Tag: Câmara dos Deputados
O PT tem olhado para os índices de Lula nas pesquisas com atenção especialmente voltada à Câmara dos Deputados. A perspectiva do partido, hoje, é de aumento da bancada em todos os estados. Em 2019, mesmo com a onda pró-Bolsonaro e Lula preso, o PT elegeu 54 deputados (hoje tem 56), a segunda maior bancada, perdendo apenas para o PSL do chefe do Executivo. Agora, com Lula solto e liderando a corrida presidencial, as contas internas apontam 80 deputados, uma bancada que não existe atualmente na Casa. O maior partido, o PL de Bolsonaro, tem 77.
Os petistas fazem o seguinte cálculo, tomando por base São Paulo, o maior colégio eleitoral: lá, Fernando Haddad, em 2019, obteve 19% dos votos no primeiro turno, e, ainda assim, o PT fez nove deputados federais no estado. Agora, Lula ultrapassa os 30% das intenções de voto em São Paulo em todas as pesquisas. Daí, os petistas calculam que podem chegar a eleger entre 11 e 15 federais.
» » »
E tem mais: se fizer a maior bancada, vai ser difícil o PT abrir mão de presidir a Câmara. Por isso, Arthur Lira (PP-AL) está hoje tão focado na própria eleição, sem descuidar dos demais estados onde o Centrão que o apoia é forte. Essa será a primeira disputa depois da eleição deste ano.
Tensão institucional I
O presidente Jair Bolsonaro volta a sacudir o coreto, depois da deflagração do caso envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e, com ele, a investigação que se desenha sobre uma suspeita de que o chefe do Executivo teria alertado o ex-integrante do governo sobre a busca e apreensão. As declarações de ontem, em Santa Catarina, foram devidamente registradas.
Tensão institucional II
Bolsonaro voltou a mencionar as quatro linhas da Constituição e concluiu: “Tenham certeza de que, se preciso for, e cada vez mais parece que será preciso, tomaremos decisões que devem ser tomadas”.
Façam suas apostas
O mundo político, porém, se divide a respeito das declarações presidenciais. Os aliados acham que é apenas uma forma de jogar cortina de fumaça sobre as suspeitas de interferência na PF. Aliás, muita gente ligou os pontinhos: Bolsonaro teve a conversa reservada com Alexandre de Moraes, no jantar de Arthur Lira para Gilmar Mendes, justamente no dia em que a PF prendeu Milton Ribeiro.
DF é prioridade para o PSDB/ O senador Izalci Lucas foi avisado pela direção nacional do PDSB que sua campanha ao GDF é prioridade. O “quadradinho” é o anfitrião do governo federal. E o partido já governou todo o Entorno, leia-se Minas Gerais e Goiás, mas não conseguiu eleger um governador do DF. Além disso, Izalci é líder da bancada no Senado e tem história no ninho.
Foi pouco tempo/ Os tucanos só administraram o DF quando a vice-governadora Maria de Lourdes Abadia assumiu, e Joaquim Roriz deixou o governo para concorrer ao Senado, em 2006.
“Ele tem perfil legislativo”/ O senador Izalci Lucas, no papel de pré-candidato, avisa que não abre mão para Reguffe (União Brasil): “Conversamos ao longo de dois anos e, durante todo esse tempo, Reguffe nunca me disse que queria concorrer ao governo”, diz o tucano, que lançou sua pré-candidatura em 12 de dezembro do ano passado.
E tem mais/ “Reguffe diz que vai montar um programa de governo agora. Eu tenho um pronto, construído desde 2011. Tenho um perfil executivo, estou me preparando para isso há muitos anos. Ele tem um perfil mais legislativo, nunca foi gestor”, afirma Izalci, acrescentando que vai ser candidato ao GDF. “Ainda tenho esperança de que possamos chegar a um acordo.”
Eleição na Câmara é avaliada como desgaste para Flávia Arruda
A deputada Flávia Arruda (PL-DF) se lançou candidata a vice-presidente da Câmara em meio à queda de braço entre o Planalto e Valdemar da Costa Neto para a articulação política na Câmara. Terminou atropelada pelo acordo de líderes que fez de Lincoln Portela o primeiro-vice. O fato de ter sido ministra da Secretaria de Governo e ter apenas 83 votos foi considerado, dentro do PL, um desgaste desnecessário para a deputada.
