WhatsApp Image 2022-09-01 at 18.10.54 Crédito: Liana Sabo/CB/D.A Press

Um restô chamado Zéh no Lago Sul

Publicado em Restaurantes

Há 55 anos nascia em São João Evangelista, município mineiro no Vale do Rio Doce, José Humberto Pinto Braga que veio para Brasília aos 12 anos com a família, de quatro irmãos, toda ela envolvida na área de alimentação fora do lar. São restaurantes populares, comunitários, cantinas, bares e até refeitórios em canteiros de obras. “Era o trivial básico que eu fornecia para empresas com ingredientes muito simples”, lembra o empresário, conhecido simplesmente por Zé, que foi dono da marca Sabor Caseiro e, na década de 1990, atendeu a cantina do Correio Braziliense.

Três meses atrás, o amigo Frederico Correa, um dos sócios do empresário baiano e restaurateur brasiliense Cláudio Melo Filho (ex-Odebrecht), que trouxe o Soho para a capital, lhe ofereceu o ponto de um sofisticado endereço no Lago Sul: o Totti, na QI 11. Veio a dúvida: “Eu nunca tinha feito comida fina”. Como não é de fugir da raia, Zé Humberto topou a parada e saiu em busca de profissionais, quando lhe indicaram o sergipano Gilvan Santos, de 41 anos, que trabalhou no Grupo Fasano em São Paulo, no Gero Brasília, no Rio, Punta Del Este e em Trancoso, na Bahia.

Fechado o negócio, teve início a arrumação da casa: “eu não queria nada semelhante ao Totti, mas um restaurante com identidade própria”, explica o novo proprietário, que passou a incumbência para a irmã Valkiria Braga, muito amiga da decoradora Luisa Miranda. Ambas desenvolveram projeto visual exclusivo e acolhedor com muita claridade e leveza. Ainda faltava o nome, conta o empresário até que “uma noite, eu estava sonhando com o assunto e às 4 horas acordei pensando por que não Zé, como me chamam?’’. A equipe ainda acrescentou o agá de Humberto por puro charme.

Contemporâneo

Chef do restaurante Zéh, Gilvan Costa com o prato: Sete Mares. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

Ficou Zéh Gastronomia Coeva numa indicação de que a casa pratica cozinha contemporânea, explica o dono, que deu “pitacos” no cardápio elaborado por Gilvan Santos, como o prato 7 mares, “exuberante combinação de camarão rosa, anéis de lula, lagostim, vieira e polvo equilibrados com abacaxi, manga, tomate, cebola e brócolis, todos grelhados”, descreve o menu. Sai por R$ 219 para duas pessoas. Outros destaques são o senhor polvo com legumes salteados (R$ 159) e o cordeiro porcini, carré ao molho de vinho e risoto de funghi (R$ 165).

Com apenas uma semana de funcionamento, a casa já tem o seu ícone, revela o chef, que se inspirou na sugestão do Zé para criar um medalhão de rabada. A carne vem cozida no próprio molho até desmanchar sobre cama de risoto de cabotiá e agrião (R$ 96). Outro corte bovino é a chuleta grelhada no broiler e regada com molho de vinho escoltada de fettuccine de manteiga e sálvia. O prato se chama lombata e sai por R$ 139.

Opção acessível

Com mais de 50 itens, o chef admite que o cardápio com humor sugestivo nos nomes é bastante amplo e poderá sofrer ajustes de acordo com a demanda. Não foi esquecida a proposta custo/benefício denominada “menu Zehcutivo”: saladinha para começar, principal e sobremesa por R$ 89. Contempla meia dúzia de opções: bife de chorizo; tilápia ao molho de laranja; salmão com alcaparras; picanha suína e banana à milanesa; frango grelhado e arroz à piamontese e estrogonofe de filé.

O cozinheiro trouxe a equipe que trabalhou com ele no Fasano: os sous chefs Abelardo Silva e Tatiana Nascimento e o chef pâtissier Washington Araújo, conhecido como Dinho. No salão, atende o maitre Belchior, que está no endereço desde que ali era Dudu Camargo. Funciona de terça a sábado, para almoço e jantar e domingo, o almoço pode ir até às 18h. Reservas: 3256-8500.