O recado de Valdemar para os partidos de centro

Publicado em Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, Eleições, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, Senado, STF

Uma das estrelas do palco do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, fez um alerta aos demais comandantes dos partidos de centro que participaram do debate e à plateia que aplaudiu efusivamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas: “Hoje, um candidato que tem oito pontos, o Bolsonaro joga o camarada no segundo turno. Por isso, temos que andar juntos”, referindo-se à capacidade de transferência de votos que o ex-presidente detém hoje.

Crédito: Kleber Sales

Vejam bem/ No evento promovido pelo think-tank Esfera, o alerta de Valdemar veio depois que cada presidente de partido colocou seu pré-candidato na roda. Gilberto Kassab (PSD) citou o governador do Paraná, Ratinho Júnior. Antonio Rueda (União Progressista) repetiu o que já havia dito no Fórum empresarial Lide, no Rio de Janeiro, reforçando a aposta em Ronaldo Caiado, governador de Goiás. Mencionou ainda a senadora Tereza Cristina (PP-MA).

Se não for agora, depois/O presidente da mais nova Federação partidária disse, ainda, não ter dúvidas de que aqueles partidos governarão o Brasil, e que se não estiverem juntos no primeiro turno, estarão no segundo. Baleia Rossi, do MDB, e Renata Abreu (Podemos) não mencionaram candidatos. Valdemar, que tem hoje o nome mais popular da direita inelegível, não tem como ficar fora desse jogo.

E o Tarcísio, hein?

Para o governador de São Paulo sair candidato ao Planalto, só falta o apoio oficial de Jair Bolsonaro. O problema é que os filhos do ex-presidente estão convencidos de que o nome “Bolsonaro” na urna é mais garantido em termos de passe para um segundo turno.

Faça sua aposta

Nos partidos de centro, o que se diz é que os bolsonaristas vão ter de fazer uma escolha: ou tentar carreira solo e arriscar o isolamento político lançando um familiar do ex-presidente, ou agregar apoios de peso com Tarcísio de Freitas.

Precisa ligar

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim criticou a falta de diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o par Donald Trump. “As negociações, os diálogos, principalmente Lula afirmando que não fez contato porque não foi avisado previamente por ele de que haveria essas medidas protecionistas”, comenta o ministro aposentado.

Faz parte

Jobim defende mais pragmatismo. “Esquece, tinha que fazer o contato. Se não quisesse atender, era outra coisa, mas tem que enfrentar tudo. Está sujeito à humilhação? Pode estar sujeito à humilhação, mas é parte do jogo político de resolver problemas”, ressaltou. Erros e acertos O ex-ministro da Defesa afirmou também que o vicepresidente Geraldo Alckmin foi responsável pela isenção de diversos itens do tarifaço de Trump. Mas entende que faltou atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Grande parte das exceções foram postas em decorrência das ações de Alckmin, ao estabelecer uma conexão entre os empresários brasileiros e as contrapartes americanas”, comentou.

Lamentável

“Lamentavelmente isso não se deu em relação ao ministro da Fazenda. Havia interesse efetivo da contraparte americana fazer esse diálogo, tanto é que liberou, de acordo com as informações que temos, as conexões, os links, etc. Mas o ministro Fernando Haddad anunciou publicamente e isso não se faz no sentido de mostrar força ou importância. Foi um erro”, criticou o ex-presidente do STF.

CURTIDAS

A volta de Campos Neto/ A contar pela forma efusiva como o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto (foto) foi recebido no Seminário Brasil Hoje, do Esfera, ele tem cadeira cativa, se houver um presidente da República mais à direita. O pré-candidato Ronaldo Caiado, por exemplo, diz que adoraria tê-lo na equipe. Roberto, entretanto, responde: “Estou bem na iniciativa privada”.

Atleta/ Logo depois de participar da abertura do seminário Brasil Hoje no papel de moderador do debate entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, o senador Ciro Nogueira comentou: “Vou mudar meu nome para Bernardinho”, afirmou, referindo-se ao levantador da seleção de ouro do vôlei masculino.

A real da oposição

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, Política

Texto de Denise Rothenburg publicado neste domingo (24/8) — As conversas de bastidores dos políticos no 24º Forum Empresarial Lide indicam que eles não subestimam o poder de recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem o talento do atual inquilino do Palácio da Alvorada para conquistar votos. Citam, inclusive, a isenção do Imposto de Renda como o grande trunfo que terá para a campanha à reeleição em 2026, assim como a conta de luz mais barata para os mais pobres. No entanto, a avaliação é de que a corrida de Lula será de resistência. Até aqui, eles só veem Tarcísio de Freitas com mais perspectiva de vitória sobre o presidente e não sabem se o governador conseguirá navegar nas águas do bolsonarismo sem se queimar.

