Boulos e as lições de Mano Brown

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, COP30, Economia, Eleições, GOVERNO LULA, MDB, Política, Senado

Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 23 de outubro de 2025, por Carlos Alexandre de Souza com Eduarda Esposito

Crédito: Kleber Sales

Em vídeo postado nas redes sociais, o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guiherme Boulos, anunciou a missão que recebeu do chefe do Planalto:

“Ajudar a botar o governo na rua. Rodar o Brasil, conversar com nosso povo, ouvir as demandas, ao mesmo tempo apresentar aquilo que o governo tem feito” .

O cargo ocupado por Boulos tudo diz sobre a estratégia de reeleição de Lula. Em 2026, o PT pretende mostrar que mudou muito desde 2018, quando, em uma rara autocrítica, ouviu do cantor Mano Brown de que o partido havia se afastado das massas. “Falar bem do PT para a torcida do PT é fácil” , alertou o rapper, que foi vaiado durante o comício no Rio de Janeiro.

Recentemente, Mano Brown disse a Lula que, neste terceiro mandato presidencial, viu transformações na mesa do brasileiro, nas favelas de São Paulo, nas cidades pobres do país. Mas que os jovens veem o líder – e o próprio artista – como integrantes do “sistema”. Mais um alerta.

Enquanto a situação busca ampliar a conexão com o eleitor, a oposição se digladia para definir um sucessor de Bolsonaro. Com exceção ao deputado Nikolas Ferreira, fenômeno das redes sociais, ainda está por vir um interlocutor da direita que consiga fazer frente aos movimentos do Planalto.

Ficou nisso

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou durante almoço  a Casa Parlamento do grupo Esfera que não deve haver mais mudanças no ministério de Lula até março do ano que vem. O senador acredita que os integrantes da Esplanada sairão somente no momento da desincompatibilização, e que os secretários executivos devem assumir as pastas. Assim como foi feito em 2006.

MDB e o Brasil

O ex-presidente José Sarney esteve presente no evento do MDB no Centro de Convenções Brasil 21. O encontro marcou o lançamento do documento “Caminhos para o Brasil” , nos moldes do “Ponte para o futuro” , lançado em 2015 pela legenda. Os dirigentes do partido evitam antecipar se estarão ou não com o presidente Lula em 2026.

Caminhos a seguir

De acordo com o presidente da MDB, Baleia Rossis (SP), no momento, três alas dividem o partido: a primeira apoia um candidato de centro-direita; a segunda aposta na reeleição do presidente Lula; a terceira defende uma candidatura própria. Baleia Rossi afirmou que o MDB baterá o martelo sobre eleições na Convenção partidária do ano que vem.

Língua ferina

Ciro Gomes chegou ao novo partido, o PSDB, adotando o velho estilo mordaz. Na filiação à legenda, em Fortaleza, com a presença de bolsonaristas, criticou as alianças de Lula para chegar à Presidência. “Quem ele chamou para ser o vice? Geraldo Alckmin, fundador do PSDB e agora socialista, para eles” , disse Ciro. Em outro momento, desafiou os adversários: “Aqui não tem ladrão. E lá”?

Minas no more

A decisão do governador de Minas, Romeu Zema, de não participar da COP30 em Belém e retirar o Minas Day da reunião de cúpula do clima, atiçou a oposição. “Zema foge do debate climático. A pergunta: não vai à COP por negacionismo ou pelo escândalo de corrupção das mineradoras revelado na Operação Rejeito?” , disparou a deputada Duda Salabert (PDT-MG). O Minas Day foi antecipado para a pré-COP, no Rio de Janeiro. O evento é conhecido por divulgar políticas ambientais no estado e oportunidades de investimento.

Lobby republicano

Os profissionais de relações institucionais e governamentais (RIG) — também conhecidos como lobistas — pressionam o Congresso Nacional para votar a regulação do setor. A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) afirma que, enquanto não houver avanço nesse tema, os profissionais continuarão sujeitos a interpretações equivocadas e ilações sobre práticas que são legítimas no funcionamento das democracias contemporâneas.

Jogo normal

Para a Abrig, o trabalho do profissional de RIG é o que acontece diariamente no Congresso Nacional. “É parte natural do processo democrático. Setores da sociedade — especialistas, acadêmicos, empresas, associações e entidades — apresentam sugestões e contribuições técnicas aos parlamentares, que têm plena autonomia para acolher, rejeitar ou modificar tais propostas” , afirma a entidade.

