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Coluna Brasília/DF, publicada em 12 de abril de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
O convite do presidente Lula para que o líder do União Brasil, Pedro Lucas (MA), assumisse o Ministério das Comunicações deflagrou uma guerra interna pelo comando do partido na Câmara. Pelo menos quatro deputados começaram a telefonar para integrantes da bancada pedindo votos. Damião Feliciano (PB), Fábio Schiochet (SC), Mendonça Filho (PE) e Moses Rodrigues (CE) não esperaram sequer o líder começar a organizar a saída e já se colocaram, retomando a briga de dezembro do ano passado. A Páscoa será animada.
E tem mais/ Pedro Lucas foi escolhido líder com o apoio de Ronaldo Caiado e do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que confiaram num viés oposicionista da liderança. Com Pedro Lucas quase ministro, a tendência agora é ambos apoiarem Mendonça Filho, que dá a certeza de virar o leme para longe do governo Lula. É 2026 dando as caras bem mais cedo no partido comandado por Antonio Rueda.
E a federação, hein?
Outro ponto que está em jogo com a briga interna do União é o desenho de uma federação com o Progressistas. Até aqui, essa junção era considerada líquida e certa. Com esse estremecimento na bancada, tem muita gente recolhendo os flaps.
O construtor de pontes…
O presidente da Câmara, Hugo Motta, conseguiu algo inédito até aqui. Fazer uma ponte, ainda que pequena, quase uma pinguela, entre o PT e o PL. É hoje o principal articulador em busca de um consenso para o projeto de anistia. À coluna, o líder do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que “nós da política conversamos sempre”, confirmando que Motta está conseguindo fazer os antagonistas dialogarem, agindo como interlocutor.
… mas tem limite
Perguntado sobre um possível acordo com o Judiciário, como apontado nos sites de notícias, o líder do PL foi enfático: “O Judiciário agora é poder político? O Judiciário jamais fará conversa política sobre anistia, porque não é atribuição deles. Conversa nos autos”, afirmou.
Segura aí!
No Centrão e na esquerda, há quem aceite anistia para aqueles que serviram de massa de manobra. Mas não para quem planejou o assassinato de autoridades.
CURTIDAS
Vai ficar pro vice/ À coluna, o ainda governador de Goiás, Ronaldo Caiado, deu a entender que quem vai tocar os assuntos do Entorno do Distrito Federal com o governador Ibaneis Rocha será seu vice, Daniel Vilela (MDB). Caiado disse ter ficado surpreso com a pré-candidatura de Ibaneis ao Senado, mas acredita que, por serem do mesmo partido, o tema deve desenrolar bem no ano que vem.
Brasil tem potencial/ Durante o Web Summit-Brasília Edition, evento sobre uso de tecnologia profunda nos dias de hoje, Gustavo Bodra, CTO da Startse, empresa que treina líderes empresariais, falou do “potencial que o Brasil tem para desenvolver tecnologias voltadas para a inteligência artificial”. De acordo com Diego Aristides, CEO do The Collab Foundation, “o Brasil tem as maiores bases de dados públicos, como DataSus e Enem, e são gratuitos para alimentar as ferramentas de IA” , o que torna o desenvolvimento aqui ainda mais potente. Para Bodra, falta apenas “subir o tijolo” para o Brasil despontar nessa área da tecnologia e se tornar referência global.
Recordes/ O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, esteve em Brasília, durante a instalação da Comissão de Turismo, para parabenizar o presidente do colegiado, Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG). Freixo disse à coluna que foi uma visita institucional, em que convidou o deputado do PL para visitar a sede da Embratur e mostrar os dados do turismo brasileiro atualizados. “Batemos todos os recordes, e vim aqui parabenizar”, afirmou. No documento entregue ao novo presidente, apenas em janeiro e fevereiro deste ano, o Brasil já teve aumentos consideráveis em emissões de passagens de países estrangeiros, como Argentina (102%), Chile (30%) e Estados Unidos (27%).
Olha o gancho!/ O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, aproveitou as imagens do ex-presidente Jair Bolsonaro na ambulância do Samu para falar do bom atendimento do serviço. “Todo mundo sabe: na hora da emergência, chama o Samu 192! Atendimento de urgência para salvar vidas de Norte a Sul. Criado pelo presidente Lula, para todos os brasileiros, cada vez maior e mais rápido! Viva o SUS!”, disse.
Coluna Brasília/DF, publicada em 11 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg
Com dificuldades em fechar o compromisso dos partidos rumo a 2026, o presidente Lula tratou de reforçar alguns ministros nos respectivos cargos, a fim de baixar a bola das especulações sobre troca na equipe. Ele já colocou escoras no ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e no ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O próximo da lista é o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.