Crédito: Valdo Virgo

Popular, mas…/ Ainda que Valdemar Costa Neto, presidente do PL, coloque Jair Bolsonaro como aquele que definirá os rumos do partido, muita gente fora da legenda diz que as chances de o ex-presidente estar preso na hora de definir o candidato é grande. E no caso deste cenário, os filhos não terão fôlego para enfrentar uma corrida presidencial. Michelle nunca foi testada numa campanha e é considerada pule de 10 para o Senado pelo Distrito Federal. E Bolsonaro não quer, a preços de hoje, prescindir da ex-primeira-dama como senadora.

O alerta de Damares I

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) tomou um susto ao ser diagnosticada com câncer de mama no mês passado. Como o diagnóstico foi precoce, houve tempo hábil para fazer os exames e a cirurgia, que durou seis horas. Ela contou à coluna que, quatro dias depois, já estava trabalhando e teve muito apoio dos colegas da Casa que souberam do problema.

O alerta de Damares II

Ao contrário da maioria das brasileiras, Damares teve a vantagem de um bom plano de saúde, que acelerou os procedimentos e exames necessários. Ela, agora, está empenhada em alertar as mulheres para a necessidade de um diagnóstico precoce e cobrar recursos para dar celeridade aos tratamentos na rede pública. “As mulheres precisam de cuidados e temos que alertar sobre a necessidade de celeridade do tratamento”, afirma.

Shell soa o alarme

Ao fazer sua exposição no 24º Forum Empresarial Lide, o presidente da Shell, Cristiano Pinto da Costa, fez um alerta importante: o Brasil não está mais furando poços suficientes para encontrar novas fronteiras para exploração de óleo e gás. E tendo em vista que a mudança na matriz energética será gradual, o país corre o risco de, em meados da próxima década, ter que importar esses produtos.

Crime organizado avança

Durante almoço na Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), na semana passada, empresas destacaram como o crime organizado tem adentrado em diversos setores da economia, como no mercado de capitais. Deputados membros da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados afirmaram que apenas prender não é mais suficiente. É necessário cortar o financiamento do crime no Brasil.

Lula que se cuide

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, Política

Texto publicado por Denise Rothenburg neste sábado (23/8) — Por mais que Lula tenha ministros do PP e do União Brasil, a proximidade entre a federação União Progressista e o PL está maior do que o governo imagina. Os três presidentes de partidos que estiveram no 24º Fórum Empresarial Lide, no Rio de Janeiro, já conversam sobre o lançamento de candidatos ao Senado mais afinados com a ala conservadora do país. Ciro Nogueira (PP), Antonio Rueda (União Brasil) e Valdemar da Costa Neto (PL) trocam ideias todas as semanas. Embora as chapas ainda não estejam fechadas e falte muito tempo para isso, a tendência é de que esses três partidos caminhem juntos. Aliás, o recado que o trio deu em suas palestras no Fórum Lide foi muito claro: estarão juntos; se não for possível no primeiro, será no segundo turno.

Crédito: Caio Gomez

Vale lembrar/ Em 2022, Bolsonaro perdeu por pouco, especialmente devido aos erros que cometeu em seu governo e com alguns percalços de aliados, vide Carla Zambelli armada nas ruas de São Paulo. Além disso, não obteve apoios expressivos no segundo turno, uma vez que Simone Tebet (MDB) respaldou Lula. Desta vez, o centro, em vez de fechar com Lula, caminha para ficar mais próximo da direita. Ainda há muito tempo pela frente, mas, se houver uma saída para derrotar o atual presidente, os partidos de centro não hesitarão em largar o petista no meio da estrada.

 

Façam suas apostas

Nos bastidores, muitos presentes ao Fórum acreditam que, em vez de trabalhar para evitar o desperdício da energia limpa melhorando a distribuição, o governo prefere, mais à frente, usar a energia das termelétricas. Tem muita gente de olho nesse movimento.

Primeiro acorde

Nem quando oficializou a federação União Progressista, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, tinha sido tão enfático ao mencionar uma possível candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência quanto nessa sexta-feira. Ele terminou assim sua fala no Lide, em que chamou Lula de “omisso” no caso do tarifaço (leia no blog da Denise): “Caiado, você é o nosso pré-candidato, vá em frente”.

Favorável

Dia desses, o senador Efraim Filho (União-PB) recebeu quase que a confirmação do presidente do partido, Antonio Rueda, de que será o candidato ao governo do estado em 2026. Nos bastidores, é dito que a postura de Efraim na oposição lhe deu a vantagem sobre Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que praticamente compõe a base do governo Lula na Câmara dos Deputados. É dito ainda que não há espaço para os dois.

E por falar em estado…

A federação ainda não está pacificada na Paraíba, no Acre, no Ceará e em Pernambuco. Mas, sobre isso, o estatuto prevê que a federação nacional vai tomar a decisão de como a disputa será feita no âmbito regional.

