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Dentro de lojas, há bares que só vendem vinhos e petiscos

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Desconhecido no Brasil até pouco tempo atrás, o bar de vinho vira tendência no já estratificado cenário gourmetizado da cidade. Entre os franceses, chama-se bar à vin o que os ingleses e americanos conhecem por wine bar. Surgem geralmente como apêndice do varejo vinícola.

O certo é que degustar vinho na loja vira mania com a ajuda de máquina, cujo dispositivo principal injeta gás inerte na garrafa impedindo que a bebida oxide mesmo depois de aberta. O pioneiro na modalidade foi o chef Gil Guimarães que, em setembro de 2013, lançou a Enomatic, no Parrilla Madrid, com vinhos cotados, no mínimo, com 90 pontos nos guias especializados.

Era o triunfo dos taceiros, que puderam, assim, se deliciar com uma quantidade maior de rótulos oferecidos em 50ml, 100ml e 150ml. De lá pra cá, as lojas de vinho também proliferaram com o aumento da procura pela bebida e passaram a sofisticar o serviço, oferecendo inclusive comidinhas. Afinal, não é recomendável beber com o estômago vazio.

Menu de petiscos

José Filho, gerente comercial da Enoteca Decanter
José Filho, gerente comercial da Enoteca Decanter

 

A mais recente a aderir à prática de beber e comer na loja foi a Enoteca Decanter, importadora de vinhos nascida em Santa Catarina, que está presente em várias capitais nas quais já agrega bistrô, como em Belo Horizonte. Situada há três anos no Bloco A da 208 Sul, desde quando veio da Asa Norte, a enoteca abriga 700 rótulos, dos quais 60 estarão disponíveis no wine bar.

Entre eles, os espumantes Ophicus Brut, Lírica Crua e o premiadíssimo Cave Geisse Nature; os brancos Le Murate Trebbiano 2015, Muscadet Sur Lie 2014 e De Martino Legado 2014. Entre os tintos, há um Pinot Noir Quinta da Neve 2011, Vale da Raposa Reserva e Luis Cañas Crianza 2013. Os preços das taças (100ml) variam de R$ 10 a R$ 30.

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Ex-chef da Cartolaria, que fechou as portas no Guará 2, Roge Marques, prepara os petiscos, como ceviche, brusqueta de parma, carpaccio de filé. Dá até para jantar lá porque há pratos quentes como bacalhau (R$ 65), chorizo grelhado (R$ 49), penne (R$ 30) e risoto ao funghi por R$ 35.

Funciona de quarta a sexta, das 17h às 22h e nos sábados, das 12h às 15h. Todas as quartas, há double wine, onde a segunda taça é por conta da casa. Reservas pelo telefone: 3349-1943.

Loja conjugada

 

Outra grife que, além de vender a bebida, elevou o vinho à condição de astro da casa permitindo que ele seja degustado ali mesmo é World Wine, cujo portfólio tem mais de dois mil rótulos do mundo todo. Ocupa desde janeiro duas projeções na 410 Sul. Numa é a loja com 500 marcas na outra, o wine bar com espaço no meio, no qual Marquinhos Rachelle, que toca o negócio, monta o cenário para desfrutar a bebida.

A primeira degustação sob o comando de Claudio D’Auria foi de vinhos uruguaios produzidos pela Bodega Garzón, com destaque para o branco Reserva Albariño (R$ 85), além, é claro, do clássico tannat, a casta ícone do país.

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Na próxima quinta, a grife realiza o evento World Wine Experience Península Ibérica, mas num lugar maior, o Bierfass Lago do Pontão, onde desfilarão, das 15h às 22h, grandes rótulos como Marqués de Murrieta, Pere Ventura e Viñedos Ponce, da Espanha, além dos portugueses Herdade do Rocim, Vale da Ucha e Quinta do Pessegueiro, num total de 65. Os ingressos podem ser adquiridos na loja por R$ 150.

Em 20 de abril, o executivo Philippe Marconi, da vinícola Banfi, apresenta o supertoscano Aska. Telefone: 3526-6168.

Drinques de vinho

Os empresários Lawrence e Daiany Barbosa se associaram a Luiz Carlos Alcoforado e inauguram na segunda quinzena de abril, depois de uma ampla reforma na loja que se chamava Vintage, a nova Domaine bar a vin na 104 Sul. “O bar estará aberto para o público a partir do dia 20 no horário das 18h à meia noite”, adianta Daiany, que elabora cardápio com pequenas porções de carne grelhada na pedra de sal. Uma carta de drinques traz mix com vinhos e champanhe.

Baixo consumo

Apesar do entusiasmo do setor, ainda é muito restrito o consumo no Brasil apenas 1,8 litros de vinho per capita/ano. Muito abaixo do de outros países, como a França, 42 litros per capita/ano ou a Croácia, 44,20l. “No Vaticano, o consumo é de 54 litros”, observa Santiago Tamer, da importadora Trilix, que promove com a Dondines a vinda do enológo e produtor português Pedro Carvalho, da Casa Santa Eufêmia, à margem esquerda do Douro. Ele estará hoje das 12h às 14h30, no Dom Francisco do Pátio Brasil, para uma degustação por R$ 30. Telefone: 3322-1071.

Outro português Fausto Silva, executivo da Cartaxo, comanda degustação no Espaço Vini, quinta-feira. Reservas pelo telefone 98424-7538.