Nada a ver
Alguns aliados de Flávia viram na candidatura uma forma de tentar negociar a retirada de Damares Alves da disputa pela vaga ao Senado pelo Distrito Federal. O jogo do DF, porém, é do Republicanos e não passou pelos partidos que estavam disputando as três vagas na Mesa Diretora — PL, PT e PSDB.
Embora 90% das candidaturas estaduais do MDB tenham chancelado o acordo pelo lançamento da senadora Simone Tebet à Presidência da República, o PT e seus aliados vão trabalhar para conquistar o que puder ainda no primeiro turno. Na reunião que formatou o conselho político da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi dito que, em todos os anos de eleição presidencial, o PT nunca encontrou um cenário tão favorável em maio quanto o de agora. A expressão “primeiro turno” não foi dita por Marcos Coimbra, que fez a apresentação dos dados e comparações. Mas muitos dos presentes saíram com vontade de dizê-la, quebrando o histórico de que o PT não vence no primeiro turno.
A avaliação de que a polarização está consolidada será cada vez mais difundida e a ideia é tentar minar as demais candidaturas. Além do MDB, as investidas vão crescer sobre o PDT de Ciro Gomes e, conforme o leitor da coluna já sabe, vão se intensificar também sobre o PSDB, via Geraldo Alckmin.
Onde mora o perigo
O presidente Jair Bolsonaro ficou numa sinuca com o resultado da disputa interna do PL para decidir quem substituirá o deputado Marcelo Ramos no cargo de primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados. O vencedor Lincoln Portela é da bancada evangélica, aliada do Palácio do Planalto. Porém, o deputado Capitão Augusto (SP), bolsonarista de carteirinha, vai concorrer.
Recua aí, talquei?
A avaliação dos aliados do presidente é de que o melhor caminho é o Planalto, agora, manter distância regulamentar dessa disputa. Não dá para brigar com a bancada evangélica em pleno ano eleitoral.
Não tem benefício grátis
Os estados vão pressionar para que o teto do ICMS de 17% sobre combustíveis, energia e transporte público, instituído pelo projeto do deputado Danilo Forte (União-CE), não baixe a arrecadação. Se hoje não se chegar a um “gatilho” em caso de perda de arrecadação de 5%, por exemplo, a União teria que arcar com a diferença. Aí, quem não quer é governo federal.
No Congresso passa
O problema é que, se for a votos, a proposta passa. Com ou sem gatilho. O projeto já ganhou fama de que ajudará a baixar os preços dos combustíveis. Para completar, até no Senado, a casa dos estados, há um mal-estar em relação aos pedidos dos governadores, porque os estados não cumpriram à risca a lei que tentou padronizar a cobrança de ICMS sobre os combustíveis.
Guedes na lida/ No Fórum Mundial de Davos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, passou boa parte do dia tentando acalmar os investidores sobre as mudanças na Petrobras.
Por falar em Guedes…/ A prévia da inflação altíssima, divulgada esta semana, trará mais dores de cabeça para a equipe econômica. A ala política quer resultados imediatos para a população.
Ausentes/ O senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE) não foram à reunião da Executiva do MDB. O único apoiador de Lula presente era Veneziano Vital do Rego (PB), que elogiou Simone Tebet, mas foi direto: “Lá (Na Paraíba) estamos com Lula”.
Assunto da hora/ O Instituto de Direito Público (IDP) lança, hoje, às 19h, no Salão Nobre do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o livro Eleições e Democracia na Era Digital. A obra traz o olhar de mais de 40 pessoas sobre o tema, juristas renomados, entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do TSE. A coordenação é de Paulo Gonet, Reynaldo Soares da Fonseca, Pedro Henrique Gonet, João Carlos Banhos Velloso e Gabriel Campos Soares da Fonseca.
Aprovado no Parlamento, o novo piso da enfermagem está sob a guarda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que deve dar uma segurada por mais 30 dias. É que os prefeitos não têm recursos para cobrir a despesa com o aumento, algo em torno de R$ 10 bilhões — somados aí os valores que vão impactar nos gastos dos hospitais filantrópicos.
