Autor: Denise Rothenburg
Wesley Batista diz que Brasil é a “bola da vez” e anuncia investimentos de R$ 38,5 bilhões
Paris _ Ao participar do Forum Esfera Internacional, em Paris, o empresário Wesley Batista anunciou um plano de investimentos de R$ 38,5 bilhões do Grupo J&F no Brasil para o período de 2023 a 2026, coincidente com o mandato do presidente Lula. A expectativa é a geração de 30 mil novos empregos diretos no país. O plano foi apresentado durante a participação do executivo no painel “Brasil, o melhor negócio do mundo”, no Fórum Esfera Paris, que contou com a presença do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que também apresentou o Brasil como o país do futuro.
Os R$ 38,5 bilhões serão investidos em quase todas as empresas que integram o conglomerado. Entre os investimentos planejados pelo grupo está a implantação da segunda linha de produção da Eldorado Brasil Celulose, em Três Lagoas (MS), um projeto de R$ 20 bilhões e 10 mil empregos. A empresa também prevê a construção de um ramal ferroviário de 85 quilômetros para conectar a fábrica diretamente à malha ferroviária.
Maior grupo empregador do Brasil, com 167 mil colaboradores diretos no país, a J&F atua em setores tão diversos quanto a produção de alimentos, celulose, mineração, geração de energia, higiene e cosméticos e serviços e tecnologia financeiros. Só a JBS, a empresa de proteína animal, entregará até 2024 R$ 3,5 bilhões em investimentos – todos já anunciados pela companhia, a exemplo da nova fábrica da Seara em Rolândia (PR), que será inaugurada este mês. Resultado de um investimento de R$ 1,1 bilhão, a intenção é fazer desta fábrica um dos maiores e mais modernos complexos de produção de alimentos preparados do mundo, com a geração de até 2,6 mil novos empregos quando todas as linhas previstas estiverem concluídas. Em 2024 a JBS vai inaugurar a ampliação da fábrica da Seara em Dourados (MS), com planos para virar um dos maiores complexos de preparados suínos do mundo, com 2,5 mil novos empregos diretos e um investimento de R$ 1,3 bilhão. Os investimentos da JBS incluem ainda a construção de uma nova fábrica de ração em Seberi (RS), a duplicação da unidade da Friboi em Diamantino (MT) e o início da construção do primeiro Centro de Pesquisas em proteína cultivada do Brasil, o JBS Biotech Innovation Center. Ao todo, 7,5 mil novos empregos serão gerados pela companhia.
“O Brasil oferece oportunidades únicas e tem construído um ambiente cada vez mais favorável aos negócios, com agendas claras de reformas e de meio ambiente, por exemplo”, afirmou Wesley Batista. O plano da J&F contempla, ainda, a expansão das operações e da logística da J&F Mineração, que investirá R$ 5,5 bilhões até 2025, em três obras que resultarão em 6,5 mil novos empregos. Também integram o plano os investimentos da Âmbar Energia na aquisição e construção de usinas e fazendas solares, além dos R$ 6,5 bilhões que o PicPay planeja alocar na construção de software e em novos negócios, gerando 3,6 mil novos empregos.
Os irmãos Batista, Wesley e Joesley, ao que tudo indica, estão numa nova fase. Viraram a página em relação à Lava jato e ao tempo em que Joesley gravou o então presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, onde ganhou o mundo a frase, “tem que manter isso”. O que eles querem agora é resgatar __ e manter __ é a imagem do grupo J&F, que começou do zero e se tornou uma das maiores, se não a maior, produtora de proteína animal do mundo.
A colunista viajou a convite da Esfera Brasil
Ao participar do primeiro painel do Forum Esfera 2023, logo depois do discurso de Barroso (leia post abaixo), o ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, experiente na política, praticamente lançou o nome do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, à Presidência da República. Sugeriu que ele está pronto para assumir o Planalto,o que provocou alvoroço entre os políticos presentes no auditório. “Nessa manhã comecei escutando discursos. O presidente da corte suprema fez discurso incrível. Atenção, senhor presidente, o senhor está pronto para uma nova presidência”, disse, referindo-se ao Planalto. “Foi um discurso excelente, de orientação politica forte, mais que orientação juridica”, disse Sarkozy. Barroso, no intervalo, respondeu:”isso não passa pela minha cabeça”.
