Categoria: coluna Brasília-DF
Blog da Denise publicado em 4 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
A última conversa entre o presidente Lula e o ministro de Defesa, José Mucio Monteiro, terminou com a permanência do ex-deputado pernambucano no cargo. A seara militar é delicada. José Mucio dispõe do talento, da capacidade de ouvir e de construir consensos de que a função precisa. Por mais que alguns queiram fazer intrigas entre ele e os petistas, Mucio fica e não sai tão cedo. Resolvida a área da Defesa, o presidente vai se dedicar a ver como ficará a política no Palácio do Planalto.
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O presidente considera que os resultados no Congresso foram satisfatórios nesses dois anos de Alexandre Padilha no cargo de ministro de Relações Institucionais, embora tenha havido atritos com o então presidente da Câmara, Arthur Lira. Agora, ainda que a relação com Hugo Motta seja melhor, é preciso colocar ali um ministro com novo fôlego, rumo a 2026. Pelo menos, essa é a tendência do presidente Lula. A discussão da reforma ministerial seguirá paralelamente às emendas, que estão num impasse que precisa ser resolvido antes do carnaval. O Orçamento de 2025, que ainda não foi votado, só deve ser apreciado em março. Sinal de que os ministros confirmados, no caso de José Mucio, têm tempo para tentar segurar mais emendas para seus ministérios.
A nova onda das MPs
O primeiro grande teste da boa relação entre o novo presidente da Câmara, Hugo Motta, e o do Senado, Davi Alcolumbre, está posto: é levar deputados e senadores de volta às comissões mistas das medidas provisórias, algo que não ocorreu na gestão anterior. Para este início de ano, há 32 em tramitação, sendo 25 paradas na coordenação das comissões mistas.
Enquanto isso, no STF…
A depender do ânimo dos ministros do Supremo Tribunal Federal, é lá que haverá a última palavra sobre a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. É que qualquer projeto que seja aprovado pode ter a constitucionalidade questionada na Suprema Corte.
Um gesto dúbio
O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou de surpresa a uma reunião do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com prefeitos de municípios afetados pelas chuvas. Um grupo avaliou que Bolsonaro foi dar respaldo ao seu ex-ministro de Infraestrutura. Já para outra ala, menos afeita ao bolsonarismo, o ex-presidente foi até lá para deixar claro quem é detentor dos votos que elegeram Tarcísio governador.
O que ele quer
O ex-presidente Jair Bolsonaro quer ver Tarcísio candidato à reeleição em São Paulo. Os mais fiéis escudeiros do bolsonarismo garantem que o ex-chefe do Executivo está convencido da necessidade de ter “Bolsonaro 22” na urna e na campanha de 2026. E os aliados dele dizem que Bolsonaro tem mencionado que o nome para isso, a preços de hoje, é o do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
CURTIDAS
Quaest e Lula/ Ainda que a pesquisa Quaest desta semana aponte o presidente Lula liderando todos os cenários da disputa de 2026, a alta rejeição preocupa, e muito. A avaliação é de que ninguém com 49% de rejeição conseguirá vencer. É parte desse público que o governo precisa conquistar este ano.
Quaest e a oposição/Jair Bolsonaro aparece com 53% de rejeição, e o cantor Gusttavo Lima, com 50%. A preços de hoje, a vida dos governadores pré-candidatos ao Planalto está muito melhor. Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Ratinho Júnior, do Paraná, têm 32% de rejeição. Romeu Zema, 23%, e Ronaldo Caiado, 21%.
Assim não dá…/ Defensor do fim da polarização política, o líder do PP, Doutor Luizinho (foto, RJ), saiu do plenário com a certeza de que o início foi preocupante. “Não dá para começar com essa guerra de bonés.”
… mas vai rolar/ O embate dos bonés, aliás, foi visto como saudável pelos parlamentares que defendem que a violência deve acabar. “Se eles querem usar boné, nós também usaremos. Faz parte. Quem vai ganhar com isso são as fábricas de bonés”, brincou o senador Jaques Wagner (PT-BA), que exibia um boné amarelo, com a inscrição “O Brasil é dos brasileiros”.
Blog da Denise publicado em 2 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Passada a eleição dos presidentes do Poder Legislativo, começa a construção de dois outros pontos que o Congresso espera dos demais Poderes constituídos. Da parte do Poder Executivo, os congressistas aguardam o que chamam de “despetetização” do Palácio do Planalto, ou seja, a abertura dos ministérios palacianos, em especial na articulação política, para as legendas mais ao centro, algo que Lula ainda resiste em fazer. O que mais se ouve dos deputados próximos a Hugo Motta é que é preciso “despetetizar a antessala de Lula”. Se nada mudar por ali, ou a reforma se restringir a encontrar um lugar para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vai ser difícil o centro se sentir governo.
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E no Judiciário…/ O presidente Hugo Motta fará o périplo no Supremo Tribunal Federal (STF) para explicar e reivindicar a posição dos parlamentares, de cumprimento do arcabouço institucional que deu ao Parlamento mais protagonismo no Orçamento. Afinal, se Hugo não garantir a continuidade dos parlamentares nesse quesito, terá vida curta como um grande comandante entre os próprios pares. Há quem diga com todas as letras que Motta não pode terminar este mandato como o “coveiro do empoderamento” do Congresso no Orçamento.
