As duas batalhas marcadas na Câmara dos Deputados

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Economia, Eleições, Política, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 30 de outubro de 2025, por Carlos Alexandre de Souza com Eduarda Esposito

O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, iniciou o mandato defendendo o diálogo entre os Poderes da República, mas a semana política em Brasília será marcada por embates entre forças do Executivo e do Legislativo. O campo de batalha será a Câmara dos Deputados, onde será votado projeto de lei sobre isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.

Crédito: Maurenilson Freire

O governo mantém o discurso de justiça tributária, alegando que os mais ricos precisam contribuir mais para aliviar o peso dos impostos sobre a população de renda mais baixa. A oposição se mostra cautelosa e dividida, após a tentativa frustrada de atrelar o PL da Dosimetria à votação da pauta do IR.

No momento em que a Câmara precisa recuperar credibilidade após as vexatórias votações da PEC da Blindagem e do PL da Dosimetria, é provável que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), trabalhe para que a proposta do governo seja referendada em plenário. Mas a pressão de setores do Centrão e do PL em favor de redução de penas pode afetar a aprovação do projeto.

Destaques, não

Com a resistência à aprovação do PL da Dosimetria, a ala bolsonarista está engajada em uma campanha contra uma eventual votação de destaques. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou fortemente a iniciativa. “Os deputados que defenderem a estratégia de lutar pelos destaques, a fim de se alcançar a anistia, estão mentindo para você”, afirmou em vídeo nas redes sociais. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também defenderam ontem, mais uma vez, a anistia.

Briga interna

As críticas de Eduardo Bolsonaro são uma reação ao movimento, no Centrão e em alas do PL, de se aprovar apenas um texto-base de dosimetria referente aos condenados pelo 8 de Janeiro. Nos bastidores, muitos aliados de Bolsonaro já dizem que é melhor alguma coisa do que nada.

Tirem o relator

Em outra frente, o PT continua a ofensiva contra Eduardo Bolsonaro. O líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma petição à Mesa Diretora e ao Conselho de Ética pedindo a suspensão do atual relator do pedido de cassação de mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Delegado Marcelo Freitas (União-MG), por imparcialidade.

Recaída

Preocupado com estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro, o filho Carlos Bolsonaro pediu apoio nas redes sociais. Disse que o pai enfrenta novas crises de soluço e de vômitos. Segundo o vereador, a família avalia nova ida ao hospital. “Peço, por favor, que orem por ele!”, escreveu o 02.

Alan Santos/PR

Hora difícil

Aliados contam que o ex-presidente não está comendo nem bebendo água regularmente. Ontem, após visita de solidariedade, Tarcísio comentou que o chefe do clã estava “soluçando o tempo todo”. Ao falar de política, o governador de São Paulo repetiu que é candidato à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

Banho rápido

Enquanto isso, o PT paulista bate pesado na administração do governador bolsonarista. Em vídeo divulgado nas redes sociais, menciona as milhares de casas que ficaram sem luz após os últimos temporais. Criticou, ainda, a restrição no consumo de água para os moradores da Grande São Paulo, como medida para enfrentar a crise no abastecimento. Desde o dia 22, a Sabesp reduziu a pressão nas tubulações das 19h às 5h.

Para depois

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pediu ao STF que adie a determinação de atualizar, já para as eleições de 2026, o número de deputados. Ao tratar da matéria, o Congresso aprovou aumentar o número de membros da Câmara de 513 para 531 — medida que teve péssima repercussão na opinião pública e foi vetada pelo presidente da República.

Pedem o céu para levar a terra

Publicado em Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Economia, Eleições, Política, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada no sábado, 6 de setembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Crédito: Maurenilson Freire

As versões que estabelecem a anistia ampla, geral e irrestrita foram recebidas entre os deputados de centro e da própria direita da mesma forma que o patronato acolhe as reivindicações dos sindicalistas. O pedido é sempre bem amplo, para garantir pelo menos uma parte da solicitação. No caso, o que os bolsonaristas desejam é anistiar quem não participou diretamente dos ataques de 8 de janeiro de 2023, ou esteve apenas presente e não quebrou nada. Assim, alguns integrantes do Partido Liberal, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos não poderiam ser punidos. Só tem um probleminha: o Supremo Tribunal Federal (STF) não está processando o ex-chefe do Planalto. Logo, se a anistia se limitar aos atos antidemocráticos, não servirá para ele.