Ministros da federação União Progressista têm prazo para sair do governo

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Crise entre os Poderes, Economia, Eleições, EUA, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, Senado, STF, Tarifaço de Trump

Coluna publicada na quarta-feira, 20 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Pelo menos dois ministros do governo Lula vão receber um ultimato para deixar o governo no final do ano. André Fufuca, do Esporte, filiado ao Progressistas, e Celso Sabino, do Turismo, que integra a bancada do União Brasil. Porém, como política não é matemática, há um grupo interessado em permanecer no governo, especialmente por causa das emendas.

Crédito: Caio Gomez

Esporte e Turismo agregam grande contingente e podem auxiliar a imensa bancada do União Progressista, de 109 deputados, a mostrar serviço junto ao eleitor. Diante dessa perspectiva, a ideia é deixar que tanto Fufuca quanto Sabino só saiam do governo no prazo de desincompatibilização, em abril.

Crédito: Denise Rothenburg/CB/D.A Press

O chamado

A única chance de os ministros saírem ainda este ano é se houver uma definição em torno de uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — que prestigiou o lançamento da federação que une o PP e o União Brasil (foto). O União Progressista, poderoso em número de deputados e senadores, pretende definir um candidato ao Palácio do Planalto até o final do ano. A ideia é insistir numa candidatura de Tarcísio, que só pode sair se receber o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado a maior incógnita no cenário.

O tempo é senhor da razão

No governo, a avaliação é de que, se Lula melhorar sua performance nas pesquisas, União Brasil e PP racham, com uma parcela expressiva voltada à reeleição do presidente da República. Fufuca, por exemplo, tem dito que seu voto é de Lula. Aliás, no evento do União Progressista, o ministro do Esporte fez “cara de paisagem” ao discurso dos oposicionistas e nem se juntou aos aplausos daqueles que defenderam uma postura de oposição — leiam-se o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e ACM Neto.

Ruptura

Para aliados do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cassar seu mandato é romper, de vez, relações diplomáticas com os Estados Unidos. Os parlamentares que apoiam o parlamentar afirmam que se a Câmara cassar o filho 03, será uma demonstração de perseguição política igual a que acusam o Judiciário de fazer ao ex-presidente.

Discurso para o empresariado

Parlamentares do PL querem separar as estações tarifaço e Alexandre de Moraes. A ideia é resgatar o apoio empresarial, dizendo que Eduardo Bolsonaro não foi aos Estados Unidos para pedir o tarifaço ao presidente Donald Trump, mas sim trabalhar pela sanção ao ministro do Supremo Tribunal Federal. Tentarão emplacar a história de que a culpa pelo tarifaço é da aproximação do Brasil com rivais econômicos dos EUA, em especial a China e o Irã.

A onda da hora

O governo planeja enviar amanhã o projeto sobre regulamentação das redes sociais ao Congresso. A ideia é aproveitar o clima gerado pelo PL 2.628/22, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que trata da adultização de crianças nas redes. Assim, avalia o Executivo, a população pode até apoiar uma regulação mais ampla das plataformas.

CURTIDAS

O nome da Paraíba/ O senador Efraim Filho (União-PB) recebeu quase que a confirmação do presidente do partido, Antônio Rueda, de que será o candidato ao governo do estado em 2026 pela federação União Progressista. Nos bastidores é dito que a posição de Efraim na oposição lhe deu vantagem, já que Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) praticamente compõe a base do governo Lula na Câmara dos Deputados. É dito ainda que não há espaço para os dois na corrida.

Veja bem/ Com a perspectiva de concorrer novamente à Presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) tende a ser candidato à reeleição. Ou seja, não será empecilho a uma candidatura do União Brasil ao governo estadual. O nome do DF/ Na formalização da federação União Progressista, o governador Ibaneis Rocha — único nome do MDB presente — anunciou que sua candidata ao Palácio do Buriti, em 2026, é sua vice, Celina Leão (PP). Representa que começou a pavimentar a estrada rumo ao Senado pelo DF, nas eleições do próximo ano.

Nordeste sai na frente/ O governo de Alagoas firmou a primeira cooperação binacional contra a adultização. Wendel Palhares, secretário de Comunicação do Governo Paulo Dantas, acertou parceria de trabalho entre a Secom alagoana e a Office of Communications (Ofcom), a agência reguladora do governo britânico responsável por supervisionar a segurança on-line.