Embora esteja fora do rol daqueles que potenciais candidatos ao Planalto, o atual presidente da Suprema Corte é visto pelos partidos como um nome que tem “pegada” para, quem sabe, compor uma chapa. Mal ou bem, após a fala de Sarkozy, Barroso virou um personagem ao qual os políticos vão prestar mais atenção.
Em Paris, Barroso explica protagonismo do STF e lança agenda para o Brasil
Denise Rothenburg
Paris (França) __ Em palestra nesta manhã, no Forum Esfera Paris 2023, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, listou o que considera a principal agenda do Brasil para esse momento e explicou que o protagonismo do Supremo se deve à abrangência da Constituição do Brasil. “O constituinte achou por bem cuidar de muitas matérias. É retirá-las da política e colocá-las no Direito”, disse Barroso, que, logo em seguida, completou: “É preciso que o interesse seja muito chinfrim para não chegar ao Supremo tribunal Federal”.
Com um grupo seleto de empresários na plateia, como os irmãos Batista, do grupo J&F, Rubens Ometto, da Cosan, de advogados e políticos, como a secretária da Casa Civil, Miriam Belchior, e o líder do MDB, Isnaldo Bulhões, Barroso citou os três pontos de maior insegurança jurídica do país e alta litigiosidade. Listou “as relações do trabalho, que reúnem mais de cinco milhões de processos”; as matérias tributárias, tributário, que ele espera que seja diminuído com a reforma, e as questões relacionadas à saúde, ou seja, acesso a medicamentos de alto custo e planos de saúde. Assuntos que, na avaliação dele, precisam ser resolvidos.
Num discurso político, o presidente do STF mencionou a Constituição como o ponto de partida para a sonhada união nacional em prol de sete temas que considera fundamentais para o desenvolvimento do país. Começou com o combate à pobreza: “Seis pessoas têm a riqueza de 100 milhões, o que nos mostra o grau perverso da desigualdade no país”, disse Barroso. Ele mencionou ainda o desafio de melhoria dos índices de crescimento econômico, que, entre 2002 e 2022 ficou na média em 2,2%. “Sem voltar a crescer, não haverá o que distribuir”, disse.
Barroso citou o Ministério da Educação como o mais importante: “Sem uma educação básica de qualidade não daremos o salto que o Brasil precisa” e, em seguida, mencionou o preconceito contra a livre iniciativa e o empreendedorismo no Brasil. “A iniciativa privada é a maior geradora de riquezas, sem ela não teremos crescimento econômico”. E, em seguida, mencionou a área que considera mais importante para o país dar o salto, ciência e tecnologia. “Quando éramos jovens, as grandes empresas eram as exploradoras de petróleo, as da indústria automotiva e de equipamentos, como a General Eletric. Hoje, são Apple, Amazon, Facebook, Google, Microsoft. É a nova economia e, se não investirmos em ciência e tecnologia, vamos ficar para trás nessa nova economia”, alertou Barroso.
O presidente da Suprema Corte incluiu saneamento básico como uma grande necessidade e a área ambiental como a grande promessa para o futuro. “O Brasil precisa assumir sua liderança ambiental no mundo. A sustentabilidade tem sido adiada no mundo. Decisões urgentes têm sido adiadas e as consequências virão daqui a 25 anos”, diz ele, referindo-se às decisões necessárias na área ambiental. “Seca na Amazônia, ciclones no Rio Grande do Sul nos mostram que essa não é uma questão abstrata”, comentou, ao mencionar que é falsa a visão de antagonismo entre o ambiental e o agro.
A colunista viajou a convite da Esfera Brasil
Ibaneis demonstra preocupação com o 7 de Setembro em Brasília
WASHINGTON — Ainda sentindo os reflexos do 8 de janeiro, que o deixou fora do cargo por mais de dois meses, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, revela uma preocupação com a festa de 7 de Setembro na semana que vem. Ao se referir ao “gravíssimo incidente” de 8 de janeiro durante palestra no Lide Brazil Development Forum, Ibaneis foi incisivo: “Brasília é um palco de grandes mobilizações nacionais, tudo acontece lá. Semana que vem, o 7 de Setembro é uma preocupação, haja visto o que ocorreu no passado. Têm-se muito medo do que pode acontecer nesses eventos”, afirmou.
