Tag: Davi Alcolumbre
Blog da Denise publicado em 6 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg
Declarado o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do ex-presidente Jair Bolsonaro a Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), os partidos começam a fazer os cálculos sobre os movimentos do atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça como futuro presidente da Casa. Até aqui, ele tem se equilibrado entre governo e oposição, mas não ficará sempre em cima do muro. Bolsonaro quer o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial, do ministro Alexandre de Moraes. Pacheco, que vem do equilibrado PSD e de Minas Gerais, terra da ponderação e de “muita calma nessa hora”, segura como pode esses pedidos apresentados pelos oposicionistas. Aliados de Davi, porém, duvidam que o senador amapaense terá a mesma serenidade em relação a este tema.
Em 2026, Davi Alcolumbre termina seu mandato. Enfrentou dificuldades na eleição municipal, e o andar da carruagem aponta um cenário confuso para 2026. Embora sejam duas vagas para senador, não será tão fácil. Davi precisará de uma ideia força para se projetar junto ao eleitorado mais conservador, uma vez que a esquerda está ocupada. Se nada melhor surgir, há quem aposte que ele é bem capaz de sacar um pedido de impeachment contra ministro do STF. Embora equilibrado, Alcolumbre é antes de tudo, avisam seus amigos, um político que buscará a sobrevivência em 2026.
Lula e os Estados Unidos
Independentemente do resultado da eleição dos Estados Unidos, a aposta do governo é a de que os estadunidenses são pragmáticos. E vão conviver com o presidente brasileiro deixando de lado as paixões políticas.
A vida como ela é
Dos Estados Unidos, onde acompanha de perto a disputa entre Donald Trump e Kamala Harris, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma live para explicar aos bolsonaristas o apoio a Hugo Motta para presidir a Câmara. “Se fôssemos lançar um candidato nosso, vamos ser sinceros, não teria 100 votos. Se o PL não apoiar um candidato de centro, ficará isolado, e nossos opositores ficarão com as comissões. Não posso ser lacrador nem jogar para a plateia nessa questão”, justificou.
Presente de grego
Assim os deputados classificam a missão de Elmar Nascimento em relação ao projeto que estabelece as regras de apresentação e execução das emendas parlamentares ao Orçamento. “Ele terá que fazer a escolha de Sofia: ou atende ao Executivo ou aos deputados e senadores. E se atender aos parlamentares, talvez não atenda ao STF”. Ou seja, não tem solução que agrade a todos.
O teste
A urgência ao projeto que regulamenta as emendas, aliás, é considerada o grande teste da proposta. Se passar a urgência, tem jogo para aprovar tudo.
Se quiser, aprova/ Defensor ferrenho da reforma tributária, o deputado Luis Carlos Hauly (Podemos-PR) aposta que, se o governo e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, quiserem, a reforma tributária sai ainda este ano. Juntos, eles conseguem reunir 50 votos.
Com afeto/ Camila Funaro Dantas (foto), CEO da Esfera Brasil, esteve circulando ontem em Brasília para falar sobre eventos futuros. Nessa rodada, esteve com o presidente Lula e recebeu um beijo carinhoso.
A vez delas/ O salão nobre do Supremo Tribunal Federal será palco do lançamento do livro Democracia, eleições e participação feminina — Elas pensam o Brasil, que reúne artigos de diversas autoras do mundo do direito e da política. A coordenação é da secretária-geral da Presidência do STF, Aline Osório, e da promotora de Justiça Letícia Giovanini Garcia. O prefácio coube à ministra do STF Cármen Lúcia e a apresentação da obra ao presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso.
Enquanto isso, no Pará…/ Sede da COP 30 no ano que vem, Belém recebe a partir de hoje a Conferência Internacional Amazônia e as novas Economias, idealizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A primeira palestra do dia está a cargo de Laurence Tubiana CEO da ECF — Fundação Europeia do Clima.