Relax, babies/ Na verdade, Lula fará a reforma ministerial, mas, antes, precisa conversar com os presidentes dos partidos aliados. E, até aqui, a maioria desses dirigentes tem reclamado do chefe do Executivo, haja vista o vídeo que o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, publicou, no último sábado, em suas redes sociais, criticando Lula. Nesse ritmo, outros “ficos” virão.
O problema é a “partilha”
Republicanos e Progressistas vão voltar a conversar sobre federação e/ou fusão. Porém, até o desfecho dessa novela, ainda será preciso ajustar quem mandará em qual estado. Foi exatamente isso que levou a bancada do Republicanos a uma posição contrária à união.
Por falar em união…
O PP pensa duas vezes antes de fechar uma federação com o União Brasil. Primeiro, o partido de Antonio Rueda precisa resolver seus problemas internos e sair da linha de desgaste provocada pelo escândalo envolvendo o empresário Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, alvo da Operação Overclean da PF, que investiga fraude em licitações.
Linha direta
Ainda que o Parlamento tenha o poder sobre o orçamento da União que segue para as prefeituras, o governo quer aproveitar o encontro dos prefeitos e prefeitas, desta semana, para reforçar o diálogo direto, de forma a prescindir da intermediação de deputados e senadores. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, coordena um braço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tem esse contato direto com os prefeitos. A ideia é aprofundar essa política.
E a anistia, hein?
O presidente da Câmara, Hugo Motta, se deu conta de que mexeu num vespeiro ao mencionar a anistia aos envolvidos no quebra-quebra do 8 de Janeiro de 2023. Se leva o projeto adiante, briga com o governo; se engavetar, briga com a oposição. Agora, aos poucos, ele vai tentar tirar a Câmara desse tema explosivo, que pode ameaçar a boa convivência na sua gestão. Ele começou com a Casa pacificada e não deseja partir para o conflito logo nessas primeiras semanas.
CURTIDAS
Tereza e as emendas/ A líder do PP no Senado, Tereza Cristina (foto), apresentará um novo projeto de lei para reforçar a transparência na aplicação e dar mais luz ao caminho do dinheiro das emendas parlamentares ao Orçamento da União, inclusive, as emendas Pix, aquelas que vão direto para as prefeituras. A ex-ministra da Agricultura está à vontade para propor uma regra mais rígida. Até aqui, ela dispensou as emendas Pix.
Concorridíssimo/ Os prefeitos ficaram muito irritados com o evento que lançou o Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização. É que não havia lugares para que todos pudessem se acomodar. Foi uma brigalhada danada em busca de uma cadeira. E olha que o espaço era grande.
Por falar em concorrido…/ Os prefeitos puderam relaxar — e, de quebra, comemorar o aniversário do PT — com um churrasco antes do encontro com os ministros do governo federal nesta terça-feira. A ordem é deixar o partido próximo das administrações municipais.
Ministras do samba e do axé/ A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, já confirmou participação no desfile da Unidos de Padre Miguel, no Rio de Janeiro. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, não perde um carnaval em Salvador.
Colaborou Victor Correia
Blog da Denise publicado em 7 de fevereiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Ao publicar em suas redes sociais que “aumentar impostos é empobrecer o país”, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixa translúcido o que os parlamentares pensam a respeito de propostas que representem aumento de impostos. Os congressistas e o setor produtivo estão preocupados porque, até aqui, o governo disse que irá compensar a isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais, mas não detalhou o que será feito para garantir essa compensação. Há quem diga que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não poderá dispensar uma oportunidade sequer de explicar o que vem por aí, a fim de deixar claro, desde já, que não haverá aumento de carga tributária, nem de impostos.
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Em entrevista à Globo News, por exemplo, Haddad foi direto ao dizer à colunista Miriam Leitão que serão levadas em consideração situações de companhias que não estão pagando impostos, mas estão distribuindo dividendos. Alguns políticos ficaram de orelha em pé. Por isso, antes mesmo que o governo venha com ampliação de impostos, o presidente da Câmara menciona o empobrecimento do país. Nas conversas dos deputados, há um sentimento de que não dá para taxar quem gera e segura empregos dentro do Brasil.
Lula que se cuide
Sem maioria no Congresso, o governo Lula terá que passar por uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que institui o semipresidencialismo. O texto apresentado pelos deputados Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) e Luís Carlos Hauly (Podemos-PR), esta semana, é lido nos bastidores da mesma forma que, no passado, os políticos receberam a emenda do então deputado Mendonça Filho, que permitiu a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1998. A onda, à época, era “se for a voto, passa”.