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Janela pequena/ Nos bastidores, o que se diz é que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se for votar a urgência e o mérito da anistia, o fará de uma vez só. Em conversas muito reservadas, ele tem dito que não quer prolongar o tema na Casa. A intenção dos bolsonaristas é que essa votação ocorra uma semana após a condenação de Jair Bolsonaro.

Arruma outra

Não vai “colar” a ideia de alguns oposicionistas de apresentar votos favoráveis à isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil em troca da aprovação da anistia. O IR é um texto de maioria simples, portanto, basta ter quórum e o voto sim da maioria presente em plenário. Logo, seria aprovado facilmente.

Se não tiver votos…

O que se diz entre os governistas é que, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tiver maioria para aprovar um projeto de lei de maioria simples, não terá mais nada a fazer em relação às propostas no Parlamento. Melhor aproveitar o fim de ano e tirar umas longas férias ao lado da primeira-dama, Janja da Silva.

Impasse do comitê persiste

A falta de consenso entre a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) e Confederação Nacional dos Municípios (CNM) sobre as vagas do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) ameaça impedir a aprovação da segunda parte da reforma tributária este ano. O senador Marcos Rogério (PL-RO) disse em almoço na Casa ParlaMento, do think tank Esfera Brasil, que o governo Lula não está conseguindo cumprir o cronograma para aprovação do PLP 108/2024, que trata do Comitê.

O relógio corre

Na visão do parlamentar, o tempo é curto para aprovar todas as propostas devido à complexidade do texto. “Se não houver votação até o fim do ano, não há implementação, porque o requisito não estará preenchido”, completou. A não aprovação do projeto acarretaria problemas, pois o período-teste da nova cobrança de impostos começa em 2026.

CURTIDAS

Crédito: Divulgação

Um nome de Lula/ Empossado presidente do PT do Distrito Federal, Guilherme Sigmaringa (foto) é um dos poucos quadros da juventude petista que tem linha direta com o presidente Lula. Filho do ex-deputado Sigmaringa Seixas, que acompanhou o chefe do Planalto à carceragem da Polícia Federal, em 2018, o petista é considerado como uma das grandes promessas da legenda.

Hoje tem../… pronunciamento de Lula sobre o 7 de Setembro. Vai deitar e rolar falando da soberania nacional e do patriotismo, temas caros aos brasileiros.

Enquanto isso, em Minas Gerais…/ Aliados do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao governo de Minas afirmam, nos bastidores, que ele deveria seguir o ensinamento de Tancredo Neves que dizia, em política, “melhor que escolher candidato, é escolher o adversário”.

… todos fazem cálculos/ Esses aliados acreditam que Pacheco teria muito mais chances contra o senador Cleitinho (Republicanos-MG) do que contra o vice-governador Mateus Simões (Novo), que tem se inspirado no ex-governador Antonio Anistasia.

“Me liga, tá?”/ Senadores do PL têm dito que até agora não foram contactados para bolar estratégia a respeito da anistia. “Ninguém me procurou para falar sobre votação, e olha que sou uma das maiores interessadas”, disse a senadora Damares Alves (PL-DF) à coluna.

Senado na defesa com a anistia

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, COP30, Economia, Eleições, EUA, GOVERNO LULA, Política, Senado

Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 4 de setembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Com pressões a favor e contra a anistia pela tentativa de golpe e os atos de 08 de janeiro, o Senado quer ser o grande protagonista no sentido de colocar essa bola no chão e esperar a situação acalmar antes de levar esse tema a votos. A ideia do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de apresentar um texto sobre o assunto, é o maior sinal de que, embora setores da Câmara tenham pressa, nada será feito de forma atabalhoada e nem seguirá no “liberou geral”. Já está acertado que, se a Câmara correr com o texto, o Senado terá uma proposta alternativa. Não descarta, inclusive, jogar o texto da Câmara no cesto mais próximo e começar.

Crédito: Caio Gomez

Enquanto isso, na Câmara…/ … a divergência impera. Muitos têm apostado na votação da urgência da anistia na semana que vem, após o julgamento. Mas alguns líderes de centro têm negado essa tese, já que o texto sequer foi apresentado. Os deputados do PL têm dito à coluna que o projeto está sendo construído com o centro, mas uma ala não quer desistir da anistia ampla, geral e irrestrita.

O diabo mora nos detalhes

Juristas que acompanham com uma lupa o julgamento em curso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal colocam como os pontos mais frágeis da acusação o tempo que os advogados de defesa tiveram para avaliar o extenso material sobre seus clientes e as várias versões de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para o caso. Não foi à toa que, conforme o leitor da coluna já sabe, o procurador-geral, Paulo Gonet, evitou colocar a delação no centro da sua exposição no STF.