Decisão polêmica

A aplicação de anticoncepcional subcutâneo em jovens de 10 a 19 anos em Fortaleza deu o que falar. Vereadores da cidade têm denunciado o prefeito e a Secretaria de Saúde municipal por causa da medida. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também criticou a política à coluna. Leia mais no blog da Denise.

CURTIDAS

Crédito: Evandro Macedo LIDE

Maratona/ O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto (foto), tem cumprido todas as agendas que haviam sido marcadas para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ontem, saiu do Rio às pressas para assinar a ficha de filiação do senador Márcio Bittar ao partido.

Discretíssimo/ Estrela do Fórum Empresarial Lide na parte da manhã, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, fez questão de sair de fininho e sem dar entrevistas.

Salas cheias/ Na parte da tarde, outro ministro do STF, no caso, Alexandre de Moraes, lotou a área da conferência do Fórum Empresarial Lide. Presencialmente, 668 pessoas passaram pelo seminário. On-line, outras 16 mil acompanharam a exposição do ministro. No momento em que “Xandão” começou a falar, foram mais de dois mil acessos em menos de um minuto.

Outro show/ A maioria dos políticos faltou ao jantar-show de abertura do Fórum Empresarial Lide, na quinta-feira, na Casa de Espetáculos Roxy, do empresário Alexandre Accioly. Optaram por um petit comité para discutir política. Afinal, faltando 13 meses para o pleito, estão todos organizando o jogo. Pelo menos, até onde a vista alcança, a ordem é não deixar os acertos para a última hora.

 

PL e PT vão brigar pela autoria da isenção do IR

Publicado em Agricultura, Arcabouço fiscal, Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, crise no INSS, Economia, Eleições, GOVERNO LULA, Isenção do imposto de renda, Orçamento, Política, Politica Externa, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 22 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A oposição teve seu peso na facilidade com que foi aprovada a urgência para o projeto que determina a isenção de Imposto de Renda a quem recebe até R$ 5 mil. É que, depois da vitória na CPMI do INSS, os oposicionistas se preparam para tentar tomar de Lula o discurso da isenção de IR, inclusive com a perspectiva de ampliar o alcance da medida. É nisso que a turma do PL vai trabalhar nos próximos dias, paralelamente ao embate na CPMI.

Crédito: Kleber Sales

O plano agora é deixar votar o que for benéfico para a população, e esse projeto do IR é um exemplo. A ideia é desgastar o quanto der o presidente Lula na CPMI e, de quebra, deixar claro que a isenção do IR só ocorrerá por obra do Congresso. Resta saber se vai colar, porque, na avaliação do PT, a bandeira da isenção de IR foi lançada por Lula em sua campanha eleitoral. E o presidente tem falado tanto a respeito, que vai ser difícil arrancar esse estandarte das suas mãos.

Imagem é tudo

A oposição avaliou que o projeto de lei do IR, relatado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), tem o apelo popular de que seus deputados precisam para ajudar a reverter a imagem atrelada ao tarifaço de Donald Trump. Para interlocutores, a CPMI do INSS e a isenção do IR são vistas como um bote de salvação antes do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e possíveis novas sanções dos Estados Unidos.

Conta salgada

Há quem diga que o governo não tem os R$ 30 bilhões anunciados para o plano emergencial de apoio aos prejudicados pelo tarifaço norte-americano.

Aos poucos…

A aprovação do projeto que prevê a responsabilização das redes no caso da exploração de crianças e adolescentes, o da “adultização”, e a urgência à isenção do IR são provas de que a Casa trabalha para voltar à normalidade. E o motim de parte dos deputados começa a ficarem segundo plano.

Vem aí

O Ministério dos Transportes tem trabalhado em um novo modelo de transporte ferroviário para passageiros. O ministro Renan Filho vai se reunirem breve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acertar os últimos detalhes antes do anúncio. De acordo com o ministro, vai ser um ganho civilizatório para o país — primeiro no ranking mundial dos que mais transportam pessoas em ônibus.

CURTIDAS

Crédito: Luh Fiuza/ VGDF

O discurso de Xandão/ Em meio à celeuma envolvendo o tarifaço, a divulgação da troca de mensagens entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo e as sanções aplicadas pelos Estados Unidos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, fará, no fim da tarde desta sexta-feira, a grande palestra de encerramento do 24ºForum Empresarial Lide, grupo fundado pelo ex-governador de São Paulo João Doria. Os presidentes dos maiores partidos participam da abertura, hoje pela manhã.

Na pegada da sustentabilidade/ A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (foto, PP), está no Rio de Janeiro e também participa, nesta tarde, do24º Forum Empresarial Lide. Celina falará sobre economia circular e desenvolvimento social, tema que promete ser uma das bases de sua campanha ao GDF no ano que vem.