Quem manda
A proposta dos dois deputados mantém o presidente eleito como chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas. Entre as atribuições do presidente, está a nomeação do primeiro-ministro, “após consulta aos partidos”. O premiê deve apresentar programa de governo ao presidente e à Câmara. Primeiroministro e Conselho de Ministros dependem da confiança da Câmara.
Vale lembrar
Antes de deixar a presidência da Casa, Arthur Lira (PP-AL) teve planos de votar o semipresidencialismo. Não houve consenso nem tempo para os partidos de centro avaliarem o tema.
Nada é por acaso
Lula tinha um leque de opções para sua primeira viagem, depois da liberação pelos médicos. Escolheu o Rio de Janeiro porque muitos aliados consideram que é um dos estados que a direita tem mais força junto ao eleitorado. Em 2022, Jair Bolsonaro obteve 56,53% dos votos válidos no segundo turno. Lula ficou com 43,47%. O ex-presidente venceu em 72 municípios e Lula, em 20.
CURTIDAS
Assim que se faz I/ A bancada feminina está dando um show no Legislativo. O maior exemplo é a procuradora da Mulher, deputada Soraya Santos (PL-RJ, foto), ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) defender uma ação de inconstitucionalidade arguida pelo PSol. Soraya fez uma sustentação oral em defesa da ação, que busca Justiça para as Mães de Haia, mulheres que vêm para o Brasil em busca de proteção, muitas vezes, para fugir da violência doméstica em algum país estrangeiro — e acabam acusadas de sequestrar os filhos.
Assim que se faz II/ “A violência contra a mulher, o câncer e as mazelas do país, não têm partido. É isso que a bancada feminina tenta mostrar e muitos não entendem”, diz Soraya. Aliás, na Procuradoria da Mulher, Soraya e Benedita da Silva, do PT e ambas do Rio de Janeiro, são o maior exemplo de harmonia e boa convivência, quando o assunto é defesa da mulher. Raridade na política de hoje.
Me inclua fora dessa/ O deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS) pediu voto a todos os deputados da direita. Quando chegou na deputada Bia Kicis (PL-DF), ela foi direta: “Meu compromisso é com o partido e com o presidente Jair Bolsonaro. Por isso, meu voto é Hugo Motta”, disse.
Por falar em Bolsonaro…/ As vaias ao ex-presidente, no Mané Garrincha, durante o jogo Vasco 1 x 2 Fluminense, foram consideradas, nos partidos de centro, a prova de que nem tudo será flores para os extremos da política em 2026. Os aliados dele, porém, consideraram “normal” — devia ser um grupo petista. Outros disseram que, em estádio de futebol, tudo se vaia.
Por Denise Rothenburg — Os líderes do Centrão estão dispostos a travar as votações até que o governo libere os R$ 5 bilhões em emendas de 2023 que estavam prometidas. São R$ 3 bilhões da Câmara e R$ 2 bilhões do Senado, capazes de segurar as deliberações da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) tem o comando. Somados aos cortes feitos no orçamento deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esses valores amplificam a irritação dos congressistas com o governo
Os empenhos desse valor total chegaram a R$ 2 bilhões e só foram pagos R$ 600 milhões. Logo, grande parte dos congressistas que aguardavam essa liberação voltará pintada para guerra. Se o dinheiro não sair, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não terá a varinha mágica para fazer o plenário adotar o que for prioridade para o governo.
Corra, Appy, corra
O secretário especial da Reforma Tributária, Bernard Appy, anunciou ao CB.Poder de ontem que pretende entregar as propostas de regulamentação da reforma até março. Até aí, beleza. Só tem um probleminha: no próximo dia 30, a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) tem reunião marcada, em Brasília, para fechar um projeto de lei sobre esse tema.
Se demorar, leva “chapéu”
Essa regulamentação é considerada prioridade para os congressistas. E a FPA não quer esperar o governo enviar a proposta. A avaliação dos parlamentares é de que quem chegar primeiro terá a prioridade. Diante dessa disputa, está claro que o relator será essencial para definir o ritmo e a capacidade de diálogo com o Poder Executivo.
Até agora…
Até o momento, a Advocacia-Geral da União (AGU) soube apenas de uma ação judicial relativa ao Enem dos Concursos. O pleito foi da Federação Nacional dos Médicos contra a previsão do edital que permite que o candidato com Transtorno do Espectro Autista apresente um laudo, emitido por psicólogo, para fins de comprovar tal condição e concorrer às vagas de pessoa com deficiência. O processo foi extinto pela Justiça por ilegitimidade ativa da entidade.