… o futuro do planeta em debate/ Vamos lá moderar o painel sobre A nova visão de investimentos. Participam do debate o presidente da Febraban, Isaac Sidney; o diretor de Estratégia e mercados do Banco Safra, Joaquim levy; o presidente do Ibram, Raul Jungmann; o fundador da Osklen, Oskar Metsavaht; o vice-presidente de governo e negócios do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron; e Edney Maia Drummond, diretor presidente da empresa Lundin Mining.
Aprovação da reforma tributária em tempo recorde coloca Alcolumbre como grande aliado de Lula
Por Denise Rothenburg — A aprovação da reforma tributária em tempo recorde em primeiro turno no plenário guindou o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), à condição de grande aliado de Lula. Embora o texto esteja em debate há muito tempo e o relator Eduardo Braga (MDB-AM) tenha tido a habilidade de atender setores insatisfeitos para ampliar os votos, o fato de a conta fechar foi atribuída a Alcolumbre.
Assim, o senador amapaense conseguiu a proeza de ter sido guindado à Presidência do Senado pelo bolsonarismo, em 2019 e, agora, estar prestes a ser novamente candidato ao comando da Casa numa construção com atores ligados ao governo. Falta combinar com o MDB e o PSD, que fazem planos para presidir o Senado e também esperam o apoio do Planalto. Esse jogo já começa a aquecer em fogo brando nos bastidores.
————-
Salles vai para um pequeno
Pronto para deixar o PL, o deputado federal Ricardo Salles, pré-candidato a prefeito de São Paulo, encontrou as portas fechadas em todos os grandes partidos. Por isso, conversará com as legendas menores, com pouco tempo de tevê e recursos. A campanha será na base de sola de sapato e internet.
————-
Espremido
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que se prepare: da esquerda de Guilherme Boulos à direta de Ricardo Salles, todos pretendem responsabilizá-lo pelo caos provocado pela falta de luz depois das fortes chuvas que caíram na maior cidade do país. O tema é hoje o mote da pré-campanha de todos os atores da sucessão municipal.
————-
A visão comum
Enquanto Salles falava ao CB.Poder sobre a responsabilidade da prefeitura, Boulos fazia uma audiência pública na Câmara com as mesmas críticas de que a prefeitura não se preveniu de estragos causados pelas chuvas.
————-
De teste em teste
Até aqui, o governo não perdeu nenhuma votação comprometedora no Congresso. Hoje, vem mais uma prova: os vetos. O governo tenta pular essa fogueira e votar apenas o que for consenso. Se entrar o marco temporal de demarcação das terras indígenas e o Carf, a avaliação é de que a derrota virá.
————-
Curtidas
Levaram um pito/ Deputados e senadores posavam para o fotógrafo Jonas Carvalho, comemorando a aprovação da reforma tributária (foto), quando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chamou a atenção: “A foto está bonita, mas a votação não acabou e há um orador na tribuna”. A turma rapidinho desfez a pose.
Justo ele/ Quem estava na tribuna era o senador Rogério Marinho (PL-RN). Ele dizia que o texto dará ao Brasil o título de país com o imposto de valor agregado mais caro do mundo.
A imagem deles/ Na hora de votar, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) justificou que votaria favoravelmente à reforma em defesa do Amazonas. Começou a falar de forma tão intrincada que comparou o próprio discurso ao de ministros do STF. “Vou simplificar, porque está parecendo discurso de ministro do Supremo, que ninguém entende, e não quero ser comparado a eles: meu
voto é sim.”
Alcolumbre se movimenta e flerta com bolsonaristas para conseguir presidência do Senado
Por Luana Patriolino (interina) — De olho na presidência do Senado, em 2025, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), dá passos importantes em busca de seus planos políticos. Nos corredores do Congresso, ele negocia o apoio de seus pares e flerta com a bancada bolsonarista. Tudo isso em aliança com o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que recentemente sinalizou estar interessado em outros horizontes para a trajetória política.
Concorrentes
Os interessados na disputa pela presidência do Senado ainda não se manifestaram publicamente, mas é dado como certo que o candidato da ala bolsonarista mais radical será Rogério Marinho (PL-RN). No último pleito, ele foi derrotado por Pacheco, que, à época, era o nome do governo Lula.