Ciro e o União/ A presença do ex-governador, ex-prefeito e ex-ministro Ciro Gomes no evento que oficializou a federação entre União Brasil e Progressistas não foi por acaso. Ele já tem convite para se filiar ao União e concorrer ao governo do estado. Falta acertar com o ex-senador e ex-governador Tasso Jereissati (PSDB).

Ciro e os tucanos/ Ciro cogitou voltar ao PSDB, mas os tucanos não se mostram muito animados com as perspectivas de retorno do antigo aliado. Especialmente em São Paulo, a resistência é grande

O problema é do governo

Publicado em Bolsonaro na mira, Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, CPMI do INSS, crise no INSS, GOVERNO LULA, Senado

Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 21 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Quem foi cobrar dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a derrota na escolha de presidente e relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouviu a seguinte frase: “Vá cobrar do governo”. Eles já fizeram muito indicando nomes mais alinhados ao Planalto. Porém, conseguir votos para aprovar é tarefa dos líderes governistas. Se não fizeram o dever de casa, agora vão ter que correr atrás do prejuízo. Nenhum governo gosta de CPI ou de CPMI. O que era para ser uma tarefa fácil, agora se tornou mais difícil, com possibilidade de reflexos nas eleições do ano que vem.

Crédito: Caio Gomez

Derrotado, o PT já pediu a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma maneira de tentar sair do canto da sala. A base do pedido será uma declaração do senador Izalci Lucas (PL-DF) à CNN, dizendo que Bolsonaro havia recebido um relatório que falava das fraudes. A convocação, porém, terá que ter a chancela do relator Alfredo Gaspar (União-AL), que não tem Bolsonaro como prioridade para as oitivas.

O problema é a Câmara

Partiu do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), toda a articulação para as indicações dos nomes mais centro-direita à CPMI do INSS e a organização da oposição para derrotar o governo na escolha do presidente e do relator. Com a Câmara “dominada”, a madrugada foi a vez de trabalhar os senadores. E tudo na surdina.

Deus ajuda quem cedo madruga

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) recebeu mensagem, na madrugada de ontem, avisando que os nomes da oposição para presidente e relator da CPMI eram, respectivamente, Carlos Viana (Podemos-MG) e Alfredo Gaspar.

Vice, só se deixarem…

O governo tentará emplacar o deputado Duarte Jr (PSB-MA) como vice-presidente da CPMI do INSS. O nome é bem-visto por parlamentares da oposição pela sua experiência com o Procon no estado, mas interlocutores disseram à coluna que se o presidente, Carlos Viana (Podemos-MG), quiser, pode não haver um vice-presidente do colegiado.

O alvo da oposição

Carlos Lupi saiu do ministério da Previdência para se preservar. Pois agora, a oposição o colocou como o nome a ser convocado e exposto num primeiro momento. A ideia é enfraquecer a posição do PDT nos estados e, por tabela, a do PT na eleição do ano que vem. A CPMI que era considerada um ponto de preocupação, mas nem tanto, transformou-se numa fratura exposta que o governo terá que operar muito bem para evitar maiores estragos. Será o grande teste da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

CURTIDAS

Crédito: Eduarda Esposito/CB/D.A press

Subestimou/ Nos bastidores, fala-se como o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP), ficou “chocado” quando o resultado da eleição apareceu no telão da CPMI. “Subestimamos a articulação da oposição”, disse o líder, assumindo a culpa da derrota.

Desdenhou/ O governo chegou a ser avisado que havia um zunzum de outro candidato para relatar a CPMI. Achou que o petista que avisou o governo estava vendo “pelo em ovo”.

Ficou a lição/ O deputado Ricardo Ayres (RepublicanosTO) deu várias entrevistas como relator da CPMI do INSS. Seus aliados chegaram, inclusive, a colocar faixas em sua terra natal como relator da comissão. Sentar-se na cadeira antes da eleição nunca deu bom resultado

Prestigiado/ Ex-presidente do Senado, Edison Lobão, lançou seu Memórias e Testemunhos — Revelações políticas ladeado pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e o do Senado, Davi Alcolumbre. Alcolumbre, aliás, fez questão de ter um têteà-tête com Lobão, flagrado pela coluna (foto)

Ministros da federação União Progressista têm prazo para sair do governo

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Crise entre os Poderes, Economia, Eleições, EUA, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, Senado, STF, Tarifaço de Trump

Coluna publicada na quarta-feira, 20 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Pelo menos dois ministros do governo Lula vão receber um ultimato para deixar o governo no final do ano. André Fufuca, do Esporte, filiado ao Progressistas, e Celso Sabino, do Turismo, que integra a bancada do União Brasil. Porém, como política não é matemática, há um grupo interessado em permanecer no governo, especialmente por causa das emendas.

