Declaração de Valdemar Costa Neto deixa parte do bolsonarismo raiz tensa

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Por Denise Rothenburg – A declaração do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre não ter preocupação com a delação do ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel do Exército Mauro Cid, foi lida por amigos de Jair Bolsonaro como a senha para deixar o partido distante desse imbróglio. Afinal, o ex-presidente só ingressou na legenda em novembro de 2021, depois de fracassada a criação do Aliança Brasil. No último domingo, Valdemar explicou com exclusividade à coluna que os pontos que enroscaram Mauro Cid com a Justiça não envolvem dinheiro público e, por isso, sua preocupação era zero.

A declaração deixou parte do bolsonarismo raiz mais tensa ainda. É que alguns viram nas afirmações de Valdemar uma forma de tentar deixar o PL longe desse desgaste. Embora Bolsonaro continue como a figura mais importante do partido, para muitos está claro que no quesito joias e cartão de vacinação, ele que responda sozinho.

Só no final de setembro

O presidente Lula só anunciará o novo ministro do Supremo Tribunal Federal depois de 28 de setembro. É que, nesta data, a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, passa o cargo para o colega Luís Roberto Barroso. A previsão é que ela deixe o STF no dia seguinte, 29 de setembro, três dias antes de seu aniversário, em 2 de outubro.

PGR idem

Lula também só deve anunciar o nome do novo procurador-geral depois que Augusto Aras deixar o cargo. Pelo menos, foi isso que ele deixou acertado antes de ir para a Índia. Na posse do ministro Cristiano Zanin, no mês passado, no STF, o subprocurador geral Antônio Carlos Bigonha era visto como favorito, conforme o leitor da coluna soube naquela época. O subprocurador eleitoral Paulo Gonet também continua no páreo.

Missão

O novo procurador vai chegar no meio desse imbróglio que se tornou o voto de Dias Toffoli para a anulação de provas da delação da Odebrecht na Lava-Jato. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) recorreu (leia matéria abaixo). Há quem diga que será esse um dos pontos de corte para a escolha do novo comandante da PGR.

Climão na tributária

A ideia de promover um texto único da reforma tributária para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na de Assuntos Econômicos (CAE), está cada vez mais distante. É que, até agora, o líder do MDB e relator da tributária, senador Eduardo Braga (AM), não procurou o colega Efraim Moraes (União Brasil-PB) para ouvir as sugestões e fazer um texto comum.

Vai atrasar

Efraim criou um grupo de trabalho na CAE para analisar o texto. Braga, por sua vez, tem feito seu trabalho ouvindo setores em audiências públicas e está acertando a votação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para 4 de outubro na CCJ, sem conversar com Efraim. Se não houver um acordo para incluir desde já as mudanças que o grupo comandado por Efraim irá propor, será difícil acertar o passo para a votação nas duas comissões em outubro.

Minirreforma na pauta/ Os deputados estão correndo para aprovar, ainda esta semana, o projeto que trata da minirreforma eleitoral para as eleições do ano que vem. A ideia é, inclusive, mudar a data de início do prazo de inelegibilidade de oito anos. Hoje, vale a partir do fim do mandato. A ideia é contar a partir da data da decisão. Esse ponto já é consenso em vários partidos dentro do Parlamento.

Data fechada/ Amanhã é dia de posses no Planalto e de transmissão de cargos na Esplanada. No Ministério de Portos e Aeroportos, a entrega do cargo do ministro Márcio França para o novo ocupante da pasta, Silvio Costa Filho (foto), será às 15h, na sede da pasta. Ele, inclusive, está convidando os amigos para a posse.

O hobby do ministro/ Apaixonado por fotografia, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Sebastião Reis abre, amanhã, a exposição “Todos os Lugares”, com parte de seu trabalho com as imagens. O coquetel de abertura será das 18h30 às 21h, no Espaço Cultural do STJ. A mostra poderá ser vista até 31 de outubro.

 

Governo pressiona União Brasil e coloca o segundo escalão em jogo

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O governo está dando um ultimato ao União Brasil. Ou assegura os votos e não assina CPI dos Atos Antidemocráticos, ou não terá cargos no segundo escalão. Até aqui, o governo segurou os indicados do União no Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) e na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). E não pretende promover trocas, mas será preciso mostrar lealdade ao governo.

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Preocupado em fechar a federação em curso com o PP, a turma do União considera que, antes de tentar dar ultimatos ao partido, o governo precisa se organizar e conter a fome do PT, que pressiona por cargos.

