O recado do Centrão: sossega, Brasil!

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O pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), resumiu o espírito do Centrão em relação aos atos do Sete de Setembro. A ordem do agrupamento é usar os próximos dias para baixar a poeira das manifestações e do clima de guerra entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação é a de que, enquanto o Centrão estiver nessa toada de cobrar um chamamento à razão, não haverá abertura de qualquer processo de impeachment.

Porém, se Bolsonaro continuar nesse processo de provocar a guerra entre os Poderes, virá uma operação casada por parte do Centrão: Lira abre o processo e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, entregará o cargo. Portanto, se Bolsonaro não quer levar o país para o caos e seu governo para o buraco negro, é melhor se moldar à cadeira presidencial e buscar uma postura mais institucional.

Os dois, aliás, foram à casa de ministros do STF para baixar a poeira por lá. A ideia é buscar interlocutores de Alexandre de Moraes a fim de fazer com que o ministro não “exagere” ao ponto de levar pessoas a depor para esclarecer xingamentos em bares, como no Clube Pinheiros, em São Paulo. Pelas contas dos bolsonaristas, já são 14 presos “políticos”.

Apelou, perdeu

Bolsonaro conseguiu no Sete de Setembro algo que Fernando Collor tentou em 13 de agosto de 1992, mas não foi feliz. O ex-presidente chamou seus apoiadores às praças e a população saiu de preto, pedindo seu impeachment. Bolsonaro levou um grande contingente de seguidores às ruas. Tropeçou, porém, no discurso. Vinte e quatro horas depois, os próprios aliados do presidente acreditam que, se ele tivesse ficado algumas oitavas abaixo, teria saído maior do que chegou à Avenida Paulista.

Saldo I
A avaliação é a de que Bolsonaro conseguiu um número suficiente para evitar, por enquanto, um processo de impeachment. Porém, não tão grande para se manter no poder a qualquer custo.

Saldo II
No STF, muitos consideram que Alexandre de Moraes tem extrapolado. Mas, diante dos arroubos autoritários de Bolsonaro nas ruas, dizendo que não respeitará decisões judiciais e incitando seus apoiadores contra a Corte — falando inclusive em dissolução —, os ministros se fecham em copas em defesa da sua posição enquanto Poder constituído.

Assim fica difícil
Alguns governistas têm a impressão de que Bolsonaro não consegue ver seus discursos como fatores de instabilidade na economia. E está a cada dia ouvindo mais incendiários e menos bombeiros.

Pior para André Mendonça
O clima de instabilidade gerado a partir do tom das declarações presidenciais têm como reflexo mais um atraso na análise do nome de André Mendonça para o STF.

O Cerrado que queime/ Logo depois das manifestações, o vice-presidente Hamilton Mourão tomou distância de Bolsonaro. Ontem, por exemplo, foi para o Norte, tratar dos temas amazônicos. Por lá, está tudo mais ameno.

A que ponto chegamos/ O presidente José Sarney costuma dizer que o cargo de presidente da Funai é o campeão de problemas. Pois, no momento, avisam os deputados, o mais problemático é a Presidência da República.

Por falar em República…/ Bolsonaro, na verdade, trocou as bolas em seu discurso em Brasília. Ele reuniria o conselho de ministros e não o Conselho da República. Afinal, quer distância de seus opositores que integram o Conselho da República.

Heleno na área/ O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, voltou a frequentar o Palácio da Alvorada. É hoje um dos principais interlocutores de Bolsonaro.

E o PSDB, hein?/ Se é para ser oposição, conforme a nota divulgada ontem, o partido precisará combinar com a ala que vota constantemente com o governo.

Centrão ameaça discutir semipresidencialismo se Ciro Nogueira não for bem tratado na Casa Civil

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O ânimo do Centrão em se debruçar sobre o semipresidencialismo vai depender da forma como o novo ministro Ciro Nogueira será recebido pelo primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro, incluídos aí os filhos com assento na política — 01, 02 e 03. Se o bolsonarismo-raiz sabotar o trabalho do senador na Casa Civil, as discussões em torno do semipresidencialismo prometem ganhar mais velocidade.

Primeira missão

Caberá a Ciro definir com Bolsonaro o valor do Fundo Eleitoral de 2022. A aposta dos aliados do senador é a de que o governo caminhe para estipular um recurso agora, de forma a sinalizar o que cabe no Orçamento para custear as campanhas. Mas o que valerá mesmo é o que estiver escrito na Lei Orçamentária do ano que vem.