Na União não há recursos, hoje, para repassar aos prefeitos e resolver esse pagamento. Diante desse cenário, um grupo na Câmara vê a oportunidade de tentar passar a legalização dos jogos de azar. Afinal, seria para custear a saúde.
Só tem um probleminha: a bancada evangélica é contra e o presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai provocar a ira de seus apoiadores nessa seara. Diante do quadro, a ideia é aproveitar a pressão maior dos enfermeiros pelo piso salarial para arrefecer os cristãos. A área econômica do governo, que mal pode esperar a hora de aumentar a arrecadação, agradece.
Ultimato ao governo
Arthur Lira vai esperar até amanhã para que o governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresentem uma saída para baixar o valor da conta da luz. Caso contrário, na semana que vem levará a votação o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar os reajustes.
É o que resta
Quem lê esse espaço diariamente sabe que o PDL da conta de luz vai parar na Justiça. Porém, é a única arma que os parlamentares têm. Lira garantiu a esta coluna que não há nada errado com a proposta. “As empresas podem não gostar, mas o PDL é constitucional e não há dúvida sobre isso”.
Gasoduto subiu no telhado
Com a economia verde em cena, as termelétricas a gás perdem força e os gasodutos para abastecê-las também. Na Câmara, não existe hoje maioria para aprovar essa despesa.
Toffoli relâmpago
A celeridade com que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli analisou o pedido de Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes deixou o governo para lá de irritado. Foi tão rápido que nem deu muito para o presidente replicar o pedido nas redes sociais, de forma a pressionar o STF a aprová-lo. Agora, resta o pedido feito à Procuradoria Geral da República.
E a terceira via, hein?/ Pré-candidato do PSDB ao Planalto, o ex-governador João Doria se antecipou à pesquisa dos partidos e divulgou a da Genial/Quaest que o colocou com um potencial de votos para a terceira via de 55%, maior do que o da senadora Simone Tebet (MDB), 44%. Pelo visto, a próxima terça-feira é mais uma data em que os partidos podem até apontar um nome, mas nada será decidido. A briga está tão grande que vai terminar na Justiça.
Por falar em Doria…/ A forma como parte do PSDB tem tratado o vencedor da prévia, no caso Doria, está tão feia que muitos tucanos estão com medo de que o ex-governador acabe como vítima nesse processo. Avaliam alguns, era o momento do partido se unir em torno do vencedor e não ficar instigando outras soluções. O prazo até terça-feira é para ver se Doria desiste. Só que os aliados do ex-governador juram que ele não desistirá.
Veja bem/ Os emedebistas já fizeram as contas e consideram que Tebet tem maioria para vencer a convenção do partido. A ala do Nordeste, que era forte no passado, agora tem poder reduzido para tentar virar o barco para o apoio a Lula.
Só tem um probleminha/ Embora não tenham poder para garantir o apoio nacional, nos estados a maioria já fechou com o PT. Sinal de que não farão campanha dia e noite para Tebet, nem para qualquer outro candidato, inclusive Michel Temer. Conforme o leitor da coluna já sabe, o ex-presidente está pronto para ocupar a vaga de candidato, se for chamado.
A proposta de decreto legislativo apresentada pelo deputado Domingos Neto (PSD-CE) para sustar a autorização de aumento da conta de luz em seu estado promete gerar mais polêmicas do que solução para o setor e para os brasileiros. Primeiro, na própria Câmara. Muita gente, inclusive o presidente em exercício, Marcelo Ramos (PSD-AM), considera duvidosa a possibilidade de se impedir, por decreto legislativo, uma decisão administrativa relacionada a aumento de preços. Além disso, pelo que a coluna apurou junto a advogados da área, o mais provável será uma ação judicial contra esse decreto, caso seja aprovado.
O aumento da tarifa de energia elétrica do Ceará foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e, agora, não só Domingos Neto, mas também parlamentares de outros estados se movimentam para evitar os reajustes na canetada. É mais um foco de tensão para se somar à discussão sobre como evitar aumentos no preço dos combustíveis.