Razão e sensibilidade

Vem do PP o esforço dos políticos em prol do projeto que tenta reduzir a autonomia do Banco Central. E, no plenário da Câmara, tem muita gente se preparando para relacionar essa proposta à resistência da diretoria da autoridade monetária à venda do Banco Master ao BRB — cujo veto veio ontem à noite.

Façam suas apostas

Muita gente está dizendo que, se o governo investir no aumento de imposto das Bets para garantir a isenção de imposto para quem recebe até R$ 5 mil, vai emplacar. Muitos já se arrependeram, inclusive, de ter votado a favor desses cassinos virtuais.

Decidam-se

Relator do projeto que, entre outras coisas, trata sobre os consignados descontados em folha no INSS, o deputado Danilo Forte (União-CE) ouviu apelos do governo para inserir um fundo garantidor para atender aposentados e pensionistas lesados. O PT, porém, não estava convencido. A avaliação geral dos congressistas é a de que, se o PT e o governo adotarem caminhos opostos nos projetos, não terá acordo que dê jeito.

CURTIDAS

Crédito: Rodrigo Félix Leal

Não o subestimem/ À mesa num restaurante de Brasília durante a comemoração do aniversário do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), políticos experientes apontaram um nome como o mais promissor para concorrer ao Planalto: o do governador do Paraná, Ratinho Júnior (foto), do PSD.

Veja bem/ A avaliação dos tarimbados parlamentares e ex-parlamentares foi a de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, terá dificuldades em deixar o cargo, porque Jair Bolsonaro não conseguirá levar o núcleo familiar a fechar esse apoio até abril, quando Tarcísio teria que sair do governo estadual para abraçar uma candidatura presidencial.

E o Caiado?/ O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, fez questão de comparecer ao aniversário de seu colega de partido. E hoje é quem está mais próximo de garantir a candidatura. Aliás, há quem diga que só não terá o apoio da própria legenda se Tarcísio for o candidato.

Por falar em Tarcisio…/ O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), foi para São Paulo se encontrar com o governador, Tarcísio de Freitas. Os dois jantaram juntos para conversar sobre anistia e como avançar o processo na Casa.

O problema é do governo

Publicado em Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, CPMI do INSS, crise no INSS, GOVERNO LULA, Senado

Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 21 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Quem foi cobrar dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a derrota na escolha de presidente e relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouviu a seguinte frase: “Vá cobrar do governo”. Eles já fizeram muito indicando nomes mais alinhados ao Planalto. Porém, conseguir votos para aprovar é tarefa dos líderes governistas. Se não fizeram o dever de casa, agora vão ter que correr atrás do prejuízo. Nenhum governo gosta de CPI ou de CPMI. O que era para ser uma tarefa fácil, agora se tornou mais difícil, com possibilidade de reflexos nas eleições do ano que vem.

Crédito: Caio Gomez

Derrotado, o PT já pediu a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma maneira de tentar sair do canto da sala. A base do pedido será uma declaração do senador Izalci Lucas (PL-DF) à CNN, dizendo que Bolsonaro havia recebido um relatório que falava das fraudes. A convocação, porém, terá que ter a chancela do relator Alfredo Gaspar (União-AL), que não tem Bolsonaro como prioridade para as oitivas.

O problema é a Câmara

Partiu do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), toda a articulação para as indicações dos nomes mais centro-direita à CPMI do INSS e a organização da oposição para derrotar o governo na escolha do presidente e do relator. Com a Câmara “dominada”, a madrugada foi a vez de trabalhar os senadores. E tudo na surdina.

Deus ajuda quem cedo madruga

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) recebeu mensagem, na madrugada de ontem, avisando que os nomes da oposição para presidente e relator da CPMI eram, respectivamente, Carlos Viana (Podemos-MG) e Alfredo Gaspar.

Vice, só se deixarem…

O governo tentará emplacar o deputado Duarte Jr (PSB-MA) como vice-presidente da CPMI do INSS. O nome é bem-visto por parlamentares da oposição pela sua experiência com o Procon no estado, mas interlocutores disseram à coluna que se o presidente, Carlos Viana (Podemos-MG), quiser, pode não haver um vice-presidente do colegiado.