No último 7 de Setembro, alguns manifestantes tentaram furar o bloqueio da Polícia Militar e seguir para o Supremo Tribunal Federal, mas foram contidos e desistiram. Havia também muitos manifestantes portando faixas que pediam intervenção militar e o fechamento do STF e/ou impeachment de ministros, como Alexandre de Moraes.
No evento do Lide, o governador usou as preocupações do Sete de Setembro e o 8 de Janeiro para tentar explicar aos empresários e políticos as peculiaridades de Brasília, uma cidade complexa de ser administrada. “Quase não gera tributos para pagar suas despesas. Se não fosse o fundo constitucional, não teríamos”, diz ele. Nesse sentido, o governador, além de agradecer a manutenção do FCDF, citou ainda as dificuldades inerentes à capital que tem a maior renda per capita do país e a maior favela do Brasil, problemas grandes e muitos próximos do centro de poder do país. “Brasília tem que ser entendida assim: Como capital da República, sede de todos os poderes, de todas as representações diplomáticas”, disse Ibaneis.
O governador citou ainda o sonho e o projeto de Juscelino Kubitschek, de a cidade integrar o país. “Brasília foi criada para isso, integrar o Norte e Nordeste ao Sul e Sudeste. Não temos muita possibilidade de industrialização, temos que ter destaque nessa área de logística para integrar o país”, informou. Além do evento do Lide, Ibaneis fez um périplo por todos os bancos de fomento em Washington, para apresentar os projetos em curso no Distrito Federal.
Washington – Palestrante no Lide Brazil Forum Development em Washington, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou a empresários que o resultado do Produto Interno Bruto do segundo trimestre de 2023 “foi uma boa surpresa”. O PIB, de 0,9%, ficou acima das expectativas do mercado, que era de 0,3%.
A boa surpresa em relação às expectativas não deixa, porém, de gerar reocupações. É que o PIB do primeiro trimestre foi de 1,9%, graças ao setor agropecuário que teve um bom desempenho. Agora, avisam os empresários, é preciso prestar atenção no fiscal e ajudar as empresas, para que a desaceleração não persista.
A preços de hoje, está cada vez mais difícil segurar Ana Moser no cargo de ministra do Esporte. A pasta deve agregar Juventude e Empresas ( ou empreendedorismo) e ser entregue ao líder do PP, André Fufuca. Assim, o governo atenderia o desejo do PP, de ter um ministério com “ações na ponta”, ou seja, com um trabalho direto junto a prefeituras.
Pelo desenho desta quarta-feira, o deputado Sílvio Costa Filho, do Republicanos, irá para o Ministério de Portos e Aeroportos, no lugar de Márcio França. Como está sem mandato, o ex-governador de São Paulo, ex-secretário de Geraldo Alckmin e ex-deputado, pode ir para uma estatal.
A reforma ministerial deve ficar para ser anunciada na sexta-feira, ou na semana que vem. Vejamos se, até lá, Ana Moser consegue recuperar o posto.
Ah, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dais, que hoje lança o Brasil sem Fome ao lado do presidente Lula, permanece onde está.
Ao indicar a advogada Daniela Teixeira para ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o presidente Lula tenta construir um discurso para deixar a questão de gênero fora da indicação para o Supremo Tribunal Federal. ele terá que indicar um novo nome para o STF no final de setembro, quando da aposentadoria da ministra Rosa Weber, atual presidente da Suprema Corte. Lula já avisou aos aliados que não fará a escolha do substituto de Rosa com olhar para questões de gênero ou raça. O tema inclusive foi abordado na entrevista do advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, ao Correio Braziliense, há alguns dias. Marco Aurélio anunciou com todas as letras que Lula tem que ter liberdade para escolher o futuro ministro do STF, sem levar essas questões em conta.
E, como o leitor da coluna e do blog já sabem há tempos, Lula está entre o ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Aliás, todas as vezes que alguém tenta puxar o assunto STF com o presidente, ou ele sai de fininho, ou simplesmente deixa o sujeito no ar. O presidente só fará a indicação depois que rosa Weber deixar o STF, no final de setembro. E bom a bancada feminina se conformar, porque, o que se diz no Planalto, é que a escolha de Daniela Teixeira para o STJ, vale por duas.