Prioridade às crianças/ Os objetivos centrais da parceria são proteger crianças e adolescentes na internet e combater a desinformação. A Ofcom criou regras para que redes sociais e plataformas digitais protejam usuários de conteúdos ilegais e nocivos, como abusos, golpes e desinformação.

Colaborou Victor Correa

Congresso deve aprovar a LDO só em agosto

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Cúpula dos Brics, Economia, GOVERNO LULA, MDB, Orçamento, Política, Senado

Coluna Brasília-DF para terça-feira , 1º de julho, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Pelo andar da carruagem, o Congresso Nacional, mais uma vez, votará a Lei de Diretrizes Orçamentárias depois do prazo, impedindo o recesso formal de deputados e senadores. Desde 2013, apenas cinco das 12 LDOs analisadas foram aprovadas dentro do tempo previsto. A última foi em 2022, relativa ao ano de 2023, o primeiro deste terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para completar, a audiência pública com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, prevista para hoje, ficará para a semana que vem, porque ela iria viajar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos bastidores do governo, há quem diga que, se o Congresso deseja emendas liberadas no início do ano, terá que ter o Orçamento aprovado dentro do período regulamentar. Até aqui, não são poucos os que priorizam festas e viagens, deixando o dever de casa para depois.

Crédito: Kleber Sales

» » » »

Veja bem/ O relator da LDO, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), fez, ontem, uma reunião técnica para avaliar o que era possível. Antes da audiência pública com o governo, ele não tem como apresentar o parecer preliminar, que serve de base para a elaboração das emendas parlamentares ao texto. Faltam apenas 17 dias para o recesso parlamentar. Se a ministra Simone Tebet comparecer na próxima terçafeira, serão nove dias para aprovar. Será um recorde ou um castigo de não entrar em recesso formalmente. “Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para entregar tudo dentro do prazo”, promete Gervásio.

Brics disperso…

As ausências de Xi Jinping, da China, e de Vladimir Putin, da Rússia, além da falta de integrantes de outros países dos Brics para a reunião de cúpula, no próximo fim de semana, é sinal de “dispersão” do bloco, avalia o professor de Geopolítica e Negócios Internacionais e coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da PUC-PR, João Alfredo Nyegray.

… num momento crucial

O professor explica: “O encontro, que deveria simbolizar a consolidação do bloco ampliado, infelizmente, já nasceu vazio. A ausência dos dois principais líderes do bloco não é apenas uma questão protocolar. Compromete a força simbólica e a capacidade decisória do encontro. O momento exige articulação de alto nível, mas o que se vê é dispersão”, afirma.

Quando entrar setembro

Quem já fez as contas sobre a federação MDB-Republicanos diz que, da parte dos emedebistas, está tudo praticamente fechado. O Republicanos, porém, tem seu tempo. O partido completa 20 anos em agosto e prepara uma série de eventos para marcar a data. Antes disso, não vai se federar com ninguém.

Por falar em MDB…

Os caciques do partido calculam que não há chances de o governo reaglutinar uma base parlamentar potente. Agora, é negociar caso a caso e esperar 2026 chegar. Há quem diga que, neste ano pré-eleitoral, a pecha de “só pensa em arrecadar” ecoa pelos quatro cantos. E nem todos acreditam que seja para atender aos mais pobres, uma vez que Brasil afora muitos serviços deixam a desejar.

CURTIDAS

Crédito: José Sarney

Pedido atendido/ O Tribunal de Contas da União acatou o pedido de quatro parlamentares e determinou a suspensão imediata dos repasses do Ministério do Trabalho à Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil (Unisol) e ao Centro de Estudos e Assessoria (CEA). Na decisão, o TCU constatou irregularidades, como falta de metas claras, ausência de cronograma de desembolso e repasse integral dos valores em apenas três dias após a assinatura dos contratos. A decisão suspende novos pagamentos e veda o uso dos valores já repassados até a conclusão da análise técnica. (Leia mais no Blog da Denise)

Enquanto uns curtem…/ …outros são sabatinados. Pelo menos três ministros de Lula têm audiências previstas em comissões do Parlamento esta semana — o da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; o de Comunicações, Frederico de Siqueira Filho; e a do Meio Ambiente, Marina Silva. Já os deputados, muitos estão em Lisboa, para o XIII Fórum de Lisboa, evento capitaneado pela faculdade IDP, fundada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