Crédito: Caio Gomez

Esporte e Turismo agregam grande contingente e podem auxiliar a imensa bancada do União Progressista, de 109 deputados, a mostrar serviço junto ao eleitor. Diante dessa perspectiva, a ideia é deixar que tanto Fufuca quanto Sabino só saiam do governo no prazo de desincompatibilização, em abril.

Crédito: Denise Rothenburg/CB/D.A Press

O chamado

A única chance de os ministros saírem ainda este ano é se houver uma definição em torno de uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — que prestigiou o lançamento da federação que une o PP e o União Brasil (foto). O União Progressista, poderoso em número de deputados e senadores, pretende definir um candidato ao Palácio do Planalto até o final do ano. A ideia é insistir numa candidatura de Tarcísio, que só pode sair se receber o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado a maior incógnita no cenário.

O tempo é senhor da razão

No governo, a avaliação é de que, se Lula melhorar sua performance nas pesquisas, União Brasil e PP racham, com uma parcela expressiva voltada à reeleição do presidente da República. Fufuca, por exemplo, tem dito que seu voto é de Lula. Aliás, no evento do União Progressista, o ministro do Esporte fez “cara de paisagem” ao discurso dos oposicionistas e nem se juntou aos aplausos daqueles que defenderam uma postura de oposição — leiam-se o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e ACM Neto.

Ruptura

Para aliados do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cassar seu mandato é romper, de vez, relações diplomáticas com os Estados Unidos. Os parlamentares que apoiam o parlamentar afirmam que se a Câmara cassar o filho 03, será uma demonstração de perseguição política igual a que acusam o Judiciário de fazer ao ex-presidente.

Discurso para o empresariado

Parlamentares do PL querem separar as estações tarifaço e Alexandre de Moraes. A ideia é resgatar o apoio empresarial, dizendo que Eduardo Bolsonaro não foi aos Estados Unidos para pedir o tarifaço ao presidente Donald Trump, mas sim trabalhar pela sanção ao ministro do Supremo Tribunal Federal. Tentarão emplacar a história de que a culpa pelo tarifaço é da aproximação do Brasil com rivais econômicos dos EUA, em especial a China e o Irã.

A onda da hora

O governo planeja enviar amanhã o projeto sobre regulamentação das redes sociais ao Congresso. A ideia é aproveitar o clima gerado pelo PL 2.628/22, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que trata da adultização de crianças nas redes. Assim, avalia o Executivo, a população pode até apoiar uma regulação mais ampla das plataformas.

CURTIDAS

O nome da Paraíba/ O senador Efraim Filho (União-PB) recebeu quase que a confirmação do presidente do partido, Antônio Rueda, de que será o candidato ao governo do estado em 2026 pela federação União Progressista. Nos bastidores é dito que a posição de Efraim na oposição lhe deu vantagem, já que Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) praticamente compõe a base do governo Lula na Câmara dos Deputados. É dito ainda que não há espaço para os dois na corrida.

Veja bem/ Com a perspectiva de concorrer novamente à Presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) tende a ser candidato à reeleição. Ou seja, não será empecilho a uma candidatura do União Brasil ao governo estadual. O nome do DF/ Na formalização da federação União Progressista, o governador Ibaneis Rocha — único nome do MDB presente — anunciou que sua candidata ao Palácio do Buriti, em 2026, é sua vice, Celina Leão (PP). Representa que começou a pavimentar a estrada rumo ao Senado pelo DF, nas eleições do próximo ano.

Nordeste sai na frente/ O governo de Alagoas firmou a primeira cooperação binacional contra a adultização. Wendel Palhares, secretário de Comunicação do Governo Paulo Dantas, acertou parceria de trabalho entre a Secom alagoana e a Office of Communications (Ofcom), a agência reguladora do governo britânico responsável por supervisionar a segurança on-line.

Prioridade às crianças/ Os objetivos centrais da parceria são proteger crianças e adolescentes na internet e combater a desinformação. A Ofcom criou regras para que redes sociais e plataformas digitais protejam usuários de conteúdos ilegais e nocivos, como abusos, golpes e desinformação.

Colaborou Victor Correa

Congresso quer vetar repasses a sindicatos

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, Eleições, EUA, Política, Politica Externa, Senado, STF

Coluna publicada na terça-feira, 19 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Se depender do número de projetos de lei apresentados para evitar descontos no contracheque dos aposentados, os sindicatos e associações podem buscar novas formas de financiamento. Há 99 propostas apensadas ao projeto do deputado Danilo Forte (União-CE) que pretende barrar os descontos em folha de aposentadorias e pensões. Se cada autor fizer a sua campanha no partido, sobrarão votos para secar a fonte dos sindicatos e associações.

Crédito: Caio Gomez

Vale lembrar/ Os projetos também desejam dar um basta aos empréstimos consignados. A ideia é limitar essa possiblidade a quem tiver registro no Banco Central, o que certamente reduzirá o universo daqueles que passam o dia infernizando os telefones de quem entrou com o pedido de aposentadoria. Esse tema vai para a pauta a fim de dar aos congressistas um discurso “do bem”, depois do desgaste do motim em plenário.