Começa o jogo rumo a 2026
Como um bom político que joga sempre preparando o próximo lance, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, abre o período legislativo de 2025 nesta segunda-feira, como candidato à reeleição daqui a dois anos, para mais um biênio no comando do Senado. Seu projeto é igualar o feito do ex-presidente José Sarney, o único a comandar o Senado por três vezes desde a redemocratização.
Ministro Pacheco
Os fiéis escudeiros do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) acreditam que ele irá aceitar um ministério no governo Lula, de olho no governo de Minas Gerais em 2026. “Ele e Nikolas irão para o segundo turno e vai dar ele. Com essa projeção, ele consegue votos da esquerda, centro e direita” é o raciocínio dos aliados nos bastidores.
“Tuca” fica
Mariângela Fialek, a assessora especial e técnica em orçamento que coordenou as emendas orçamentárias na gestão de Arthur Lira, recebeu um convite para permanecer no cargo desde que o nome de Hugo Motta foi citado como candidato à Presidência. O convite veio antes mesmo de qualquer especulação sobre a influência de Arthur Lira na administração de Motta. Ela, porém, se comprometeu a ficar, pelo menos, no período de transição.
Por falar em Lira…
Ele continua como o grande construtor da Casa para este biênio. E com o recorde de votos para o comando da Câmara. Teve 20 votos a mais do que Hugo Motta. Em política, isso conta.
Quem avisa…
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que espera que o Supremo Tribunal Federal tenha “bom senso” e pare com a perseguição. De acordo com o senador, é melhor ter “amadurecimento político” agora do que esperar o retorno dos bolsonaristas ao poder e ter uma revanche em 2027.
CURTIDAS
Os construtores/ A coluna acompanhou de perto a festa de despedida de Arthur Lira esta semana e a da eleição de Hugo Motta, na noite de sábado. O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (na foto com Hugo Motta) fez questão de comparecer à Residência Oficial da Câmara, na noite de sexta-feira. Numa roda, comentou: “Quem vem pelo consenso não consegue ir para o atrito”.
Memória/ Vale lembrar que Eduardo Cunha chegou ao comando da Câmara no confronto com o PT, o que desaguou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Depois, ele perdeu o poder. A Casa, desta vez, quer distância do “perde-perde”.
Cena inusitada/ Na noite de sexta-feira, o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), candidato a primeiro vice-presidente, encontrou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e foi direto lhe pedir o voto. Gleisi, sempre muito educada e cortês, foi direta: “Não se preocupe! Estamos juntos”.
Avenida do diálogo/ Deputado e ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) disse que a vitória expressiva de Davi Alcolumbre, com 73 votos, foi uma “homenagem do governo” ao senador. Em 2019, Alcolumbre obteve 42 votos, sem o apoio da esquerda. Costa acredita que “vai haver diálogo e o governo vai caminhar para isso”.
Tempo de festa/ Música, brindes, churrasco, costelão. A largada de 2025 é de paz na política. Se o resto do ano será de caneladas ou de confraternizações, depende do esforço dos líderes políticos em buscar o consenso.
Blog da Denise publicado em 1 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Nos próximos dias, os deputados estarão de olho na troca de cargos importantes na estrutura da Câmara e do Senado. Os parlamentares querem saber quem é que ficará, por exemplo, no acompanhamento da destinação e liberação das emendas, função hoje a cargo da assessora especial Mariângela Fialek — que faz esse trabalho desde os tempos do orçamento secreto. Na Câmara, o que se diz é que o novo presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), prefere alguém da sua própria equipe. Há quem diga que, se houver alteração, é sinal de que Motta comandará a Casa de forma independente do antecessor, Arthur Lira (PP-AL).
Façam suas apostas
Em conversas reservadas, muitos políticos dizem que Motta pode surpreender por ser da “escola de Eduardo Cunha”. Porém, nos diálogos com os partidos, ele tem dito que fará tudo o que estiver ao seu alcance para manter a Câmara unida. Sinal de que, em relação ao Orçamento/emendas, irá com a maioria. Ou seja: nem sempre com o governo.
Unção no almoço
O União Brasil fechou 2024 dizendo que seu líder seria escolhido mediante votação da bancada — sem essa de lista de apoios. Esta semana, porém, surgiu uma relação indicando Pedro Fernandes (MA), apoiado pelo presidente do partido, Antonio Rueda. No almoço da bancada, na casa de Rueda, Fernandes já foi tratado como o comandante dos deputados.
Alcolumbre e sua lista
Enquanto na Câmara os deputados escolhem o líder por meio de lista, Davi Alcolumbre (União-AP) tem um rol de cargos que seu grupo político considera importantes que entrem na roda de uma reforma ministerial. A começar pelo Ministério de Minas e Energia. O posto pertenceu ao antigo PFL no governo Fernando Henrique Cardoso, depois seguiu para o MDB e outras legendas, até chegar ao PSD de Alexandre Silveira e de Rodrigo Pacheco — ambos de Minas. O sonho do União Brasil é retomar a posição que ocupou nos tempos de Frente Liberal.
