Categoria: Congresso

Por Eduarda Esposito — O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, esteve presente no evento Dialogando Sobre o Brasil do grupo Esfera Brasil no Guarujá (SP) nesta sexta-feira. O governador respondeu a perguntas de jornalistas após o painel, confira o ping-pong a seguir.
Com a falta da previsão do PNS, o governo de Minas considera que ficou mais difícil a adesão ao Propag?
Bom, Propag é a solução definitiva da dívida, não só do estado de Minas Gerais, como de outros estados que historicamente tem dívidas elevadíssimas, que nos últimos 30 anos tem tido uma correção muito superior à arrecadação dos Estados. Tanto é que quem aderiu ao regime de recuperação fiscal conseguiu ter um alívio momentâneo durante 2, 3, 4 anos e depois voltou a ter problemas. E o Propag é a solução definitiva. Infelizmente os vetos do presidente Lula acabaram, de certa maneira distorcendo, prejudicando muito o Propag. Estamos lutando pela queda desses vetos, inclusive quarta-feira que vem estarei na sessão com a bancada mineira em Brasília. E Nós precisamos quitar 20% do valor do passivo de Minas para termos direito aos juros mínimos. E, para isso, nós estamos enviando uma lista de ativos que incluem empresas estatais e móveis muito superior aos 20% porque o governo federal pode falar: “Isso aqui não me interessa, isso aqui eu não aceito”.
Então, no momento, a situação é essa, mas nós estamos confiantes que vamos preencher todos os requisitos e que vamos conseguir reduzir para os futuros governadores. Não será para mim essa correção que penaliza Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás, que são estados que tem as maiores dívidas e mesmo São Paulo que tem ainda condição de estar pagando, mas que é muito penalizado. E lembrando que essa dívida não foi feita por mim, uma dívida lá dos anos 1990. Eu como governador de um estado quebrado, nunca assinei um empréstimo, toda ela herdada.
As críticas do seu governo a ao governo Lula podem atrapalhar de alguma forma as ações?
Eu seria omisso, né, se eu ficasse calado diante de tanta barbaridade que está sendo cometida. E eu herdei um estado arruinado pelo mesmo PT. E eu quando empresário em 2015 e 2016, que era CEO de uma tive de demitir 2.500 funcionários da empresa por causa da maior recessão fabricada por um partido que se chama PT. E eu tô vendo agora a repetição de tudo isso depois de 10 anos. Então, seria, eu acho que uma covardia minha, uma grande omissão, eu vendo tudo se repetir e o Brasil entrar numa recessão novamente. O Brasil não está crescendo. O Brasil tá sob efeito de anabolizante hoje.
Governador, queria comentar sobre a entrevista do senhor Senhor, a Folha sobre 2026, o senhor comentou que se chegar à presidência pretende inclusive dar um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses são os mesmos planos. Quais as prioridades do senhor?
Bom, em Minas Gerais, nós estamos à frente do estado há 6 anos e meio, o estado saiu de um déficit de 11 bilhões para um supervit de 5 bilhões. E o que eu sei fazer é colocar gente competente que dá resultado. Em Minas, nós provamos que foi possível virar a chave. Hoje o estado está crescendo, está no caminho certo, todos os indicadores de políticas públicas melhoraram. 2.300 escolas reformadas completamente, escolas que estavam desmoronando. Se o Brasil tivesse a mesma taxa de homicídios de Minas Gerais, mais de 25.000 vidas seriam poupadas por ano no Brasil. Herdamos um cemitério de obras inacabadas do PT, abandonadas, vandalizadas, mais de 90 UBS, cinco hospitais regionais. Vou entregar tudo. Boa parte disso já foi entregue. Estradas sendo recuperadas e vamos anunciar, penso que em 60 a 90 dias, duas marcas muito emblemáticas. 1 milhão de empregos formais criados na minha gestão e 1 milhão de empregos faz diferença em qualquer país. E meio trilhão de investimentos privados atraídos, 90 bilhões de dólares. Isso também faz diferença em qualquer país. E se nós mostramos que é possível fazer em Minas, eu diria que é possível fazer no Brasil. Basta alguém querer fazer o certo. Parece que no Brasil estão com medo de fazer o certo. É bandido solto aí, matando sem parar, roubando sem parar. E igual ontem, antes de ontem, né? Pegaram aí um piloto com 450 kg de droga e o piloto é liberado e quem picha com batom é preso. Parece que nós estamos tendo alguma coisa de errada nesse país. Totalmente favorável a um induto para o ex-presidente. Nós já demos indulto no passado. Anistia para quem assassinou, sequestrou.

Ontem a pesquisa da Quest eh perguntou para as pessoas quem elas acham que deveriam ser o candidato da direita, caso o presidente Bolsonaro não concorra. E o nome do senhor aparece em último lugar nessa lista de candidatos, inclusive entre o eleitor bolsonarista. O senhor é cotado como possível candidato no ano que vem? Como vê esses números? Como o senhor pretende ser candidato sem esse apoio ainda do eleitorado bolsonarista e se vai buscar ser esse candidato da direita único para 26?
