer, nos termos do art. 142, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que seja apensado o Projeto de Lei nº 5.582, de 2025, de autoria do Poder Executivo, ao Projeto de Lei nº 1.283, de 2025, de autoria do Dep. Danilo Forte.

 

JUSTIFICATIVA

 

O art. 142 do Regimento Interno estabelece o critério da conexão para a tramitação conjunta de proposições, determinando que “o Projeto de Lei, de Decreto Legislativo ou de Resolução, ou a Proposta de Emenda à Constituição, com o mesmo objeto, ou que versem sobre matéria correlata, ou que tenham objetivo análogo, serão apensados à proposição mais antiga, depois de despachados ou distribuídos, devendo ser objeto de parecer global”. Desta forma, destaca-se que o Projeto de Lei nº 1.283/2025 e o Projeto de Lei nº 5.582/2025 possuem matéria correlata e objetivo análogo, por tratarem ambos de modificações na legislação penal e processual com a finalidade de fortalecer o combate às facções criminosas, ao crime organizado e às milícias, que atuam de forma a desestabilizar a ordem pública e a segurança estatal. Apesar de pequenas divergências técnicas, a finalidade é a mesma. O enfrentamento a facções, tendo em vista que ambos os projetos miram o desmantelamento de organizações criminosas de grande porte que exercem controle territorial (PCC, CV, Milícias), reconhecendo que a legislação *CD255280401900* atual é insuficiente para a gravidade da ameaça. O aumento da eficácia investigativa, pois ambos buscam dotar o Estado de ferramentas mais fortes. Conforme o critério de anterioridade fixado pelo Regimento Interno, o Projeto de Lei mais recente (PL nº 5.582/2025) deve ser apensado ao Projeto de Lei mais antigo (PL nº 1.283/2025), garantindo a este último a condição de proposição principal. A apensação é fundamental para a racionalidade do processo legislativo, permitindo que as Comissões e o Plenário realizem uma análise global e conclusiva das proposições. Ressalta-se que o PL nº 1.283/2025 é mais específico e abrangente em sua implicação de política de segurança, ao propor o máximo rigor penal e a classificação dos crimes. A tramitação conjunta possibilitará ao Relator consolidar em um único Substitutivo o rigor penal do Legislativo e a eficácia processual do Executivo, evitando contradições e dispersão temática, em benefício de uma resposta de Estado mais robusta e eficiente. Importante ressaltar a aprovação do Requerimento nº 1.272/2025, no dia 26 de maio de 2025, que alterou o regime de tramitação do PL nº 1.283/2025, nos moldes do art. 155, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, o qual passou a tramitar em Regime de Urgência. Deste modo, e em conformidade com o Art. 142 do RICD, requer ao Presidente da Câmara o apensamento do Projeto de Lei nº 5.582, de 2025, ao Projeto de Lei nº 1.283, de 2025, e o encaminhamento do feito à Coordenação de Comissões Permanentes (CCP) para as providências de tramitação subsequentes.

Brasília, 04 de novembro de 2025.

 

Deputado Danilo Forte UNIÃO/CE”

Um texto que vai dar problema

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, COP30, Economia, Eleições, Eleições 2026, GOVERNO LULA, Orçamento, Política, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada no domingo, 2 de novembro, por Denise Rotehnburg com Eduarda Esposito

A oposição ainda não leu, mas já quer derrubar a medida provisória que o governo pretende enviar ao Congresso para fechar as contas deste ano. A aposta dos oposicionistas é a de que vem por aí mais uma leva de novos impostos. Na ala favorável, há quem esteja pensando em associar qualquer nova taxação ao envio de dinheiro extra à segurança pública. A ideia é tentar facilitar a aprovação. Afinal, o assunto que entrou na ordem do dia depois da operação essa semana no Rio de Janeiro.