Voando alto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, se encontraram ontem para alinhar os projetos até 2026. De acordo com o ministro, será a maior carteira de investimentos portuários do Brasil, com R$ 20 bilhões nos próximos dois anos. Vem por aí a entrega de 40 obras públicas, em 33 aeroportos.
A consequência do aquecimento
Os eventos climáticos extremos, como chuvas e secas, entre 2020 e 2023, causaram prejuízo de R$ 4,39 bilhões a Minas Gerais, e de R$ 45,9 bilhões ao Brasil. Os dados foram trazidos por estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A pesquisa mostra que os setores do agro (R$ 24,4 bilhões), de serviços (R$ 19,3 bilhões) e da indústria (R$ 2,2 bilhões) foram os mais afetados. O levantamento alerta para a perda de faturamento pode chegar a R$ 127 bilhões, impactando negativamente o PIB em 0,7%.
CURTIDAS
E aí, líder?/ Com a ascensão de Hugo Motta à Presidência da Câmara, tudo caminha para que o novo líder do Republicanos seja o deputado Gilberto Abramo (MG, foto). Esta semana, em frente à escada que dá acesso ao Salão Verde, um deputado cruzou com ele e foi direto: “Já posso chamá-lo de líder?”
Calma amigo/ A eleição para o novo líder do Republicanos será na terça-feira. O deputado Gustinho Ribeiro (SE) também deseja comandar a bancada.
E o Elmar, hein?/ Não será presidente da Casa, mas terá assento na Mesa Diretora, com poder de voto na hora de tomar as decisões importantes na Câmara dos Deputados.
Obra nova na praça/ O livro Alienação Parental sob uma Perspectiva Crítica, organizado por Josimar Mendes e Marília Ribeiro, será lançado segunda-feira, na Livraria Travessa, em Brasília. A obra traz uma análise multidisciplinar sobre o uso da teoria de alienação parental no Brasil, com textos de especialistas de direito, psicologia e serviço social.
Colaborou Victor Correia
Deputados apresentam prioridades para a gestão de Motta na Câmara
Blog da Denise publicado em 31 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Nos encontros e reuniões da campanha de Hugo Motta (Republicanos-PB) rumo à Presidência da Câmara, foi pedido a ele que coloque como prioridade resolver o impasse com o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas parlamentares. Deputados de vários partidos ouvidos pela coluna consideram que essa briga é ruim para todos — mas, para o Congresso, em especial, extremamente desgastante.
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Hugo é considerado talentoso, jeitoso e muito bom de diálogo para solucionar impasses — requisitos fundamentais para tentar resolver o imbróglio do bloqueio das verbas. Mas as excelências dizem, nas conversas mais reservadas, que, se o diálogo respeitoso não funcionar, “a Câmara terá que mostrar sua força”. Significa não votar o Orçamento de 2025 e segurar os projetos prioritários do governo. Ou seja, o pior dos mundos
A Lava-Jato das emendas
Um grupo de deputados está convencido de que o governo e o STF, na pessoa do ministro Flávio Dino, patrocinam uma investigação de recursos oriundos das emendas dos parlamentares ao Orçamento, tal como o ex-juiz Sérgio Moro fez com a Operação Lava-Jato. Se não sair dessa trilha, o relacionamento que começa com festa vai virar um pesadelo.
Enquanto isso, no Senado…
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) retorna à Presidência da Casa, amanhã, com o compromisso de manter tudo como está. Ou seja, vai continuar cuidando da distribuição do jogo das emendas parlamentares na Casa.
O jogo de sedução de Lula
Ao dizer que “gostaria de ver” o senador Rodrigo Pacheco (PSD) como governador de Minas Gerais, o presidente Lula joga para tentar atrair o PSD de Gilberto Kassab para o seu lado, em 2026. O presidente sabe que esse apoio formal está difícil e quer, pelo menos, embaralhar as cartas de Gilberto Kassab, que hoje trabalha a união com o PSDB, partido que tem no deputado Aécio Neves (MG) seu maior líder em Minas.
Vem greve aí
A alteração no sistema da Petrobras que reduziu as horas de teletrabalho na empresa vai desaguar numa paralisação. Ninguém tem mais dúvidas de que os petroleiros vão parar por causa do fracasso das negociações desta semana, em que houve a suspensão da reunião marcada entre a empresa e a direção sindical. Rio de Janeiro, Brasília e Espírito Santo aprovaram a greve.
CURTIDAS
Ponto para Sidônio/ O novo chefe da comunicação do Planalto, ministro Sidônio Palmeira, passou em seu maior teste com a imprensa até agora: a entrevista coletiva de Lula foi considerada um sucesso pela Secom e pelos aliados. O presidente costumava reservar as coletivas para viagens e dá para contar nos dedos as vezes em que chamou os setoristas para responder perguntas. A promessa é de que ele faça encontros do tipo com mais frequência. O propósito é reaproximar Lula da imprensa e, de quebra, deixar que ele fale sobre tudo, sem intermediários, a fim de tentar recuperar a popularidade.