E por falar em Pacheco…
O senador vive um momento distinto do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que, atualmente, busca mais espaço no governo Lula e aparece como peça de contenção de crises. Rodrigo Pacheco adotou uma agenda que confronta os interesses do governo e também do Judiciário. Ontem, o presidente do Congresso defendeu a PEC que limita a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que, segundo ele, servirá “para aprimorar o sistema constitucional”.
Rancores
Apesar de Davi Alcolumbre tentar se aproximar dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não foi esquecido o fato de que ele adiou por 141 dias a sabatina de André Mendonça, em 2021, na CCJ — indicado pelo ex-chefe do Planalto para assumir uma cadeira na Suprema Corte. À época, o parlamentar tentava emplacar o então procurador-geral da República, Augusto Aras, para o STF.
—————–
De cara nova
Prestes a completar 70 anos, a Petrobras lançou um novo site, como uma estratégia de aproximação do novo posicionamento da marca com os brasileiros. O novo portal foi desenvolvido pela Brivia, que apostou no destaque de assuntos conhecidos ou em alta no país. Na página, há espaços interativos sobre o pré-sal, inovação e tecnologia, novas energias, entre outros. “Trabalhamos dois anos para captar a essência que a empresa buscava”, relata à coluna o diretor da Brivia, Eliel Allebrandt.
—————–
Inteligência artificial nas eleições
Após o uso massivo de redes sociais e robôs nas campanhas eleitorais, a novidade do pleito municipal de 2024 será o emprego da inteligência artificial (IA). A análise é do consultor de marketing e especialista em Inteligência Artificial, Rodrigo Bertozzi. Segundo ele, a expectativa é de que a disputa do ano que vem supere o volume de investimentos de 2022 — quando 42% de todo o investimento financeiro foi direcionado para o ambiente digital.
—————–
Curtidas
Assistência psicológica / O Senado aprovou, nesta semana, um projeto que visa garantir às gestantes e puérperas o direito à assistência psicológica no Sistema Único de Saúde (SUS). A matéria é de autoria da deputada federal Renata Abreu (SP, foto), presidente nacional do Podemos, e segue para sanção presidencial — última etapa do processo legislativo antes de virar lei. “O estado emocional da mãe é determinante para o bom andamento do trabalho de parto e para o bebê. Igualmente, o puerpério é um período em que a mulher está debilitada física e emocionalmente”, disse a parlamentar à coluna.
Projeto imobiliário / Um grupo de 13 terrenos de propriedade da Fundação Universidade de Brasília (FUB) será objeto de estudos para geração de renda complementar para a Universidade de Brasília (UnB). A instituição contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estruturar o projeto de valorização de ativos imobiliários do local. De acordo com a modelagem preliminar, as áreas serão objeto de permuta para a construção de unidades residenciais e comerciais que, posteriormente, possam gerar receitas para a realização das atividades da UnB.
Bolsonaro circula com cautela para recuperar poder no Senado
Brasília-DF, por Denise Rothenburg
Protocolos I
Protocolos II
Coluna Brasília-DF
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), acredita ter 45 votos para fazer do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) seu sucessor. Eram os votos que ele havia trabalhado para apoiar sua campanha, naufragada depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A soma não inclui o MDB, partido com o qual Alcolumbre já não contou na sua eleição, em fevereiro do ano passado, quando concorreu contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Assim como Arthur Lira na Câmara, o candidato de Alcolumbre terá todo o apoio do governo de Jair Bolsonaro, ainda que seus líderes na Casa sejam do MDB.
No cenário atual, o presidente confia mais no DEM de Alcolumbre do que no MDB, uma legenda que o governo considera mais independente.
Conselho de advogado
Ao dizer que o dinheiro depositado pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, era para ele, Bolsonaro planeja puxar para si o processo das rachadinhas e, assim, travar tudo enquanto for o inquilino do Alvorada.
É que qualquer investigação que envolva o presidente, anterior ao mandato presidencial, só pode ser feita depois que ele deixar o cargo. Só tem um probleminha: Michelle é quem terá que dizer isso em juízo, algo que ela não quer.