Muita calma…
Depois do discurso do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, dizendo que eleições são tratadas por “forças desarmadas” e que não aceitará intervenção militar, os políticos ligados ao Ministério da Defesa fizeram chegar a alguns a informação e de que os militares consideraram a manifestação de Fachin “desnecessária”.
… nessa hora
Da parte dos ministros do Judiciário, há uma exaustão com o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentar colocar em dúvida o sistema eleitoral que o elegeu. A hora é de tratar de temas como a economia, mais urgente e problemático para a maioria dos brasileiros.
Quem não deve não teme
Nos bastidores do jantar de aniversário do deputado Domingos Neto (PSD-CE), algumas rodinhas discutiam o Orçamento secreto e a divulgação dos padrinhos. A conclusão geral é que quem atendeu as suas bases eleitorais de forma lícita, deve mais é divulgar isso. Quem não o fizer é porque tem algo a esconder.
A palavra do “marechal”
Ao tomar posse no Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o ex-ministro Raul Jungmann classificou o ex-presidente da Petrobras general Joaquim Silva e Luna de “marechal”, que fez questão de prestigiar a solenidade. Luna, porém, passou a maior parte do tempo cercado por pessoas interessadas em saber sua opinião sobre o reflexo da troca do ministro de Minas e Energia no preço dos combustíveis. “Nada acontecerá”, garantiu.
O interlocutor
Diante da constatação de que trocar ministro não resolve e Bolsonaro não chama os governadores para tentar buscar uma solução conjunta, quem ocupa o espaço de articulação política é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A ideia de se criar um fundo para equalização dos preços ganhou corpo na reunião que teve com os secretários de Fazenda. Se der certo, é um ato para o portfólio do senador, que sonha alto para 2026.
Noiva de Lula, mas…/ Os petistas “gelaram” no último sábado, quando Janja, a noiva de Lula, pegou o microfone para apresentar o vídeo. Ela não cometeu qualquer gafe, mas, nas mais reservadas conversas do PT, tem muita gente dizendo que é melhor Janja recolher os flaps.
… a história do PT existe/ Houve, ainda, quem tenha ficado muito incomodado pelo fato de o partido simplesmente esquecer d. Marisa Letícia, a ex-primeira-dama falecida há cinco anos, que não foi homenageada em nenhum evento partidário desde que Janja passou a ocupar mais espaço. Há quem defenda que d. Marisa seja homenageada no lançamento da candidatura oficial, no final de julho.
De A a Z/ A posse de Raul Jungmann no Ibram reuniu a ex-ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, ministros do Supremo Tribunal Federal, como Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, o presidente da Câmara, Marcelo Ramos, o vice-líder do governo na Câmara, Evair de Mello (PP-ES).
Queiroga em movimento/ O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estará no Rio de Janeiro neste domingo para lançar a ação de Incentivo à Atividade Física (IAF), com direito a caminhada na orla de Copacabana. O evento é para chamar a atenção da população para a necessidade da prática de exercício físico. Este ano, a previsão é um investimento de R$ 100 milhões com a contratação de profissionais de educação física, a readequação e recuperação de espaços públicos para a prática de exercícios e compra de materiais.
Deputados nordestinos do PL, do PP e do Republicanos já avisaram às respectivas direções partidárias que vão cuidar da própria campanha nos estados, sem vinculação com a do presidente Jair Bolsonaro. A ideia dos parlamentares é manter uma certa distância do chefe do Executivo, especialmente nos estados onde Lula apresenta o dobro das intenções de votos de Bolsonaro. A avaliação deles vai na linha do “precisamos sobreviver” e, por isso, vão seguir o “cada um por si”.
No PL, será mais difícil manter esse distanciamento do presidente da República. Afinal, é o partido de Bolsonaro, e o nome dele estará em todo o material de campanha da legenda.
Rueda informa
Meio avesso a entrevistas, o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda, afirma à coluna que a reivindicação dos deputados para que o partido financie as pré-campanhas não será atendida. “Não prometemos financiar pré-campanha. Não existe financiamento de pré-campanha. Não vou colocar em risco o meu CPF, o do presidente do partido e o da tesoureira financiando algo que não está na legislação eleitoral. Seguiremos estritamente o que está na lei.”