O “couro” de Ciro

O desconforto dos militares, que acabam de perder agora a Casa Civil depois de perder, há alguns meses, a Secretaria de Governo, é algo que, pelo menos no momento, não preocupa o Centrão. A avaliação é a de que Ciro “tem couro grosso”, não “cozinha na primeira fervura” e nem “cai com o barulho da bala”. Sendo assim, podem tentar fritá-lo à vontade. Se o presidente empoderar seu novo ministro, está tudo certo.

Último suspiro

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso está por um fio na Comissão Especial e caminha para ser rejeitada. Se a manifestação do próximo domingo não obtiver um público para lá de específico, esquece. A tendência na Câmara dos Deputados é derrubar a proposta.

Mexeu com fogo

A razão agora para derrotar o projeto está na ameaça que teria sido feita ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por emissários do ministro da Defesa, Walter Braga Netto — de que, sem voto impresso, não haveria eleição. Mesmo que ele tenha negado tudo, será um argumento para a Câmara mostrar que, diante das dúvidas se houve ou não, é preciso deixar claro que a Casa não se rende a ameaças.

Por falar em Braga Netto…

Ciro vai até tentar ver se consegue evitar a convocação do ministro para explicar as tais ameaças. Quer que isso seja um gesto de confiança no governo, em especial na nova gestão da Casa Civil.

Curtidas

Sem freios/ Grandes usuários de carros alugados, os motoristas de aplicativos estão sentindo no bolso os efeitos da fusão da Localiza, do ex-secretário especial de Privatizações Salim Mattar, e da Unidas, celebrada em setembro passado. Os preços de locação de carros dispararam. Na média, subiram 23% de fevereiro a julho deste ano nas principais capitais do país.

… e embalados/ Em alguns aeroportos, como Congonhas (SP), o aumento foi de 51%. No estado de São Paulo, um quarto dos motoristas de aplicativos usam carros alugados, segundo a associação que reúne a categoria (Amasp).

Sob análise/ A fusão entre Localiza e Unidas deve ser avaliada em breve pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o consultor e economista Juan Perez Ferrés, responsável pelo levantamento, a principal causa para o aumento é a redução de frota feita pelas duas empresas. Juntas, elas têm mais de 70% do mercado, uma concentração que impacta diretamente a competitividade no setor.

Joice Hasselmann/ A deputada é a entrevistada do CB.Poder de hoje, 13h20, na TV Brasília e redes sociais do Correio Braziliense.

Bolsonaro vai para o PP criar um novo PFL

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Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro afirmam que ele está entre se filiar ao PP, ao PL ou ao PTB para concorrer à reeleição. Porém, a ida do presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), para a Casa Civil reforça a perspectiva de o presidente se filiar ao Progressistas, como o leitor do Blog da Denise já sabe. Desta vez, o presidente precisará de um partido grande e com estrutura que possa pagar as despesas de uso do avião presidencial e diárias de seguranças nos deslocamentos de campanha pelo Brasil afora. A ideia é transformar o PP no novo PFL, partido que deu lastro à aliança democrática que elegeu Tancredo Neves no colégio eleitoral de 1985 e, mais tarde, se tornou parceiro de Fernando Collor no governo — e, ainda depois, dos tucanos no governo de Fernando Henrique Cardoso.

O PP é a terceira maior bancada da Câmara, hoje, atrás do PSL e do PT. Com a própria filiação, e Ciro Nogueira como o grande articulador político do governo, o presidente espera evitar que o partido termine se juntando a uma terceira via em 2022 — além de segurar Arthur Lira (AL) em suas fileiras, como candidato a mais dois anos de mandato à frente da Câmara, em caso de reeleição de Bolsonaro. É a política em movimento para resolver os problemas políticos do governo.

Jogada de risco, com novos lances

De todos os presidentes que passaram por desgastes políticos imensos na história recente do país, apenas Fernando Collor cedeu a Casa Civil, mais precisamente ao PFL, com Jorge Bornhausen. Deu no que deu. Por isso, a ideia de Bolsonaro é voltar ao PP. É a forma de acoplar o partido de vez ao governo.

O quarto líder

Formado ainda no governo Dilma pelo então líder do MDB, Eduardo Cunha — que, depois, viria a ser presidente da Câmara —, o poder no Centrão já teve dois outros grandes comandantes depois dele: Rodrigo Maia e Arthur Lira. Agora, com Ciro Nogueira na Casa Civil, há quem diga que Bolsonaro tem tudo para ocupar esse posto informal.

Deu ruim

Na última reforma ministerial, o então ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, foi cuidar da Defesa, sua área. Luiz Eduardo Ramos saiu da Secretaria de Governo para dar lugar à deputada Flávia Arruda (DF), do PL. E, agora, deixa a Casa Civil para ceder a vaga a Ciro Nogueira. Sinal de que o generalato fracassou na coordenação política. E cabe aos políticos resolver os problemas da área. Aos poucos, cada um vai ocupando o seu quadrado.

Estreitou

Depois de Gilberto Kassab dizer, ontem, ao CB.Poder que tem em Rodrigo Pacheco (DEM-MG) a esperada candidatura à Presidência da República, o espaço para lançar um outro nome vai ficando mais apertado. A tendência é que outros partidos de centro terminem se aglutinando nesse projeto, caso o presidente do Senado empolgue a população disposta a fugir da polarização entre Bolsonaro e Lula.

“Eu tenho medo do Supremo”/ No programa Frente a Frente, da Rede Vida, que foi ao ar ontem à noite, a presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, Carla Zambelli (PSL-SP), disse com todas as letras que “tem medo do Supremo Tribunal Federal” e que mudou seu comportamento depois da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ).

Por falar em prisão… / Carla disse, ainda, que tem “medo de ser presa”, não porque considera que tenha feito algo errado, mas “porque, no caso Daniel (Silveira), ele extrapolou, mas não era motivo para prisão”. Diante desse temor em relação ao STF, a deputada diz que, agora, pensa melhor antes de falar e, ao gravar vídeos, espera sempre um tempo para refletir antes de postar.

Um falso Bebianno na área/ Jornalistas e pessoas próximas que ainda mantêm em seus smartphones o contato do ex-ministro Gustavo Bebianno  tomaram um susto, ontem, quando, de repente, Bebianno “entrou no Telegram”. A conta tinha, inclusive, a foto do ex-ministro. Bebianno morreu em 14 de março do ano passado, vítima de infarto fulminante.

Eu, hein!/ O repórter Renato Souza, do Correio Braziliense, perguntou ao usuário da conta se era alguém da família. A resposta foi: “Eu sou o Bebianno”. Ele ainda tentou entrar em contato com parentes do ex-ministro, mas não obteve resposta.

Bolsonaro prepara afagos para não perder o Centrão

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As deferências do presidente Jair Bolsonaro ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), vieram sob encomenda para servir de amortecimento para o caso do surgimento de gravações do presidente durante a conversa com os irmãos Miranda, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o técnico do Ministério da Saúde Luis Ricardo, em março deste ano.

O governo, aliás, está disposto a contornar as falas desastradas do presidente nos últimos dias, que afastam muitos apoiadores do Centrão e criam instabilidade. A ideia é promover várias demonstrações de apreço aos integrantes da base aliada. Bolsonaro sabe que não pode prescindir do Centrão, onde estão Barros e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Especialmente se houver algum pedido de licença para que ele seja processado no Supremo Tribunal Federal (STF), dentro da investigação em curso.

Se não correr…

A baixa de Bolsonaro nas pesquisas e as incertezas que cercam seu futuro político são os ingredientes que o levaram a marcar conversas com a cúpula do PSC, do Pros e do PTB para amanhã, notícia publicada em primeira mão no site do Correio pela repórter Ingrid Soares. Bolsonaro quer sentir o clima, uma vez que, nos bastidores, muitos partidos já não fazem tanta questão de receber a filiação do presidente da República.

… perde o barco
A aposta de muitos partidos é a de que Bolsonaro, se não corrigir os rumos do discurso, terá dificuldades em se recuperar. Hoje, não são poucos os parlamentares da base governista com a avaliação de que ele, da mesma forma que se fez praticamente sozinho, está se inviabilizando também praticamente sozinho.

E o Mourão, hein?
As declarações do vice-presidente Hamilton Mourão, garantindo a realização de eleições, foram lidas no Congresso como um “estamos aí” para assumir a Presidência, caso haja alguma mudança de rota dos congressistas em relação aos pedidos de impeachment.

Nem vem
As excelências, porém, não querem de fato o impeachment de Bolsonaro. O receio é que o vice caia no gosto da população e seja candidato em 2022, com chances de vitória.

E as reformas, hein?/ A tributária hoje tem muito mais chance de ser aprovada do que a administrativa. E quanto mais perto do ano eleitoral, mais difícil ficará.

Dória no quadrado de Ciro/ A ampliação da escola em tempo integral em São Paulo vem sendo comparada ao projeto que marcou a vida do pedetista Leonel Brizola, que implantou o sistema no Rio de Janeiro, quando foi governador. É uma forma de tentar atrair o segmento do eleitorado brizolista que não é lá muito simpático à candidatura de Ciro Gomes.

A hora dos ministros/ Diante das dificuldades de ouvir técnicos que chegam ali e ficam calados, caso de Emanuela Medrades, que se disse “exausta”, a CPI da Covid deve promover em breve o desfile de ministros. Estão na lista Walter Braga Neto e Onyx Lorenzoni, além de Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União.

Por falar em Emanuela…/ Ao se declarar “exausta”, a funcionária da Precisa deu a deixa para os senadores. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) já começou dizendo que “exaustão” não é motivo para não responder. E o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), completou: “Exaustos estão os familiares das mais de 530 mil pessoas que morreram de covid”.

Governo regulamentará lobby e agenda de autoridades

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As suspeitas de lobby no governo na área de saúde levaram à preparação de um projeto de lei e decreto de agenda para as autoridades. A ideia é tentar dar um basta, inclusive, nessa história de lobista abordando autoridades em restaurantes e eventos em Brasília, para tratar de assuntos de trabalho. Em breve, cada lobista que pedir uma reunião no governo terá que entrar no site e preencher algumas informações, tais como quem representa, o assunto que vai tratar e o que quer modificar, e também seus dados. Essa exigência valerá para qualquer um que defenda interesses privados, seja remunerado ou não.

As reuniões extra-agenda entre representantes do poder público e empresas privadas, ainda que sejam fora do local de trabalho e horário de expediente, também precisarão ser incluídas na agenda, num prazo de 72 horas. Se não houver atualização, poderá haver sanção. Pelo visto, o caso do ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, sobre as reuniões com a Pfizer causou algum incômodo.

Há quem diga que essas propostas serão, ainda, a forma de o presidente Jair Bolsonaro ter um discurso anti-lobby escusos, na hora em que a CPI da Covid acusá-lo de favorecer laboratórios que produzem hidroxicloroquina.

Termômetro de problemas

A insatisfação do baixo clero no Parlamento está num crescente desde que o governo passou a priorizar as emendas de relator e a segurar a massa de emendas individuais e de bancada. Em breve, vai ter gente querendo dar recado direto no painel de votação da Casa. Podem apostar.

O “jabutizal” para aprovar…

As emendas que o senador Marcos Rogério (DEM-RO) acolheu no relatório do projeto da Eletrobras aumentam ainda mais a despesa da União com a proposta. Cria, inclusive, mais subsídios à indústria de carvão até 2035. As alterações, porém, são classificadas nos bastidores como algo sob encomenda para aprovar a medida provisória, hoje de manhã, a fim de dar tempo à Câmara de votar até o dia 22.

… e mais contas a pagar

É tanto penduricalho que técnicos do setor passaram boa parte da noite fazendo os cálculos e concluíram que a ideia é aprovar de qualquer jeito, apenas para o governo dizer que deflagrou o processo de privatização. Se o “jabutizal” que os parlamentares incluíram na MP terminar aprovado, hoje, a judicialização será inevitável.

Centro rachado/ Diante do anúncio de Luciano Huck, de que não concorrerá à Presidência da República, em 2022, o almoço do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta com presidentes e representantes de partidos de centro foi visto nas conversas paralelas como uma tentativa de emplacar outro nome. Só tem um probleminha: cada um ali já tem um candidato em mente.

União difícil/ A junção de todos os partidos de centro em torno de uma candidatura é missão impossível a preços de hoje. O PSD de Gilberto Kassab (foto), por exemplo, já decidiu que terá candidato próprio. Kassab sequer participou do almoço. “São pessoas de bem que estão buscando um caminho. Mas, nós, do PSD, já decidimos ter candidato próprio. Não dava para chegar lá com essa decisão já tomada”, afirmou ele à coluna.

Arruma outra agulha/ Durou pouco o discurso do governo, ensaiado na reunião ministerial, de que o Chile teve aumento do número de casos porque vacinou a maior parte da população com a CoronaVac, a primeira vacina disponível no Brasil graças ao esforço de João Doria. O governo chileno apresentou dados de redução das hospitalizações e mortes. Não é por aí que conseguirá espetar o governador de São Paulo.

Périplo/ Inocentado no inquérito dos atos antidemocráticos, o empresário Otávio Fakhoury passou por Brasília, esta semana, para expor sua posição e tentar tirar esse problema dos ombros. E não descarta concorrer a um mandato em 2022.

Espíritos armados/ A temperatura entre Renan Calheiros (MDB-AL) e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) subiu demais durante o depoimento do ex-governador Wilson Witzel à CPI da Covid. E quem conhece os dois acredita que subirá mais ainda. Já tem gente pensando em detector de metais para evitar armas no plenário da comissão.

Guerra na CPI da Covid reflete no plenário

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Quanto mais a CPI da Covid incomoda o governo, mais difícil fica a relação entre os partidos. O medo do governo agora é de que atrapalhe a votação da medida provisória de capitalização da Eletrobras, polêmica e considerada a prova de fogo desta semana. O governo quer o texto aprovado conforme saiu da Câmara, para que não corra riscos de ficar pelo caminho, uma vez que o prazo da MP termina em 22 de junho. O trabalho, hoje, será para tentar restringir as disputas com os partidos de centro na comissão de inquérito, de forma a não comprometer as votações econômicas fora da pandemia. Vale lembrar que os ministros têm dito que o atendimento aos congressistas, com emendas orçamentárias e cargos, estão a pleno vapor. Portanto, já houve o “toma lá”. Agora, chegou o momento do “dá cá”.

Há vagas

O Centrão não perde um mapeamento dos cargos que podem ficar vagos no governo federal. Agora, as raposas descobriram que o secretário de Agricultura e Cooperativismo, Fernando Schwanke, vem sendo sondado para um posto num organismo internacional.

Passado e presente
Da mesma forma que o ex-presidente Lula terminou acusado de favorecer a Odebrecht na África, o presidente Jair Bolsonaro corre o risco de sair da CPI da Covid suspeito de ter favorecido empresas produtoras de hidroxicloroquina, uma vez que atuou para o envio de insumos da Índia para a produção do fármaco. Pelo menos é por aí que parte do G-7 da comissão de inquérito caminha na reta final da primeira fase da investigação.

Futuro
Vem aí prorrogação. E se o governo for contra, vai ficar ruim, porque soará como quem não quer investigar os repasses a estados e municípios.

Um olho no gato…
O governo brasileiro acompanha com muita atenção as conversações entre União Europeia e os Estados Unidos, que podem acabar com 17 anos de disputas entre a Airbus e a Boeing.

… outro no peixe
É que a brasileira Embraer tem feito gestões junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios que o governo canadense dá à Bombardier, que ainda é dona da empresa de jatos executivos. O receio é de que os acordos se restrinjam aos interesses da Airbus e da Boeing, deixando o resto do mundo à margem.

Pacheco na roda/ Conforme o leitor da coluna já sabe há tempos, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, percorre o país tentando fazer do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato a presidente da República. E pelos movimentos do senador e conversas que teve recentemente com Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, será candidatíssimo.

Maia livre, mas…/ A expulsão de Rodrigo Maia (RJ) do DEM já estava “precificada”. Ironia será se Pacheco for mesmo candidato e, lá na frente, Maia terminar no palanque do senador mineiro com todo mundo dentro do PSD de Gilberto Kassab.

Ensaio eleitoral I/ A entrada de Bolsonaro nas conversas para antecipação do envio de vacinas da Pfizer vem sob medida para ser usada na eleição e rebater as famosas histórias de “se virar jacaré” e por aí vai.

Ensaio eleitoral II/ Bolsonaro sabe que tudo isso será usado na campanha, de forma passiva. E agora quer deixar passar a ideia de que foi apenas retórica, sem qualquer prejuízo à população. Falta combinar com as famílias das vítimas da covid-19.

Centrão pode se beneficiar de decisão a favor de Pazuello

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Ao não punir o general Eduardo Pazuello por participar de ato político, o Exército ajudou a ampliar no Congresso um movimento para aprovar lei que veda militares em cargos de natureza civil dentro da administração pública. Já existe uma proposta de emenda constitucional apresentada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

A não colocação desse texto em pauta será mais um favor que o presidente Jair Bolsonaro ficará devendo ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Detalhes…

Faltando 10 dias para o início da Copa América, ninguém sabe dizer ao certo quem custeará as despesas com as estruturas de segurança e de saúde para os jogos. E mais: não há, no Orçamento, recursos reservados para isso, nem na União, nem nos Estados, nem nos municípios.

… onde mora diabo
Quem entende de Orçamento avisa que gastar sem cobertura orçamentária é pedalada. E pedaladas fiscais, no passado, custaram o mandato da presidente Dilma Rousseff.

Na “brinca”
A instalação da Comissão Especial para analisar a reforma administrativa é vista como um passo importante, porém longe de ser um sinal de que essa mudança estará aprovada antes da eleição de 2022. Ainda que não afete os atuais servidores.

Na “vera”
O que o governo mais deseja aprovar neste momento é a Medida Provisória 1.042/2021, que permite a transformação de cargos por ato do Poder Executivo, ou seja, sem passar pelo Congresso. O deputado Acácio Favacho (Pros-AP), que vai relatar a proposta, teve reunião com Arthur Lira, em pleno feriado, para tratar da proposta.

Lista para o TST agita política baiana/ Com dois baianos no páreo, a corrida pela lista tríplice para o preenchimento de vaga de ministro do Tribunal Superior do Trabalho toma conta das rodas políticas em Salvador. Concorrem o procurador-geral do Trabalho, Alberto Balazeiro, nomeado pela ex-PGR Raquel Dodge e com mandato até 23 de agosto; e o subprocurador-geral do Trabalho Manoel Jorge e Silva Neto, nomeado pelo atual PGR, Augusto Aras, para a Coordenação da Assessoria Constitucional Trabalhista da PGR e para a Diretoria-Geral da Escola Superior do Ministério Público da União. Alberto tem pouco mais de 10 anos no MPT. Manoel Jorge completará 30 anos de trabalho no Ministério Público, agora, no final de 2021.

Se general pode…/ Com Eduardo Pazuello livre de punição, está aberta a temporada de participação de militares da ativa em manifestações pelo país afora. Afinal, se no Rio de Janeiro não era um ato político, outros “passeios” do presidente podem ser classificados na mesma categoria.

Duas referências/ Fernando Henrique Cardoso será o entrevistado desta sexta-feira do novo programa de jornalismo e análise Balbúrdia Brasilis, comandado por Carlos Monforte. Transmitido pela TV Democracia, no YouTube.

A esperança existe/ Já são muitos os casos de bebês que nasceram com anticorpos contra o novo coronavírus. Um alento em meio à tragédia da covid-19 no país.

Santa tranquilidade, Batman!/ Enquanto o Exército preparava a nota oficial para avisar que não puniria o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o general caminhava tranquilamente no Brasília Shopping, em direção ao restaurante Madero, sem ser incomodado. Chegou à hamburgueria de máscara.

Grupo tenta evitar investigação sobre ‘Orçamento paralelo’

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Brasília-DF, por Denise Rothenburg

Tal qual 1991, quando surgiram as primeiras reportagens de malversação de verbas do Orçamento envolvendo o então deputado João Alves, o Congresso não abrirá uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as emendas de relator liberadas a aliados do governo. Naquela época, o líder do PFL, Ricardo Fiúza, tirou João Alves da relatoria e abafou o pedido de CPI feito pelo então senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Os parlamentares só abriram uma investigação dois anos depois, quando o assessor José Carlos Alves dos Santos foi preso com dólares falsos e, depois, seria ainda acusado de tramar o assassinato da própria mulher. Abandonado, ele contou que havia um esquema dentro da Comissão de Orçamento.

O máximo que irá ocorrer agora, conforme avaliam alguns deputados, é um grupo tentar evitar que a relatoria vá mais uma vez para as mãos do deputado Domingos Neto (PSD-CE), classificado nos bastidores por alguns como o “João Alves do século XXI”. Depois dos R$ 146 milhões para a pequena Tauá, a cidade em que a mãe dele é prefeita, a intenção de um segmento do Centrão é dar a chance a outro ocupar esse espaço e evitar muita exposição.

Chega, “talquei”?

A irritação do governo com a falta de investigação dos recursos públicos enviados aos estados e municípios durante a pandemia está no limite. A ordem aos governistas é, passada esta semana, de depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, será a vez de começar a chamar governadores.

Tá dominado

A cúpula do MDB fez as contas e descobriu que os caciques têm o controle da Executiva do partido, com poder para levar a legenda ao projeto que lhes for conveniente em 2022. O líder da bancada no Senado, Eduardo Braga, tem quatro votos na Executiva. Renan Calheiros, idem, incluindo o do filho, Renanzinho, governador de Alagoas.

Tá tudo dominado 2

Além deles, têm poder na Executiva do MDB o senador Jader Barbalho (PA), com três votos, assim como o ex-senador Eunício Oliveira (CE). Os ex-senadores Roberto Requião (PR) tem dois e Garibaldi Alves, um. O que une esse grupo, hoje, é a oposição ao presidente Jair Bolsonaro e a proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em tempo: nenhum deles trabalhou dia e noite pelo impeachment de Dilma Rousseff. Nas internas, dizem que essa guerra foi de Michel Temer e Eduardo Cunha.

Se Minas se unir, facilita o jogo

O maior desafio hoje para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, conseguir se consolidar como opção para 2022 é fechar um amplo leque de apoios em Minas Gerais, leia-se PSDB, PSD e todos os que não estão hoje com Bolsonaro ou Lula.

Por falar em PSDB…

O afastamento do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin do PSDB provocará um racha no ninho e tirará força de João Doria para um projeto presidencial. O governador, que jogou certinho no quesito vacinas, ganhou o vice-governador, Rodrigo Garcia, mas perdeu o DEM, que começa a estudar um caminho diferente, passando por Minas Gerais.

PSL da Bahia turbinado/ Está praticamente fechada a migração do deputado Elmar Nascimento do DEM para o PSL. Tudo para ficar ainda mais próximo do governo. Para lá também deve seguir o ex-deputado Benito Gama, que saiu do PTB depois de um embate com o presidente do partido, Roberto Jefferson.

Muita calma nessa hora/ O grupo de Benito está fechado com ACM Neto para o governo do estado contra o PT de Jaques Wagner e de Rui Costa. Mas isso não quer dizer que vá apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro. A posição nacional é um livro aberto.

“Ex-Ernesto” que se prepare/ O ex-chanceler Ernesto Araújo (foto) abre esta semana de oitivas da CPI e, diante da falta de vacinas, será muito pressionado como um dos responsáveis pela situação a que chegou a pandemia no país. Na bancada feminina, o destaque promete ficar para a presidente da Comissão de Relações Exteriores, Kátia Abreu (PDT-TO), cujo discurso na exposição de Araújo ao Senado foi apontado como um empurrãozinho para a queda do ministro no final de março.

Em tempos de pandemia/ A quadra comercial da 110 Sul ostentava até recentemente uma grande loja de produtos natalinos. Agora, a área dará lugar a uma funerária.

A missão de Flávia Arruda

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A chegada da deputada Flávia Arruda (PL-DF) ao cargo de ministra da Secretaria de Governo do Palácio do Planalto, sob as bênçãos do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), serve para compensar o Centrão por não ceder o Ministério da Saúde. E, depois de presidir a Comissão Mista de Orçamento, ela desembarca no quarto andar do Planalto com o compromisso de garantir a execução da lei que ajudou a aprovar.

Só tem um probleminha: a equipe econômica está preocupada com o Orçamento e já avisou que, do jeito que está, não será possível cumprir. Isso significa que Flávia terá dificuldades em cumprir sua missão. Se tem uma qualidade que ela terá que exercer daqui para frente, será a paciência para lidar com os ministérios que executam o Orçamento, tarefa essa que sempre incomodou todos os que passaram pela Secretaria de Governo. No desespero para azeitar a base política, Bolsonaro pode ter comprado uma briga com a equipe econômica.

Arrumou um canto…

… e desarrumou outro. No meio militar, a perspectiva de saída dos comandantes é vista como um sinal de que essa área voltará a ser motivo de tensão e é o ponto nevrálgico da reforma. Afinal, reza a Constituição, as Forças são instituições de Estado e não de governo. Agora, também está na Carta que cabe ao presidente da República nomear o ministro da Defesa. Portanto, não dá para reclamar tanto.

Tudo bagunçado
O primeiro teste do futuro chanceler Carlos França será o organograma do Itamaraty. Ernesto Araújo colocou secretários para comandar ministros e conselheiros, desrespeitando a hierarquia da Casa. Se não promover um reordenamento, França será mais do mesmo.

Esqueceram dele
Em meio à reforma ministerial, quem continua quietinho no governo é o assessor internacional Filipe Martins. Bolsonaro não quer demiti-lo. E, vale lembrar, o cargo de assessor internacional não é apenas mais um assessor. Tem lugar reservado no terceiro andar do Planalto e ajuda a elaborar a chamada “diplomacia presidencial”.

Faltou ele
Até aqui, a reforma ministerial atendeu à Câmara e representou uma atenção ao Senado, ao afastar Ernesto Araújo. Porém, a manutenção de Filipe Martins, que fez o gesto indecoroso e está sob investigação no Parlamento, não vai sanar o problema como um todo. E, de quebra, ao entregar a Secretaria de Governo à Câmara, o poder entre as duas Casas se desequilibra.

Última forma
No Centrão, está muito claro que, se a reforma não servir para apaziguar o meio político, o grupo segue outro rumo sem pestanejar. Afinal, seus líderes fizeram isso ao largar o PT e se aninhar a Jair Bolsonaro.

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Reforma agita o jogo eleitoral do DF/ A política do “quadradinho” vai ferver daqui para frente. Flávia Arruda é citada como candidata a governadora com o apoio de Bolsonaro. Falta combinar com outros aliados, por exemplo, a deputada Bia Kicis (PSL-DF).

Chance perdida/ Em meio às mudanças na equipe, mais uma vez Bolsonaro deixou de fora um amigo, Alberto Fraga. Internamente, há quem diga que, se o presidente quisesse, teria arrumado um lugar para o ex-deputado.

Chance agarrada/ Quem aproveitou o embalo da saída de Ernesto Araújo foram os filhos de Bolsonaro: 01 e 03 ajudaram a emplacar Anderson Torres no Ministério da Justiça e, segundo políticos, o outro padrinho é o vice-presidente nacional do PSL, Antônio Rueda.

Sonho era príncipe no Itamaraty/ Se dependesse exclusivamente do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o nome para o ministério de Relações Exteriores seria o do correligionário Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP). Era a forma de compensar o “príncipe”, depois que o PSDB ficou com a comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Enquanto isso…/ Vale lembrar que as mudanças de ministros do governo não despacharam o vírus. Este, só as vacinas. E olhe lá.

Votação da PEC da Imunidade mostra que o Centrão não pode tudo

Publicado em coluna Brasília-DF

O adiamento da votação da PEC da Imunidade deixou claro que o grupo capitaneado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tem sob seu comando votos suficientes para aprovar os projetos que ele se empenha pessoalmente, caso dessa proposta, nem para os projetos que o governo deseja. Em todos os casos, terá que contar com os partidos de centro que estavam alinhados ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) na eleição da Casa, ou com a oposição tradicional –– por exemplo, o PT.

No caso da PEC da Imunidade, a pressa da votação tinha sido combinada com o PSL ligado a Jair Bolsonaro e com o Centrão, como forma de dar uma resposta ao Judiciário e à prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Aliás, alguns partidos só aceitaram votar a manutenção da prisão do parlamentar porque a PEC seria votada em seguida. O texto não reuniu os 308 votos e precisou de tantas alterações que, regimentalmente, não poderia ser tratado de afogadilho. Melhor assim.

Deu ruim

Lira contava com o PT para votar a PEC da Imunidade, o que lhe garantiria os votos para aprová-la. Julgou-se traído pelos partidos, que diante das pressões recuaram e o deixaram quase que sozinho, insistindo na votação de uma proposta feita em cima da hora, alterada às pressas e bombardeada nas redes sociais e fora dela por parecer uma resposta à prisão de Daniel Silveira. E era.

Olho vivo

O fato de ter uma comissão especial não significa que a discussão será infinita. Lira promete nomear um presidente que esteja empenhado em evitar que a tramitação se arraste por meses, indefinidamente.

Promessas de político

Lira prometeu que, em sua gestão, as comissões técnicas da Casa voltariam a funcionar. Até agora, porém, só mesmo a Comissão de Orçamento, por causa do atraso na aprovação da lei orçamentária deste ano. E já se foi um mês inteiro sem comissões. A semana, que deveria ser dedicada às instalações, foi ocupada pela PEC da Imunidade.

Prisões de corruptos sob risco

Sabe aquela turma que está na cadeia, cumprindo pena por causa dos julgamentos com base em material da Lava-Jato? Pois é, está só esperando o vazamento das conversas da operação para entrar com pedidos de liberdade e de anulação de sentença. A notícia, divulgada pela CNN, de que os procuradores comemoraram as derrotas de Dilma Rousseff e outros, já está devidamente anotada para esse fim.

Curtidas

Covidário I/ É esse o apelido do Anexo IV da Câmara dos Deputados. E não foi apenas o gabinete da deputada Soraya Santos (PL-RJ) que precisou ser interditado por algumas horas para desinfecção. Depois que o deputado Eros Biondini (Pros-MG) foi internado com covid-19, seu gabinete passou pelo mesmo processo.

Covidário II/ É no Anexo IV que a maioria dos prefeitos e vereadores estiveram, esta semana, em busca das famosas emendas ao Orçamento. É que, por causa das medidas sanitárias de restrição de acesso ao plenário, os gabinetes eram o ponto de parada da maioria dos visitantes.

Enquanto isso, no Senado…/ A preocupação é geral. Dois senadores, Arolde de Oliveira e José Maranhão, morreram de covid-19. Eduardo Braga (MDB-AM) perdeu um de seus colaboradores. E o senador Esperidião Amin (PP-SC) está com dois funcionários infectados.

Fim de festa/ Diante das novas medidas de lockdown no Distrito Federal, o Congresso vai restringir a entrada de visitantes. Arthur Lira, inclusive, conversou com o governador Ibaneis Rocha e mandou preparar um ato com novas medidas. Faz parte, diante de um cenário com apenas um leito de UTI por aqui e vários estados com o sistema de saúde em colapso. Que Deus nos proteja e que venham as vacinas.