Vai escalar

A tensão entre o governo brasileiro e os Estados Unidos não vai terminar tão cedo. Especialmente depois da entrevista do ministro Alexandre de Moraes ao The Washington Post. Por isso, Na avaliação do Itamaraty, é preciso separar as estações econômicas e políticas, o que até agora não foi possível.

Quem pode ajudar

Diante das dificuldades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo Lula nos Estados Unidos, quem pode ajudar a resolver esse problema é o Legislativo. Já passou da hora de as instituições acionarem os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (União- AP), além das comissões de Relações Exteriores das duas Casas.

Para tudo

Essa tensão entre Estados Unidos e instituições brasileiras fez com que os partidos dessem uma segurada nos movimentos das candidaturas ao Planalto. À exceção do PT, que tem Lula como candidato à reeleição, e do Novo, que lançou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, à Presidência da República no último fim de semana, ninguém mais se mexe. A não ser, é claro, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível.

Muita calma nessa hora

O União Brasil, que tem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como pré- candidato ao Planalto, não colocará suas fichas na candidatura. A ordem é esperar virar o ano para ver o que acontece e como se comportam as pesquisas.

CURTIDAS

Crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

No aquecimento/ O deputado federal e secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz (PSD-RJ, foto), confirmou à coluna a pré-candidatura à reeleição em 2026. “Está confirmadíssimo”, disse, sorridente, em evento do RenovaBR, que apresentou a turma para as eleições de 2026. Leia mais no blog da Denise.

Alunos que chegaram longe/ Por falar em RenovaBr, a escola de política tem o que comemorar. Entre alunos formados pela instituição estão Daniel Soranz e a deputada federal Camila Jara (PT-MS). A escola tem, atualmente, mais de 900 alunos ocupando espaços públicos. O modelo deu tão certo, que o Renova compartilha o seu método com mais seis países pela América Latina, em busca de fortalecer a democracia.

Já em Recife…/ A respeito das suspeitas de sobrepreço nas obras do parque Eduardo Campos, no valor de R$ 250 milhões, a prefeitura da capital pernambucana respondeu à coluna, por nota, que o relatório do Tribunal de Contas estadual é preliminar e que ainda falta o julgamento do conselheiro relator. “A gestão municipal vem apresentando nos autos as justificativas técnicas para todos os pontos indicados pelo TCE-PE, considerando que as impressões dos auditores incidiram sobre trechos da obra que ainda estavam em andamento”, argumenta a gestão de João Campos.

Lisura/ “A prefeitura reitera a lisura de todos os procedimentos administrativos adotados no contrato e permanece à disposição dos órgãos de controle”, acrescenta a nota.

Falta força do governo no Congresso para aprovar indicações em agências reguladoras

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, Política

Coluna Brasília-DF publicada no domingo, 17 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito — O término das mais recentes sessões do Senado Federal sem votar as indicações para as agências reguladoras foi visto como um sintoma da fraqueza do governo no Congresso. O quórum foi diminuindo e quem ajudou o governo foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que encerrou a sessão antes que houvesse uma derrota. A presença de Alcolumbre na presidência é considerada fator importante por interlocutores. Ele pode ajudar o Executivo, mas não tem ferramentas para garantir a aprovação de nomes de interesse do governo federal. São 17 nomes para as agências reguladoras e outras instâncias que vão passar pelo crivo do Senado. Se o governo não tiver força, vai ser difícil conseguir aprovar todos.

Deu certo

A missão do agronegócio ao Japão volta para o Brasil com mais um mercado aberto à carne brasileira, em especial, a proveniente dos estados do Sul. Agora, é só acertar a parte burocrática
dos contratos.

Melhor aguardar

Com a eleição de 2026 ainda meio embaçada diante da ausência de um nome forte para concorrer à direita e ao centro, os partidos só adotarão uma posição mais incisiva em outubro, depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definir as regras que vão reger o próximo pleito. Até lá, ninguém fechará apoio a este ou aquele nome.

Poucas certezas I

O único movimento mais incisivo virá do União Progressista —PP e União Brasil — nesta semana. Eles farão a convenção que selará a federação e deixarão claro que não jogarão suas fichas na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Poucas certezas II

Outro partido que também avançou uma casa rumo a 2026 foi o PSD de Gilberto Kassab, que já deixou claro que manterá uma distância regulamentar de Lula no primeiro turno da sucessão presidencial e apostará no lançamento de candidatura própria. Só não o fará se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), for candidato.

Ninguém sai

Os partidos se organizam para se afastar de Lula em 2026, mas não pretendem entregar cargos. A banda do centro toca a seguinte toada: Se Lula quiser, que demita nossos ministros.