Discretíssimo/ Sidônio acompanhou de perto a coletiva, de braços cruzados e sorrindo a cada comentário acertado do presidente. De fato, Lula se mostrou preparado para a coletiva, com respostas prontas — mas enrolando ao falar sobre a espinhosa reforma ministerial. Sidônio nem chegou perto dos microfones ou das lentes das câmeras.
Campanha forte/ Quem estiver hoje pela Câmara dos Deputados, já encontrará banners, adesivos e panfletos de Hugo Motta (Republicanos-PB) pela Casa. O slogan da sua campanha é “Do lado do Brasil”. No papel entregue pelas “huguetes”, Motta afirma: “Vamos juntos gerar crescimento, desenvolvimento com justiça social, sempre priorizando o diálogo, a governança e o fortalecimento da atuação parlamentar”.
Medidas contra o assédio/ Esse tema demorou, mas chegou com tudo às repartições públicas. Com a participação do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reuniu diretrizes para prevenção e encaminhamento de situações de assédio moral contra servidores. A portaria do Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação do Mapa, publicada esta semana, aborda discriminação e importunação sexual.
Colaborou Victor Correia
Blog da Denise publicado em 30 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Antes mesmo de o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) ser eleito presidente da Câmara, os aliados do governo mais ao centro fazem um alerta: a construção celebrada com convescotes em São Paulo e no Rio de Janeiro tem o governo como parceiro, mas não no papel principal. O ator central desse desfecho foi o deputado Arthur Lira (PP-AL), que volta à planície na semana que vem, mas continuará mandando. Foi ele quem montou todo o sistema e não há um parlamentar de centro que negue isso. A frase mais ouvida nos bastidores é: “estão confundindo articulação política de governo com Mesa Diretora feita por Arthur Lira”.
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A previsão é de que, nos primeiros seis meses, o governo ainda conseguirá levar a melhor nas votações. Porém, quando chegar a hora de fazer as escolhas para temas polêmicos, Motta não deixará de ser leal ao seu grupo político — leia-se Republicanos, PP e MDB. Isso significa que se o governo pender demais para a esquerda, tende a ser derrotado em qualquer embate.
Licenciados com Motta
O Diário Oficial da União de amanhã deve vir com vários ministros exonerados dos respectivos cargos. Vão pedir para sair apenas para votar em Hugo Motta para presidente da Câmara.
Recado claro
Além dos ministros-deputados que são filiados a partidos de centro, quem pediu para ir à Câmara votar foi o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. O simbolismo da votação expressiva, e presença maciça do PT, é para não deixar dúvida quanto ao apoio do governo a Hugo Motta, de forma a evitar problemas mais à frente.
O jogo da atração de Kassab
As declarações de Gilberto Kassab na Latin América Investiment Conference, em São Paulo — “Hoje o PT não está na condição de favorito para 2026 (…) Não vejo articulação para reverter essa piora no cenário. (…) O centro está criando uma alternativa (…) Haddad é fraco” — é tudo que o PSDB quer ouvir para se decidir pela fusão com o PSD.
Eles terão a força
A tendência dos tucanos de se unirem ao PSD é porque trata-se da preferência dos governadores. O PSDB tem três: Raquel Lyra (Pernambuco), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul). E o PSD tem dois: Ratinho Júnior (Paraná) e Fábio Mitidieri (Sergipe). Além dos cinco governadores, a união PSDPSDB resultaria em 61 deputados, 16 senadores — a maior bancada da Casa — e 1.167 prefeitos. Um potencial gigantesco para 2026.
CURTIDAS
A próxima fronteira…/ A missão que o Ministério das Relações Exteriores, a ApexBrasil e o Ministério da Agricultura estão realizando na África Ocidental, com a participação de 40 empresários, vem abrindo tantas oportunidades de negócios, que o presidente da Agência, Jorge Viana (foto), decidiu designar um representante permanente da Apex na região — que deverá ficar em Abuja, capital da Nigéria.
… está ao Leste/ A Nigéria é um grande produtor de petróleo, mas é um dos maiores importadores de açúcar do mundo. E oferece oportunidades bilionárias para investimentos brasileiros, como os US$ 2,5 bilhões que a JBS anunciou no final do ano em novas plantas no país. Entre as prioridades, está a expansão da cadeia produtiva de cana-de-açúcar, que abrange do açúcar ao etanol. Além disso, estão no radar a criação de um hub da Fiocruz e a inserção da Embraer no mercado nigeriano.
2026 é logo ali/ Os discursos dos ministros dos transportes, Renan Filho, e de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, durante evento no Planalto, além de alinhados, foram um prelúdio das campanhas eleitorais para o ano que vem. Ambos destacaram números positivos da economia do país e exaltaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Renan Filho até afirmou que o Brasil “está com a mínima de desemprego, porque está com a máxima histórica de investimentos privados”.
Bom de saúde/ O ministro de Portos e Aeroportos não deixou de fora a questão da saúde de Lula. “Aquela sua cirurgia, que foi muito bem-sucedida… O senhor está com uma cara boa danada. Meus parabéns, ao senhor e à medicina. Porque o senhor, depois de poucos dias, já está restabelecido e me cobrando. O Rui (Costa, ministro da Casa Civil) nem falo, porque ele está ali, pertinho. Recebe a rebordosa mais forte”, brincou.