… foi fácil
Outras ações virão, conforme antecipou esta coluna no último domingo. A AGU dará tratamento prioritário e estratégico a eventuais demandas judiciais e extrajudiciais envolvendo o processo seletivo, de modo que o Enem dos Concursos possa ocorrer com segurança jurídica e dentro do cronograma previsto.
Pimenta nos olhos…/ Ao atingir os ministérios dos aliados do governo com os cortes das emendas, o governo de Lula tira fôlego do MDB, que comanda Cidades, e do União Brasil, que indicou os ministros do Turismo, Celso Sabino (foto), e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Os dois partidos têm, atualmente, mais prefeitos que o PT.
Estamos todos bem/ Depois do estresse entre o PSB e o PT por causa dos cargos no Ministério da Justiça, em especial a saída de Ricardo Cappelli, as reuniões desta semana entre as equipes de Flávio Dino e do futuro ministro da pasta, Ricardo Lewandowski, são para mostrar que a disputa não criará problemas para a continuidade dos programas da pasta. O problema entre PT e PSB, porém, não está resolvido.
O grande teste deles/ O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus três filhos políticos — o vereador Carlos, o deputado federal Eduardo e o senador Flávio — farão uma live no próximo dia 28 a fim de debater a organização das bases bolsonaristas para as eleições deste ano. Alguns consideram que será um termômetro da capacidade de mobilização da família nas redes sociais.
Faltou ela/ Considerada da ala mais light do bolsonarismo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não está no elenco dessa conversa com o eleitorado do ex-presidente.
Colaborou Vinicius Doria
Por Denise Rothenburg — Um dos mais jovens deputados à época da promulgação da Constituição de 1988, o ex-presidente da Câmara e ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB) começa a marcar diferenças para o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — algo que a oposição menos radical tem evitado depois dos atos de 8 de janeiro. Em seu discurso, ele lembrou que, na data de votação da Carta, o Plenário lotado para aprovar a proposta, “houve uma voz dissonante dizendo ‘ainda não foi desta vez que os trabalhadores tiveram uma constituição’, e encaminhou o voto não. Esse líder era Lula, hoje presidente da República”, lembrou Aécio. Ele ressaltou, ainda, que o PT não só rejeitou o texto, como antes havia expulsado quem havia votado em Tancredo Neves no colégio eleitoral, em 1985.
A fala de Aécio foi lida por alguns políticos como um dos primeiros movimentos desses partidos mais de centro, tentando se distanciar do governo e marcar diferenças. E foi aplaudido. Um sinal de que o “vamos dar as mãos”, que preponderou depois do 8 de janeiro, está com os dias contados.
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Melhor esse…
Com boa parte dos líderes no Senado disposta a votar o projeto que limita as decisões monocráticas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tratará desse assunto com uma sintonia fina. Antes de colocar em votação no Plenário, vai conversar com todos. A intenção de alguns é deixar para o ano que vem.
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… do que outros
Esse projeto, aliás, que não é o pior dos mundos para o STF, é visto como algo que pode servir de termômetro sobre o humor dos senadores em relação ao Supremo. Melhor avaliar aí do que em outros textos que podem servir para colocar uma camisa de força na Suprema Corte.
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Hora de ajustes…
O fato de o ministro da Justiça, Flávio Dino, ter dito que a flexibilização da legislação sobre armamentos ampliou a violência no país, jogando no colo do governo de Jair Bolsonaro as mazelas na área de segurança, provocou mal-estar na base lulista. O governo foi eleito para dar respostas, e não culpar o antecessor.
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… no discurso
Da mesma forma que, na política, perde força o discurso de que é preciso apoiar o governo por causa do risco à democracia, à medida que o Poder Executivo fecha o primeiro ano no comando do país, fica mais difícil culpar o antecessor. Ainda mais em se tratando de um presidente com experiência de oito anos de governo.
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Atitudes
Apesar do discurso culpando o governo passado, Dino agiu rápido no caso do triplo homicídio no Rio de Janeiro. Seu secretário-geral, Ricardo Cappelli, foi logo cedo acompanhar, in loco, as investigações.
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Curtidas
Histórias da constituinte I/ Ao sair da solenidade de 35 anos da promulgação da Constituição de 1988, a ex-deputada constituinte Maria de Lourdes Abadia (foto) parou na frente do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e foi logo contando a história: “Vou te contar uma coisa: o projeto de Oscar Niemeyer não previu banheiro feminino, aqui, na área do Plenário”. “Como não tem banheiro feminino aqui?!”, perguntou, surpreso, o presidente.
Histórias da constituinte II/ “Hoje tem! Foi um dos nossos primeiros pedidos a Ulysses Guimarães. Quando o banheiro ficou pronto, ficamos tão felizes. Inauguramos com champanhe”, contou. É…, pelo que se vê, as diferenças de gênero já foram bem maiores na política.