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O PT do Ceará, por exemplo, estado do líder do governo na Câmara, José Guimarães, pleiteia o Banco do Nordeste. O cargo já está prometido ao ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara, que cumpre quarentena depois de deixar o governo estadual.

Os dois problemas de Lula

A sede por cargos dos aliados e a demora em acertar o passo no Congresso é um dos problemas de Lula, e é visto inclusive como o número dois. O primeiro é o risco de golpe no país, que, avaliam aliados do presidente, não está completamente afastado em parte dos quartéis e outros segmentos. A tensão pós 8 de janeiro é algo que ainda não foi totalmente dissipado e está drenando a energia que deveria ser gasta para as reformas de que o país precisa.

Ele quem?
Nas conversas mais reservadas no Parlamento, deputados e senadores reclamam que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, estreante em Brasília, não conhece os meandros do Congresso Nacional nem os parlamentares, o que tem dificultado a relação.

Sobrou para ele
Começaram também as reclamações sobre o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que conhece todos, mas não tem resolvido. Há um sentimento de que o governo está à deriva no Parlamento.

Bolsonaro e o PL
A avaliação geral dentro do partido é a de que a melhor saída, no momento, é devolver as joias. O partido, aliás, está para lá de dividido. Enquanto um grupo pretende se aproximar do governo, outro olha para todos os lados, em busca de uma alternativa a Jair Bolsonaro. O nome que mais se encaixa no perfil dos sonhos de parte do PL é o de Tarcísio de Freitas. O bolsonarismo-raiz está cada vez menor. E, quanto mais o ex-presidente demorar a resolver a crise das joias, pior ficará.

A obra é federal/ Não foi mero acaso a falta de representantes do governo do Rio Grande do Sul no anúncio da hidrovia entre Brasil e Uruguai — ausência devidamente registrada por Rosane Oliveira no jornal Zero Hora. O governo Lula considera o governador Eduardo Leite (PSDB) como um potencial adversário ao Planalto em eleições futuras. A estratégia é não colocar azeitona na empada alheia.

Janja conquista apoios/ Invejada por parte do PT, Janja tem angariado apoios fora do partido. A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, secretária de Relações Internacionais do município, é um exemplo. As duas conversam bastante. Marta tem vasta experiência administrativa e política. Foi vereadora, deputada, senadora, prefeita e conhece profundamente o PT, especialmente, o de São Paulo.

Nem tudo é política/ A amizade vai além dos conselhos. Dia desses, Marta estava em Madri, passou em frente a uma loja de grife, e logo mandou uma foto de uma saia para a primeira-dama. “Achei a sua cara”.

Menos, Nikolas, menos/ O deputado Nikolas Ferreira será levado ao Conselho de Ética, acusado de transfobia. Há alguns anos, deputado ou senador que usasse chapéu, ou quisesse entrar no plenário com acessórios, não tinha o direito de se manifestar. As ousadias se limitavam aos sapatos, como as alpargatas do senador Ney Maranhão, as gravatas Disney do senador Ney Suassuna, ou os tênis de Maurílio Ferreira Lima. Ah, também havia as calças jeans adotadas por Paulo Delgado e outros petistas nos anos 1980, antes de o partido chegar ao poder.

Ao manter Juscelino, Lula tenta evitar desgaste com o União Brasil

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Ao manter o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, ao mesmo tempo em que o caso será avaliado na Comissão de Ética da Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta sair da linha de desgaste junto ao União Brasil. De quebra, ainda cobra fidelidade à bancada.

Só tem um probleminha: a turma do União que não deseja votar com o governo não está nem aí para o destino dos ministros. Pior: se sente bem desconfortável com a pressão exercida pelo presidente da República.

Para completar, a fala do presidente da Câmara, Arthur Lira, na Associação Comercial de São Paulo (ASCB), sobre o governo não ter base parlamentar para aprovar a reforma tributária, foi lida por muitos petistas como o seguinte recado ao Palácio do Planalto: “Não desagrade o Centrão, senão vai ficar pior”.

Tudo o que ele disser…

…poderá ser usado contra o próprio. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que deve começar a se preparar para depor no caso das joias. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que esta no Brasil, já começou a se preparar e vai defender que tudo seja devolvido à Arábia Saudita — que remeteu os presentes.

Veja bem
A posição de Michelle, de sugerir a devolução dos conjuntos, pode se tornar uma faca de dois gumes. Há o risco de que alguém do Judiciário possa concluir que era um presente pessoal, e não mimo ao Estado brasileiro, como afirma o ex-presidente.