A união das tensões
Ao juntar as apurações das milícias digitais com as investigações sobre os ataques às urnas eletrônicas, o ministro Alexandre de Moraes tenta preparar terreno para ações futuras. No plano político, já tem muita gente interessada em montar estratégia para o caso de o presidente Jair Bolsonaro continuar atacando as urnas com o objetivo de elaborar uma narrativa que lhe permita rejeitar um resultado eleitoral desfavorável à reeleição. Daqui até outubro, ninguém terá tranquilidade.
Saída honrosa
Congresso e Supremo Tribunal Federal tentam encontrar um meio para resolver o caso Daniel Silveira (PTB-RJ) e, ao mesmo tempo, não desmoralizar instituições. As avaliações até aqui são de que a Corte não tem como desfazer o perdão concedido por Jair Bolsonaro ao deputado. O jeito, dizem alguns, é jogar o assunto para resolução no Parlamento.
Por falar em Parlamento…
O presidente da Câmara, Arthur Lira, deixou o assunto Daniel Silveira em “banho-maria” e não pretende tirar desse fogo brando tão cedo.
E a terceira via, hein?
A bancada do PSDB deu carta branca ao presidente do partido, Bruno Araújo, para que negocie uma candidatura única. Só tem um probleminha: João Doria não abrirá mão da disputa para apoiar Simone Tebet, do MDB. A senadora, por sua vez, já declarou que não será candidata a vice de ninguém. Logo, a “carta branca” da bancada tucana e nada são quase a mesma coisa.
Almoço discreto/ O ministro da Justiça, Anderson Torres, almoçou com o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda. Perguntado se vai para o partido, Torres apenas sorriu. O ministro não será candidato agora, mas dá todos os sinais de que a política permanece nos seus planos.
Um abrigo para dois/ No União Brasil está Sergio Moro, um dos antecessores de Torres na Justiça e adversário ferrenho do presidente Jair Bolsonaro.
Sai daí rapidinho I/ Afastado da direção partidária há tempos, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não tem carta branca do pré-candidato Lula para negociar apoios. No comando petista, há quem diga que Dirceu age por conta própria.
Sai daí rapidinho II/ Desde os tempos do mensalão, quando o presidente do PTB, Roberto Jefferson, fez apelos para que Dirceu saísse do Planalto para não atrapalhar o então presidente Lula e usou a expressão “sai daí rapidinho”, o ex-ministro perdeu a ribalta. Mas nunca a influência na base do PT. Agora, nesta eleição em que Lula concorrerá pela última vez, o comando do partido não quer ruído.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre
Mais uma vez, o Tribunal Superior Eleitoral asseverou a lisura, a transparência e a segurança da urna eletrônica, em resposta a questionamentos elaborados pelo Ministério da Defesa. Infelizmente, é improvável que as explicações concedidas pelo corpo técnico do tribunal dissipem a celeuma — ou cortina de fumaça — alimentada pelo presidente Bolsonaro, seus eleitores e as Forças Armadas. Faz parte da estratégia eleitoral do candidato à reeleição colocar em xeque o sistema que o levou ao Planalto.
Tão grave quanto o diversionismo utilizado para questionar a lisura do processo eleitoral, é o deserto de propostas para enfrentar os imensos problemas que aguardam o próximo presidente em 2023. Inflação de dois dígitos, taxa básica de juros em igual patamar, contas públicas em estado lastimável e pobreza a níveis assustadores formam o cenário dificílimo para o próximo inquilino do Planalto, seja ele quem for.
Os dois candidatos com mais chance de chefiar o Executivo pouco ou nada dizem para tratar dessas questões. Enquanto o ex-presidente Lula recorre à nostalgia de seus governos anteriores para prometer um futuro promissor — sem dizer de maneira clara, por exemplo, o que pretende fazer da economia brasileira em 2023 —, Bolsonaro aposta na escalada do confronto, quando o país precisa de pacificação. Com a Terceira Via em estado de inanição, o país segue perigosamente para a curva da incerteza.