Bom, eu fico muito satisfeito, primeiramente, da direita ter diversos nomes, né? Isso até demonstra que a direita está mais bem preparada, formando gente com competente e parece que da esquerda só tem um até o momento, não é isso? Então, fico muito satisfeito. O que nós precisamos é tirar o PT e o que eu pretendo em 2026 é ver o PT longe de Brasília e o mais longe possível os estados. Hoje os estados com a maior taxa de criminalidade são estados governados pelo PT. Até seria bom fazer uma análise dessa aí, né? Pouca gente comenta, mas é a verdade. E eu tô acostumado em começar por último. Lá em Minas eu comecei com 1%, acho que eu já tô bem melhor dessa vez. Então para mim não tem problema nenhum. Acredito em trabalho duro, em ética, em transparência, o que esse governo federal não tem.
Tem uma fala de uma articulação para uma candidatura única de direito. O senhor concorda com isso? Acha que esse nome tem que ser unificado?
Concordo, mas acho difícil. Acho que, pelo que eu vejo em questões de partido, de ego, questões pessoais a direita deve disputar o primeiro turno com alguns nomes e depois se unir no segundo, que é muito bom.
O senhor seria candidato sem o aval do Bolsonaro, governador? Senhor seria candidato sem o apoio dele?
Eu quero é ajudar o Brasil, como eu falei aqui, o que eu pretendo é ajudar a tirar o PT de Brasília. Aquilo que for necessário, eu estarei participando para que a gente tire a esquerda de lá.
Governador, você fala bastante sobre a necessidade de haver diálogo e acabou de falar que seria melhor ter um nome só para os candidatos de direita. O senhor não acha que o debate da centro-direita sobre quem seria esse candidato único é atrasado pela manutenção do discurso do ex-presidente Bolsonaro de que ele é o candidato do direito?
Como eu disse aqui, o ideal seria que toda a direita se unisse em torno de um homem, seria nós termos aqui um mecanismo semelhante às primárias que existem nos Estados Unidos para que um nome só fosse. Mas devido termos essa quantidade de partidos, candidatos que se colocam como candidatos assim, eu tenho certeza da minha capacidade, o cenário que eu visualizo nesse momento, lembrando que está muito longe, é que nós vamos ter dois, três, quatro candidatos pela direita.
Sobre entrevista a Folha de São Paulo, a sua, digamos assim, o não reconhecimento da ditadura militar, alguns historiadores e pesquisadores criticaram isso ao longo da semana. Como o senhor enxerga isso? essas críticas.
Bom, hora nenhuma eu falei que sou favorável. Eu sou totalmente contrário a qualquer ditadura. Agora, nós temos de lembrar que nós estamos vivendo a ditadura do crime organizado no Brasil. Acho que o próprio Data Folha há pouco tempo mencionou que 24 milhões de brasileiros vivem hoje em território submisso ao crime organizado. Essas pessoas hoje são julgadas pelo tribunal do crime. Essas Pessoas hoje se querem comprar gás vão pagar um preço mais caro, porque é o crime organizado que determina que ganha o mesmo com sinal de internet, o mesmo com água, com energia elétrica. Então acho que nós precisávamos ter um governo que colocasse essas organizações criminosas, enquadrasse as mesmas como organizações terroristas, que aí nós poderíamos colocar todo o aparato de segurança pública, exército, forças de segurança dos estados, Polícia Federal para poder estar combatendo. Então, hoje nós temos uma ditadura a qual 23, 24 milhões de brasileiros estão submissos.
Por Eduarda Esposito — Após o rebuliço causado pelo anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tanto no setor produtivo quanto no Poder Legislativo, a oposição apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para extinguir o IOF. A iniciativa é da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), sob a liderança da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC).
Para a FPLM, a tentativa de tornar o IOF um imposto arrecadatório “viola o princípio da legalidade tributária, como também gera insegurança jurídica e impacta negativamente a economia, encarecendo o crédito, desestimulando investimentos e onerando principalmente pequenas empresas e a população de baixa renda”.
Entenda a PEC
A PEC busca eliminar o IOF, alinhando o sistema tributário brasileiro a padrões internacionais de transparência e eficiência. A prevê a redução da carga tributária sobre operações financeiras, garantia de maior previsibilidade para investidores e consumidores e o combate a abusos fiscais que prejudicam o crescimento econômico.
“Hoje, o IOF funciona como um imposto invisível que encarece o crédito e desestimula o investimento produtivo no Brasil. Além disso, tem sido usado de forma distorcida para suprir déficits fiscais, sem qualquer transparência ou controle do Congresso Nacional. Com a aprovação da nossa PEC, o Brasil deixa para trás esse instrumento obsoleto e instável. Eliminamos um tributo arcaico, com alíquotas voláteis, e damos um passo importante rumo a um sistema mais racional, transparente e favorável à liberdade econômica. O cidadão comum vai sentir diretamente no bolso a diferença: menos custo no cheque especial, no financiamento do carro ou da casa e em operações de câmbio. É uma vitória do contribuinte e do bom senso tributário”, explicou à coluna, a presidente da FPLM, Caroline De Toni.
Autoridades defendem o corte de benefícios fiscais durante evento do Esfera Brasil

Por Eduarda Esposito — O evento Dialogando Sobre o Brasil do grupo Esfera Brasil ocorre hoje (6) no Guarujá (SP) e aborda diversos temas econômicos do país. O painel 1 “Infraestrutura como motor da retomada” reuniu os ministros Renan Filho, transportes, Jader Filho, cidades, Bruno Dantas, Tribunal de Contas da União (TCU), a diretora de de infraestrutura do BNDES, Luciana Costa, e o conselheiro do Instituto Esferal, Sérgio Guerra. Durante o painel, Dantas ressaltou que o Brasil enfrenta um grande desafio em tratar a governança fiscal com seriedade.