Para bons entendedores…
…meia palavra basta. No mesmo programa, Cármen Lúcia defendeu o direito constitucional de Lula escolher quem achar melhor para substituir a atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, que se aposenta em outubro. Mas deixou claro que considera necessário que as mulheres ocupem maiores espaços no Judiciário.

Receita de bolo/ A bancada do União Brasil não está lá muito satisfeita com a federação entre os dois partidos ser decidida na base do quem manda em cada estado. A ideia, agora, é tentar contornar a situação elaborando uma lista de bandeiras para a federação, proposta pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE).

Feminicídio em pauta/ O crescimento exponencial do assassinato de mulheres será tema do debate de hoje, do Correio Braziliense, de 14h a 18h. A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco — escolhida pela revista Time, na semana passada, como uma dos nomes femininos de 2023 —, participam da abertura.

Senadores autores/ Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) autografam, hoje, o livro A Política contra o Vírus, com os bastidores da CPI da Covid. O lançamento será na Livraria da Travessa, do CasaPark, a partir das 19h.

Governo deve adiar a liberação de recursos a parlamentares

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Pelo cronograma mensal de liberação de recursos fixado pelo governo para este ano, os parlamentares podem se preparar: as emendas ao Orçamento só vão jorrar no final do ano. Essa é a conclusão dos políticos depois de analisarem o decreto de programação orçamentária de 2023. A avaliação feita pelo Instituto Fiscal Independente (IFI) mostra, por exemplo, que, o governo manterá as liberações em baixa até outubro e, só então, é que os desembolsos devem aumentar. No ano passado, segundo o IFI, essa execução foi mais uniforme.

No governo, porém, muita gente diz que a programação está diretamente relacionada a dois pontos: primeiro, o governo precisa de um tempo para ver o que consegue enxugar de gastos, cuidar de recompor vários programas para, depois, mais para o final do ano, conseguir atender as chamadas despesas discricionárias. Falta combinar, porém, com os parlamentares, que se acostumaram com o toma lá dá cá e estão cansados de ficar na fila de fim de ano nos gabinetes do Planalto.

Um segmento a conquistar

Ao colocar a faixa de isenção do IR em R$ 2.640, o presidente Lula tenta conquistar uma parcela da classe média que votou em Jair Bolsonaro. Virão outras medidas para atrair esse segmento do eleitorado.

Energia jogada fora
As medidas da Controladoria-Geral da União (CGU), tanto no quesito cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro quanto no ultimato para que o Exército apresente o relatório da investigação sobre manifestações políticas do general Eduardo Pazuello, preocupam aliados do presidente Lula. Muitos consideram que o governo perde tempo com questões acessórias, que alimentam discursos de ódio de parte a parte.

Veja bem
Na semana passada, Lula anunciou o novo salário mínimo, a ampliação da faixa de isenção do IR e o reajuste dos servidores. Colocar o cartão de vacina e Eduardo Pazuello na roda, ao mesmo tempo, dividiu holofotes.

Muda o samba
A avaliação de muitos líderes, em conversas reservadas, é de que o PT ainda não entendeu que é preciso pacificar o país. Dentro dos partidos de centro, por exemplo, a impressão é de que os petistas estão mais preocupados em “limpar” a própria biografia.

A aposta deles
Nos poucos dias de funcionamento do Congresso, os políticos aliados voltaram as atenções ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. Muitos dizem que é ali que as coisas se resolvem.

Ajufe vai a Haddad/ O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu representantes da diretoria da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). O presidente da entidade, Nelson Alves, e os presidentes das associações regionais conversaram com Haddad sobre o excesso de processos na via judicial, com destaque para as matérias previdenciárias, assim como a possível colaboração do Executivo ao Judiciário para a redução desse contingente processual.

A direita se mexe/ Jair Bolsonaro não volta ao Brasil na primeira semana de março. Estará em Washington, na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), com Donald Trump. “A direita está viva e tem muita chance de voltar ao governo em vários países”, diz o deputado Eduardo Bolsonaro, que passa o carnaval nos Estados Unidos, visitando o pai.

Lá e cá/ Com a conta do PL liberada depois do pagamento da multa imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral, os bolsonaristas querem aproveitar o início de março para fazer a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro rodar o país.

Enquanto isso, na sala da Justiça…/ O ministro Flávio Dino foi passar o carnaval no Maranhão. Mas não ficará só na folia. Estava prevista uma visita ao porto de Itaqui, com o ministro de Portos, Márcio França.