…e outros se exercitam/ Em suas redes sociais, o ex-presidente José Sarney ensina a receita inspiradora do alto de seus 95 anos (foto): “Muitos me perguntam sobre longevidade. Minhas segundas-feiras começam assim. Na fisioterapia com a Loise Aline, reencontro o movimento e aprendo, mais uma vez, que o corpo precisa de disciplina e paciência. O tempo nos ensina muitas coisas. Uma delas é que, para continuar, é preciso cuidar”, observa

Um ministro silencioso

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 28 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o perfil de ministro que deseja para a coordenação política do governo, que tende a anunciar nos próximos dias: alguém que não fique o tempo todo dando entrevistas, mas que tenha a liberdade de pegar o telefone, ligar para os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) — e seja atendido. Essa condição, o ministro Alexandre Padilha tinha perdido há tempos. Em relação a Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, nunca teve essa capacidade.

O nome que muita gente no governo torce para ver ali, e que atende a esse perfil, é o do líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), que tem, inclusive, o apoio de outros ministros. Afinal, é de Alagoas e consegue a proeza de transitar com desenvoltura por todo o Centrão, sem ficar o tempo todo sob os holofotes. Apesar da dupla identidade do MDB, que tem um pedaço no governo e outro na oposição, há quem aposte em Isnaldo para atrair ainda mais emedebistas para o entorno de Lula. Porém, ainda tem quem aposte em José Guimarães (PT-CE), a fim de não desequilibrar os ministérios do União, MDB e PSD.

Os “imexíveis”

Nos tempos do governo Collor, lá no início dos anos 1990, o então ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri, se referiu a si próprio como “imexível” para dizer que não estava demissionário. Pois, desta vez, diz-se o mesmo de alguns que Lula não vai trocar: Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades), Waldez Goes (Desenvolvimento Regional) e… Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

Veja bem

Silvinho, como o ministro é carinhosamente chamado pelos colegas, é visto como alguém que tem feito um bom trabalho onde está. E tem “entregas” para mostrar, numa campanha reeleitoral. Há quem pondere que tirá-lo da pasta de Portos e Aeroportos, para que ficasse apenas 11 meses na articulação política, seria tirar ritmo de uma área que está funcionando. Melhor deixar essa tarefa de negociação direta com os congressistas para um deputado que esteja, atualmente, no exercício do mandato.

Frigideira federal

Depois de Nísia Trindade, ex-ministra da Saúde, quem está passando por uma fritura é a ministra da Mulher, Cida Gonçalves. O clima entre os servidores da pasta é o mesmo que se via na Saúde — “vai, não vai”. À coluna, a ministra das Mulheres disse: “O presidente não falou nada comigo e não vou comentar”. A última polêmica de Cida foi a história do áudio vazado, publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo, em que ela reclamava que precisava mudar suas agendas para atender o presidente, a primeira-dama Janja e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Acabou o óleo

O PSD acredita que acabou a fritura do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. A aposta de hoje é que ele escape da reforma ministerial.

CURTIDAS

Outros compromissos/ Ainda que tenha a posse no cargo de ministro da Saúde adiada para 10 de março, segunda-feira pós-carnaval, Alexandre Padilha terá dificuldades de reunir representantes de todos os partidos. O PSD, por exemplo, estará em peso em Pernambuco, para a festa de filiação da governadora Raquel Lyra, que deixa o PSDB.

Por falar em Pernambuco…/ Ao ingressar no PSD, Raquel fica num partido que tem o leque aberto, com ligações tanto à direita quanto à esquerda. E vai tentar usar essa posição, de modo a evitar que Lula apoie uma possível candidatura do prefeito de Recife, João Campos. Só tem um probleminha: Lula não deixará de apoiar o filho de Eduardo Campos, seu ministro nos governos anteriores.

Dois prefeitos, um destino/ Com o badaladíssimo carnaval de Recife cantado Brasil afora, João Campos aproveitará esse período de visibilidade para mostrar serviço, rumo à candidatura ao governo, no ano que vem. No Rio de Janeiro, outro carnaval de destaque no país, o prefeito Eduardo Paes é mais um pré-candidato a governador que promete desfilar trabalho nesses dias de folia.

Já é carnaval/ Ontem pela manhã, na última sessão da Câmara dos Deputados antes do recesso para cair na folia, a maioria dos parlamentares estava no modo avião. Por isso, a sessão atrasou cerca de 30 minutos porque não havia nenhum dos integrantes da Mesa Diretora presente para iniciar os trabalhos.