“O grande desafio é tratar a governança fiscal com seriedade. O arcabouço é bom, mas é tão complexo que permite essas magias fiscais para não chamar de pedalada ou contabilidade criativa, e esse eu acho que é um problema que precisa ser enfrentado”, disse. Para o ministro do TCU, há ainda um embate entre o governo e a sociedade com o modelo atual de equilibrar as contas públicas por parte da União.
“O ajuste pelo lado da receita já passou do ponto até, e a prova é a reação da população e do setor produtivo com a tentativa de aumento do IOF. As pessoas não gritariam se não estivessem apertando tanto. O ministro Fernando Haddad apresentou uma série de propostas para recompor a série tributária, já fez e consegue ter uma arrecadação recorde. Está na hora do governo olhar também para o lado da despesa”, defende.
De acordo com Dantas, o governo federal precisa, além de rever os benefícios fiscais, que estão previstos na casa dos R$ 800 bilhões este ano de acordo com os novos dados da Receita Federal, escolher suas prioridades e colocá-las no orçamento e não fazer desvio em fundos. “O Pé-de-meia é importante e tem que ser escolhido como prioridade no orçamento e não usar jeitinho para fugir do arcabouço fiscal porque o governo não tem R$ 7 bi para alocar num programa prioritário”, critica.
O ministro do TCU também não deixou de tecer críticas ao Poder Judiciário, lembrando dos penduricalhos e supersalários que também oneram as contas públicas. “Acredito muito na boa fé das pessoas que governam o nosso país, estou falando dos três poderes, e acredito que nós temos maturidade para tomar uma decisão compartilhada. É preciso cortar os supersalários, eu tenho vergonha de receber penduricalho, agora é preciso que haja um pacto coletivo”, afirma.
Revisão dos benefícios fiscais

O ministro dos transportes, Renan Filho, defende que é necessário rever a forma como essas isenções são dadas. “Defendo que é preciso avaliar os benefícios e avaliar o gasto tributário, então cortar nesse momento é fundamental para ajudar na estabilidade do Brasil. O Brasil tem indicadores macroeconômicos bons, a economia está bem agora, mas precisamos ter crescimento sustentável e para isso precisamos ancorar expectativas e garantir estabilidade, e abrir espaço para a dívida pública do país cair”, argumenta.
Na visão de Renan Filho, não é necessário o corte total dos benefícios, mas sim uma parte para que o restante continue existindo. “Após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, era necessário contingenciar despesas para aumentar a capacidade de investimentos dos estados brasileiros. Eu não fui o único a fazer isso. Ao invés de escolher um benefício fiscal, é mais fácil convencer a todos, que tem benefício, abrir mão de uma parte para que a outra continue existindo”, relembra.
O ministro das cidades, Jader Filho, defendeu a mesma ideia de seu companheiro de Esplanada. Para Jader, o benefício fiscal precisa ter um retorno para a sociedade e não pode ser eterno. “Quando você se dispõe a fazer um benefício fiscal, ele tem uma razão lógica, uma razão no sentido de ter um retorno para a sociedade. E obviamente ele não pode se tornar uma muleta para determinado segmento, ele tem que ser um impulso, mas não um benefício para a vida toda. Precisamos compreender que a sociedade não pode pagar para um determinado setor sem ter um benefício em volta”, ressalta.
Para o ministro, é um problema o Brasil não tratar esse assunto, porque seria o único tópico que o Brasil não se debruça. “Me pergunto porquê se discute tudo no Brasil e não se discute benefício fiscal. Uma coisa que grita tão alto, o país passando por tantas dificuldades e a gente finge que não está acontecendo. A conta não pode ser eterna para o estado, se não fica nesse emaranhado por conta das ações e dos problemas que não queremos enxergar no Brasil”, defende.
Passada a semana dos Brics, será hora de o presidente da Câmara, Hugo Motta, passar por alguns testes. O primeiro será o destino do decreto que elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a ser resolvido na semana que vem. Em relação ao IOF, líderes consideram que Hugo já ajudou o governo, dando um tempo para que se apresente uma alternativa. E a avaliação é a de que, quanto mais demorar, melhor para o Executivo, uma vez que o decreto está em vigor e surtindo seus efeitos arrecadatórios, enquanto o Congresso espera. Se ficar nessa toada por mais tempo, mais o Poder Executivo arrecada. A primeira reunião não teve uma solução definitiva. Neste domingo, haverá outro encontro entre o governo e os congressistas, mas a tendência é não fechar nada até a volta de Lula ao Brasil e ele tem agenda oficial na Europa até a próxima segunda-feira.
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Fim da linha/ Com o pedido de licença de Carla Zambelli, de 120 dias, aceito pela Câmara, é menos um foco de tensão em torno do presidente Hugo Motta. Nos bastidores, avalia-se que Zambelli abriu mão de seus direitos políticos, uma vez que disse com todas as letras que não voltará ao Brasil. E, para completar, conforme o leitor da coluna já sabe, ela foi abandonada. Salvo alguma declaração aqui e ali, ninguém se mobilizou, no Congresso, em sua defesa. Diferentemente do apoio ao deputado Alexandre Ramagem, Carla Zambelli está sozinha.