Fico
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), se preparou para a contra-ofensiva do Planalto ao movimento da bancada amazonense em favor da Zona Franca de Manaus. Ramos recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o ministro Alexandre de Moraes concedeu liminar que permite ao vice-presidente continuar membro da Mesa Diretora. Cabe recurso à decisão.
Piauí e Ceará em disputa
Uma disputa territorial envolvendo o Piauí e o Ceará por uma área fronteiriça de 2,8 mil km² pode alterar o mapa dos estados. O litígio corre no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2011, quando a Procuradoria Geral do Estado do Piauí reivindicou áreas situadas na divisa entre os entes federados equivalente a treze municípios cearenses. Na última semana, a governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), disse que vai pessoalmente “defender o Ceará” na Corte.
Desde o Império
A atual divisa entre os dois estados foi traçada em 22 de outubro de 1880, por Decreto Imperial. Em 1920, Piauí e Ceará permitiram ao governo federal fazer uma revisão cartográfica, mas isso não ocorreu. Desde então, áreas conhecidas como Cerapió e Piocerá, localizadas na Serra da Ibiapaba, permaneceram sob disputa.
Elas no Senado
No próximo dia 30, o Senado promove o Seminário Mais Mulheres na Política, a fim de discutir os desafios que impedem a valorização do gênero feminino. Elas formam a maioria do eleitorado, mas estão longe de ter representatividade nos círculos do poder. Segundo a mais recente atualização do TSE, o Brasil conta com 149.836.269 eleitores, sendo 79.224.596 mulheres e outros 78.444.900 homens.
Do TST ao Planalto
O presidente Jair Bolsonaro recebeu ontem os quatro últimos ministros indicados para ocupar uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral. O presidente da Corte, Emmanoel Pereira, conduziu o quarteto, formado pela ministra Morgana de Almeida Richa e pelos ministros Alberto Bastos Balazeiro, Amaury Rodrigues Pinto Junior e Sérgio Pinto Martins.
Mais um
Bolsonaro já nomeou cinco integrantes da Corte trabalhista. Pode indicar mais um, com a aposentadoria do ministro Renato Lacerda, em setembro.
A reunião do União Brasil serviu de termômetro do que está por vir no plenário da Câmara, quando a Medida Provisória do Auxílio Brasil de R$ 400 for à votação. Dos 52 deputados da bancada, nenhum foi contra quando Danilo Forte defendeu que o partido apresente uma emenda passando o benefício para os R$ 600 pagos no primeiro ano da pandemia, de forma a não deixar essa “bondade” como obra dos partidos de oposição. “Todos os entes federados tiveram aumento de arrecadação. E já que não querem ceder em impostos para aliviar o preço da energia e dos combustíveis, que deem esse dinheiro para a população mais pobre”, defendeu Forte, com o aval de toda a bancada. O único que ficou calado foi o líder, Elmar Nascimento. E, diz o ditado, quem cala consente.
Os partidos mais ligados ao governo, porém, vão apostar nos R$ 400, o piso do Auxílio que, em alguns casos, ultrapassa o valor de R$ 800. E deixar claro que é melhor aprovar do jeito que está do que voltar aos parcos recursos pagos pelo antigo Bolsa Família. A discussão promete.
Cena fluminense
Alguns cultos evangélicos no interior do estado do Rio de Janeiro começam com a entrada da bandeira do Brasil e o Hino Nacional. Quem esteve por lá recentemente viu que, quando a música para, um pastor diz: “A nossa bandeira jamais será vermelha”.
Eu sou você amanhã
Dificilmente, a maioria da Câmara dos Deputados vai corroborar a ordem do STF, de cassar o mandato de Daniel Silveira. A ordem que impera nos partidos é na linha do que foi dito pelo presidente Arthur Lira, ou seja, o Parlamento é quem decide a sorte dos deputados.
Direito autoral
Se fosse por um processo interno, Daniel poderia ser até punido, mas cassação por ordem do STF os parlamentares tendem a rejeitar.
Nossos índios estão sozinhos
A denúncia do caso de estupro e morte de uma menina ianomami de 12 anos, em Roraima, obteve até aqui respostas protocolares das autoridades locais. Em Brasília, silêncio de todos os ministérios, seja de Direitos Humanos, seja da Justiça. E se fosse a sua filha?