De volta ao Brasil depois de uma semana de intensa agenda internacional, o presidente Lula está apreensivo. Porém, não se trata nem da reforma ministerial que pretende fazer nos próximos dias, nem das votações na Câmara. O que tem tirado o sono do presidente é saber que será submetido a uma anestesia geral. O presidente confidenciou a aliados que tem pavor desse tipo de anestesia, necessária para a artroplastia do quadril, que Lula terá que fazer em outubro. A artrose que Lula desenvolveu no quadril é herança do tempo em que passou em Curitiba. Naquele período, o presidente fazia quase duas horas de esteira por dia e isso ajudou a agravar a artrose.
Já está definido que a cirurgia será feita em Brasília, porque o presidente não poderá viajar de avião depois do procedimento, pelo menos, nos primeiros 20 dias, para não correr o risco de uma trombose. A recuperação dessa cirurgia também é difícil, porque Lula ficará de andador e muletas por algum tempo. O período dependerá da recuperação. Dadas as preocupações do presidente com a anestesia, os assessores tentam poupá-lo das notícias amargas, mas alguns desavisados chegam ao gabinete presidencial e, ao perguntar da cirurgia, mencionam casos de personagens com mais e 80 anos que não tiveram sucesso. Dia desses, um aliado chegou contando do caso do ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, de 86 anos, falecido recentemente. Lula, que está muito bem de saúde, apesar das dores no quadril, não gostou.
Antes da cirurgia, o presidente tem duas viagens estratégicas. Lula irá à Índia, para a reunião do G-20, e aos Estados Unidos, para o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Também está prevista uma escala em Cuba. Depois da cirurgia, um dos primeiros compromissos do presidente fora do Brasil será a COP 28, nos Emirados Árabes, a partir de 30 de novembro. De lá, deve seguir para a Alemanha. As reuniões são importantíssimas para o Brasil, especialmente, a cúpula do clima, onde os países que mantêm suas florestas em pé esperam contar com a liderança brasileira para buscar recursos que levem à preservação ambiental. Até lá, dizem alguns profissionais de saúde que acompanham o presidente, Lula estará cem por cento de volta à ativa.
“Inserir taxação goela abaixo, na MP de isenção do IR, é covardia”, diz Lira
Num jantar que terminou quase nesta madrugada, num hotel em Brasília, o presidente da Câmara, Arthur Lira, avisou a um grupo de seletos empresários que o governo “errou na forma” ao incluir a taxação das offshores na medida provisória de correção da tabela do Imposto de Renda, sem combinar com os líderes partidários e agora será preciso muita conversa ainda hoje para definir o futuro desta MP, que perde a validade na semana que vem. Durante mais de duas horas, num evento promovido pelo portal Poder 360, Lira respondeu perguntas de empresários e jornalistas, inclusive do Correio Braziliense, sobre os mais variados temas econômicos e políticos.
O presidente da Câmara defendeu de forma veemente a reforma administrativa, como algo que tem que ser analisado até o final deste ano. Fugiu de uma única pergunta, a sua conversa com o presidente Lula, na semana passada. Foi direto ao mencionar que os partidos querem ministérios que tenham algum serviço na “ponta”, ou seja, no contato direto com os prefeitos. Citou, primeiramente, a Agricultura, “por começar com a letra ‘A”. Fez ainda uma ampla defesa da reforma administrativa e sobre a minuta do imposto sindical, avisou: “Essa história de querer voltar com o imposto sindical não passa na Câmara (…). O que for projeto para o país, sempre buscaremos entendimento. O que for ideológico, o governo que busque maioria para aprovar”, pregou. A seguir, alguns pontos abordados pelo presidente da Câmara.
MP do salário mínimo, correção do IR e tributação de offshores – Lira reúne hoje os líderes para discutir como ficará essa questão, que não é simples. O governo precisa compensar a perda de arrecadação com a correção da tabela do IR e, para isso, propôs a taxação de offshores. Ocorre que incluído na MP do IR e do salário-mínimo, não dá. A ideia dos congressistas é que essa taxação seja discutida no Congresso via projeto de lei, que não tem a urgência de uma medida provisória. O vídeo que o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, gravou falando que para aliviar a carga tributária dos mais pobres e da classe média, é necessário que os mais ricos, milionários e bilionários, paguem imposto. Os congressistas, que prometeram nos palanques não aumentar a carga tributária para ninguém, não gostaram do discurso não combinado. A MP perde a validade no próximo dia 28, segunda-feira. Lira reuniu os líderes a residência oficial antes do jantar e perguntou a todos quem havia sido consultado sobre o fato de o governo inserir a cobrança de imposto das offshores no texto da medida provisória do salário mínimo. Nenhum deles havia sido consultado ou informado. Assim, nesta terça-feira, no final da manhã, Lira mais uma vez reunirá os líderes para saber se o governo tem uma solução para esse imbroglio. “Ficou muito injusto misturar tabela do IR com offshore”, diz Lira.