Um barril de pólvora/ O assassinato de três médicos que estavam hospedados num hotel na Barra da Tijuca, para um congresso internacional de ortopedia, arrisca tirar eventos internacionais do Rio de Janeiro. Ninguém quer chegar à cidade e ser confundido com miliciano num quiosque praiano.
Que Deus conforte/ A coluna registra aqui suas condolências aos parentes de Marcos Corsato, Perseu Almeida e Diego Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP). Que as investigações sejam céleres, ao contrário do que ocorreu com o caso da vereadora Marielle Franco.
Por Luana Patriolino – Com a retomada dos trabalhos do Congresso, um dos grandes desafios do governo gira em torno de uma possível reforma ministerial nos próximos meses. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o dilema está na falta de espaço para o Centrão — que colocou à disposição os nomes dos deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
Nos bastidores, circula a possibilidade de o Palácio do Planalto desmembrar algumas pastas para criar cargos, porém, o presidente ainda não considera essa medida — vista como último recurso. Aos aliados, ele afirmou que resolverá a questão com calma e só após a conclusão de matérias de extremo interesse do governo no Congresso — como, por exemplo, a votação do PL do Carf, do arcabouço fiscal e da reforma tributária.
Estamos tranquilos
Na briga pelos ministérios, o PSB está seguro de que continuará no comando das pastas que tem atualmente: Justiça e Segurança Pública (Flávio Dino), Portos e Aeroportos (Marcio França) e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (vice-presidente Geraldo Alckmin).
Se der, lembra da gente
O Podemos também articula para buscar um espacinho na Esplanada dos Ministérios. Nos últimos meses, a bancada do partido no Senado recebeu o reforço de Soraya Thronicke (MS) e Rodrigo Cunha (AL) — passando a contar com sete integrantes na Casa. No entanto, Lula ainda não cogita contemplar a sigla.
Inversão de papeis
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) processou o jornalista Luan Araújo — que ela perseguiu, de arma em punho, em São Paulo, na véspera das eleições do ano passado. A defesa da parlamentar alegou difamação, depois que ele concedeu uma entrevista em que critica a bolsonarista. O processo está nas mãos do juiz Fabrício Reali Zia, da Vara do Juizado Especial Criminal de São Paulo. O magistrado determinou a remoção do conteúdo na internet por considerar que as falas “ultrapassam os limites da narração crítica acerca de um desentendimento ocorrido entre as partes”.
Alerta para acidentes
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que, em 2022, foram 55,6 mil comunicações de acidentes ao INSS relacionadas à área de saúde. De acordo com o levantamento, lideram as reclamações os seguintes setores: comércio varejista de mercadorias em geral (18,5 mil), transporte rodoviário de carga (13,5 mil), abate de aves, suínos e pequenos animais (10 mil) e construção de edifícios (10 mil).
Sem prevenção
Para o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho, Bob Machado, grande parte dos acidentes poderia ser evitada se houvesse um investimento maior na prevenção. “Ações simples, como, por exemplo, averiguar o correto uso de equipamentos de proteção individual, ajudam a criar um ambiente de trabalho muito mais seguro”, explicou à coluna.
Comunicação direta/ O Superior Tribunal de Justiça (STJ) lança, hoje, o boletim informativo para o público que desejar receber notícias do tribunal. O canal é gratuito, com a seleção das notícias do dia relacionadas a julgamentos, produtos de jurisprudência, eventos e comunicados institucionais veiculados no portal da Corte. A ferramenta vai destacar, também, vídeos e podcasts publicados nas plataformas digitais do STJ.
Sustentabilidade I/ O ator Bruno Gagliasso (foto) participa, hoje, do Future Challenges Summit: Brazil-Saudi Arabia, conferência que apresenta potenciais negócios para a Arábia Saudita. O evento ocorre em São Paulo e é organizado pela Sete Partners e Cidade Matarazzo, e coordenado pelo Ministério de Investimentos da Arábia Saudita.
Sustentabilidade II/ O encontro reunirá líderes e criadores de tendências dos setores de inovação, sustentabilidade, energia renovável e tecnologia. O objetivo é mostrar que o Brasil tem uma série de atrativos relacionados à sustentabilidade para se tornar uma grande referência mundial.
Centrão quer indicar Cida Borghetti para a presidência da Caixa
Por Luana Patriolino – O PP trabalha para indicar Cida Borghetti para o cargo de presidente da Caixa Econômica Federal. Ex-governadora do Paraná e mulher do deputado federal licenciado Ricardo Barros, atual secretário de Indústria e Comércio paranaense, ela foi a primeira a comandar efetivamente o Executivo paranaense. No entanto, uma ala dos parlamentares da legenda é contra a indicação, pois não querem se associar ao governo Lula.