A soma das rejeições
A pesquisa Quaest, que mostrou a maioria da população rechaçando candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, soa como música nos ouvidos do Centrão. Sinal de que tem jogo longe desses dois personagens, que perdem força perante o eleitorado. Já tem gente no Congresso defendendo que os partidos de centro se afastem de Bolsonaro e que apresentem um candidato sem esperar a chancela do ex-presidente.
Tchau, tchau, dólar
Na carta final do evento parlamentar do Brics no Brasil, uma coisa ficou clara: nenhum deles deseja o dólar como moeda comercial. “Destacamos a importância do uso ampliado de moedas locais no comércio e nas compensações financeiras entre os países do Brics e seus parceiros comerciais. Incentivamos as autoridades competentes a continuar explorando a questão de moedas locais, bem como o de instrumentos e plataformas de pagamento”, afirmam no documento.
Vale lembrar
Em Nova York, durante jantar do think-thank Esfera, no mês passado, o enviado especial de Donald Trump para a América Latina, Maurício Claver-Carone, foi incisivo ao dizer que, enquanto Lula estava na China, os empresários e financistas brasileiros estavam nos Estados Unidos. Para ele, foi um sinal de que o dólar continua com a moeda forte no mundo dos negócios.
Crise à frente
O interesse dos Estados Unidos pela sobra de produção energética da hidrelétrica de Itaipu no Paraguai tem preocupado o governo brasileiro. Os EUA querem os 35% que o país não usa para aplicar em seus data centers de Inteligência Artificial. De acordo com Alcolumbre, caso isso seja efetivado, o Brasil poderá enfrentar uma grave crise de energia elétrica no futuro.
Por falar em IA…
Inteligência Artificial foi um dos pontos mais debatidos durante o evento parlamentar do Brics. Os países integrantes do bloco querem desenvolver em conjunto a IA, compartilhando informações e, até mesmo, criando uma legislação compartilhada sobre IA para facilitar os estudos e investimentos de forma ética e responsável. O termo “IA do bem” foi bastante usado, como uma forma de delimitar o que as nações do Brics desejam da inovação tecnológica.
CURTIDAS

Vai dar BO/ A tradicional festa de Corpus Christi na belíssima Tiradentes (MG) virou um pesadelo para os moradores. Aquele que quiser proteger a frente da sua própria casa da invasão de barracas — e dos riscos de ter gás, “gato” de energia e lixo na porta do imóvel — terá de pagar até RS 3 mil de taxa. Os donos dos imóveis estão revoltados, consideram a cobrança um abuso e reclamam do descaso com a segurança do patrimônio tombado. Eles sequer foram ouvidos pela prefeitura.
Por trás do algoritmo/ As empresas de carro por aplicativo têm investido muito dinheiro em tecnologia para a proteção de clientes mulheres durante as viagens. De acordo com fontes da 99, por exemplo, o algoritmo do app prioriza motoristas mulheres ou os melhores avaliados para clientes mulheres. De acordo com a plataforma, essa prioridade se intensifica durante horários noturnos e em locais próximos a baladas e festas.
Brasília elétrica/ A Secretaria de Mobilidade Urbana do Distrito Federal tem investido em carros elétricos pela cidade. O objetivo foi reafirmado durante evento de lançamento da categoria elétrica de uma empresa de carros por aplicativo, na sede da Frente Parlamentar do Livre Mercado. Fala-se ainda na possibilidade de uma frota do app 100% elétrica em Brasília, tida como o melhor laboratório para esse tipo de investimento.
Vale uma selfie?/ Durante a cerimônia de encerramento, o deputado e coordenador do 11ºForum Parlamentar do Brics, Fausto Pinato (PP-SP), pediu uma selfie com Om Birla, presidente da Câmara Baixa do Parlamento da Índia (foto).

Coluna Brasília/DF, publicada em 5 de maio de 2025, por Denise Rothenburg, com Eduarda Esposito
Atento aos movimentos das pesquisas pré-eleitorais, que tiram um termômetro do cenário que se desenha para 2026, o cientista político Antônio Lavareda adverte que a situação do presidente vem se deteriorando a olhos vistos. Lavareda trabalha com um agregador de resultados dos principais institutos que medem o humor do eleitorado em relação ao governo. No primeiro ano deste Lula 3, os dados desse agregador indicaram um saldo de 13 pontos positivos para o governo. 2024 terminou com um saldo de quatro pontos positivos. Agora, o agregador indica 17 pontos negativos.
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Ano complicado/ O olhar acurado de Lavareda sobre as pesquisas mostra que, em abril, o governo até teve um respiro por causa da isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil e o consignado para o setor privado. Em maio, porém, a situação voltou a se deteriorar por causa da crise do INSS e o aumento do IOF sem combinar com a sociedade. “Um governante com 17 pontos negativos não se reelege. Ele ainda tem tempo de se recuperar, mas este tempo está ficando apertado”, diz Lavareda. Ele avalia que, daqui para frente, com uma CPI do INSS na proa, o governo terá dificuldades em reverter esse jogo. Daqui para frente, a vida de Lula não será fácil.