Blog da Denise publicado em 29 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Quem vê o clima de “já ganhou” na campanha do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para presidente da Câmara e de Davi Alcolumbre (UniãoAP), para o Senado, pode pensar que 2025 será de calmaria. Mas está longe disso. A pressão do governo pela definição dos partidos e a guerra das emendas ameaçam antecipar o carnaval. A estratégia de Hugo Motta e Alcolumbre, porém, é aproveitar fevereiro para deixar esse assunto decantar, antes de entrar em guerra, seja contra o Supremo Tribunal Federal (STF), seja contra o Poder Executivo. E, a contar pelas conversas em jantares e reuniões, a toada é a de que, sem resolver essa questão, nada de Orçamento é aprovado.
Todos de olho, mas…
Os oposicionistas querem aproveitar fevereiro para fazer uma varredura nos gastos do governo. Se houver qualquer coisa acima dos um doze avos permitidos, vão botar a boca no trombone pedindo o impeachment de Lula por pedalada, ou seja, gastar sem cobertura orçamentária. Foi isso que derrubou Dilma Rousseff. Só tem um probleminha: Não há qualquer clima nos presidentes da Câmara e do Senado para levar isso adiante.
“Não provoque”
Na linha do “não vamos provocar o governo dos Estados Unidos” dita pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em almoço promovido pelo grupo Líderes Empresariais (Lide) em São Paulo, Lula não irá à reunião da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos). A ordem é se preservar, porque, uma hora ou outra, Lula terá que conversar com o presidente Donald Trump.
Vem mais
O aumento no preço dos combustíveis desponta no horizonte e promete mais um repique inflacionário. A expectativa para o Copom, de acordo com Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos, é de que hoje a Selic vai subir para 13,25% por unanimidade. “Em consonância com a sinalização dada pelo Copom na última reunião e reforçada por declarações de Gabriel Galípolo em dezembro, quando disse que a barra é alta para fazer qualquer mudança no guidance”, afirmou.
Problemas marítimos I
Navios encomendados pela Transpetro, em 2010, pelo Programa de Modernização da Frota (Promef 2), correm o risco de não serem concluídos e entregues, mesmo estando 80% prontos, por exemplo, os petroleiros Irmã Dulce e Zélia Gattai, parados no Estaleiro Eisa, na Ilha do Governador (RJ). São navios Panamax de até 73 mil toneladas de petróleo bruto (TPB), ameaçados de serem cortados em pedaços.
Problemas marítimos II
As obras das embarcações estão paradas desde 2014, época da Operação Lava-Jato. E vão virar sucata, caso a Petrobras não emita uma carta confirmando “demanda firme”, ou seja, uma autorização para a Transpetro dar sinal verde à conclusão dos navios.
CURTIDAS
Comprinhas internacionais/ A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que dura mais de dois meses, está provocando um colapso no comércio exterior e logística do país. A estimativa é de que cerca de 75 mil remessas expressas de importação e exportação estejam paradas nos terminais alfandegários do Brasil, gerando prejuízos bilionários para empresas e consumidores. “Esses atrasos não afetam apenas as empresas de logística, mas destroem a competitividade do Brasil no mercado global. Produtos essenciais, como kits laboratoriais e peças industriais, estão presos nos depósitos, prejudicando as cadeias produtivas e colocando pequenas e médias empresas em risco”, afirmou o presidente da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP foto).
Cantando vitória…/ Em reta final de campanha pela presidência da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) jantou com políticos do Rio de Janeiro em uma churrascaria na Zona Sul cidade. O encontro foi organizado pelo deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), líder do partido. Motta ouviu demandas dos presentes que reforçaram o apoio à sua candidatura.
… nos grandes centros/ Com esse encontro e o jantar de São Paulo, na segunda-feira, Motta fecha as grandes bancadas. Na capital paulista, estavam o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), presidentes de vários partidos, representantes do governo e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O clima foi de “aclamação” para um deputado que comandará a Casa com a amplitude de conversar com todos os polos.
Cada um no seu quadrado/ Governo e oposição estiveram no jantar em homenagem a Hugo Motta, em São Paulo. Mas em mesas diferentes. Nada de muitos abraços efusivos.
Colaborou Israel Medeiros
Blog da Denise publicado em 28 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
A pesquisa Quaest que detectou uma queda na popularidade presidencial terá como principal efeito um pé atrás dos partidos em relação ao governo. Se estava difícil convencer os dirigentes partidários a fecharem com uma candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva rumo a 2026, agora ficará difícil até encontrar nomes de ponta interessados em ocupar o primeiro escalão, conforme relatam aliados.
A ordem dos fatores
Antes de convidar uma cara nova para integrar o primeiro escalão, neste segundo tempo do governo, Lula terá que convencer os nomes mais vistosos de que tem tudo para figurar como uma das principais apostas, no ano que vem. Sem isso, a tendência de receber um “não” será grande. E essa tarefa, de alavancar Lula, não é exclusiva do publicitário Sidônio Palmeira, seu novo ministro de Comunicação Social. Com inflação e juros altos, não tem vídeo que convença o eleitor e os partidos a seguirem com o governo rumo a mais um mandato.