O alvo da oposição

Carlos Lupi saiu do ministério da Previdência para se preservar. Pois agora, a oposição o colocou como o nome a ser convocado e exposto num primeiro momento. A ideia é enfraquecer a posição do PDT nos estados e, por tabela, a do PT na eleição do ano que vem. A CPMI que era considerada um ponto de preocupação, mas nem tanto, transformou-se numa fratura exposta que o governo terá que operar muito bem para evitar maiores estragos. Será o grande teste da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

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Crédito: Eduarda Esposito/CB/D.A press

Subestimou/ Nos bastidores, fala-se como o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP), ficou “chocado” quando o resultado da eleição apareceu no telão da CPMI. “Subestimamos a articulação da oposição”, disse o líder, assumindo a culpa da derrota.

Desdenhou/ O governo chegou a ser avisado que havia um zunzum de outro candidato para relatar a CPMI. Achou que o petista que avisou o governo estava vendo “pelo em ovo”.

Ficou a lição/ O deputado Ricardo Ayres (RepublicanosTO) deu várias entrevistas como relator da CPMI do INSS. Seus aliados chegaram, inclusive, a colocar faixas em sua terra natal como relator da comissão. Sentar-se na cadeira antes da eleição nunca deu bom resultado

Prestigiado/ Ex-presidente do Senado, Edison Lobão, lançou seu Memórias e Testemunhos — Revelações políticas ladeado pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e o do Senado, Davi Alcolumbre. Alcolumbre, aliás, fez questão de ter um têteà-tête com Lobão, flagrado pela coluna (foto)

RenovaBR aposta em representatividade para 2026

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Por Eduarda Esposito — O RenovaBR, curso focado em formar líderes políticos pelo Brasil, iniciou sua turma para as eleições de 2026. Pela primeira vez, a maioria dos alunos da turma é formada por mulheres, 54,55%, conquista de um objetivo antigo da direção do curso que desejava seguir a mesma proporcionalidade da população brasileira de acordo com o IBGE. Até dezembro, mais de 100 alunos vão aprender sobre ética, políticas públicas, liderança e gestão.

Crédito: Elianne Loin

Para integrar melhor os alunos, os organizadores promoveram uma aula magna em Brasília durante os dias 15, 16 e 17 de agosto. Na abertura do evento na última sexta-feira (15), o Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e deputado federal (PSD-RJ), Daniel Soranz — aluno formado pelo RenovaBR — discursou para a turma contando o seu exemplo. Ao blog, Soranz disse que o curso ajuda aqueles que querem fazer “política séria”. “O curso nos prepara para formular políticas públicas, indica como devemos fazer, nos dá mentoria, além de ensinar como montar as nossas campanhas, trabalhar com as redes sociais e também fazer análise de dados”, disse.

Fortalecer a democracia

O diretor-executivo do RenovaBR, Rodrigo Cobra, explicou ao blog o intuito do curso e como ele pode ajudar no fortalecimento da democracia. “Nosso objetivo é auxiliar aqueles que querem entrar na política, fortalecer a democracia. Assessoramos com tudo aquilo que ele vai precisar para exercer o cargo que almejar, como funcionamento e elaboração de políticas públicas, o funcionamento dos poderes e como lidar com os partidos”, explicou.

O curso evita a admissão de alunos alinhados aos extremos, seja de esquerda ou direita, o foco é na pluralidade de ideias. A atual turma tem alunos de 19 partidos políticos diferentes, mostrando como é possível ensinar a fazer política de forma democrática. Outros alunos formados que atualmente ocupam cargos são a deputada federal Camila Jara (PT-MS) e a deputada estadual do Acre Dra. Michelle Melo (PDT).

Sobre o curso

O curso tem diferentes níveis, considerando a experiência dos alunos inscritos. A mudança tem o objetivo de aprimorar a qualificação de cada liderança ao oferecer uma matriz curricular que contemple as necessidades de iniciantes e de experientes na política.

Os aprovados no curso focado nas eleições de 2026 serão distribuídos em três níveis: o primeiro será para aqueles que possuem relevante dinamismo pessoal, social e profissional, e têm a vontade de entrar para a política e contribuir com a sociedade; o segundo é destinado para quem já passou pelo desafio eleitoral com sucesso e deseja percorrer um caminho mais desafiador; e o terceiro é para destaques em nível estadual, federal ou municipal de grandes cidades.

Desde a sua criação, em 2017, o RenovaBR já capacitou mais de 3.500 lideranças políticas, muitas das quais ocupam hoje cargos no Executivo, no Legislativo, em gestões públicas e organizações da sociedade civil.

Vem aí um “pulo do gato” no licenciamento

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, COP30, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, Senado, Tarifaço de Trump

Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 15 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Os apelos da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para que os parlamentares mantenham os vetos do presidente Lula à lei de licenciamento ambiental não devem ser atendidos. Ainda que não consiga derrubar a parte que o governo federal retirou do texto, a bancada do agro prepara uma manobra para repor aquilo que havia pedido, em especial, a descentralização das decisões sobre as licenças.