Terrivelmente chateado/ A alguns amigos, o presidente Jair Bolsonaro disse que, se soubesse que o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, votaria contra Daniel Silveira, teria escolhido Ives Gandra Martins Filho ou Augusto Aras para o STF.
Por falar em escolhas…/ O ex-ministro Carlos Marun (MDB) decidiu que não será candidato a nada. “Descobri que há vida fora do Parlamento”, diz ele.
A boa regra/ Na exposição em homenagem aos 62 anos de Brasília e do Correio, diversas autoridades comentavam o indulto a Daniel Silveira — exceto o ministro Gilmar Mendes. Ele só fala nos autos.
Portfólio/ Onde a deputada Bia Kicis vai, ela carrega o relatório do trabalho de seu período na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Em 2021, em plena pandemia, foram apreciadas ali, em 2021, 934 matérias, entre elas o projeto que prorrogou o subsídio para 17 setores da economia, que ela negociou pessoalmente com o ministro Paulo Guedes.
A depender das conversas entre ministros do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso avançou o sinal ao dizer que as Forças Armadas estão orientadas a pôr em dúvida o processo eleitoral no Brasil. Nos bastidores, há quem tema que as declarações de Barroso sirvam para que as Forças tomem partido nessa tensão entre o Poder Executivo e o Judiciário e para que o presidente Jair Bolsonaro inclua outros temas, muito além da graça que Bolsonaro concedeu a Daniel Silveira.
A citação por parte de Bolsonaro do novo marco para demarcação de terras indígenas, em discussão no Supremo Tribunal Federal, é vista como um exemplo. O presidente não pode simplesmente dizer que não cumprirá uma determinação da Suprema Corte.
Muita calma…
Os líderes partidários mais aliados ao Planalto não estavam muito dispostos a entrar nessa briga entre Planalto e Supremo Tribunal Federal. Mas o projeto da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que concede anistia ao deputado Daniel Silveira, tenta colocar a turma no redemoinho.
…nessa hora
Em princípio, a ideia que alguns vão levar ao presidente da Câmara, Arthur Lira, é deixar esse projeto tramitando normalmente, para esperar um pouco e ver se esfria a tensão entre Planalto e STF. Falta combinar com os bolsonaristas, ávidos por ver Daniel Silveira candidato.
Ou vai ou racha
O início das inserções de rádio e tevê do PSDB é a esperança dos aliados de João Doria dentro do partido. Se subir alguns pontinhos e reduzir a rejeição, ninguém tira a candidatura dele.
Nem vem
No MDB, porém, há um grupo que não quer saber do tucano. Muita gente diz que, se Simone Tebet não for candidata, uma ala apoiará Lula, e outra, Bolsonaro. No DF, como o leitor da coluna já sabe e o telespectador do CB.Poder também, o governador Ibaneis Rocha apoiará Bolsonaro.
Por falar em DF…
O pré-lançamento da candidatura de Damares Alves ao Senado foi lido, nos bastidores, como um sinal de que nem tudo está tão tranquilo para a deputada Flávia Arruda na base bolsonarista. Até aqui, a ex-ministra da Secretaria de Governo era considerada o nome para a vaga, em parceria com Ibaneis Rocha à reeleição. O movimento de Damares embaralhou esse jogo.
… o jogo é bruto
Agora, está reaberto o leque de especulações sobre uma possível candidatura de Flávia Arruda ao governo. Aí tem outro problema: parte dos bolsonaristas não quer. Até julho, temporada das convenções, tem conversa.
E por falar em Dia do Trabalho…/ Com o propósito de incluir motoristas e entregadores que atuam por meio de plataformas digitais no sistema público da previdência, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) pretende reunir parlamentares, empresas, governo federal e acadêmicos no evento Plataformas Digitais nesta quarta-feira, 27, no auditório da FGV, em Brasília, para debater o tema, o futuro da proteção social no trabalho digital.