Preventivo/ No Lide Brazil Reino Unido Forum dessa sexta-feira, em Londres, o vice-chairman e chefe global de Políticas Publicas do Nubank, Roberto Campos Neto, aproveitou o fim de sua palestra para fazer uma comparação dos impostos pagos por fintechs e grandes bancos. Em 2024, conforme Campos Neto, “as fintechs pagaram 30% de impostos e os grandes bancos, 12%. Em 2023, as fintechs pagaram 36% e os bancos, 9%. As fintechs foram grandes propulsoras de inclusão financeira”, afirmou. Esse discurso vai ganhar mais corpo entre os congressistas quando chegar a hora de analisar a taxação desse segmento.

Operação & eleição

A operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro mudou o cenário político do estado para 2026. O prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), que era considerado “pule de dez” para o governo estadual, arrisca ter oposição. Crescem os aliados de Cláudio Castro (PL), que virou uma forte opção para o Senado. A depender do cenário mais à frente, o PL terá candidato próprio, apesar dos acenos a Paes. Não por acaso, o partido começa a fazer uma série de exigências para apoiar o nome do PSD.

Precisa trabalhar

Parlamentares do Centrão aconselham o governo a usar o período da COP30 para reforçar a base aliada, consolidando o diálogo com os partidos. São 10 dias que poderão fazer a diferença na hora de votar os projetos. Para isso, é preciso ampliar o diálogo e levar para perto de Lula aqueles que estão em cima do muro, ou seja, costumam votar com o governo, mas não se consideram base aliada.

E o IR vem aí

Está nas mãos de Renan Calheiros a possibilidade de levar ao plenário o projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), avisou que vota no mesmo dia em que aprovar na Comissão de Assuntos Econômicos ou no dia seguinte. Não há movimento contra a proposta, e a ideia é aprovar antes da COP30, com Casa cheia.

Se tributar demais…

As bets estão em pleno movimento para evitar novas taxações. As que operam legalmente têm feito um périplo no Parlamento explicando que, se forem taxadas ainda mais, a ilegalidade aumentará. As bets pagam hoje 12% sobre a Receita Bruta de Jogos, o que, somado a PIS/Cofins e ISS, eleva a carga total a aproximadamente 25%. “Em países com tributação sobre o valor apostado, como a Alemanha, os custos mais altos levam apostadores a migrar para operadores ilegais que oferecem melhores condições e prêmios. Hoje, apenas 20% a 40% das apostas de slots on-line no país ocorrem em sites licenciados; 60% a 80% migram para o mercado clandestino”, afirma André Gelfi, diretor do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR).

CURTIDAS

Crédito: PSB/Divulgação

Só depois/ Sessão do Congresso Nacional só após a COP30. O presidente Davi Alcolumbre (União-AP) confirmou que apreciará Orçamento e vetos em novembro. Não chegou a mencionar data, mas é certo que não será antes do evento.

Ministra do STF?/ Em evento do O Otimista em Brasília essa semana, o advogado ex-secretário Especial de Assuntos Jurídicos da Casa Civil Marcos Rogério fez um comentário sobre a integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Renata Gil. “E quiçá, ministro Ciro (Gomes), futura ministra do Supremo Tribunal Federal?”, perguntou ao ex-governador Ciro Gomes ao se referir à Gil.

Fonte científica/ Integrantes da Associação De Olho no Material Escolar se reuniram recentemente com o deputado Moses Rodrigues (União-CE) e parlamentares da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação para defender melhorias no relatório. A principal reivindicação é que o texto garanta um material didático baseado em fontes técnico-científicas, evitando dados e informações desatualizadas e ou equivocadas.

Finados/ Hoje é dia de reverenciarmos aqueles que se foram. Na política, não são poucos os homens e mulheres de diálogo que fazem falta nesse período de dificuldades para estabelecer o debate político. A coluna destaca dois ex-governadores de Pernambuco, um à direita e o outro à esquerda. Marco Maciel e Eduardo Campos (foto).

Oposição quer juntar projeto antifacção ao antiterrorismo

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Eleições, GOVERNO LULA, Política, Segurança Pública, STM

Coluna Brasília-DF publicado no sábado, 1º de novembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A proposta do governo para conter as facções criminosas no Brasil sofre resistência antes mesmo de chegar ao Congresso. Coordenador da bancada da bala, o deputado Alberto Fraga (PL-DF) disse à coluna que “este é o caminho, porque o projeto não traz novidades”. A contar pelo que foi dito até agora sobre o texto que o governo enviou, ontem, ao Parlamento, o parlamentar considera a proposta um apanhado de leis que já foram votadas pelo Congresso ou de textos em tramitação. “São propostas repetitivas. O governo já perdeu esse debate”, completa.