Rodrigo Maia e a oposição
Nunca antes na história deste país, DEM e PT estiveram tão necessitados um do outro. Há um consenso nos bastidores de que só a união das esquerdas com o centro será capaz de fazer frente a Arthur Lira, já carimbado como o candidato do governo à sucessão de Rodrigo Maia na Presidência da Câmara.
O jogo para isolar Doria…
A ideia de fazer o lançamento do Plano Nacional de Vacinação, no Palácio do Planalto, foi a estratégia que o governo encontrou para entrar na linha da vacina, tentando tirar o protagonismo do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A próxima é fixar um contrato com o Butantan que permita a aquisição de todas as doses diretamente para o programa nacional, impedindo, assim, compras diretas de estados, como São Paulo.
… e tirar o discurso do tucano
Há quem diga que, se Bolsonaro conseguir começar a vacinação antes de 25 de janeiro, terá vencido a guerra política, depois do discurso da unidade na solenidade de lançamento do plano.
“O Itamaraty está virando uma casa de horrores, onde os embaixadores não podem sequer dar uma opinião”
da senadora Kátia Abreu (PP-TO), ao constatar a saia justa do diplomata Fábio Mendes Marzano, que se recusou a dar uma opinião sobre acordos e causas ambientais entre Mercosul-União Europeia
Por falar em Itamaraty…/ Nos grupos de WhatsApp de diplomatas, a conclusão foi a de que, se o embaixador Marzano não conseguiu sair do constrangimento a que se sentiu exposto diante da pergunta da senadora, realmente precisa se preparar mais para o cargo.
A disputa da hora/ Com a desistência de Marcos Pereira (Republicanos-SP) para apoiar Arthur Lira à Presidência da Câmara, o Podemos ficou sem chão. “Tínhamos um compromisso com o Marcos Pereira. Agora, precisamos definir se seguimos com ele ou não”, diz o deputado Léo Moraes (RO), com ares de que o compromisso com Pereira não está totalmente rompido e é possível que o partido siga com Lira. Mais um ponto para o candidato do PP.
E o Zé Gotinha, hein?/ Símbolo das vacinas no Brasil, virou “trending topic” no twitter depois de se recusar a cumprimentar Bolsonaro na solenidade palaciana do plano nacional de imunização. À noite, nos trendings, reinava a #eunaovoutomarvacina, seguindo o que disse o presidente, que já avisou que não tomará vacina. É, pois é.
Coluna Brasília-DF
As promessas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de acelerar as reformas e as privatizações, depois de encerrado o processo eleitoral, não são compartilhadas pelos congressistas. Ali, não há consenso sequer sobre se a tributária deve ser votada antes da administrativa, ou vice-versa. O texto, então, nem se fala. Quanto às privatizações, muitos consideram que é preciso esperar mais um pouco para vender as estatais, em especial, a Eletrobras, porque, em plena pandemia, o preço seria inferior ao que a empresa vale.
E como pano de fundo de tudo isso está a disputa pela Presidência da Câmara, que já ganhou corpo e, se não for bem trabalhada, a abertura do Legislativo de 2021, em fevereiro, será marcada por um mar de mágoas e rusgas entre os partidos com os quais o governo espera contar para aprovar as propostas. Até aqui, o governo não ajudou a arrumar essa confusão. E, se entrar mal nessa onda de disputas, arrisca ver a sua agenda morrer na praia.
“Golpistas” não passarão
O PT resiste a apoiar o presidente do MDB e líder do partido, Baleia Rossi, para presidente da Câmara. Os emedebistas são considerados, entre os petistas, como os principais artífices do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Vale lembrar que, se os votos a favor do impeachment contarem na hora de escolher o candidato a presidente da Casa, Arthur Lira também votou a favor do afastamento da presidente, em 2016.
Cerco a Davi I
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, conseguiu levar o presidente Jair Bolsonaro ao Amapá, no sábado, mas continua dançando numa chapa quente. Além de ter de suar a camisa para reverter a queda de seu irmão Josiel nas pesquisas para a prefeitura de Macapá — a eleição está marcada para 6 de dezembro —, é alvo de pressões de todos os lados, sobretudo para manter a posição contrária à privatização do sistema elétrico.