Colaborou Victor Correia

Mandatos para ministro do STF: Lira é contra

Publicado em STF
Crédito: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

 

Se depender da posição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP_AL), será zero a possibilidade de aprovação de uma emenda constitucional sobre fixação de mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele já avisou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que não pretende colocar essa proposta em votação no ano que vem. Aliados de Lira avisam que o grupo não pretende seguir por esse caminho, porque a tendência é um ministro com mandato virar lobista de algum setor. A Suprema Corte tem que ter tempo para julgar e dedicação exclusiva. Não usar o cargo como um trampolim.

Rodrigo Pacheco vem sendo pressionado a colocar esse tema em votação no ano que vem e já se mostrou favorável a inclusão de proposta de emenda constitucional sobre esse tema na pauta do Congresso. Porém, vai depender do clima no Senado. Embora haja uma tendência favorável , a posição contrária de Arthur Lira tem algum apelo entre os senadores e ninguém quer ser taxado de abrir espaço para que algus possam usar o STF como trampolim para outros cargos.

 

Tarcísio e Marinho: dois ministros para elevar a popularidade de Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Os ministros Tarcísio de Freitas, da Infra-Estrutura, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, são vistos no Palácio do Planalto como os “ministros das entregas”. É com eles que o presidente Jair Bolsonaro conta atualmente para mostrar serviço junto à população. Tarcísio fez, esta semana, o que foi lido como “um gol de placa”, ao entregar a concessão antecipada das ferrovias Carajás e Vitória-Minas, e obter da Vale a construção de duas outras ferrovias.

Não por acaso, Tarcísio foi explicar esse tema na live presidencial de ontem. Marinho, por sua vez, tem recebido os louros da conclusão de obras no Nordeste, como o abastecimento de água na Bahia e Piauí, onde o presidente esteve ontem. Em tempo: ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro deu a missão de arrumar dinheiro para que haja mais entregas à população, inclusive o Renda Brasil.

O auxílio é fundamental para o Nordeste, região que o presidente busca conquistar, a fim de reforçar seu eleitorado para 2022. Até aqui, as propostas de Guedes para tentar arrumar recursos carecem de apoios no Congresso, por onde devem passar.

Ativo precioso

A forma como o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro foi às redes sociais defender a Lava-Jato, chamando-a de “a maior operação de combate à corrupção no mundo”, deixou na classe política uma certeza: ele é candidato em 2022, e a Lava-Jato sua bandeira. Até aqui, o partido que abriu as portas para recebê-lo foi o Podemos, do senador Álvaro Dias (PR).

Vai ter que engolir

A semana em que o Centrão se esfacelou deixa um recado claro para Bolsonaro. O capitão não tem saída, a não ser dialogar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). É quem tem o poder de comando na Casa e navega em todos os setores.

Eletrobras na lida…

Técnicos da Eletrobras tiveram uma reunião virtual com Maia. Eles encaminharam um estudo com as oportunidades de investimento da companhia, nos próximos anos, em transmissão e geração de energia. O documento mostra que a estatal tem recursos para gerar empregos no pós-pandemia, por meio de projetos de infraestrutura, em linha com os objetivos do programa Pró-Brasil, e sem romper a regra do teto de gastos.

…E na roda

Os técnicos argumentam que a Eletrobras lucrou R$ 24 bilhões nos últimos dois anos, tem mais de R$ 12 bilhões em caixa e um nível de endividamento reduzido. A estatal está na lista de privatizações do governo, mas depende de autorização do Congresso. Maia, no entanto, reafirmou aos servidores da companhia que o assunto não entrará na pauta dos próximos meses.

CURTIDAS

Sul vira campo minado/ Com a pandemia em alta no Sul do país, há entre os aliados do presidente muitos com medo de que ele perca votos na região. Afinal, o governo federal não teve uma coordenação nacional efetiva de combate ao coronavírus, faltam medicamentos básicos e sobra cloroquina, um remédio que não tem eficácia comprovada. E, por isso, não pode ser usado por todos pacientes.

Desativar minas!/ Depois do Nordeste, é para o Sul que Bolsonaro segue, a fim de conferir, in loco, a sua popularidade.

As voltas que o mundo dá/ Rogério Marinho (foto) não conseguiu votos para se reeleger à Câmara dos Deputados e, hoje, é uma das apostas para uma eleição majoritária, seja o Senado, seja o governo estadual.

Por falar em Senado/ Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem votos hoje em quase todos os partidos. Até Álvaro Dias já topou conversar.