Prorrogação de isenção de impostos sobre combustíveis é recado: quem manda é o partido

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A decisão de prorrogar a isenção de impostos sobre os combustíveis por parte do futuro governo, depois de o ministro da Fazenda se posicionar em sentido inverso, deu um sinal ao mercado de que Fernando Haddad tem o cargo, mas o PT tem a força. Especialmente depois que a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse em entrevista à Globo News que o melhor seria prorrogar por um período.

A decisão, porém, vem no sentido de evitar o mau-humor do eleitorado logo na largada do futuro governo. Internamente, prevaleceu o receio de disparada dos índices inflacionários. Agora, caberá à nova gestão, depois da posse, mostrar que Haddad terá, sim, força para comandar a área econômica. Este ano, avisam alguns, ainda não houve esta demonstração.

A legenda que mais preocupa Lula

De todos os partidos que se juntaram na frente ampla encabeçada pelo PT, o União Brasil é considerado o que pode “entregar menos”, uma vez que o futuro ministro da Integração Nacional, Waldez de Góes, está no PDT e já existe um movimento de deputados para tentar barrar seu ingresso na legenda.

Ministro sem bancada
Góes não tem trânsito na bancada da Câmara. Terá que construir essa relação via senador Davi Alcolumbre (União-AP) e o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE). Só tem um probleminha: conforme o leitor habitual da coluna já sabe, Bivar tentou, mas não conseguiu tirar o deputado baiano Elmar Nascimento do cargo de líder na Câmara. Elmar, que integra o grupo dos “sem-ministério” e tem respaldo da bancada, já se proclamou independente.

Foi o único
Lula, que de bobo tem nada, fez uma “nota de rodapé” ao declarar Góes como ministro de seu governo. Foi o único que ele mencionou como alguém que, além da gestão da pasta, terá que cuidar da “articulação com o Congresso” — ou seja, arrumar votos. Aliás, na bolsa de apostas sobre quanto tempo vai durar a equipe que posará para a primeira foto ministerial, amanhã à tarde, no Palácio do Planalto, o ministro da Integração é visto como o primeiro a ser trocado.

Apito de cachorro
A última live de Jair Bolsonaro como presidente da República foi vista por alguns com algum sinal de preocupação. Embora ele tenha dito com todas as letras que condenava os atos terroristas, o fato de mencionar a posse como algo “previsto para 1º de janeiro” deixou uma certa tensão no ar. Alguns aliados dele acham que pode ter sido um “dog whistle politics”, aquele “apito de cachorro político” que só os extremistas escutam.

Nem tanto
Aliados de Bolsonaro têm dito que o objetivo, agora, é buscar reconstruir uma imagem longe dos extremistas que atearam fogo a carros e ameaçaram explodir um caminhão de combustível nas imediações do aeroporto.

Recursos humanos togado/ Integrantes do PL têm se referido ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, como o “RH” do partido. É Moraes quem libera o dinheiro para pagar 13º salário e tudo mais dentro da legenda.

Olho nele/ O aviso de que haverá um pronunciamento do presidente em exercício, Hamilton Mourão, hoje, às 20h, foi enviado às emissoras de tevê assim que Bolsonaro decolou. Senador eleito pelo Rio Grande do Sul, há quem diga que o general da reserva veio para ficar na seara da oposição.

Acalma aí/ Dizem também que Mourão, além de desejar um Feliz Ano Novo a todos os brasileiros, deixará claro que amanhã vai ter posse, no sentido de tentar dissipar a tensão.

Feliz Ano Novo/ Hora da virada no governo, no país, enfim, na vida. A você, leitor, obrigada por mais um ano e que 2023 venha repleto de saúde, paz, prosperidade, democracia, serenidade e boas notícias para todos os brasileiros.

Punição a prefeito põe equipe de Bolsonaro em alerta

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O afastamento do prefeito de Tapurah (MT), Carlos Alberto Capeletti (PSD), por ter dito “vamos tomar o Congresso e o STF” foi visto pelos bolsonaristas como uma mensagem direta ao presidente Jair Bolsonaro (PL): se houver alguma manifestação no sentido de insuflar algo que soe ruptura institucional, tal como fez o prefeito, a punição virá. Até aqui, o presidente se mantém calado a respeito das manifestações de apoiadores na frente dos quartéis.

Depois do afastamento do prefeito do cargo por 60 dias, conforme determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, alguns aliados de Bolsonaro defendem que ele permaneça em silêncio para não ampliar a tensão. Afinal, o presidente ainda não se conformou com o resultado da eleição e, no calor de uma declaração pública, ou mesmo uma visita aos apoiadores nos acampamentos, pode elevar a tensão.