Zambelli isolada
A depender do que se ouve nas hostes bolsonaristas, a deputada fugitiva Carla Zambelli terá dificuldades com a família Bolsonaro. A avaliação dos mais próximos ao ex-presidente é a de que, tal e qual na eleição presidencial, ela mais atrapalha do que ajuda. Ela roubou a cena justamente no momento em que as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos ganhavam visibilidade e apoios, dizem aliados do ex-presidente. Agora, se a Justiça brasileira insistir em colocar alguns bolsonaristas de tornozeleira, a culpa será dela.
“Declaração desastrosa”
Presidente da Fundação João Mangabeira, um centro de estudos e reflexão do PSB, o ex-presidente do PSB Carlos Siqueira cobrou de Lula o discurso em que o presidente da República citou apenas os ataques de Israel à faixa de Gaza, sem qualquer menção ao fato de o grupo terrorista Hamas ter atacado Israel. “Ao meu ver, a declaração foi desastrosa. Posições desequilibradas não ajudam. E olha que eu apoio Lula e a reeleição dele, mas isso precisa mudar”, disse em entrevista à Rede Vida, que foi ao ar ontem à noite.
Ouviu, Marina?
Em seu discurso de abertura do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cobrou “comprometimento com ações concretas” e, ao se referir à COP30, mandou um recado ao Ministério do Meio Ambiente: “Não há sustentabilidade e desenvolvimento sem visão de futuro”. Referia-se à necessidade de o país, em vez de paralisar tudo, explorar suas riquezas de forma sustentável.
Cadê o comitê?
Fez água a audiência de conciliação entre a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) para tentar por fim ao embate judicial que suspendeu as regras eleitorais para a formação do Comitê Gestor do Imposto de Bens e Serviços (IBS). A CNM apresentou propostas e um acordo de coligação para encerrar a briga, mas, de acordo com a defesa da Confederação, a FNP ficou “surpresa” ao ver as sugestões de confirmação biométrica da CNM e pediu prazos para tomar a decisão.
CURTIDAS
Cadê todo mundo?/ O 11º Forum Parlamentar do Brics no Congresso Nacional está marcado pela falta da letra “B” da sigla do bloco — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul (e países agregados). Com o Parlamento esvaziado, apenas os RICS e as nações que entraram depois têm debatido os temas de relevância para o grupo. Nos bastidores, já se comenta a vergonha que os políticos brasileiros têm feito em não participar de um evento desta relevância e não contribuir para a pauta global da reunião.
Coquetel para quem?/ Antes da abertura oficial do evento em Brasília, estava previsto um coquetel para as delegações estrangeiras na noite de terça-feira, no Salão Negro. Mas, com a ausência dos parlamentares, o coquetel ficou para os funcionários da Câmara dos Deputados e do Senado.
Tira uma foto minha/ Entre os poucos que compareceram, a prioridade era o registro para as redes sociais. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Domingos Sávio (PL-MG), por exemplo, se encontraram por acaso na entrada do Plenário do Senado. Conversaram alegremente e, antes de se despedirem, cada um tirou uma foto em frente a placa do Brics. O líder até posicionou o deputado a fim de melhorar a foto. “Sou um ótimo fotógrafo”, brincou Sóstenes.
Coluna Brasília/DF, publicada em 3 de junho de 2025, por Denise Rothenburg, com Eduarda Esposito
Os Estados Unidos não fazem parte do Brics, mas será o país mais comentado nestes dias do 11ºFórum Parlamentar do bloco no Congresso Nacional, aposta o coordenador do evento, deputado Fausto Pinato (PP-SP).“As ações de Donald Trump precisam ser debatidas. E não é só a guerra tarifária. Há aquela menção de anexar o Canadá e a Groenlândia, o episódio do Golfo do México e por aí vai. Os Estados Unidos são uma nação invejável, mas Trump age como chefe e nenhuma (nação) quer um chefe, quer um líder”, afirma à coluna.
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Assunto delicado/Trump será muito citado na reunião, mas se tem um tema que muita gente pretende evitar é a guerra da Rússia contra a Ucrânia. As apostas são as de que, se houver alguma citação, será em defesa da posição do governo de Vladimir Putin.
Recado a Lula
O primeiro debate entre os candidatos a presidente do PT terminou com um recado direto ao presidente Lula da parte do deputado Rui Falcão (PT-SP): “O PT não tem chefe, não tem caciques, o voto é secreto e os militantes são livres para fazer as suas escolhas”, afirmou. A frase vem num momento em que o presidente Lula tem pedido aos correligionários que votem no ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva.
Por falar em Edinho…
Ele evitou mencionar a questão interna. Sua fala colocou como tema central a necessidade de preparar o partido para a campanha pela reeleição do presidente Lula. “O centro do embate do próximo período é a reeleição do presidente Lula e a gente tem que criar as condições para que ele se reeleja”.
Amigos, amigos……
soberania à parte. Antigo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Fausto Pinato brigou como clã por causa da China ainda no governo Bolsonaro e agora volta ao ringue contra o clã. Desta vez, o motivo é o trabalho de Eduardo nos Estados Unidos para denunciara “censura no Brasil”. “Minha briga com Bolsonaro e com Eduardo Bolsonaro foi por causa da China. Sou de centro-direita, não apoio o PT, mas a soberania é apartidária. Vou brigar com Eduardo Bolsonaro, sim”, afirmou à coluna.