Rita trabalha para ficar
Com o cargo na mira do Centrão, a atual presidente da Caixa, Rita Serrano, fez uma postagem em tom de desabafo, nesta semana. Pelas redes sociais, ela afirmou que tem sofrido pressão, se disse em condições de continuar na função e fez críticas à gestão de Pedro Guimarães — que responde a processos por assédio. “Assumi a direção com a área de Pessoas desmantelada e enfrentando a cultura de uma gestão baseada no medo, na qual até a cor da roupa do empregado era alvo de repressão”, publicou.
Apoio de petistas
A permanência de Rita Serrano é defendida pelos apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em evento no Palácio do Planalto, neste mês, a plateia entoou o grito de “Rita fica” repetidas vezes.
No páreo
Outro nome que circula nos bastidores para o comando da Caixa é o de Gilberto Occhi, que chegou a presidir o banco entre 2016 e 2018, durante o governo do presidente Michel Temer. Lula, porém, tem evitado o assunto publicamente.
Novos passos
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) insistirá, na primeira semana de agosto, na aquisição de novos documentos para aprofundar a análise das três ações em que o juiz Marcelo Bretas (foto) é acusado de desvio de conduta na condução de processos. Desde fevereiro, ele está afastado da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Bretas ficou famoso por ter conduzido a Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro e como o que condenou o ex-governador Sergio Cabral.
E por falar em Cabral…
A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) negou, ontem, o pedido de Cabral para declarar Bretas suspeito em processos da Lava-Jato. A defesa do ex-governador solicitava que o juiz fosse afastado dos processos, e que todos os seus atos na força-tarefa fossem anulados. O Ministério Público Federal (MPF) se posicionou contra a suspeição.
Moro preocupado
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pode ter o mesmo destino do ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) na Justiça Eleitoral. O ex-juiz da Lava-Jato é investigado por abuso de poder econômico no TRE-PR. Fontes do tribunal afirmaram à coluna que a expectativa é de que ele vença por três a quatro no colegiado, mas que deve ser derrotado no TSE. Os processos tratam sobre os gastos durante a pré-campanha, quando Moro era filiado ao Podemos e planejava disputar a Presidência da República. O relator da ação no Paraná é o desembargador Dartagnan Serpa Sá.
Xeique na mira
O “Xeique dos Bitcoins”, Francisley Valdevino da Silva, está com depoimento marcado na CPI das Pirâmides Financeiras, em 3 de agosto. Ele está preso e tem entre suas vítimas a filha e o genro da apresentadora Xuxa Meneghel, que teriam perdido R$ 1,2 milhão em transações feitas pelo investigado. O presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), afirmou que vai aproveitar a oportunidade para desvendar a organização da pirâmide e tentar dimensionar o número de pessoas lesadas, além do montante desviado.
Facebook condenado
A 29ª Vara Civil de Belo Horizonte condenou o Facebook por dano moral coletivo e individual pelos episódios de vazamentos de dados de usuários da rede social, do Messenger e também do aplicativo de mensagem WhatsApp, que ocorreram em 2018 e 2019. O valor da condenação nas duas ações civis públicas, propostas pelo Instituto Defesa Coletiva, chega a R$ 10 milhões cada uma por dano coletivo, e R$ 5 mil, também em cada ação, a título de danos individuais aos usuários e usuárias diretamente atingidos.
Por Denise Rothenburg – Em meio às especulações sobre a reforma ministerial, o governo fez chegar aos partidos a lista das pastas que estão fora da lista de possíveis substituições. Primeiramente, os ministros palacianos — Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência e Relações Institucionais. Depois, os três da área econômica: Fazenda, Planejamento e Gestão. Em seguida, vêm os da Defesa e da Saúde, no qual o governo coloca como ponto de honra manter uma gestão técnica. Os demais, ainda que o presidente tenha dito aqui e ali que um ou outro não será substituído, o aviso recebido pelos partidos que devem entrar no governo deixa tudo em aberto. A ideia é afunilar essa decisão ainda neste final de semana, para que o governo possa se reunir com os partidos, na semana que vem, com um desenho fechado.
Em tempo: as especulações sobre a reforma ministerial irritaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele não quer gerar mágoas que possam comprometer o todo. O trabalho paralelo será arrumar serviço para quem deixará o primeiro escalão. Afinal, se arrumar o Centrão e comprometer todo o trabalho de juntar a esquerda que Lula começou, lá na pré-campanha, a soma é zero para o presidente e o PT.