Um para frente…
A atitude do governo de querer baixar os preços de alguns alimentos importados pode ajudar a conter algum repique inflacionário, mas empresários avaliam que não resolverá o problema da indústria nacional. Em setembro, de 2024, vários insumos — como embalagens plásticas, por exemplo —, tiveram aumento de tarifa de importação em nome da indústria nacional de base. Esse aumento da taxação, porém, acabou impactando no preço final de muitos produtos.
…dois para trás
À época, vários setores, em especial o de embalagens, foram ao governo alertar para o risco inflacionário que a medida representava. O resultado se vê agora e não houve alteração da política que elevou essas tarifas.
“Questão resolvida”
Apesar de mais dois nomes, um do Novo e outro do PSOL, disputarem o comando da Câmara dos Deputados, quem conhece a Casa não tem dúvidas de que esse jogo está jogado: “A eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) é uma questão resolvida. Os partidos se comprometeram e garantiram seus lugares. Essa candidatura do PSOL, na minha visão, é apenas mídia”, disse o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP).
Ali promete
O que vai pegar fogo no Congresso será a Comissão Mista de Orçamento. É hoje o centro nervoso das disputas partidárias no Parlamento.
CURTIDAS
Pisou em ovos/ Durante o almoço empresarial do grupo Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, com mais de 300 empresários, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski (foto), defendeu os brasileiros deportados, mas não tirou a razão do governo norte-americano no que diz respeito à deportação: “Não queremos provocar o governo americano, mas essas ações têm que ser feitas com respeito aos direitos fundamentais das pessoas. Eles foram trabalhar, não são criminosos”, afirmou.
Parceria MJ e SP/ Também durante o Lide, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, agradeceu a parceria com o Ministério da Justiça na implementação de câmeras com reconhecimento facial e de placas automotivas. A cooperação foi essencial na captura de foragidos da Justiça e de carros roubados na capital paulista. Sinal de que é possível uma relação civilizada entre o prefeito e ministro. O contribuinte agradece.
Sob nova direção/ O presidente da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), Edvaldo Nogueira, ex-prefeito de Aracaju, e o secretário-geral da instituição, Gilberto Perre, convidaram o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), para assumir a presidência da FNP no biênio 2025-2027.
E com todos os partidos/ A ideia é montar uma coalizão suprapartidária mais forte para debater questões essenciais para os municípios junto ao governo federal — especialmente os mais populosos —, como mobilidade urbana, precatórios, regulamentação das regras da reforma tributária e meio ambiente, com a aproximação da COP 30, em Belém.
Colaborou Luana Patriolino
Blog da Denise publicado em 23 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg
Da mesma forma que os partidos não vão atender ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que digam, o quanto antes, que caminho percorrerão em 2026, nenhuma das agremiações de centro chancelará, no curto prazo, uma candidatura presidencial que tenha o sobrenome Bolsonaro — seja Eduardo Bolsonaro, seja a ex-primeira-dama Michelle. A vontade dos partidos de centro, hoje, é buscar um nome que derrote tanto o petismo quanto o bolsonarismo.
Os partidos de centro, que têm conversado — e muito —, acreditam que o bolsonarismo e o petismo estão perdidos quanto ao melhor caminho a tomar, diante da inelegibilidade do ex-presidente. O petismo, avaliam alguns, encontrará dificuldades, em especial, por causa da ausência de um plano que recupere a imagem do país junto aos investidores. Lula mudou sua comunicação, o que fez subir o número de visualizações na internet, mas ainda não conseguiu acertar o passo entre a área política e a econômica do seu governo.
Não acabou
O fato de o ministro Flavio Dino, do Supremo Tribunal Federal, ter liberado parte das emendas destinadas às ONGs, não significa que tudo serão flores no relacionamento entre a Corte e o Congresso a partir de agora. Com as investigações em curso, muitos outros bloqueios estão por vir.
Alerta do BC
Acostumados a avaliar com uma lupa as atas do Comitê de Política Monetária (Copom), os economistas dos bancos perceberam algo inédito no último relatório: “A ata instou as instituições financeiras a terem especial vigilância na concessão de crédito. E não é usual. Fomos checar com inteligência artificial e tudo em todas as atas anteriores. Não é usual o Banco Central incluir uma mensagem prudencial, num texto essencialmente sobre política monetária. Eles também estão olhando com preocupação essa questão”, disse o economista-chefe do Banco Itaú, Mário Mesquita, em palestra no Lide Brazil Economic Forum, em Zurique.
A chegada de Hugo
O jantar do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), amanhã, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), é interpretado pelo governo como um sinal de que, no papel de presidente da Câmara, distribuirá o jogo e fará gestos. Falta definir, porém, a calibragem entre situação e oposição, algo que Hugo avisou que será definido no dia a dia. Ou seja, não tem essa de fechar com um lado ou com o outro.