Revoga aí
A polêmica sobre a abertura do comércio aos domingos e feriados volta com força total, diante do prazo para a portaria sobre o assunto em vigor. A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) deseja a revogação imediata da medida: “A portaria representa um grave retrocesso nas relações entre trabalhadores e empregadores, além de afrontar diretamente os princípios consagrados pela Lei da Liberdade Econômica. Caso tenha prosseguimento, a decisão será prejudicial à economia brasileira, pois afeta diretamente empresas, trabalhadores e consumidores. A medida causará um aumento do custo trabalhista, principalmente para os pequenos e médios empreendimentos”, defende o presidente da Associação, Alfredo Cotait Neto. Hoje tem reunião de autoridades do Ministério do Trabalho com representantes das associações comerciais para discutir a portaria.
CURTIDAS
Quase um recesso I/ Justamente na semana em que a Câmara receberá parlamentares de 15 países, o presidente da Câmara, Hugo Motta, iniciou a sessão pontualmente às 14h, com o plenário vazio. Com um descontentamento visível, ele logo saiu-se com esta: “As faltas terão efeitos administrativos”.
Quase um recesso II/ Desde a semana passada, não são poucos os deputados que planejavam passar esses dias de parlamento do Brics nos estados. No Nordeste, por exemplo, muitos vão aproveitar para participar de festas juninas no interior, porque, se deixar para a semana do São João, não dá tempo de atender a todos.
Veio passear?/ O deputado Ribamar Silva(PSD-SP) surgiu no plenário de camisa polo e calça jeans. O presidente Hugo Motta viu, e com cara de quem não gostou, fez um sinal para Ribamar, como quem diz, “cadê a camisa social e a gravata?!!!” Ribamar se retirou e, por telefone, pediu a um assessor que levasse uma camisa social. “Não dá pra eu ir lá, não (no centro do plenário). O presidente tá olhando pra mim”, falou ao telefone para o assessor.
Não vamos confundir/ Circula nas redes sociais um vídeo atribuindo ao empresário e advogado Nelson Wilians a alcunha de “careca do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)”. No vídeo, o anfitrião mostra uma adega milionária a um amigo. A adega é mesmo de Nelson Willians. Contém caixas e caixas de vinhos nobres, champanhe Cristal, e exemplares de todas as safras do vinho Château Petrus desde 1939, cujos preços podem chegar a R$ 200 mil, a garrafa. O careca do INSS é Antônio Carlos Camilo Antunes.

Coluna Brasília/DF, publicada em 30 de maio de 2025, por Denise Rothenburg, com Eduarda Esposito
Dois dias antes de o governo editar o decreto aumentando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), pesquisa da consultoria Think Policy indicou que 62,1% dos parlamentares não aceitam aumento de imposto e consideram que o governo deve procurar alternativas para resolver os problemas fiscais. “O resultado é muito claro: o Congresso cansou do aumento de impostos”, diz o CEO da consultoria, Leonardo Barreto. Apesar disso, há boa vontade em relação à isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, com 77,7% dos parlamentares ouvidos — sendo um terço governistas, outro terço oposicionistas e o restante independentes —, certos de que a medida seria aprovada.
Agora, não se sabe mais quando o projeto será colocado em pauta, porque os congressistas estão cansados de ficar com o papel de vilões, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva posa de bom moço anunciando novas despesas sem cortar gastos. Até aqui, a arrecadação só subiu e os gastos não foram reduzidos. O que mais se ouve nos bastidores é que não dá para continuar na toada de dar com uma das mãos e tirar com as duas.
Veja bem
Os líderes não gostaram nada da fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre “não haver alternativas” ao aumento do IOF. O resultado foi que até as bancadas divididas em relação à medida assinaram o pedido de urgência do projeto de decreto legislativo para sustar a decisão do governo. Inclusive, partidos da base governista defendem que o decreto seja revogado para manter a base que resta dentro do Congresso.
E os supersalários?
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acredita que o Congresso está “maduro” para aprovar pautas de cortes dentro do Poder Legislativo também. E afirma: “Não pode haver preconceito com temas”. Apesar de não destacar cortes em supersalários e penduricalhos, a base governista vai colocar os projetos desse teor na roda para serem discutidos.
Pessimismo
Mesmo com todas as “anomalias” em salários e penduricalhos dos Poderes — principalmente do Judiciário —, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), não acha que o tema vá para a frente. “Estou aqui desde 1995 e, até hoje, essa pauta não andou. Tem desembargador ganhando R$ 500 mil! É preciso que o Congresso tenha coragem de enfrentar esse tema”, disse.
Máfia dos postos na mira
Coautora do pacote de projetos “Brasil Mais Seguro”, a presidente da Frente Parlamentar do Livre Mercado (FPLM) na Câmara dos Deputados, Caroline de Toni (PL-SC), contou à coluna que há mais de dois mil postos de combustíveis controlados pelo crime organizado, só no estado que ela representa. “Não podemos tolerar uma concorrência desleal financiada pelo crime, que movimenta R$ 146 bilhões por ano em negócios aparentemente legais — enquanto o país perde bilhões em arrecadação e oportunidades”, enfatizou. O pacote propõe penas mais duras, confisco de bens ilícitos e regras rigorosas para progressão de pena.