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Crédito: Maurenilson Freire

Modus operandi/ A ideia em discussão na Frente Parlamentar do Agro (FPA) é incluir a parte vetada numa proposta sobre o tema, conforme negociado entre o governo e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dentro do acordo para garantir as pesquisas de petróleo na Margem Equatorial. A bancada do agro quer organizar uma redação que dificulte um novo veto por parte do presidente Lula.

Se punir demais…

… vai dar problema. A turma dos “cabeças brancas” da Câmara dos Deputados tem aconselhado a cúpula da Casa a arquivar os processos contra aqueles que lideraram o motim no plenário semana passada. É melhor deixá-los com a sensação de que foram salvos graças à benevolência de Hugo Motta do que alvos de desejo de vingança.

E a anistia, hein?

Ao dizer que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), podem sofrer sanções caso não pautem a anistia, o deputado Eduardo Bolsonaro contribui para enterrar as perspectivas de o tema entrar em votação. Motta respondeu publicamente que não pretende pautar o projeto e tem o apoio do Centrão para isso. Assim, o principal objetivo dos bolsonaristas pode ficar a ver navios.

Desafios do PNE

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados trabalha na implementação de serviços de psicologia e serviço social nas escolas. Para isso, discutiu, dia desses, forma de calcular quantas escolas cada equipe deverá atender. Esses serviços já estão previstos na Lei 13.935/2019, mas a implementação progressiva ainda depende de uma definição no Plano.

De olho na sustentabilidade

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), quer aproveitar o embalo da COP30 para acelerar o debate do seu projeto que garante ao consumidor o direito de reparo de produtos e peças onde quiser, sem a perda da garantia, e também proíbe a fabricação de produtos com vida útil limitada, forçando o consumidor a comprar novos produtos com mais frequência. “Eu já falei com os presidentes (do Senado) Davi Alcolumbre e (da Câmara) Hugo Motta para termos uma sinalização positiva na questão do meio ambiente, que é tão importante para o nosso país e mais importante ainda por conta da COP30”, afirmou, durante evento na Casa Parlamento esta semana.

CURTIDAS

Crédito: Andressa Anholete/Agência Senado

Posse da Independência/ Presidente eleito do PT do Distrito Federal, Guilherme Sigmaringa assume o cargo no encontro do PT do DF marcado para 6 e 7 de setembro, o feriado da Independência. Além dele, os demais membros do diretório serão empossados.

Todos juntos e misturados/ Ainda com forte repercussão no Congresso, a denúncia do influenciador Felca rendeu a aprovação de um pedido da senadora Eliziane Gama (foto, PSD-MA) para que ele compareça à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A parlamentar quer que o youtuber detalhe as denúncias, e, ainda, ouvir representantes das big techs que atuam no Brasil, do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e Defensoria Pública da União.

Desdenhou, perdeu/ Muita gente no governo brasileiro avaliou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não levaria adiante as ameaças ao Brasil para defender Jair Bolsonaro. Agora, é correr atrás do prejuízo.

Eles querem mais/ O fim do foro privilegiado é apenas uma pontinha do projeto do PL sobre o Poder Judiciário. O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP), por exemplo, começou a exigir uma reforma mais ampla do sistema. “A verdadeira solução é uma reforma ampla do Judiciário, que assegure equilíbrio entre os Poderes”, argumentou. A chance de uma proposta dessas ir a voto num clima tenso é quase igual a zero.

Governo precisa ir além da MP

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, EUA, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, STF, Tarifaço de Trump

Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 14 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito 

A medida provisória de ajuda aos exportadores afetados pelo tarifaço de Donald Trump encontrará um clima favorável no Parlamento, porém o governo brasileiro terá de complementar esse pacote para atender pelo menos a três setores: café, carnes e pescados, especialmente este último. A avaliação dos congressistas ligados ao agro é de que não dá para aprovar a MP que atende à indústria e não ter, ao mesmo tempo, algo que possa servir de alento a esses setores. Afinal, o governo e o mercado brasileiro não conseguirão absorver todo o estoque dos produtos. Ou encontra novos mercados com urgência, ou cria logo algo que possa aliviar o prejuízo desses setores.

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Em tempo: o agro é hoje a bancada mais forte do Congresso. Se não for atendida, e logo, a medida provisória, que tem tudo para ser aprovada, pode encontrar dificuldades.