Reforma ministerial: O presidente da Câmara disse com todas as letras que os partidos querem Ministérios que têm interlocução na ponta. Perguntado, já no final do jantar, quais seriam esses Ministérios, ele listou de forma direta; “Agricultura, Cidades, Integração, Saúde, Desenvolvimento Social, Esporte, são muitos. Não se faz omelete sem quebrar os ovos”, comentou a respeito da dificuldade em acomodar o centrão. “O erro foi na hora de nomear, sem levar em conta os votos de cada partido. Agora, fica difícil. Acho que deveria deixar tudo isso, inclusive, para dezembro, como parte de uma reforma ministerial”, sugeriu, ao ressalvar que a escolha era de Lula.
Orçamento: Lira considera __ e não deixa de ter razão_, quando diz que as RP 2 são menos transparentes do que as emendas parlamentares. Ele tem cobrado essas questões do governo. Lira acaba colocando uma conexão entre Ministério e Orçamento, ao mencionar o ministro da Agricultura, Carlos Favaro: “Ele mandou milhões de reais para o estado dele É ministro só do Mato Grosso?”
Exploração de petróleo no mar equatorial: “É lamentável que, sem nenhum estudo mais aprofundado, a gente tenha a negativa. Acho que isso vai mudar”, afirmou o presidente da Câmara.
Reforma administrativa: “O governo terá que discutir a reforma administrativa até o fina do ano. Não queremos tirar um direito adquirido de ninguém. Mas o governo vai ter que segurar a despesa. Até em casa, sabemos que é assim. É o normal o básico da vida”, diz ele. O presidente da Câmara pretende discutir esse tema com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Nós escolhemos Haddad como interlocutor e ele não poderá se desviar disto”, diz.
Visão geral dos Poderes; “Somos (o Parlamento) a Geni. Quando alguma coisa sai dos trilhos, é o Congresso quem paga, Câmara e Senado, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores”.
O governo ainda não conseguiu fechar a reforma ministerial e a tendência é de mais um adiamento. O problema agora é que o governo não quer __ e acredita que não pode __ ceder o Ministério do Desenvolvimento Social justamente para o PP, partido de Ciro Nogueira, hoje adversário do atual ministro, Wellington Dias, no Piauí. Aliás, ontem, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, descartou a inclusão do MDS na reforma. O deputado André Fufuca, líder do PP na Câmara, embora seja ligado ao presidente do partido, não é o problema, ele continua “nomeado” para o governo. Porém, o que os petistas dizem é que não dá para entregar o MDS comandado por Wellington justamente para o partido presidido por quem vive falando mal de Lula e do governo no Piauí, onde Ciro e Wellignton têm suas bases eleitorais.
O que está praticamente certo é a nomeação de Sílvio Costa Filho para Portos e Aeroportos, tirando um Ministério do PSB, aliado de primeira hora. O PP não quer Portos e Aeroportos, por isso, a preços da manhã desta sexta-feira, está descartada a entrega do MDS a Sílvio Costa Filho e Portos e Aeroportos ao PP. O Progressistas quer algo que tenha relação direta com os municípios.
A área de Portos e Aeroportos está sob o comando de Márcio França, um dos construtores da chapa Lula-Alckmin, que garantiu a vitória. Também não é algo que o PSB esteja satisfeito. O Republicanos preferia Esporte, mas, a pedido de Janja, Lula não vai tirar Ana Moser.
E, assim, a perspectiva nesta manhã é a de que a reforma fique para quando Lula voltar da África, na semana que vem. Nunca uma reforma ministerial demorou tanto e se mostrou tão intrincada. Para um presidente da República que está em seu terceiro mandato, as apostas eram as de que essa construção seria ser mais fácil.