Facilita a vida
Quem não tem mandato parlamentar, é ministro e está na lista de quem pode ser substituído, tem a perspectiva de ocupar estatais e autarquias. Algo que os detentores de mandato eletivo não têm. Isso será levado em conta na hora de decidir a reforma ministerial. Por isso, a lista inclui Portos e Aeroportos, Ciência e Tecnologia e por aí vai.
Veja bem
Na reforma em curso, o PT não mexerá com os ministérios do MDB. O partido já deu muito trabalho no passado, quando ficou insatisfeito e deflagrou o impeachment de Dilma Rousseff. Lula quer paz com os emedebistas.
Foi vapt-vupt…
… para marcar território. Integrantes do PL calcularam mal a disposição do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, de se manter distante do PT e apostar nos votos do bolsonarismo. A expulsão do deputado Yuri do Paredão (CE), em menos de uma semana, é uma demonstração de que o PL não abandonará o ativo que conquistou em 2022 — ou seja, os votos de Jair Bolsonaro e de seus aliados.
Avise antes/ A reunião que deveria ocorrer na quinta-feira entre Lula e o deputado Arthur Lira (PP-AL, foto) não aconteceu por um único motivo: ninguém no Planalto ligou com antecedência para o presidente da Câmara a fim de combinar o encontro.
Sem WhatsApp/ Entre os aliados de Lira, o comentário é que não se convida chefe de outro Poder para uma reunião via jornais nem por rede social. Não precisa ser um convite bordado a ouro, mas uma consulta para verificar a agenda do presidente da Câmara seria de bom tom. Lira estava em São Paulo, fazendo exames.
Vai esquentar a cadeira…/ …e voar de novo. Lula já tem nova viagem internacional agendada. Em agosto, estará na África do Sul, para reunião do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Vladmir Putin avisou que não irá. A guerra é a prioridade do presidente russo.
Por falar em Rússia…/ Alguns diplomatas brasileiros começam a temer que o conflito deságue na III Guerra Mundial. Deus queira que estejam errados.
Lula terá que atender Centrão com pastas comandadas por petistas
Por Denise Rothenburg – O PT pode até reclamar, mas será basicamente no seu partido — ou naqueles entregues aos movimentos identitários — que Lula buscará atender a reforma ministerial. A avaliação é de que, sem a reformulação na Esplanada, não há saída para fortalecer o governo no Congresso. Até aqui, como disse o coordenador do grupo de trabalho da reforma tributária, Reginaldo Lopes (PT-MG), a proposta de emenda constitucional que mexe nos impostos sobre consumo passou no “cuspe”, ou seja, mesmo sem texto final apresentado com dias de antecedência.
As vitórias, porém, foram obtidas pelo governo porque havia a expectativa de poder mais à frente. Se não for cumprida — e com cargos de ponta —, o segundo semestre não será tão proveitoso quanto foi o primeiro.
O temor dos ministros
Depois que o ministro Alexandre de Moraes foi agredido num aeroporto na Itália, a segurança dos ministros da Suprema Corte vai aumentar, assim como a análise de ameaças nas redes sociais.
Santo de casa…
A cobrança de Lula aos europeus sobre a regulamentação do uso de plataformas na internet não foi bem recebida no Brasil. É que antes de querer impor essa missão no mundo, o governo deveria dar mais força à aprovação de uma proposta nesse sentido no Brasil.
… ainda não fez milagre
Até o momento, vingou no Brasil o discurso de que regular as redes sociais seria impor a censura. O governo precisará de uma forte estratégia de comunicação para aprovar uma proposta nesse sentido.
Nem Lira tem força
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), bem que tentou levar o projeto de combate às fake news à votação no plenário na Casa, em maio. Porém, foi mais forte o lobby das plataformas, associado ao discurso dos conservadores de que haveria censura. Ficou o recado de que, quando entram em debate os temas em que a ideologia de um lado ou de outro pesa, Lira não tem outro caminho senão adiar a votação e procurar uma brecha mais adiante.
A “embaixadora” de Brasília/ Quando a Câmara retomar a votação das novas regras fiscais, a presidente do Memorial JK, Anna Christina Kubitschek Barbará Pereira (foto), será chamada para ajudar a convencer os deputados a preservarem o Fundo Constitucional.
A política está no sangue/ Filha da ex-governadora e ex-deputada federal Marcia Kubitschek, Anna Christina carrega parte do dom do avô em discursos. Junto com o marido, Paulo Octávio, são considerados fundamentais para a conquista dos votos que o Distrito Federal precisa ter para manter o texto que veio do Senado.
Sabino já está lá/ O novo ministro do Turismo já está trabalhando, mas a festa da posse ficou para agosto. O Centrão quer lotar o Planalto com seus deputados e senadores, de forma a deixar claro que “agora vai”. Ou seja, o governo terá votos.