Crédito: Maurenilson

Risco total/ A assinatura do projeto antifacção foi a forma que o governo encontrou para dar uma resposta a essa posição da Câmara, de colocar em votação o texto do deputado Danilo Forte (União-CE) antes da PEC da Segurança Pública. Para completar, o projeto de lei apresentado pelo parlamentar será relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP),secretário licenciado de Segurança de São Paulo. O governo quer ver se consegue empatar ou embaralhar esse jogo. Só tem um probleminha: se os líderes aceitarem a sugestão de Fraga, a proposta do governo ficará sob a caneta de Derrite.

O que vem por aí

Se o governo conseguir que o projeto antifacção tramite separadamente da proposta antiterrorismo, já será uma vitória. Embora o PT esteja disposto a tomar as rédeas desse tema — fará, inclusive, um seminário no Rio de Janeiro—, vai ser difícil ficar com a relatoria do projeto antifacção. Se quiser aprovar a proposta à parte do antiterrorismo, terá que ceder para os partidos de centro ligados ao setor de segurança pública.

E o Centrão?

Apesar dos pesares, pretende continuar na base. Alguns deputados que perderam indicados voltaram atrás, de acordo com parlamentares ligados ao governo. Há expectativa de reversão de exonerações nos escalões mais baixos e de novas nomeações antes dos “testes” no Plenário.

Celeiro do mundo

No embalo da COP30, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) faz questão de defender o agro brasileiro em todos os fóruns internacionais de que tem participado. Ontem, por exemplo, no Lide Brasil Reino Unido Forum, lembrou que, mesmo com o aumento de 450%na produção do agro em 20anos, a expansão territorial foi modesta. “Se nós formos somar a área utilizada pela nossa pecuária, aí essa somatória chega a 30% do nosso território”, disse. Leia mais no Blog da Denise.

CURTIDAS

Crítica/ Ainda repercute no meio político e jurídico o pedido de perdão “por erros e omissões judiciais cometidos durante a ditadura” feito pela presidente do Superior Tribunal Militar (STM),Maria Elizabeth Rocha(foto), na cerimônia inter-religiosa pelos50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, amplamente divulgado no sábado passado, na Catedral da Sé. Até aqui, a única critica pública veio do ministro Carlos Amaral, do STM, ao dizer, durante sessão da Corte, que “discorda totalmente” da fala da presidente e foi mais além: “Nego essa delegação” e“ em nada agrega a abordagem política”.

A resposta de Elizabeth/ A ministra respondeu ao colega: “Não tenho nada a acrescentar sobre meu pronunciamento em São Paulo, no último fim de semana. O que eu tinha a dizer sobre essa questão foi dito na Catedral da Sé. Numa democracia, que é o regime político que eu defendo, as dissidências e opiniões contrárias devem ser ouvidas e toleradas”.

Solidariedade/ A maioria das manifestações em redes sociais, e até em gestos, tem sido favoráveis à atitude de Maria Elizabeth. Da África do Sul, onde estava em viagem oficial, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, por exemplo, fez questão de providenciar o envio de flores à magistrada, com uma carinhosa mensagem agradecendo-a pela coragem.

Assunto polêmico/ O senador Irajá Silvestre (PSD-TO)classificou a regulamentação dos cassinos como o maior desafio da sua carreira pública. “Existe uma grande diferença entre o jogo de azar e o jogo consciente”, afirmou, na participação no Lide Brasil Reino Unido Forum. “A legalização dos jogos no Brasil significa a geração de milhões de novos empregos aos brasileiros, investimento de bilhões de reais no país, sem contar o crescimento e o impulsionamento que isso significará no turismo nacional, uma indústria que está aí adormecida”.

