WhatsApp Image 2022-11-23 at 20.25.06 Rodrigo Cabral atua no hotel J W Marriot Marquis em Dubai. Crédito: Arquivo pessoal

O anfitrião da Copa: Brasiliense Rodrigo Cabral está à frente de negócio em Dubai

Publicado em Sem categoria

Com um déficit no número de leitos para sediar um evento da envergadura da Copa do Mundo, o Catar acabou se socorrendo com os vizinhos, como a fabulosa Dubai, que fica cerca de uma hora de voo de Doha, capital do país árabe onde se realiza o mais importante certame de futebol do planeta e o primeiro no Oriente Médio. Imaginação e recursos não faltaram para abrigar tanta gente apaixonada pela competição, daí o uso de hotéis flutuantes, navios de cruzeiro e fan village, composto por tendas em estilo beduíno erguidas em meio ao deserto árabe como estruturas temporárias.

Quem preferiu ficar em um país menos rígido como Emirados Árabes, tem a opção do transporte charter. A empresa Fly Dubai programou 30 voos diários, ida e volta entre Dubai e Doha por cerca de 390 dólares, podendo chegar até 48 voos. Outra opção é ficar mesmo em Dubai, cuja rede hoteleira programou telões e outros mimos de hospitalidade de luxo, como o que vem sendo oferecido pelo grupo Marriott, que tem mais de 60 hotéis na região e não para de crescer. Só em um deles, porém, você vai encontrar um brasiliense na linha de frente cuidando para que você seja atendido com o que há de melhor para comer e beber.

Revelação

Trata-se do chef Rodrigo Cabral, que estreou na área de gastronomia ainda quando estudante de publicidade e propaganda e teve de dar consultoria para o pai Fernando Cabral (ex-presidente da Abrasel), que abriu no Pontão do Lago Sul o Café Antiquário. Ao se tornar gerente do negócio, Rodrigo decidiu fazer gastronomia participando da primeira turma do curso no Iesb. A primeira experiência no Oriente Médio ocorreu em 2010 quando foi a Dubai gerenciar um restaurante no hotel The Palace.

Apaixonado pela cozinha brasileira, de volta ao país lançou o Ares do Brasil, que lhe valeu o prêmio Chef Revelação 2013, conferido pela revista Encontro. Em 2017, retornou para Dubai onde foi gerente de dois restaurantes até conhecer o chef Richard Sandoval (que tem mais de 40 operações no mundo), que o convidou para dirigir suas casas no Oriente Médio com base em Doha. Após a curta experiência, Rodrigo voltou a Dubai, “onde me sinto mais em casa e tenho mais chances de desenvolver minha carreira”. Desde julho, aos 38 anos, o brasiliense aposta em nova função no setor hoteleiro internacional.

Lotação esgotada

“No domingo, que foi o primeiro dia, no nosso Sports bar onde temos mais de 20 televisores para transmitir todos os momentos da Copa do Catar, o salão lotou e tivemos que adicionar mesas e cadeiras para atender a demanda”, contou à coluna, por whatsapp, Rodrigo Cabral, o número 2 da área de alimentos e bebidas do hotel JW Marriott Marquis Dubai, que tem mais de 1.600 quartos e cerca de 12 bares, cafés e restaurantes espalhados em 82 andares, responsáveis por torná-lo o cinco estrelas mais alto do mundo.

Tomahawk fatiado no prato

Não há sabor que o cliente deseje que o hotel não ofereça. Há restaurantes de cozinha indiana, italiana (chama-se Positano e é muito charmoso), tailandesa e claro, uma steak house, a Prime 68, que faz alusão ao andar de onde se tem uma vista deslumbrante da cidade. É especializada nos melhores cortes de carne do mundo, como o wagyu japonês, que de tão suculenta e macia derrete na boca. Outro corte premium é Tomahawk, maturado no sistema dry aged. Ao pedir a carne, o garçom ja leva à mesa uma bandeja com 10 cutelos para você selecionar a faca que irá usar na refeição. É claro, que o profissional ajuda na escolha.

Bandeja de facas

Hotel e avião

Açafrão, cogumelos selvagens, lagosta, trufas, caviar são alguns ingredientes raros que povoam os cardápios da casa, além de queijos do mundo inteiro, quanto aos legumes e aves “começam a ter produção local”, informa Rodrigo. Já as carnes, em sua totalidade são importadas dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Nova Zelândia.

O hotel leva as iniciais do nome do fundador John Willard Marriott, um americano que abriu com a mulher Alice uma lojinha fornecendo insumos para refrigerantes até evoluir 95 anos atrás para um negócio hoteleiro, que hoje atua em 139 países com quase oito mil unidades administradas por 30 marcas diferentes. Em Dubai, o dono do JW Marriot Marquis é o Grupo Emirates, o mesmo da companhia aérea.