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Depois de sucesso em casa, português Trás-os-Montes abre restaurante na Asa Sul

Publicado em restaurantes portugueses

Trás-os-Montes: grife de fabricação artesanal em homenagem à terrinha agora Leva pastel de natas e outros doces portugueses, além de bacalhau, para a 215 Sul

Quatro anos depois de darem início a uma parceria gastronômica, totalmente caseira e artesanal, a dentista paulistana Daniela Cruz e a advogada brasiliense Kelli Torres largam de vez o consultório e a banca para se dedicar integralmente aquilo que mais gostam de fazer: iguarias portuguesas. Elas acabam de inaugurar na 215 Sul (Bloco A, Loja 19) charmoso estabelecimento intitulado Trás-os-Montes, mesmo nome da atividade doméstica que era desenvolvida na cozinha de casa.

“Eu moro num condomínio do Grande Colorado e a Kelli no Park Way, então havia dias que tínhamos de percorrer 70 quilômetros até de madrugada, quando tínhamos eventos para atender”, lembra Dani, como é chamada a chef, executora das receitas, entre elas, a de pastel de natas, que deu origem ao saboroso empreendimento. Além do carro-chefe, elas também produziam outro doce típico lusitano: travesseiro de Sintra, recheado de amêndoas. Completava o portfólio da marca uma iguaria salgada que, em se tratando da terrinha, só poderia mesmo ser bacalhau. Embora nascido nas águas geladas do mar do Norte, que banha a península escandinava, quem tem o segredo sobre o melhor preparo do peixe norueguês são mesmo os portugueses. “Feito à moda lusitana, nosso bolinho de bacalhau leva um fio de azeite trufado em cima”, ensinava Daniela.

Contando com a propaganda boca a boca e alguns posts nas redes sociais, a grife era ainda pouco conhecida quando um ano depois de lançada teve sua história publicada na minha coluna Favas Contadas deste jornal. “A partir daí, passamos a receber convites para
feiras, nossa marca passou a ser mais difundida e aumentaram as encomendas a ponto da minha cozinha ter ficado pequena e não caber mais freezers no quintal”, relata Dani.

Bacalhau no almoço

No novo endereço, o pastel de natas continua sendo a estrela do cardápio (meia dúzia por R$ 45). Não só ele, tem também pudim Abade de Priscos (R$ 18, pequeno e R$ 70, médio); quindim, ambrosia e doce d´ovos moles (R$ 32, 280g) além de bolo de chocolate e bolo dos Açores (R$ 169, 1 kg).

No capítulo delícias salgadas, o croquete de borrego, feito de carne de cordeiro, veio fazer companhia no menu ao bolinho de bacalhau. Saem ambos por R$ 65 cada, só que o bolinho tem 500g e o croquete, 400g. Na condição de prato de almoço, o bacalhau à moda da casa reina sozinho. Trata-se de um delicioso lombo de gadus morhua cozido com batatas, tomate, cebola, azeitonas e muito azeite servido num lindo prato de faiança, a cerâmica portuguesa, que traz desenhos bem miúdos da flora e da fauna. Por R$ 209, dá para duas pessoas. É a única sugestão do almoço, por enquanto, e já chega com clientela acostumada a encomendar o prato. Também há outras duas opções congeladas: bacalhau nas natas para duas ou quatro pessoas por R$ 159 e R$ 259, respectivamente. Os mesmos preços são cobrados para o arroz de pato. Taxa de entrega de R$ 25.

Ovos mexidos no café

Foto: Trás-os-Montes/divulgação. Daniela Cruz e Kelli Torres

Outra atração da casa se dá antes da refeição principal do dia. É o café da manhã, que em Portugal se chama ‘‘pequeno almoço”, explica Keli, a sócia responsável pela parte administrativa do negócio. É ela quem cuida para que haja boas bebidas – café, chá ou suco de laranja – oferecidas nessa etapa, que inclui ainda salada de frutas; torrada de pão Castália, de fermentação natural, com ovos mexidos e um doce. Você poderá desfrutar do pequeno almoço (R$ 46,90) no horário das 9h às 11h.

Decorada nas cores azul e branca, a casa tem um aspecto colonial na entrada, onde ficam as vitrines com doces. Dá passagem para o salão antecedido por um arco de pedras, comum nas aldeias portuguesas. Outras mesinhas estão dispostas na parte externa e até no jardim, o que torna a ambientação agradável e acolhedora com cerca de 30 lugares.

As sócias se conheceram há mais de 15 anos num grupo de amigos e logo descobriram que tinham em comum o gosto pela culinária. Em 2016 viajaram juntas para Portugal a fim de conhecer a terra natal do avô de Daniela em Trás-os-Montes. Estava ali, além de muitas receitas coletadas em aldeias, a inspiração para o negócio que abriram ao voltar. A casa, que funciona de terça à sábado, das 9h às 19h, abrirá excepcionalmente nesse domingo, dedicado ao Dia dos Pais. Reservas pelos telefones: 99858-2250 (Kelli) e 99576-8964 (Daniela).

Matéria publicada na coluna Favas Contadas