Crédito: Caio Gomez

Juntos chegaremos lá

Líderes da bancada do agro, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) estão no Japão com o intuito de abrir novos mercados para a carne brasileira. O Ministério da Agricultura e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) também integram a comitiva.

No embalo de Eduardo

Enquanto o Itamaraty e o presidente Lula conversam com várias autoridades estrangeiras para reforçar os valores democráticos do Brasil, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), prepara uma carta a ser entregue às embaixadas para dizer que houve prisões arbitrárias, censura institucional e perseguição política no país.

Pode ajudar

Na avaliação de deputados, a série de possíveis suspensões devido às ocupações nos plenários da Câmara dos Deputados pode adiar, ainda mais, a votação da cassação de Glauber Braga (PSol-RJ). Para alguns parlamentares, as punições visam estabilizar a Casa, e uma votação para cassar um mandato pode reacender a tensão.

E o IR, hein?

O clima para votação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais deu uma “esfriada” . Apesar de ter sido tema da reunião entre os líderes da Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ainda não há uma data definida para ser votada em plenário.

Mas vai ficar tudo bem

Segundo o líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões (AL), o atual relatório não contém nada que exija a regra de noventena, e, com certeza, será aprovado ainda este ano, respeitando o preceito da anualidade. Mas, caso ocorram mudanças que exijam a noventena, o líder garante que não haverá prejuízos se ultrapassar alguns dias — ou semanas — para a sua aprovação.

CURTIDAS

Crédito: AFP

É hora do lobby/ Na visão de parlamentares, agora é o momento para que exportadores e importadores façam um acordo, a fim de reverter o tarifaço de Donald Trump. A forma seria incentivar que os compradores norte-americanos se aproximem do presidente e mostrem os prejuízos, para que seus setores sejam isentos. E, de acordo com autoridades, é neste momento que entra o lobby para facilitar o diálogo.

Ajuda crucial/ Em setembro, por exemplo, uma missão do Líderes Empresariais (Lide), fundado pelo ex-governador João Doria, estará em Washington para o Lide Development Forum. A avaliação de muitos parlamentares é de que esse encontro pode auxiliar os empresários brasileiros.

Espera aí/ O presidente Lula gostou tanto da conversa com o professor Steven Levitsky que o encontro entre os dois deixou os ministros, que chegavam ao Palácio para o anúncio da MP antitarifaço, esperando por quase uma hora. O chefe do Executivo recebeu um livro autografado do autor de Por que as democracias morrem e ouviu que o Brasil agiu certo ao conter o extremismo.

Valeu, Lira/ Levitsky fez questão de frisar o acerto da turma de centro-direita que, em 2022, parabenizou Lula pela vitória assim que saiu o resultado da eleição. O então presidente da Câmara, Arthur Lira, foi o primeiro a se pronunciar. Levitsky considera que a atitude foi fundamental para reforçar o processo democrático.

Contem com eles

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Coluna Brasília-DF publicada na quarta-feira, 13 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Os movimentos e as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enterraram qualquer chance de conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe de Estado brasileiro vai se dedicar, como já tem feito, ao pacote de ajuda aos empresários e, ao mesmo tempo, a alinhar melhor as ações com os países parceiros no Brics desde a criação do bloco — Rússia, Índia, China, África do Sul — e com aqueles que ingressaram mais recentemente: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Irã, Egito. Não é pouca coisa.

Crédito: Kleber Sales

Nem tudo está perdido/ Ainda que o governo Trump não queira conversa com o Executivo brasileiro, o presidente Lula deu carta branca para que o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Itamaraty auxiliem os empresários exportadores tecnicamente no que for preciso em relação às vendas para os Estados Unidos. A ordem é não deixar passar a ideia de que os empreendedores brasileiros estarão sozinhos nessa empreitada.

Arruma serviço aí

A inclusão da reforma administrativa na pauta da Câmara está diretamente relacionada ao fato de o presidente da Casa, Hugo Motta, querer ocupar os congressistas com temas relevantes. Se houver muito trabalho pela frente — e isso não falta —, fica mais difícil organizar movimentos, como a ocupação do plenário.

Por falar em plenário…

Se depender dos parlamentares de centro, a anistia aos acusados pelo 8 de Janeiro de 2023 está praticamente enterrada. O mesmo não se pode dizer do fim do foro privilegiado.

Sentou em cima

Falta apenas a votação em segundo turno para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Mas, por enquanto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não coloca o projeto em votação. Nos bastidores, parlamentares avaliam que Alcolumbre deve segurar a apreciação da PEC como forma de “revidar” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre o IOF, que manteve a alíquota do imposto. Caso aprovada, a PEC pode “salvar as contas do governo em 2027”, avalia o ex-procurador-geral da Fazenda Nacional Ricardo Soriano.