… eles querem discutir/ Já confirmaram presença o secretário-executivo do Ministério da Fazenda e Previdência, Bruno Dalcomo; os deputados Rodrigo Coelho (Podemos-SC), Marco Bertaiolli (PSD-SP), Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Paulo Ganime (Novo-RJ). A Amobitec, que representa empresas como Uber, 99 e iFood, defende a construção de um ambiente regulatório com segurança jurídica para o modelo de negócio das plataformas.
Anteprojeto/ A ideia é chegar a um sistema que propicie a proteção social aos profissionais independentes, que hoje totalizam cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil. No evento, será apresentada uma carta de princípios do setor sobre o tema, que já vem sendo citada como algo que poderá ajudar na construção de uma nova legislação a respeito.
É lá/ Ficou a ver navios a turma que costuma fazer fila na casa do ex-presidente José Sarney todo 24 de abril para cumprimentá-lo pelo aniversário. Os 92 anos foram comemorados no Maranhão. Com Roseana Sarney candidata a deputada federal para puxar votos, a maioria da família não sai de lá.
Se vencer a disputa presidencial, PT não apoiará reeleição de Arthur Lira
Antes mesmo de aberta a temporada oficial da campanha deste ano, o PT já sabe o que não fará em fevereiro do ano que vem, caso o ex-presidente Lula vença o pleito de outubro: não apoiará Arthur Lira para mais um mandato à frente da Câmara dos Deputados, ainda que o parlamentar tenha lastro para ser candidato. “O PT e seus aliados terão outro nome para a Presidência da Câmara”, afirmou o secretário-geral do partido, deputado Paulo Teixeira (SP), em entrevista à Rede Vida que foi ao ar esta semana.
Os petistas consideram que Lira hoje é do grupo aliado ao presidente Jair Bolsonaro e está muito ligado ao governo. Portanto, não será o nome defendido pelo PT.
Procuradoria paulista faz escola
Depois que a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo pediu ao Ministério Público no estado que investigue se a transferência de domicílio eleitoral do ex-juiz Sergio Moro obedeceu às normas legais, a procuradoria gaúcha cogita fazer o mesmo com o vice-presidente Hamilton Mourão.
Noves fora…
Os bolsonaristas têm feito as contas e consideram possível que o presidente Jair Bolsonaro ultrapasse Lula nas pesquisas até julho. Para isso, acreditam que basta dar uma “melhoradinha” na economia.
… menos um
A avaliação é de que, além da economia, o tema que poderia dar mais trabalho era a pandemia. Esse assunto, porém, já está de saída da agenda eleitoral. Apesar das milhares de mortes, a euforia por andar sem máscaras e a oferta de vacinas a todos terão mais destaque. Afinal, o brasileiro tende a ver o lado positivo das coisas.
Atentado?
O ataque ao jornalista Gabriel Luiz no Sudoeste, bairro nobre e de classe média alta da capital da República, mobilizará todos os segmentos políticos, em busca de uma investigação séria e rápida. Muito esquisito não terem roubado nada do rapaz, considerado um exímio repórter investigativo. Não pode ter a mesma velocidade de apuração do atentado à vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro.
Não confie/ A senadora Simone Tebet (MDB-MS) terá de ter cuidado redobrado quando chegar a hora de ser indicada oficialmente candidata do MDB à Presidência da República. A turma do Nordeste, que apoiará Lula, não é fácil.
Histórico/ Em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso era presidente, candidato à reeleição, e uma parcela expressiva do MDB defendia a continuidade da parceria, o então pré-candidato Itamar Franco foi humilhado na convenção do partido, que teve vidros quebrados.
Nem tanto/ A sorte de Simone Tebet é que quem mais humilhou o ex-presidente Itamar Franco à época foi o então líder do PMDB, Geddel Vieira Lima. Atualmente, depois do “apartamento-caixa-forte” e da prisão, não tem mais moral para exigir nada da legenda.
E o Alckmin, hein?/ O discurso de Geraldo Alckmin para as centrais sindicais virou uma saraivada de memes. Ele já foi chamado até de “Chêraldo”, numa referência a Che Guevara. Só tem um probleminha: se a chacota for demais, a chapa corre o risco de virar uma piada e atrapalhar a pré-campanha de Lula.