CURTIDAS
Que vença a maioria/ A análise das ações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre responsabilização das big techs é mais uma lenha na fogueira de reclamações do Parlamento. Até aqui, os congressistas não conseguiram chegar a um consenso para a votação desse tema. No Judiciário, o que se comenta é que o ativismo judicial só será reduzido quando o Congresso não empurrar temas polêmicos com a barriga.
Vai esquentar/ Mesmo não sendo a grande protagonista dentro do Congresso neste momento, a reforma do setor elétrico já recebeu mais de 600 emendas parlamentares na Câmara dos Deputados. A título de comparação, a reforma tributária recebeu mais de mil.
“Vou te ligar”/ A aproximação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o afetuoso abraço trocado na Marcha dos Prefeitos, é mais um capítulo desta fase, em que “todo mundo conversa com todo mundo”. Hoje, a tendência do PSD é ter candidato próprio para fugir da polarização no primeiro turno.
Não me deixe só/ A preocupação do PL é criar um clima favorável para aproximação num cenário de segundo turno, seja quem for o nome apoiado por Bolsonaro para representá-lo na corrida presidencial de 2026. Hoje, o apoio formal do PSD só ocorrerá se o candidato for o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Líder da oposição vai pedir urgência para o PDL que susta mudanças no IOF
Por Eduarda Esposito — O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), vai se encontrar com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), hoje às 16h, junto com uma comitiva de deputados da oposição, para apresentar o requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que pretende sustar as alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) realizadas pelo Ministério da Fazenda. Para o líder, a matéria tem amplo apoio dos deputados e que Motta, não só aprovará o requerimento de urgência, como também o mérito para ainda esta semana.
“É um governo que apresenta uma reforma tributária e vai na contramão do que era, para justamente não só buscar a desburocratização, mas principalmente ser uma coisa organizada e não ter aumento de imposto. O governo usa justamente nas transações, nas operações financeiras, no nosso IOF, um confisco. Estamos falando de cerca de R$ 20 bilhões em 2025 e praticamente R$ 40 bilhões em 2026”, declarou Zucco após reunião na Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA).
O deputado disse ainda que já conseguiu assinaturas de alguns líderes e acredita que Motta apoiará a medida, mesmo sendo cauteloso e tentando “abaixar a temperatura” quando se trata de medidas de outros Poderes. O líder quer que a medida seja pautada ainda esta semana, tendo em vista a conferência do BRICS na semana que vem no Congrosso Nacional, evento que vai paralisar os trabalhos nas Casas.
“O presidente está tendo responsabilidade em várias pautas, ele sempre tenta diminuir a temperatura, mas não tem como diminuir uma temperatura quando se fala em aumento de imposto. O que está acontecendo é uma narrativa clara do ministro da Fazenda para equilibrar a economia e o teto de gastos. Mas na verdade, ele está fazendo um caixa com recurso de impostos. A gente espera sim que o Hugo Motta paute essa urgência e na sequência o mérito, ainda esta semana”, afirmou.
Recado ao governo
O presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), acredita que a urgência e o mérito serão dados por Motta após a reunião de líderes hoje como uma forma de aviso para o governo federal. “PDL é uma demonstração bem pesada e, geralmente, funciona mais como um aviso, um alerta: ‘ó, tem resistência dentro do Congresso, vamos rever isso aí ou chegaremos às vias de fato da votação do PDL’. Então, agora cabe ao presidente Motta decidir qual que vai ser o caminho. Logo mais nós teremos uma reunião para defender também esse tema. Então vamos ver como é que vai ficar essa tramitação. Tendo tendo o apoio necessário e a urgência, a gente vai para o plenário direto”, afirmou Lupion.
Impactos no agronegócio
De acordo com o presidente da FPA, as medidas da Fazenda sobre o IOF vão prejudicar praticamente todo o setor do agronegócio, já que a grande maioria é exportadora. “Muitos dos nossos produtores, parte do nosso setor é exportadora, ou seja, tem operações financeiras no mercado internacional. Isso impacta direto. É uma taxação extremamente alta, praticamente quadruplicando essa esse montante. Tem alguns alguns pontos específicos que chegam a 10 vezes o valor de hoje. Então, é um impacto muito forte que precisa ter cuidado”, alertou Lupion.
Para o deputado, mesmo que o IOF não seja uma pauta da FPA, eles apoiarão o PDL e não aceitarão as medidas decretadas pela equipe econômica do governo em relação ao imposto. “Na verdade, é um governo que gasta muito, gasta errado, aumenta o custo da máquina todos os dias, está gastando mais todos os dias e quem paga essa conta é a população brasileira com aumento de impostos. Isso é aumento de imposto, algo que a gente é claramente contrário, que a gente não vai aceitar. Inclusive, não é uma pauta da FPA”, ressaltou.

Coluna Brasília/DF, publicada em 27 de maio de 2025, por Carlos Alexandre de Souza, com Eduarda Esposito
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu o lado distante do governo federal na queda de braço contra o aumento de impostos anunciado pelo governo federal na semana passada. Em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizado em São Paulo, o parlamentar se juntou ao coro em favor do equilíbrio das contas públicas — sem aumento da carga tributária.
Motta advoga por melhorias no gasto público. “Como Presidente da Câmara dos Deputados, reafirmo meu compromisso de trabalhar incansavelmente para que a responsabilidade fiscal se torne cada vez mais consistente. Além disso, relembro que essa não é uma agenda exclusiva do setor industrial. Ela envolve toda a sociedade, é uma agenda do Brasil”, disse no evento da CNI.