Veja bem/ O posicionamento de Irajá Silvestre não é consensual na Casa e conta com a oposição ferrenha das bancadas religiosas. As apostas são deque, às vésperas de ano eleitoral, ficará difícil até debater esse tema.

“Brasil terá que ser um grande supridor de alimentos”, afirma Arnaldo Jardim

Publicado em Câmara dos Deputados, Congresso, COP30, Economia, Política

Por Eduarda Esposito — O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), afirma que o Brasil tem se preparado para alimentar o mundo devido às limitações do continente europeu e dos Estados Unidos em aumentar suas produções.

Crédito: Felipe Gonçalves/LIDE

“É estimado até 2050 termos mais 2 bilhões de pessoas no planeta, um desafio de aumentar a oferta de alimento, pelo menos em cerca de 40%, não só pelo aumento do número de pessoas, mas pelos desafios de melhor alimentar as pessoas particularmente de regiões menos desenvolvidas como da África, da Ásia, nós sabemos do limite que há no continente europeu para aumentar a sobreprodução, nos limites que há no continente americano para aumentar a sua produção e o Brasil terá que ser um grande supridor de alimentos e nós estamos nos preparando, do ponto de vista de cuidados, mas do ponto de vista de inovação, do ponto de vista de pesquisa, do ponto de vista de produtividade para poder fazer frente a esse desenvolvimento”, disse durante LIDE Brasil Reino Unido Fórum nesta sexta-feira.

Jardim destacou ainda que, em 2024, o agronegócio brasileiro produziu R$ 1,34 trilhão e, desse valor, R$ 886 bilhões foram das lavouras e R$ 450 bilhões. O parlamentar ressaltou ainda que o Brasil, em pouco mais de 20 anos, saiu do status de importador de alimentos para um aumento de produção de mais de 450% e ampliação de apenas 33% em área de produção. “É uma mágica? Não, mas é um milagre brasileiro você quadruplicar a produção e aumentar somente em 30% a área ocupada”, explicou. E o segredo é a produtividade. O deputado disse que o investimento do melhoramento genético e o desafio ambiental e sustentável permitiram que o Brasil pudesse se desenvolver desta maneira.

COP 30

Outro ponto que foi comentado durante o evento pelo deputado foi a COP 30. De acordo com Arnaldo, o país vai ter a oportunidade de apresentar ao mundo todos os compromissos ambientais que tem mantido mesmo com o crescimento do agro no Brasil. “Daqui a 10 dias, vamos sediar a COP 30 e ter neste momento uma oportunidade de demonstrar aquilo que são os nossos compromissos ambientais de uma forma geral, mas particularmente incorporados e praticados pelo setor agropecuário”, relembrou.

O parlamentar destacou que são 851 milhões de hectares plantados no Brasil, e que isso permitiu que o país se tornasse o maior exportador de soja, suco de laranja, café, celulose e outros produtos do mundo. E, com essas áreas somadas ao plantio de madeira, milho, sorgo e soja, territorialmente não chega a 10% do território nacional. “Se nós formos somar a área utilizada pela nossa pecuária, aí essa somatória chega a 30% do nosso território”, disse.

Outro ponto que não foi deixado de lado por Jardim é que no Brasil ainda é mantido 66% da reserva natural, além de o país ter a lei ambiental mais rigorosa do planeta, que obriga os estados a preservarem parte das áreas cultivadas e, ainda assim, alimentar cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo.

Parceria Brasil e Reino Unido

Como o evento ocorre em Londres, o parlamentar ainda destacou a parceria que o Brasil e Inglaterra têm no agronegócio, principalmente na área de fertilizantes. “O agro tem sido uma das fontes de parceria do Brasil com a Inglaterra na dimensão da sua logística, que é muito mais do que o ato de plantar e colher ou de criar. Tem toda a sua infraestrutura logística a ele vinculada e isso passa pelo dinamismo e desafio da necessidade de fazer chegar os insumos, escoar a produção, e isso passa por toda uma indústria sofisticada de equipamentos e por parcerias no setor de fertilizantes. E nós temos tido a presença de várias companhias do Reino Unido que têm sido parceiras sistematicamente do agro”, ressaltou.