Clima esquenta em Pernambuco

Enquanto os partidos esperam, os personagens se enfrentam em outras arenas. Em Pernambuco, por exemplo, opositores do prefeito de Recife, João Campos (PSB), pré-candidato ao governo estadual, atacam em todas as frentes e agora acharam uma brecha. O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCPE) divulgou um relatório sobre investigações nas obras de infraestrutura do Parque Eduardo Campos. O documento detalha uma série de irregularidades na execução das obras e investiga pagamentos indevidos por serviços não executados ou sem respaldo contratual, incluindo um adiantamento ilegal e superfaturamento.

CURTIDAS

Ensaios para 2026/ Alexandre Bettamio, um dos nomes que comanda o Bank of America na área de investimentos, reuniu o Produto Interno Bruto (PIB) paulista, neste sábado, para homenagear o governador Tarcísio de Freitas (foto). E, para desconforto dos bolsonaristas, o convescote ocorre justamente às vésperas do julgamento de Bolsonaro.

E tem mais/ A festa reuniu pesos-pesados do PIB brasileiro e de instituições financeiras no condomínio Fazenda Boa Vista, onde há alguns meses, o empresário Ricardo Faria, conhecido como o “rei do ovo”, recebeu diversas autoridades em seu aniversário de 50 anos. Naquela oportunidade, Tarcísio já foi aplaudido como “nosso presidente”.

Vale lembrar/ Como o leitor da coluna sabe, Tarcísio não é hoje o preferido de Jair Bolsonaro (PL) para representá-lo na eleição de 2026, porque não tem o sobrenome Bolsonaro.

Tem jogo/ A possibilidade de Jair Bolsonaro abrir mão de lançar um sobrenome Bolsonaro ao Planalto, optando por Tarcísio, é a hipótese de os partidos de centro lhe darem o direito de lançar candidatos bolsonaristas ao Senado. Se houver esse acordo, tem chance de Jair fechar com o seu ex-ministro.

Vem aí um “pulo do gato” no licenciamento

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, COP30, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, Senado, Tarifaço de Trump

Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 15 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Os apelos da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para que os parlamentares mantenham os vetos do presidente Lula à lei de licenciamento ambiental não devem ser atendidos. Ainda que não consiga derrubar a parte que o governo federal retirou do texto, a bancada do agro prepara uma manobra para repor aquilo que havia pedido, em especial, a descentralização das decisões sobre as licenças.

****

Crédito: Maurenilson Freire

Modus operandi/ A ideia em discussão na Frente Parlamentar do Agro (FPA) é incluir a parte vetada numa proposta sobre o tema, conforme negociado entre o governo e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dentro do acordo para garantir as pesquisas de petróleo na Margem Equatorial. A bancada do agro quer organizar uma redação que dificulte um novo veto por parte do presidente Lula.

Se punir demais…

… vai dar problema. A turma dos “cabeças brancas” da Câmara dos Deputados tem aconselhado a cúpula da Casa a arquivar os processos contra aqueles que lideraram o motim no plenário semana passada. É melhor deixá-los com a sensação de que foram salvos graças à benevolência de Hugo Motta do que alvos de desejo de vingança.

E a anistia, hein?

Ao dizer que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), podem sofrer sanções caso não pautem a anistia, o deputado Eduardo Bolsonaro contribui para enterrar as perspectivas de o tema entrar em votação. Motta respondeu publicamente que não pretende pautar o projeto e tem o apoio do Centrão para isso. Assim, o principal objetivo dos bolsonaristas pode ficar a ver navios.

Desafios do PNE

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados trabalha na implementação de serviços de psicologia e serviço social nas escolas. Para isso, discutiu, dia desses, forma de calcular quantas escolas cada equipe deverá atender. Esses serviços já estão previstos na Lei 13.935/2019, mas a implementação progressiva ainda depende de uma definição no Plano.

De olho na sustentabilidade

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), quer aproveitar o embalo da COP30 para acelerar o debate do seu projeto que garante ao consumidor o direito de reparo de produtos e peças onde quiser, sem a perda da garantia, e também proíbe a fabricação de produtos com vida útil limitada, forçando o consumidor a comprar novos produtos com mais frequência. “Eu já falei com os presidentes (do Senado) Davi Alcolumbre e (da Câmara) Hugo Motta para termos uma sinalização positiva na questão do meio ambiente, que é tão importante para o nosso país e mais importante ainda por conta da COP30”, afirmou, durante evento na Casa Parlamento esta semana.

CURTIDAS

Crédito: Andressa Anholete/Agência Senado

Posse da Independência/ Presidente eleito do PT do Distrito Federal, Guilherme Sigmaringa assume o cargo no encontro do PT do DF marcado para 6 e 7 de setembro, o feriado da Independência. Além dele, os demais membros do diretório serão empossados.