Cerco a Davi II
No mesmo dia em que Bolsonaro passeava pelo Amapá ao lado de Davi e do ministro Bento Albuquerque, o Coletivo Nacional dos Eletricitários publicou carta aberta de uma página em jornais do estado com duras críticas ao ministro e à direção da Eletrobras, acusando-os de “desleixo e vileza” pelo apagão. O documento cobra do presidente do Senado: “Pedimos seu apoio na luta pela manutenção a Eletrobras estatal. A companhia possui, hoje, R$ 12 bilhões em caixa e está absolutamente pronta para apoiar a retomada do crescimento do país após a superação deste momento tão terrível”.
Quem vai pagar por isso?
A notícia de que o governo tem milhões de testes para detecção em estoque pode resultar em processos por crime de responsabilidade. A dúvida dos oposicionistas, hoje, é se ingressam contra Jair Bolsonaro ou contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ou ambos.
Recado I/ A foto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao lado de João Doria, no fim de semana, teve o intuito de mandar uma mensagem ao presidente Jair Bolsonaro. Algo do tipo: olha, você está com Arthur Lira, mas eu não estou sozinho.
Recado II/ Maia costuma se reunir com o governador paulista quase todas as semanas, a diferença é que não tem foto.
Sobrevivente/ O mesmo governo que faz, hoje, uma solenidade no Planalto para comemorar os 20 anos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) apresentou proposta, no ano passado, para extingui-lo, com outros desse setor. A contar pela festa comandada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, mudou de ideia.
Partidos em baixa/ Na rodada da pesquisa XP/Ipespe, 41% dos entrevistados disseram não se lembrar do partido do prefeito em quem votaram em 15 de novembro. Mais uma demonstração de que o brasileiro continua distante da política.
Não subestimem o “gordinho”
Precedente perigoso
Damares, a favorita
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, está incomodado com o “uso epidêmico do Supremo para resolver todos os problemas”. Com 40 anos dedicados à magistratura, Fux considera que a instância máxima da Justiça brasileira se ocupa demasiadamente de questões que deveriam ser dirimidas por outros poderes. “O Supremo não pode intervir na política. A política é necessária, e em um Estado democrático de direito a instância maior é o Parlamento”, defendeu o ministro, durante live promovida ontem. Não faltam exemplos, nas duas maiores democracias da América, de episódios que exigem um posicionamento do Poder Judiciário, com naturais desdobramentos políticos. Interferência do Planalto na Polícia Federal e obrigatoriedade da vacina são alguns dos temas judicializados no Brasil, com forte desgaste entre o chefe do Executivo e integrantes do Supremo. Nos Estados Unidos, apesar da vitória anunciada de Joe Biden, o presidente Donald Trump insiste em recorrer aos tribunais para denunciar fraude nas eleições. A judicialização política, chamada de “moléstia” por Fux, parece disseminada. A saída, para o presidente do STF, é o resgate da política como arte do entendimento.
Estresse democrático
A excessiva participação do Judiciário, motivo de queixa de Fux, pode ser efeito do estresse enfrentado pelas democracias neste primeiro terço do século 21. Quando a luta partidária extrapola os limites republicanos; quando a eleição não representa a legítima vontade popular; quando os Poderes entram em conflito constitucional impõe-se a necessidade de recorrer ao Judiciário, guardião da lei.
Campo minado
Enquanto o Judiciário reclama do peso político que se acumula sobre a toga, o Legislativo aumenta a temperatura em Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não poderia ser mais claro na crítica à morosidade do governo em articular uma pauta de votação. “O Brasil vai explodir em janeiro, se as matérias não foram votadas. O dólar vai a R$ 7. A taxa de juros de longo prazo vai subir para um país que vai ter 100% da riqueza em dívida. Imagina, em vez de pagar os 4%, 5%, começar a pagar uma dívida de 15%, 20% ao ano?”
