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Sem Trump, resta a Bolsonaro o diálogo com Biden

O cumprimento de Jair Bolsonaro ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, demorou porque o capitão queria esperar a saída de Donald Trump. Agora, até Biden ler a carta no estilo “bandeira branca” enviada pelo presidente, levará algum tempo.

Antes de ler as linhas traçadas pela ala mais “muita calma nessa hora” do governo brasileiro, Biden, conforme avisam diplomatas, reajustará a relação com os países europeus e se juntará às pressões para que o Brasil proteja suas florestas.

Diante dessa nova realidade, Bolsonaro, se deixar as bravatas de lado, terá a chance de apostar na preservação ambiental e tentar se colocar na cobrança pelos créditos de carbono e economia verde. Se quiser permanecer no discurso do valentão sobre “saliva e pólvora” para agradar seus apoiadores mais aguerridos nas redes sociais, ficará falando sozinho.

Para quem não se lembra, em novembro, quando Biden foi eleito, Bolsonaro fez um discurso sobre as cobranças pela preservação ambiental, dizendo que, “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora”. Pelo visto, a munição acabou.

Estado de defesa e os EUA

Quanto mais autoridades brasileiras usarem expressões do tipo “militares decidem se um povo terá democracia ou ditadura”, como fez Jair Bolsonaro, ou “calamidade é antessala do estado de defesa”, como fez o procurador-geral Augusto Aras, mais o Brasil estará longe do novo governo dos EUA. Vai ficar mesmo é bem perto do sistema venezuelano, regime que o presidente tanto critica.

Quem avisa…

Estudioso do Orçamento da União há décadas, o deputado Júlio César (PSD-PI) avisou a Bolsonaro que o governo precisa escancarar o quadro de dificuldades fiscais para tentar reduzir a pressão sobre a continuidade do auxílio emergencial. “A situação das contas públicas é crítica, porque a dívida está na casa dos 91% do Produto Interno Bruto (PIB)”, diz o parlamentar.

… amigo é

Júlio César não entrou na discussão sobre estender o auxílio por mais alguns meses, porque considera ser um tema do Ministério da Economia. Porém, deixou claro que a renovação do benefício representará R$ 20 bilhões/mês, num cenário em que houve queda de arrecadação. Bolsonaro concordou que as dificuldades existem, porém, não entrou em detalhes.

Se vira, Brandão!

No Banco do Brasil, segue a tensão. Bolsonaro garantiu que não haverá fechamento de agências, mas uma turma da área técnica espera que essa garantia seja igual àquela de que não compraria a CoronaVac.

Vexame atrás de vexame/ As autoridades manauaras podem se preparar para um futuro a la Wilson Witzel ou Marcelo Crivella. Além da questão de falta de oxigênio, que levou à morte de várias pessoas, agora, a revolta é com as filhas de um megaempresário, médicas nomeadas para cargos comissionados na prefeitura, que foram vacinadas e não estão na linha de frente do combate à covid.

Só tem uma saída/ A prefeitura será chamada a colocar as duas na linha de frente dos hospitais, que, aliás, clamam por pessoal.

E o Ernesto, hein?/ Os parlamentares não engoliram as afirmações do chanceler Ernesto Araújo de que está tudo bem com o governo da China e com o da Índia no quesito vacinas. Se faltar imunizante, depois de aplicada essa primeira leva, vai respingar no Itamaraty parte das ações judiciais em estudo.

Por falar em vacinas…/ Furar a fila da vacinação deveria ser crime inafiançável. Pelo menos, já tem deputados interessados em preparar projetos nesse sentido.

Denise Rothenburg

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