Todos juntos e misturados/ Ainda com forte repercussão no Congresso, a denúncia do influenciador Felca rendeu a aprovação de um pedido da senadora Eliziane Gama (foto, PSD-MA) para que ele compareça à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A parlamentar quer que o youtuber detalhe as denúncias, e, ainda, ouvir representantes das big techs que atuam no Brasil, do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e Defensoria Pública da União.

Desdenhou, perdeu/ Muita gente no governo brasileiro avaliou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não levaria adiante as ameaças ao Brasil para defender Jair Bolsonaro. Agora, é correr atrás do prejuízo.

Eles querem mais/ O fim do foro privilegiado é apenas uma pontinha do projeto do PL sobre o Poder Judiciário. O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP), por exemplo, começou a exigir uma reforma mais ampla do sistema. “A verdadeira solução é uma reforma ampla do Judiciário, que assegure equilíbrio entre os Poderes”, argumentou. A chance de uma proposta dessas ir a voto num clima tenso é quase igual a zero.

Governo precisa ir além da MP

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, EUA, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, STF, Tarifaço de Trump

Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 14 de agosto de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito 

A medida provisória de ajuda aos exportadores afetados pelo tarifaço de Donald Trump encontrará um clima favorável no Parlamento, porém o governo brasileiro terá de complementar esse pacote para atender pelo menos a três setores: café, carnes e pescados, especialmente este último. A avaliação dos congressistas ligados ao agro é de que não dá para aprovar a MP que atende à indústria e não ter, ao mesmo tempo, algo que possa servir de alento a esses setores. Afinal, o governo e o mercado brasileiro não conseguirão absorver todo o estoque dos produtos. Ou encontra novos mercados com urgência, ou cria logo algo que possa aliviar o prejuízo desses setores.

» » »

Em tempo: o agro é hoje a bancada mais forte do Congresso. Se não for atendida, e logo, a medida provisória, que tem tudo para ser aprovada, pode encontrar dificuldades.

Crédito: Caio Gomez

Juntos chegaremos lá

Líderes da bancada do agro, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) estão no Japão com o intuito de abrir novos mercados para a carne brasileira. O Ministério da Agricultura e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) também integram a comitiva.

No embalo de Eduardo

Enquanto o Itamaraty e o presidente Lula conversam com várias autoridades estrangeiras para reforçar os valores democráticos do Brasil, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), prepara uma carta a ser entregue às embaixadas para dizer que houve prisões arbitrárias, censura institucional e perseguição política no país.

Pode ajudar

Na avaliação de deputados, a série de possíveis suspensões devido às ocupações nos plenários da Câmara dos Deputados pode adiar, ainda mais, a votação da cassação de Glauber Braga (PSol-RJ). Para alguns parlamentares, as punições visam estabilizar a Casa, e uma votação para cassar um mandato pode reacender a tensão.

E o IR, hein?

O clima para votação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais deu uma “esfriada” . Apesar de ter sido tema da reunião entre os líderes da Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ainda não há uma data definida para ser votada em plenário.

Mas vai ficar tudo bem

Segundo o líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões (AL), o atual relatório não contém nada que exija a regra de noventena, e, com certeza, será aprovado ainda este ano, respeitando o preceito da anualidade. Mas, caso ocorram mudanças que exijam a noventena, o líder garante que não haverá prejuízos se ultrapassar alguns dias — ou semanas — para a sua aprovação.

CURTIDAS

Crédito: AFP

É hora do lobby/ Na visão de parlamentares, agora é o momento para que exportadores e importadores façam um acordo, a fim de reverter o tarifaço de Donald Trump. A forma seria incentivar que os compradores norte-americanos se aproximem do presidente e mostrem os prejuízos, para que seus setores sejam isentos. E, de acordo com autoridades, é neste momento que entra o lobby para facilitar o diálogo.

Ajuda crucial/ Em setembro, por exemplo, uma missão do Líderes Empresariais (Lide), fundado pelo ex-governador João Doria, estará em Washington para o Lide Development Forum. A avaliação de muitos parlamentares é de que esse encontro pode auxiliar os empresários brasileiros.

Espera aí/ O presidente Lula gostou tanto da conversa com o professor Steven Levitsky que o encontro entre os dois deixou os ministros, que chegavam ao Palácio para o anúncio da MP antitarifaço, esperando por quase uma hora. O chefe do Executivo recebeu um livro autografado do autor de Por que as democracias morrem e ouviu que o Brasil agiu certo ao conter o extremismo.

Valeu, Lira/ Levitsky fez questão de frisar o acerto da turma de centro-direita que, em 2022, parabenizou Lula pela vitória assim que saiu o resultado da eleição. O então presidente da Câmara, Arthur Lira, foi o primeiro a se pronunciar. Levitsky considera que a atitude foi fundamental para reforçar o processo democrático.