Futuro incerto
O alerta de Maia faz sentido. Faltam pouco mais de 45 dias para se encerrar o estado de calamidade, medida que suspendeu todas as amarras orçamentárias para o governo agir no enfrentamento da covid-19. O tempo está correndo, e não há sinal do que o governo pretende apresentar para questões urgentes, como teto de gastos, auxílio emergencial, desemprego recorde, reforma tributária.
No escuro
O retorno paulatino da energia elétrica no Amapá ganhou contornos políticos. Candidato a prefeito de Macapá, Josiel Alcolumbre rebate as acusações de que o rodízio estaria privilegiando bairros mais abastados, deixando a periferia no escuro. Davi Alcolumbre, presidente do Senado, saiu em defesa do irmão candidato. “Em vez de procurar culpados, nós estamos focados na solução, que é resolver o problema dos amapaenses”, disse.
Vote de máscara
Presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso repetiu uma recomendação que deveria ser inquestionável: no dia da votação, o eleitor deverá usar máscara. “Esta não é uma ordem do TSE, mas é uma orientação de quase todos os municípios brasileiros”, esclareceu Barroso. E completou: “No mundo civilizado, as pessoas cumprem as regras e respeitam as outras”. Data venia, excelentíssimo: há controvérsias.
Assinatura
Barroso lembrou, ainda, um detalhe, não menos importante: o eleitor deve levar a própria caneta para assinar o caderno de votação. Tudo para evitar o contágio do novo coronavírus.
Senador com dinheiro escondido nas nádegas deixa Alcolumbre de saia justa
Coluna Brasília-DF
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, planejava para a semana que vem um esforço concentrado, com direito a entregar ao Planalto um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal e outro para o Tribunal de Contas da União. Agora, está às voltas com o afastamento de um senador do seu partido e seu amigo, flagrado com R$ 17 mil escondido entre as nádegas, em operação da Polícia Federal que investiga desvio de dinheiro destinado ao tratamento da covid-19 em Roraima.
Alcolumbre foi aconselhado a colocar o afastamento de Chico Rodrigues (DEM-RR) em primeiro lugar na fila. Afinal, já tem muita gente dizendo a ele que não fica bem Chico Rodrigues votar na escolha do novo ministro do STF, que vai julgá-lo nesse caso, nem tampouco num ministro do TCU, que tratará das contas públicas.
A ideia é passar o fim de semana quebrando a cabeça para sair dessa situação incômoda, sem arranhar a própria imagem, dando ares de quem deseja postergar qualquer atitude contra o senador.
Mapeia aí
O governo passa um pente-fino nas indicações de cargos de segundo e terceiro escalões feitas pelo, agora, ex-vice-líder Chico Rodrigues. Bolsonaro quer distância de casos de corrupção que possam desgastar o governo.
Eles têm medo
O fato de Chico Rodrigues ter escondido o dinheiro nas nádegas é o que mais pesa, hoje, para o seu afastamento no Senado. As excelências estão apavoradas com a perspectiva de que, se o colega se salvar, o vídeo terminar vazando, e a Casa ficar totalmente desmoralizada.
Antes ele do que eu
Mesmo entre aqueles senadores mais amigos de Chico Rodrigues prevalece a seguinte tese: se Chico for afastado, o desgaste ficará restrito.
“Sai daí rapidinho!”
A frase que o deputado Roberto Jefferson disse ao então ministro da Casa Civil, José Dirceu, nos tempos do mensalão, para que Dirceu se afastasse, a fim de não comprometer o presidente Lula, era repetida, ontem, ao senador Chico Rodrigues.
Os amigos estão muito desconfortáveis com o fato de precisar votar o afastamento de Chico no plenário do Senado. Ainda mais num ano eleitoral, quando uma votação dessas termina refletindo no partido.
A estreia do decano
O ministro Marco Aurélio Mello, que assume o posto de mais antigo no Supremo Tribunal Federal, não terá a mesma reverência do antecessor com os colegas. Na votação sobre a prisão de André do Rap, chamou o presidente da Corte, Luiz Fux, de vaidoso, totalitário e censor e ainda foi irônico ao final, ao lançar um “só falta querer dizer como devo votar”. Prepare-se, leitor, para fortes emoções.