Saúde é o que interessa

Clima tenso e de expectativa para a reunião desta quarta-feira na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Indicado pelo presidente Lula, em dezembro de 2024, para diretor presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o ex-deputado petista Wadih Damous será finalmente sabatinado. Para ser aprovado, precisará do voto de, pelo menos, 41 parlamentares. Autoridades ligadas à saúde estão preocupadas por causa do comportamento do deputado em épocas passadas. Por exemplo, as ofensas verbais à então senadora Ana Amélia Lemos há alguns anos.

CURTIDAS

Crédito: Nelson Jr./SCO/STF

Super-ricos querem fugir/ O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) afirmou que brasileiros de alta renda estão preocupados com a taxação para bancar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Pararam-me no aeroporto perguntando se deviam ficar ou sair”, declarou o parlamentar em almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo com o relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL).

Por falar em IR…/ Durante o almoço, Arthur Lira disse que a votação do projeto vai depender das mudanças que serão propostas à matéria aprovada na comissão especial. “Dependendo das variações, esse texto pode ficar com menos ou mais urgência”, afirmou. “A isenção dos R$ 5 mil é o único consenso que temos no Congresso.”

Impopularidade em alta/ As casas de apostas on-line, famosas bets, criaram briga com muitos parlamentares e setores produtivos. Tem autoridade defendendo que haja um aumento de alíquota na tributação das bets no texto da reforma da renda. De acordo com os políticos e empresários, os problemas são dois: alto lucro das bets ilegais e vício que as apostas têm causado em brasileiros.

Vamos com calma/ O ministro Gilmar Mendes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu “calma” ao Congresso Nacional sobre o fim do foro privilegiado. A fala ocorreu durante Diálogos Esfera, evento promovido pelo grupo Esfera Brasil na Casa Parlamento. “É preciso que haja algum tipo de simetria e um pouco de calma para não ficar, a partir de medidas legislativas constitucionais, tentando resolver os seus próprios problemas”, disse. Leia mais no Blog da Denise.

Punir para dar exemplo aos deputados

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Coluna Brasília-DF publicadana terça-feira, 12 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Deputados acreditam que haverá parlamentares com os mandatos suspensos por causa dos episódios da semana passada. A ordem é deixar claro que manifestação faz parte do jogo, mas tratar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de forma desrespeitosa, não dá. Se não houver punição exemplar, ficará a ideia de que a Casa é um vale-tudo. Uma parte do centro, porém, acredita que esses processos vão dar em nada, porque há muitos deputados envolvidos e não dá para separar apenas uns poucos. Mas alguns líderes apostam que haverá essa separação, tal como ocorreu com os atos do 8 de Janeiro.

Crédito: Caio Gomez

O jeitão da coisa/ Antes desses episódios, o presidente do Conselho de Ética, deputado Fábio Schiochet (União-SC), havia dito, em relação a outros casos, que é mais fácil suspender do que cassar. É por aí que a banda vai tocar nos próximos dias.

A esperança das agências

Diante das confusões na primeira semana de trabalho do Congresso, o plenário do Senado ainda não se debruçou sobre as indicações. A esperança de quem aguarda a nomeação é de que tudo seja resolvido esta semana, uma vez que o tema está na pauta da Casa.

Hora de rever

O discurso de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, está pesando a mão nas decisões da Corte começa a chegar ao Centrão. De governadores a deputados e líderes, vai formando-se um volume notável no Congresso que apoia um diálogo entre os presidentes das Casas, Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União-AP), com o ministro. O objetivo é conseguir reequilibrar os Poderes, segundo os parlamentares.

Fica aí

Os planos do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de sair dos Estados Unidos e ir para a Europa em busca de mais sanções contra Moraes, não têm apoio unânime dentro do bolsonarismo. Muitos aliados acreditam que é melhor ele ficar sob a proteção de Donald Trump para evitar uma possível deportação.

Páreo difícil

O governo brasileiro quer entrar na Justiça norte-americana em defesa de Alexandre de Moraes por ter seu nome incluído na lista da Lei Magnitsky, mas, de acordo com o especialista em relações internacionais João Vitor Cândido, será um longo caminho e sem qualquer garantia de sucesso. “A inclusão na lista pode ser revertida, mas é um processo diplomático e administrativo complexo. O sancionado pode apresentar defesa por meio de representantes legais ou do governo brasileiro, e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos pode revisar o caso. No entanto, isso depende de decisão soberana do governo norte-americano, e não há prazo ou garantia de reversão”, explicou.