Feminicídio/ Nesta quinta-feira, 20 de julho, o Correio Braziliense reunirá, a partir das 14h, especialistas e políticos em seu auditório para tratar desse tema. Com o aumento de registros no DF, já passou da hora de buscar soluções para conter tamanha praga.
Além de ministérios, Centrão quer controle de entidades que comandam recursos
Por Denise Rothenburg — Paralelamente à disputa por ministérios, a classe política vive, hoje, uma batalha pelos recursos. Há, por exemplo, uma pressão do Centrão para que a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) fique com R$ 400 milhões do Ministério das Cidades para asfaltamento em municípios da sua área de atuação.
Só tem um probleminha: à Codevasf não cabe asfaltar pequenas localidades. Para completar, no ministério, as obras passam pelo crivo da Caixa Econômica Federal, que faz a medição de cada fase dos empreendimentos. Na Codevasf nem tanto.
A queda de braço é semelhante a que serviu de pano de fundo para a reestruturação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e de seu orçamento de R$ 2,8 bilhões. A Casa Civil, sob a batuta de Rui Costa, defendeu que ficasse no Ministério das Cidades, onde os mecanismos de controle são maiores. O Centrão pediu que ficasse na Saúde.
Na Saúde, além de recursos garantidos — porque lá estão concentradas as emendas de deputados e senadores —, o repasse pode ser feito fundo a fundo, com menos mecanismos de controle, segundo avisam alguns técnicos. A Saúde vai ficar com a Funasa, a ter seu presidente indicado pelo Centrão. O nome do futuro comandante da instituição será decidido em agosto.
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Mal-estar no STF
A fala do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso no Congresso da UNE, a respeito da derrota do bolsonarismo, foi vista como um sinal de que os integrantes do STF precisam se afastar dos eventos políticos. Desta vez, avaliam, Barroso corre, inclusive, o risco de ficar impedido de julgar qualquer ação que esteja diretamente relacionada aos bolsonaristas.
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Lula vai ganhar tempo
Com o anúncio oficial do deputado Celso Sabino (União-PA) para ministro do Turismo e a reestruturação da Funasa prevista para levar pelo menos um mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera aproveitar esse tempo para tentar ver como fica o tabuleiro. É negociar o que for menos prejudicial ao governo e, por tabela, ao PT.
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O aviso do Centrão
Em 2019, Jair Bolsonaro evitou conversar com os partidos, preferiu bancadas temáticas. Terminou obrigado a entregar praticamente o comando do governo. Entregou a Casa Civil ao PP, nomeando o senador Ciro Nogueira (PI). Também deixou grande parte do Orçamento, na figura das emendas de relator, sob comando do Congresso. Lula terá que conceder alguma joia da coroa para não ser obrigado a entregar o núcleo de poder.
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A campanha de Rita
Nos bastidores da solenidade de lançamento do novo Minha Casa Minha Vida, os políticos comentavam sobre o futuro da Caixa Econômica Federal, referindo-se ao evento no Palácio do Planalto como uma verdadeira campanha da presidente da CEF, Rita Serrano, para permanecer no cargo.
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Fama internacional/ A turma que montou estandes do Minha Casa Minha Vida na porta do Palácio do Planalto já estava retirando toda a estrutura quando uma senhora venezuelana chegou perguntando sobre como obter uma casa. Saiu de lá direto para uma agência da Caixa.
O São João voltou/ Parafraseando Lula e o discurso “o Brasil voltou”, a velha guarda do antigo PFL, do PSDB e do MDB se reuniu nesta semana, em Brasília, na festa junina do ex-ministro do Tribunal de Contas da União José Jorge e sua mulher, Socorro. Por lá passaram experientes políticos, como ex-senador Heráclito Fortes; os ex-ministros e ex-senadores Jorge Bornahusen, Romero Jucá, Pimenta da Veiga e Hugo Napoleão; o ex-ministro de Minas e Energia Raimundo Britto e o ex-ministro do STF Marco Aurélio Mello. Do TCU, compareceram o atual presidente, Bruno Dantas, e o ministro Walton Rodrigues, além de servidores.
E não é qualquer um, não/ A festa era a mais tradicional da política de Brasília por mais de 30 anos. Agora está de volta depois de oito anos. A avaliação geral é de que Lula conseguiu aprovar tudo o que queria, mas a corrida de um governo não é de velocidade — é de resistência. E ainda falta muito tempo para 2026. Afinal, se Lula voltou, a oposição mais afeita à política também está de volta. As chances de outsiders em 2026, a preços de hoje,
são remotas.