O strike de Chico/ Além de gerar constrangimento aos senadores e ao governo, o caso do dinheiro nas nádegas prejudicou, ainda, a campanha da deputada Shéridan (PSDB-RR) à Prefeitura de Boa Vista. Lá, ela era considerada uma das favoritas. Agora, vai correr para tentar se afastar do “aliado problema”, Chico Rodrigues.
Quem ri por último/ Ex-líder de vários governos no Senado, Romero Jucá perdeu a eleição, em 2018, por 426 votos. Agora, aproveita a situação do adversário para fortalecer a campanha do partido em Boa Vista.
Deu ruim/ Faltando um mês para o primeiro turno das eleições, as pesquisas corroboram a tese entre os partidos de esquerda de que o PT não iria bem nas principais capitais. Até em Recife, onde a legenda aposta a maior parte de suas fichas, Marília Arraes está em terceiro, atrás de Mendonça Filho (DEM) e, de quebra, vê o deputado João Campos, do PSB, ampliar a liderança, conforme pesquisa divulgada, ontem, pelo Ibope.
Enquanto isso, em São Paulo…/ As apostas dos políticos são as de que, no cenário atual, Celso Russomano e o prefeito Bruno Covas no segundo turno não se confirmará. Um dos dois cederá a vaga para um representante dos partidos de esquerda. Entre os dois, já tem gente apostando na queda de Russomano. Quem será o representante da esquerda a subir ainda é uma incógnita, apesar da terceira colocação de Guilherme Boulos.
Coluna Brasília-DF
Em conversas recentes, as cúpulas do Poder Executivo e do Congresso, leia-se Davi Alcolumbre, praticamente fecharam um acordo para deixar a análise dos vetos presidenciais para depois da eleição municipal, bem como a discussão a respeito do tal novo imposto sobre transações digitais.
A ideia é tratar desses temas sem deixar os candidatos aliados ao governo expostos ao desgaste de serem tratados como apoiadores de novos impostos.
Isso significa que o governo e os congressistas têm um mês e meio para fechar um acordo em torno dos vetos e dos recursos para cobrir a desoneração da folha, por exemplo.
Corra, Kassio, corra
A movimentação do desembargador Kassio Nunes junto aos senadores para buscar apoio é para consolidar logo. O próprio presidente apoiou a iniciativa, uma vez que, assim, o governo terá condições de medir o humor dos congressistas para aprovação do nome de Nunes assim que Celso de Mello sair do STF.
Vão bater, mas… paciência!
O presidente tem dito a aliados que quanto mais baterem no desembargador, mais ele continuará com a indicação. A crítica mais contundente, na avaliação de muitos bolsonaristas, é de que pode parecer uma aliança entre o presidente e o PT para dar um chega para lá na Lava-Jato.
Por falar em Lava-Jato…
Há quem diga que, para abater Sergio Moro, que agora é visto como um jogador do mundo da política, uma ala ligada ao presidente Bolsonaro faria acordo até mesmo com o PT. Aliás, o perfil que desponta agora ao STF é oposto ao do ex-juiz, que, antes de deixar o governo, era anunciado como o nome de Bolsonaro para a vaga no Supremo Tribunal Federal.
O pacificador/ O novo líder do governo, Ricardo Barros (foto), é visto como aquele que deu tranquilidade ao Executivo no Congresso, tirando, inclusive, um espaço de articulação na base que era ocupado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Aliás…/ O governo do presidente Jair Bolsonaro tem feito de tudo para tentar esvaziar o poder de Maia. Até aqui, ainda não consolidou essa posição.
Conversas a mil/ A casa do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), almirante Flávio Rocha, foi palco de um jantar com a bancada mineira que reuniu mais de 40 parlamentares nesta semana. Virou um dos pontos de articulação entre Executivo e Legislativo.
Malafaia lidera/ Os vídeos postados pelo pastor Silas Malafaia contra a indicação do desembargador Kassio Nunes foram registrados no Planalto como um sinal de que essa turma não está com o presidente para o que der e vier.