Mais cedo, nas redes sociais, Hugo Motta foi mais direto. “O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto”, escreveu.
Chumbo grosso
Na casa legislativa comandada pelo deputado do Republicanos, há uma profusão de propostas contra as medidas econômicas do governo federal. Os congressistas têm fortes ressalvas à isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil, além de medidas provisórias autorizando mais gastos, como vale-gás e reforma do setor elétrico. O decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras, anunciado e parcialmente revogado na semana passada, engrossou o caldo.
Escute o que eu digo
Um levantamento do Ranking do Políticos revela que ainda há alternativas para o governo federal recuperar popularidade. Os parlamentares indicaram duas principais frentes: reajuste do salário mínimo acima da inflação (46,8% dos deputados e 39,3% dos senadores); e ampliação do acesso a linhas de crédito (50% dos senadores e 36,9% dos deputados). Para o Congresso, esse é o caminho para que o presidente Lula volte a subir nas pesquisas.
Cortar é preciso
Entretanto, o corte de gastos ainda é crucial para o Planalto, segundo os parlamentares. A maioria dos entrevistados apontou a redução de renúncias fiscais como a principal alternativa para cortar despesas. Segundo o estudo, 72,1% dos deputados e 92,9% dos senadores são favoráveis às ações. Essas mudanças na política econômica incluiriam até a redução de subsídios do Plano Safra, área blindada em razão da força da bancada do agro.
LIDE e COP30
Dan Ioschpe, principal representante do setor privado global na COP30, e a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira se reunirão em Bonito (MS) com o governador do Pará, Helder Barbalho, e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, no Fórum LIDE COP30, nesta sexta-feira (30). O evento pretende antecipar e aprofundar os principais temas que estarão em pauta na conferência em Belém.
Otimismo…
O relatório Conjuntura Industrial 2025, produzido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), traz uma visão otimista sobre o desempenho do setor no ano passado. Segundo o documento, o crescimento de 3,8% da indústria em 2024 contribuiu fortemente para a alta de 3,4% no Produto Interno Bruto (PIB). Na visão da ABDI, os números premiam os esforços do governo federal em estabelecer uma política industrial.
…Com moderação
Em relação a 2025, o documento é mais cauteloso. As incertezas na economia internacional e fatores internos, como inflação e alta taxa de juros, devem desacelerar o crescimento da indústria. “Embora haja sinais de recuperação, os obstáculos econômicos permitem otimismo, mas comedido, para 2025”, conclui o relatório.
Homenagem ao decano
O decano e ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes toma posse, hoje, como vice-presidente de honra do Instituto Niemeyer. A organização difunde ideias de conceito urbano social. A cerimônia será às 19h.
Pela equidade
A presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Elizabeth Rocha, lança hoje, às 17h, o Observatório Pró-Equidade da Justiça Militar da União. Trata-se de um fórum voltado para combater a discriminação e incentivar o respeito às diferenças. Entre outras questões, o colegiado vai se dedicar à melhoria na relação das Forças Armadas com as comunidades indígenas, além da maior presença de mulheres no meios militares.
Desembargador aposentado do TJDFT será candidato ao Senado pelo Novo
Por Eduarda Esposito — O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Sebastião Coelho se filiará ao partido Novo e vai concorrer a uma das duas vagas no Senado pelo DF. O evento de filiação e lançamento da pré-candidatura ao Congresso será em 10 de junho na capital federal. Coelho afirma se identificar com a ideologia do partido e a legenda quer ampliar seu número de parlamentares no Congresso Nacional.
“É uma honra receber o Dr. Sebastião Coelho no Novo. Um homem decente e honrado, que age com coerência e convicção. Sua coragem para enfrentar os abusos do Supremo é inquestionável, e mostra que teremos um projeto claro de representação qualificada, firme e pronta para encarar a tirania que se instalou em Brasília”, parabenizou Eduardo Ribeiro, presidente nacional do partido.
“Estamos construindo uma nominata forte, com nomes que unem preparo e coragem. O Dr. Sebastião é um reforço de peso que nos aproxima ainda mais do nosso objetivo, que é oferecer ao DF uma opção de voto consciente, com comprometimento ético e com a transformação da política”, ressaltou Thiago Cianni, presidente do Novo no Distrito Federal.
Quem é Sebastião Coelho
Sebastião Coelho tem 70 anos, é natural de Santana do Ipanema (AL) e construiu sua carreira no Judiciário do DF, onde atuou como juiz e desembargador no TJDFT. Em 2022, renunciou ao cargo de vice-presidente/corregedor do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) em protesto contra a posse do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que Moraes teria feito uma “declaração de guerra ao país”. Desde então, Coelho atuou como advogado e defendeu réus envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Investigação CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um processo administrativo contra Coelho, em 2024, para investigar sua suposta incitação a atos golpistas, como incentivar a animosidade das Forças Armadas e autopromoção com fins eleitorais. Entretanto, a Polícia Federal (PF) não encontrou indícios financeiros que o ligassem aos atos de 8 de janeiro.
Detido no julgamento
Em março deste ano, durante o primeiro dia de julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, Sebastião Coelho ficou detido por algumas horas após gritar na Corte. Coelho nem chegou a entrar no Plenário, mas arapalhou a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes.