CURTIDAS

Muita calma nessa hora/ O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), só vai definir seu futuro partido no ano que vem. Pré-candidato à reeleição, ele sabe que tem que manter todos ao seu lado para ampliar as perspectivas de vitória. Se decidir antes, arrisca perder aliados.

Cuidado feminino/ A Casa Parlamento, do grupo Esfera Brasil, recebe hoje o ministro Gilmar Mendes, decano do STF; o ministro da Saúde, Alexandre Padilha; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, para falar sobre soluções para o tratamento do câncer de mama no país. O tema desta nova edição do Diálogos Esfera será “Além do Diagnóstico — Câncer de mama: acesso ao tratamento integral e políticas públicas”.

Crédito: Vinicius Doti/Fundação FHC

Vale a audiência/ Autor do best-seller Como as democracias morrem, o professor Steven Levistsky (foto), da Universidade de Harvard (EUA), fará uma palestra amanhã, às 11h, no Instituto Brasileiro de Ensino Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Os ingressos para participar da conferência de Levistsky — “Como as democracias podem responder a ameaças autoritárias? Comparando Brasil e Estados Unidos” — estão disponíveis na plataforma Sympla. E já estão quase esgotados.

Vale amiga do esporte/ A mineradora Vale entrou com tudo no apoio aos esportes e vai patrocinar a edição de 2025 dos Jogos da Juventude, realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Leia mais no Blog da Denise.

Deputado do PL culpa Motta e líderes partidários de omissão

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Por Eduarda Esposito — O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) culpa o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e os líderes partidários da Casa de omissão em relação à anistia. Segundo o parlamentar, as medidas que a oposição usou esta semana são resultados do não compromisso de Motta e dos líderes.

Crédito: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

“A semana que se iniciou tensa, exatamente por causa da anistia e das mobilizações na rua, e como aquilo não estava sendo refletido pelo parlamento, forçou a oposição a tomar medidas drásticas, e de fato fazer uma oposição mais física, mas o que acontece? Nós já temos maioria, essa que é a verdade. Então, a grande omissão estava vindo da presidência da Câmara e dos líderes dos partidos do centro, porque os deputados já haviam assinado, compondo uma maioria, para pautar a anistia”, afirmou em vídeo cedido ao Blog.

O deputado não para por aí, já que acusa o presidente da Casa de concordar com o governo e o Poder Judiciário. “Você vê nitidamente um alinhamento do presidente da Câmara com o governo e com o Judiciário. Isso foi prejudicial para a oposição que se viu lesada, traída, concernente às promessas que foram feitas no início do ano para que ele pudesse ser eleito e receber o voto da oposição para a sua candidatura à presidência da Câmara”, ressalta.

Contraponto

A declaração do deputado do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro vem depois de uma nota do líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), em que afirma que não houve acordo em pautar o projeto de anistia no Plenário da Câmara em troca de votos. “O presidente Hugo Motta não assumiu compromisso de pauta nenhuma conosco. O compromisso é com os líderes partidários e nós, que representamos a maioria desta Casa, vamos sim pautar o fim do foro privilegiado e a anistia. Quem define a pauta são os líderes, não o presidente da Câmara”, afirmou Sóstenes.

Pela parte dos líderes de centro, na última quarta-feira o Blog publicou um post com declarações do líder do PP, Dr. Luizinho (RJ), explicando que a oposição mudou o teor do texto da anistia e que eles haviam assinado uma proposta e agora o PL e apoiadores de Bolsonaro querem votar outra. “A anistia tem um problema de base, as assinaturas da urgência do PL da anistia foram colhidas em cima de uma proposta que o líder Sóstenes foi a cada uma das bancadas pedindo para anistiar as pessoas que participaram do movimento de 8 de janeiro. Agora existe uma mudança de proposta para anistia ampla, geral e irrestrita, que não foi o comprometido quando foram colhidas as assinaturas da anistia. A gente precisa entender como se vai construir”, explicou.

Nova meta

Agora, o PL vai correr atrás de apoio para anistia, mas o objetivo mais urgente no momento é a PEC do fim do foro privilegiado. Para deputados do partido, a possibilidade de adesão do Parlamento com a causa é grande devido a forma com que muitos se sentem com a possibilidade de perda de mandato pelo Supremo Tribunal Federal. Outros, defendem que o texto volte ao formato original para que haja o fim do medo em relação ao poder desproporcional entre as instituições.

Veja o vídeo do deputado na íntegra: