Centrão quer o cargo de Nelson Teich

Nelson Teich Ministro da Saúde
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Coluna Brasília-DF

Depois da conquista do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), o Centrão de partidos como o Progressistas (PP) e o Republicanos (PR) vai jogar a fim de ver se consegue, pelo menos, um naco forte do Ministério da Saúde. Não por acaso, o atual secretário-executivo da pasta, Eduardo Pazuello, nomeou uma série de militares para cargos na pasta. É a forma de tentar evitar que os políticos terminem emplacando seus apadrinhados.

Entre os deputados do Centrão, entretanto, prevalece a avaliação de que Teich ainda não disse a que veio. Para completar, com o número de casos e mortes em crescimento, o confronto com Bolsonaro não tarda, porque o ministro tem apoiado a maioria das atitudes dos governadores estaduais, de apertar as medidas de isolamento social onde a situação é de colapso do sistema de saúde.

A jogada de Moro

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro preferiu evitar caracterizar a ação do presidente Jair Bolsonaro como um crime porque, se o fizesse, poderia ser acusado de prevaricação. Afinal, era autoridade e teria conhecimento de algo ilegal dentro do governo.

Cada um lê como lhe agrada

O depoimento de Moro, aliás, permite qualquer discurso. Os defensores do presidente afirmam que não comprova a interferência na Polícia Federal. Já os opositores dizem que é caso para impeachment, porque Bolsonaro queria mandar na superintendência da PF no Rio. Avaliação de um expert da política: enquanto estiver nesse nível, Bolsonaro está salvo.

O teste deles

Bolsonaro terá uma prova da fidelidade do grupo, que fará tudo o que estiver ao alcance para evitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Para um presidente que se encontra em desgaste político perante o eleitorado, já é meio caminho.

O teste dele

O governo, entretanto, tem colocado outro teste na roda: o fim da CPMI das Fake News. Ao CB.Poder, por exemplo, o líder no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que a comissão não foi prorrogada automaticamente e que aguarda a resposta da Mesa Diretora a respeito.

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Hidroxicloroquina…/ Ciente da escassez de hidroxicloroquina no mercado brasileiro, a Fundação Ana Lima fez uma doação limitada do medicamento para as operadoras do Sistema Hapvida. Assim, desde terça-feira, o sistema disponibiliza a medicação gratuitamente para os pacientes com prescrição médica para uso em casa. A novidade permite a realização do tratamento com as dosagens indicadas pelo médico nas próprias residências.

… para tratamento em casa/ Ou seja, o uso não se dá mais apenas para quem está entubado, hospitalizado. “A percepção clínica de nossos médicos é de que o uso da hidroxicloroquina, em associação com outras drogas, na fase inicial da doença, tem sido um elemento essencial para evitar a gravidade da covid-19 em nossos pacientes”, explica o presidente da Hapvida, Jorge Pinheiro.

Salários, a próxima crise/ A sessão da Câmara da última terça-feira estava quase no fim quando o presidente da Casa, Rodrigo Maia, que ainda ouvia propostas de alguns parlamentares, saiu-se com esta: “Vamos parar com essas ideias (de tirar mais categorias do congelamento de salários) porque, senão, vamos escancarar a divisão entre o Planalto e a equipe econômica”.

Depois da Cultura…/ A frase de Maia soou para muitos como um sinal de que as divergências de projeto entre Bolsonaro e Paulo Guedes não estão totalmente sanadas. Porém, dado o volume de confusões que o presidente coleciona com suas falas, essa crise ainda demora algum tempo em banho-maria.

#EuNãoMeCalo/ “Sem imprensa livre, não há liberdade de expressão e de informação. Sem imprensa livre não há democracia”, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Colaborou Renato Souza

Governo prepara “teste de fidelidade” para o Centrão

Bolsonaro e o centrão
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News terá problemas quando puder retomar os trabalhos e já é vista nos bastidores como um meio para aferir o grau de comprometimento da nova base aliada que o governo amarra com o Centrão. O líder do governo, Eduardo Gomes, contou à coluna que a prorrogação não foi votada pelo plenário do Congresso, portanto, não está valendo. Já outros parlamentares entendem que a CPMI funcionará normalmente. “A leitura no plenário já significa a prorrogação automática, não precisa de votação”, diz o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).

Essa será a última tentativa de acabar com a CPMI, depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes recusar o pedido do deputado Eduardo Bolsonaro. O maior receio, hoje, que os aliados do presidente têm em relação à família é um possível depoimento de Carlos Bolsonaro, que costuma partir para cima dos opositores com palavras de baixo calão nas redes sociais e não conseguiria se conter, se confrontado pelos adversários mais ferrenhos do bolsonarismo.

Impeachment, se houver, só em 2021

Pelo menos num ponto o presidente Jair Bolsonaro pode ficar tranquilo. É voz corrente entre os congressistas que, até 1º de fevereiro de 2021, o Congresso não colocará processos de impeachment em andamento. Significa que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não o fará.

Reflexos

O fato de Rodrigo Maia não abrir o impeachment joga o assunto na campanha pela Presidência da Câmara. E quem prometer deflagrar a abertura de processo terá o apoio da oposição. Quem não o fizer, terá o respaldo dos governistas. Já quem ficar equidistante desse tema tende a ser espremido por esses dois extremos. Esse é, segundo alguns atores, um dos componentes do grid de largada da sucessão na Casa.

A vantagem de Moro

Todas as pesquisas de opinião realizadas na última semana indicam que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro tem trunfos sobre todos os adversários: uma baixíssima rejeição e o fato de um número expressivo não achar que ele seja ladrão ou esteja protegendo familiares enroscados em ilícitos.

Carona, não/ O ex-ministro da Justiça Sergio Moro vai recusar todos os convites para compor equipes de governos estaduais. Assim, o prestígio que ele amealhou com a Lava-Jato e o slogan “faça a coisa certa”, que lança agora, não serão divididos com nenhum dos postulantes ao Planalto que hoje são governadores.

War I/ Bolsonaro foi ontem à cidade de Cristalina (GO) como forma de criar um fato no dia do depoimento de Sergio Moro. Quis mostrar que está do lado da população e, de quebra, dividir holofotes com o popular ex-ministro.

War II/ Ao se referir a Judas em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro tinha por objetivo dar um discurso aos pastores evangélicos contra o ex-ministro Sergio Moro. Afinal, dizem os aliados do presidente, é preciso compensar a perda da base lavajatista mantendo outros grupos fiéis ao governo.

As duas torres/ A esquerda vai tratar o conflito entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro da mesma forma com que, guardadas as devidas proporções, trabalhou a briga entre os ex-presidentes do Senado Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães, há 20 anos. Lá atrás, os dois personagens perderam politicamente, e o PT, que era oposição, bateu nos dois.

Para tirar Maia do comando da Câmara, Bolsonaro tenta dividir o Centrão

Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro trabalha para dividir o Centrão e, assim, tirar Rodrigo Maia do comando da Câmara, fazer o seu sucessor e dominar a Casa. Só tem um probleminha: ainda que Bolsonaro conte com seus apoiadores e metade do Centrão em favor de uma candidatura, ainda assim não terá metade dos votos da Câmara a fim de liquidar a eleição no primeiro turno.

E é essa conta que o presidente tem de fechar para decidir se apoiará o vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), ou o líder do Progressistas, Arthur Lira (AL).

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Bolsonaro está mais propenso, no momento, a insuflar a candidatura de Lira, de forma a rachar o antigo PP. Tudo por causa da proximidade entre Maia e o líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), uma das apostas do atual presidente da Câmara, com bom trânsito entre os partidos. Porém, políticos experientes como Arthur e Aguinaldo sabem que Bolsonaro costuma largar pelo caminho quem lhe contraria. No momento, Lira se aproxima, mas desconfiado.

Segura isso aí

O presidente já foi aconselhado a deixar de lado a disputa pela Presidência da Câmara. Seus aliados consideram que ele entrou muito cedo. E, no quesito, quem sai a campo muito antes da hora costuma queimar a largada. Ainda mais quando não tem tanto lastro político no Parlamento, como é o caso de Bolsonaro no cenário atual.

Economistas não gostaram

A defesa do AI-5 e da intervenção militar na manifestação de domingo acendeu o pisca alerta na área econômica. Não dá para criar instabilidade dizendo que não tem negociação, como fez o presidente, e querer que os investidores apostem suas economias no Brasil.

Inquérito educativo

A coluna antecipou, ontem, que os bolsonaristas não estão nada preocupados com o inquérito que investigará quem conclamou atos contra o Estado de direito no Brasil — há quem diga que a iniciativa será, no mínimo, um alerta. Agora, quem quiser convocar atos de fechamento das instituições e de volta de instrumentos para calar a voz de quem pensa diferente terá de calcular mais os riscos.

A aposta do Senado

Os senadores vão partir para uma proposta intermediária entre o que foi aprovado pela Câmara em termos de socorro aos estados e o que deseja o governo. A ideia da equipe econômica é transferir 80% de R$ 40 bilhões per capita e suspender o pagamento de parcelas de dívidas com a União. Os senadores estão analisando e, ontem, tiveram reuniões virtuais para tentar aprovar algo desse tipo ainda esta semana.

Sem “contrabando”

Ao deixar caducar a MP da carteira de trabalho verde e amarela, o Congresso deu uma lição ao governo: sempre que vier algo como uma minirreforma dentro de uma MP, os congressistas não vão levar adiante. Afinal, conforme bem lembrou a senadora Simone Tebet, ao programa CB.Poder, se fosse só a carteira verde e amarela, a proposta teria sido aprovada sem muita polêmica.

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A hora do MDB/ Além da Câmara, Bolsonaro começa a auscultar o ânimo dos senadores. Hoje, ele tem na agenda o presidente do partido, Baleia Rossi, e o senador Eduardo Braga (AM), pré-candidato a presidente do Senado.

DEM na área/ O presidente quer conversar, ainda, com o presidente do Democratas, ACM Neto. É para dizer que a demissão de Mandetta e a briga com Rodrigo Maia não têm nada de “pessoal”. Há quem diga que Bolsonaro quer mesmo é a foto com o presidente da legenda ainda esta semana. Assim, de foto em foto, monta o discurso de que tem diálogo político com o Congresso.

Sinais invertidos/ Bolsonaro tenta se reaproximar do DEM, mas seus aliados, não. O deputado Diego Garcia (Podemos-PR) foi para as redes sociais pedir o afastamento de Maia: “A revolta da população é clara, tem nome, presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que insiste em falar em nome da Câmara, ou seja, 513 deputados! Quero deixar bem claro, ele não fala em meu nome. Sua maior contribuição, agora, seria seu afastamento! #foramaia”, escreveu.

Enquanto isso, no aniversário de Brasília…/ Nem só de sessões virtuais e de polêmicas vive a senadora Kátia Abreu (PDT-TO). Ontem, por exemplo, ela e o marido aproveitaram o feriado para cozinhar um assado de cordeiro e um arroz com frango desfiado, cebola dourada, uva-passa e castanhas: “Dizem que é marroquino, mas é, na verdade, tocantino”, comentou, repetindo o bordão que tem tomado conta das postagens nas redes sociais: “Se você não precisa sair, fique em casa”.

Centrão está incomodado com atitudes de Maia

Rodrigo Maia
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De olho numa relação mais próxima com o governo e, se possível, os cargos de primeiro e segundo escalão, o Centrão se prepara para dar mais suporte ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e, por tabela, ao presidente Jair Bolsonaro. Em conversas reservadas, integrantes desse grupo avaliam que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passou do tom ao dizer, em entrevista, que Guedes “não é sério”. Há quem diga que Maia está levando essa crise para um lado pessoal. Por isso, será nos expoentes de partidos, como o PR (de Valdemar Costa Neto, hoje Partido Liberal), o PP (de Ciro Nogueira, hoje Progressistas) e o PSD de Gilberto Kassab, que o ministro poderá buscar apoio. Além de um pedaço do MDB.

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Esses partidos não gostaram da aproximação de Maia com os partidos de esquerda e, por isso, têm atendido aos convites de Bolsonaro. Por enquanto, é só uma “paquera”. Para um namoro mais firme ou mesmo casamento, é preciso mais gestos. As expectativas de participação no governo por parte dessas agremiações estão fortes. Resta saber se o presidente entrará nesse jogo de toma lá dá cá de que tanto reclamou ao longo de sua trajetória para o poder. O PT, no passado, trilhou esse caminho. Deu no que deu.

Outras batalhas

Com a medida provisória da carteira de trabalho verde e amarela fadada a caducar, por causa do confronto entre Bolsonaro e o Congresso, Paulo Guedes trabalha para tentar reduzir a ajuda aos estados e municípios no Senado.

Mesmo enredo

Até na equipe econômica já se sabe: todas as vezes em que o presidente se vê enroscado em alguma notícia negativa, cria uma nova confusão para tentar se descolar do fato. Na quinta-feira, foi a demissão de Mandetta. Essa estratégia ataque-conflito funciona bem nas redes sociais, mas desgasta ainda mais o governo no mundo real. O país precisa de paz para combater o vírus.

CURTIDAS

De JB para JB/ Patrono do Exército, Duque de Caxias é lembrado pelo senador Jader Barbalho (MDB-PA) como um exemplo a ser seguido por Bolsonaro. “Não sei se o presidente Jair Bolsonaro é dado à leitura, tenho dúvidas, mas os generais que o cercam certamente conhecem a história de Duque de Caxias”, afirma.

De JB para os generais/ O senador, assim como tantos outros parlamentares, considerou absurdo os ataques ao Congresso, em especial a Rodrigo Maia, neste tempo de pandemia, no qual o Parlamento fez quase tudo o que governo queria. “É fundamental que os generais se reúnam com o presidente Jair Bolsonaro e digam a ele que Duque de Caxias era o pacificador. E devemos estar à altura do pacificador”.

O caso do ex-deputado que cresceu/ Mandetta é visto como um dos poucos casos de um político que fecha um ciclo no governo sem mandato e, apesar disso, muito maior do que entrou. Sai como vencedor. Quanto a Bolsonaro, a avaliação dependerá do desempenho do novo ministro da Saúde e da resultante pós-pandemia. Até aqui, o cenário não lhe é favorável.

Portal do Voluntariado/ Neste sábado, às 21h, artistas e também moradores da 302 Sul deslancham o projeto Serenata na Quadra. De quebra, a turma do Portal do Voluntariado pedirá doações de alimentos para as instituições cadastradas. Diante das dificuldades, não dá para ficar parado

Preocupação do governo é com a união do centro em 2020

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Os ataques de Lula contra Bolsonaro na convenção do PT não incomodaram os palacianos. Enquanto o ex-presidente tiver contas a acertar com a Justiça, o discurso para esse grupo está pronto e considerado fácil. Afinal, Lula foi preso, condenado, é acusado de ter bens que não estão em seu nome e por aí vai. O problema para o governo é o centro da política, que começa a sair da toca com nova roupagem, para se mostrar como o ponto de equilíbrio, do diálogo, capaz de tirar o melhor dos extremos hoje representados pelo bolsonarismo e pelo petismo. Esse centro, entretanto, ainda não se uniu. E por isso, a ordem no Planalto daqui para frente é trabalhar para que essa união não ocorra.

Juntos, PSDB, DEM, PP, PL, Cidadania, Solidariedade têm pelo menos 40% do eleitorado. Se esse contingente encontrar um líder, Bolsonaro terá de suar a camisa para um projeto de reeleição. Por enquanto, é só observar.

R$ 10 milhões para cada um

O governo retomou o pagamento das emendas parlamentares. A prioridade é concluir a liquidação dos R$ 10 milhões prometidos para cada deputado.

O problema é que as excelências juram ter recebido a promessa de outros R$ 10 milhões. E essas liberações estão muito lentas, sem perspectiva de conclusão para os próximos dias.

Dívida e política I

Em 2017, o governo abriu a possibilidade de renegociação de dívidas contraídas até 31 de dezembro daquele ano por parte dos produtores rurais do Nordeste, prejudicados por sucessivas adversidades climáticas. À época, o Banco do Nordeste (BNB) cumpriu a resolução. O Banco do Brasil, não. Agora, um projeto de lei uniu a bancada do Nordeste em torno dessa proposta. Assim, todos os bancos oficiais terão que cumprir.

Dívida e política II

O texto é assinado pelo deputado João Roma (Republicanos-BA) e tem o apoio dos nordestinos do PSL ao PT. A ideia é votar nessas quatro semanas que faltam para fechar o período legislativo.

E a sede?/ O Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro, ainda não tem sede definida. Enquanto não decide, vai funcionando no escritório do secretário-geral da sigla, o advogado Admar Gonzaga.

Menos, Lula, menos/ O PSB tem encontro esta semana para discutir seu caminho. “O Lula despreza a nossa inteligência, ao dizer que quem não está com ele está a favor do Bolsonaro. Não vejo Lula nem Bolsonaro como meu líder. Essa polarização só interessa aos dois”, diz o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Aguardem novos capítulos I/ Por enquanto, Renan Calheiros não respondeu ao senador Major Olímpio, na última semana, quando eles discutiam o que Renan chamou de “ameaças de Olímpio a ministros do STF”. Mas quem conhece o grau de fervura do sangue alagoano garante que essa fleuma de Renan não vai durar muito.

Aguardem novos capítulos II/Nos corredores do Congresso, quando alguém pergunta a Major Olimpio sobre seu embate com Renan Calheiros na semana passada, o senador paulista responde: “Eu estou do lado de cá das algemas”.

Centrão tira da oposição o discurso de ”alívio” na Previdência

Previdência oposição centrão
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Na hora de votar os destaques da reforma previdenciária, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e os partidos de centro deram um “jeitinho” de deixar a oposição ainda mais irada. A pensão por morte e aposentadoria das mulheres, por exemplo, foi aprovada com o selo do DEM, embora o PCdoB tivesse uma proposta nesse sentido. Ou seja, o centro agora, além de dividir a oposição, conseguiu, por tabela, lhe tirar o discurso do “alívio” ao texto.

De quebra, também havia entre os deputados a expectativa de que a pressa para liberação das emendas servisse apenas àqueles que votaram a favor da reforma. Nesse quesito, ainda não sabiam, ontem à noite, se seriam atendidos. Até porque o governo quer o discurso de cumprimento da lei e não de toma lá dá cá.

Veja bem

Nos bastidores, os parlamentares alertam que é melhor o governo não considerar que a aprovação da reforma por 379 representa o tamanho da base do presidente Jair Bolsonaro. Dizem os deputados: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, tá ok?”

Recesso branco à frente

Os senadores praticamente saíram de férias esta semana. Isso significa que a Lei de Diretrizes Orçamentárias não deve ser apreciada por falta de quórum no Senado. Sem a LDO, o período legislativo é prorrogado automaticamente. Logo, se os deputados quiserem e os senadores também, haverá espaço para adiantar a votação dos projetos de crédito suplementar que chegarem.

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Ajudinha/ O deputado Capitão Augusto (PL-SP) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que parlamentar possa ser nomeado embaixador sem precisar renunciar ao mandato. A família Bolsonaro agradece.

Por falar em PSL…/ O partido distribuiu um documento para seus deputados com orientação de voto para cada destaque à reforma da Previdência. Um do PSB, sobre as contribuições que o PSL não deveria acolher a supressão, tinha escrito; “Alerta: prejudica o trabalhador”.

Coincidência/ Mal o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) serviu uma feijoada na sala de café ontem à noite, a votação dos destaques deslanchou. Foram, segundo Fabinho, quase 400 quilos de comida, entre leitão à pururuca, feijoada, arroz, farofa, frango, pé de moleque, doces mineiros e, na madrugada…. Pão com linguiça. Bem… pelo menos, os deputados não tinham como dormir, depois de tanta comida. Aff…

Mourão e Marco Maciel/ A direção da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) estará hoje com o vice-presidente Hamilton Mourão especialmente para convidá-lo a tomar parte na solenidade de entrega do Prêmio Marco Maciel 2019, que a associação concede àqueles que se destacaram na defesa da atividade do lobby, com ética, transparência e profissionalismo. Maciel, tanto como senador quanto como vice-presidente foi um defensor da atividade. A entrega do prêmio será 13 de agosto.