Preocupante
Especialistas que monitoram as políticas públicas na educação brasileira consideram que o bloqueio de R$ 6 bilhões em recursos do programa Pé-de-Meia, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), acendeu um alerta para a necessidade de reforço e de eficiência na gestão dos recursos — como governança e transparência. “O Pé-de-Meia pode reduzir a evasão escolar, mas recursos e boas ideias, sem controle, são uma conta que não fecha. Estamos próximos da conclusão do Plano Nacional de Educação (PNE), com metas e objetivos para a próxima década, e isso depende de caminhos concretos para ser bem executado. Incerteza e insegurança não podem permanecer na pauta do MEC”, adverte Letícia Jacintho, presidente da Associação De Olho no Material Escolar.
CURTIDAS
O importante era falar/ Bolsonaro abre o jogo ao dizer por que foi candidato a presidente da Câmara por três vezes: “Tinha chance de ganhar? Zero! Mas tinha direito a 10 minutos na tribuna”, disse, em entrevista à Revista Oeste. Referia-se aos discursos dos candidatos, num dia de casa cheia e boa audiência na TV Câmara.
Nossos comerciais, por favor/ Bolsonaro contou que, naquela época, discursou dizendo que petistas promoviam fake news ao espalharem, na internet, que a reforma trabalhista acabaria com os direitos — como férias e 13º salário. No governo, há quem atribua essa lembrança, agora, a uma forma de o ex-presidente tentar empatar o jogo diante das acusações de que
disseminou mentiras.
Périplo acadêmico/ Depois de passar pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos, e pelo Brazil Economic Forum, em Zurique, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso (foto), fará um circuito de palestras por universidades norte-americanas. Vai a Yale e a Harvard. Tudo antes de voltar ao Brasil, para a abertura dos trabalhos do Judiciário.
Contem aí/ Em suas visitas, Barroso terá a oportunidade de colher, in loco, a avaliação dos intelectuais americanos a respeito desses primeiros acordes do governo de Donald Trump,
nos Estados Unidos.
Blog da Denise publicado em 23 de janeiro de 2025, por Carlos Alexandre de Souza com Eduarda Esposito
Ao longo da semana, o governo expressou a preocupação com a alta do preço dos alimentos, uma das queixas mais frequentes do eleitor. Na tentativa de mostrar alguma iniciativa, o ministro da Casa Civil, Rui Costa – o mesmo que desconhece os problemas sociais de Brasília, chamando-a de “ilha de fantasia” – falou em “intervenções” para baratear a comida. Precisou se retratar ante a péssima repercussão de uma péssima ideia.
Ontem, após uma reunião ministerial para tratar do assunto, Rui Costa voltou a fazer considerações sobre o governo. Descartou tabelamento, “fiscais do Lula” e outras infelizes providências originárias dos tempos de hiperinflação. O fato é que o governo busca uma solução pontual – preço de alimentos – para um problema de escala muito maior. Tem a ver com circunstâncias globais, como crise climática e preço de commodities. Mais pertinente parece ser o posicionamento do ministro Fernando Haddad, que considera positiva a regulamentação do vale-refeição.
O governo Lula demonstra boa intenção – e, naturalmente preocupação eleitoral — ao querer baratear a comida. Mas está evidente que é preciso cautela nessa empreitada, sob o risco de repetir erros cometidos no passado. E que não há uma bala de prata ou plano mirabolante para tornar os preços nas prateleiras do supermercado mais amigáveis.
Condenados
Oito integrantes de uma facção criminosa foram condenadas por planejar um atentado contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A trama foi neutralizada em 2023 pela Polícia Federal, por meio da Operação Sequaz. As penas definidas pela juíza Sandra Regina Soares, da 9.ª Vara Federal em Curitiba, chegam a 14 anos e nove meses de prisão.
PF impediu
Na decisão, a magistrada sustentou que o plano para sequestrar e matar Moro só não consumado porque a Polícia Federal agiu antes. Segundo as investigações, os membros do crime organizado queriam atacar o senador em razão de sua atuação como ministro da Justiça do governo Bolsonaro. À época, Moro proibiu visitas íntimas em presídios federais e coordenou a transferência e o isolamento de líderes da organização criminosa em presídios de segurança máxima.
E vem mais
Em uma rede social, o ex-ministro comentou a decisão. “Na minha gestão no Ministério da Justiça, fomos duros, como tem que ser, contra o crime organizado. A tentativa de retaliação do PCC foi descoberta e os responsáveis, condenados. Ainda falta o mandante. A luta contra o crime organizado também prosseguirá no Senado com leis mais severas”, disse.
Força nos portos
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, apresentou ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, um documento detalhando importantes projetos de concessão e infraestrutura. Um dos destaques é a concessão do Porto de Santos, o maior da América Latina, com investimentos de R$ 17,28 bilhões ao longo de 25 anos.
Bateu de frente
O ministro dos Transportes, Renan Filho, e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) duelaram nas redes sociais em razão do contrato de concessão para BR-381, conhecida em Minas Gerais como a “Rodovia da Morte.
Ver para crer
Aécio foi incisivo. “Após décadas de promessas e descaso, o governo Lula assinou o contrato de concessão para duplicação da BR-381. A obra nunca saiu do papel durante os 14 anos de governo Lula e Dilma. Agora, fica a pergunta: será que os mineiros finalmente podem acreditar que a duplicação será concluída? Ou estamos diante de mais um capítulo de promessas adiadas?”, escreveu.
Erros tucanos
Em resposta, Renan Filho disse que o lançamento das obras dos primeiros 100 dias de contrato será no dia 6. E criticou supostas falhas de administrações tucanas nas rodovias federais mineiras. “Faltou você lembrar que no governo FHC vocês estadualizaram as rodovias federais em Minas para, supostamente, o governo do Estado realizar os investimentos necessários e, anos depois, devolveram-nas, sem os ‘prometidos’ investimentos e em pior estado de conservação”, rebateu.
Sem cortesia
Aécio repetiu o tom do governador Romeu Zema (Novo), que também dispensou cortesia com o governo federal. “O PT prometeu essa mesma obra nos 188 meses de governo, mas não entregou. Por isso, quando for colocar máquina na pista, fiscalizar ou inaugurar trechos da obra na BR-381, eu estarei à disposição. Meu foco é trabalhar, não perder tempo com eventos burocráticos”, atacou Zema.
Tamo junto
O presidente Lula anunciou o apoio à candidatura das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói para sediar os XXI Jogos Pan-Americanos em 2031. O chefe do governo federal recebeu, ontem, os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Niterói, Rodrigo Neves, e decidiu apoiar a candidatura das duas cidades para sediar os XXI Jogos Pan-Americanos, em 2031.
“Acho que a gente, com o apoio do presidente da República, sai amplamente como favorito para essa disputa”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem até o final de janeiro para oficializar a candidatura. Até o momento, Assunção, capital paraguaia, está na disputa.
Blog da Denise publicado em 23 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Na reunião ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, um detalhe ajuda a explicar as dificuldades que ele tem no sul do país. Entre os 37 ministros não há sequer um gaúcho, um catarinense ou um paranaense. O único era Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, substituído este mês por Sidônio Palmeira. Em compensação, o Nordeste e São Paulo, berço do PT, dominam o governo.
Em tempo: muita gente acha que está na hora de Lula buscar um nome dos estados sulistas para ocupar o primeiro escalão e ter mais visibilidade na região. Afinal, se não o fizer, corre o risco de a oposição começar a dizer que o desprezo pelo sul é tão grande que, de 37 ministros, não tem nenhum de lá. E será mais um incêndio para o baiano Sidônio apagar
Fique mais um pouco
No governo, tem muita gente dizendo que é melhor o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, permanecer no governo, porque nem tudo está completamente em paz no meio militar. José Mucio tem o perfil exato para o cargo.
O olhar fala
Ao cobrar dos ministros que consultem seus partidos sobre 2026 com um “não sabemos se vão querer estar conosco”, Lula olhou diretamente para os ministros do Transportes, Renan Filho, e Simone Tebet, do Planejamento, ambos do MDB. Simone, inclusive, foi candidata à Presidência em 2022.
Ibaneis na contramão de Trump
Palestrante do Lide Brazil Economic Forum, em Zurique, na Suíça, evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial de Davos, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), falará hoje dos avanços do Brasil na transição energética. A partir de junho, por exemplo, Brasília receberá 90 ônibus elétricos para rodar no Plano Piloto. “Estamos com uma série de projetos sustentáveis para o futuro próximo. Brasília está na vanguarda da transição energética”, disse o governador à coluna. Bem diferente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interessado no petróleo.
Efeito Sidônio
Já está no dia a dia do governo a diretriz do novo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República para que o governo compare a atual gestão Lula com a do antecessor Jair Bolsonaro. Não faltaram números e comparações com o mandato anterior, na cerimônia da assinatura de concessão da BR-381. Todos com discursos alinhados e diretos.
O “cara”
Lula elogiou tanto o ministro Fernando Haddad na reunião ministerial de segunda-feira, que muita gente saiu com a certeza de que se o presidente decidir não concorrer à reeleição, o nome de sua preferência é o titular da Fazenda. Só tem um probleminha: o PT e aliados não estão lá muito convencidos dessa opção. Haddad, que sempre foi leal a Lula e ao partido, está à disposição.
CURTIDAS
Por falar em preferência…/ A turma do ex-ministro José Dirceu não está muito convencida de que a melhor alternativa para Lula era Sidônio Palmeira (foto) na Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Considera que se o governo errar na mão e exagerar no marketing, será tão prejudicial quanto não dar visibilidade aos programas sociais.
Vem muito mais/ O presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, Marco Aurélio Barcelos, avisou que 2025 será o ano do Brasil nessa seara, superando o ano passado. “Se achamos que 2024 foi o ano de concessões, e foi até agora, é porque não vivemos 2025”, advertiu.
O agro leva a melhor/ As concessões de rodovias assinadas até agora, e as 15 que virão este ano, beneficiam o agronegócio brasileiro, melhorando estradas essenciais para o escoamento dos produtos agrícolas. Um exemplo: a rodovia que liga Rio Verde (GO) e Itumbiara (GO) ao Triângulo Mineiro, três das maiores produtoras do agro no país. E chega justamente nesse cenário em que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tenta alavancar sua pré-candidatura ao Planalto.
Vamos lá/ A coluna acompanha, hoje, o evento do Lide/Veja, em Zurique. Confira no site do Correio