Outros mais afoitos, porém, têm pedido que Bolsonaro incendeie seus apoiadores. O problema é que, até aqui, o presidente não viu espaço para isso. A quem perdeu, cabe liderar a oposição e não uma ruptura institucional.

Uma coisa ou outra

A ala do PT que não é lá muito simpática a Fernando Haddad já fez chegar a seguinte sugestão ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva: se o ex-prefeito de São Paulo for mesmo ministro da área econômica, não será mais candidato a presidente da República pelo partido.

Veja bem
Da parte aliada a Haddad, vem a impressão de que está muito cedo para se fazer qualquer exigência. Vale lembrar que, em 1993, Fernando Henrique Cardoso virou ministro da Fazenda de Itamar Franco e tudo indicava que não teria condições de se eleger deputado federal. A roda da fortuna girou e FHC terminou eleito presidente, depois de montar a equipe que deu ao país o Plano Real.

Todos querem recursos
Até aqui, todos os setores que procuram o governo de transição no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) pedem algum tipo de financiamento. Desta vez, foi o setor de transporte público, capitaneado pelos dirigentes da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). A ideia é acoplar um aporte de recursos da União para barateamento do transporte à política de descarbonização.

E alguns vão levar
Lula venceu a eleição graças ao voto dos mais pobres, que mais dependem desse transporte. Por isso, a ideia dos integrantes da equipe de transição é não deixar esse setor a ver navios.

E a PEC, hein?
Na Câmara, a aposta é a de que a análise da PEC da Transição vai demorar muito mais.

Passou dos limites I/ O ataque de manifestantes bolsonaristas ao líder do PDT, Wolney Queiroz (PE), levou o comando da Câmara a redobrar a segurança. Ações desse tipo não serão toleradas. Uma coisa é se manifestar pacificamente, outra é agredir um deputado federal. Wolney teve o paletó puxado, a gravata quase arrancada. A Câmara colocou a Polícia Legislativa e agentes de prontidão.

Passou dos limites II/ A deputada federal reeleita Bia Kicis (PL-DF) corre atrás das suas redes sociais, suspensas pelo ministro Alexandre de Moraes. Ela foi a deputada mais votada do DF e, proporcionalmente, a mais votada do país. Na Câmara, ela já mobiliza o apoio dos colegas para que tenha o direito de manifestar suas opiniões.

Ele volta/ Primeiro suplente da bancada emedebista em Minas Gerais, o deputado Fábio Ramalho está na fila para assumir o mandato em 2023. É que o governador Romeu Zema pode levar o deputado Newton Cardoso Jr. para o seu secretariado, abrindo a vaga para “Fabinho Liderança”, apelido carinhoso que recebeu dos colegas.

E será governo/ “Eu sempre sou governo”, brinca o deputado, quando alguém lhe pergunta sobre o futuro. “Janto com Bolsonaro e almoço com Lula”, brincou.

Parlamentares do centro pisam no freio na votação da PEC

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bem que tentou colocar o carro na frente dos bois, ou seja, aprovar a PEC da Transição antes de anunciar a equipe de governo. Porém, os parlamentares dos partidos de centro começam a pisar no freio e só vão pensar em votar a PEC da Transição depois de conhecidos os nomes do futuro governo. Até aqui, a transição capaz de encher um ginásio de esportes obteve apoio formal, mas não orgânico, ou seja, que “entregue” votos ao futuro governo para aprovação de seus interesses.

Apesar das grandes comissões temáticas da transição, quem trabalha mesmo são cinco ou seis, conforme avisou o ex-presidente Michel Temer em entrevista ao Correio publicada no último domingo. Portanto, ou Lula anuncia logo seus ministros, ou ficará sem tempo para aprovar a proposta de emenda constitucional. Não por acaso, cresce o número de adeptos a trocar a PEC por uma medida provisória. A decisão final ficará para a semana que vem. Ou seja, nesse vai-não-vai, o futuro governo corre o risco de fechar novembro sem uma definição.

Problemas diluídos
A inclusão de tanta gente na equipe de transição tem um objetivo claro: evitar que se exponha desde já as divergências entre o grupo do vice-presidente Geraldo Alckmin e o PT. Nos primeiros dias de convivência no CCBB, houve divergências e, agora, com tantos parlamentares e técnicos, fica mais difícil identificar quem é quem.

O recado de Valdemar…

O pedido do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para investigação das urnas no segundo turno, mostra que ele não abandonará o presidente Jair Bolsonaro. Ficará na oposição.

…na terra de Murici
Isso significa que Lula precisará atuar “no varejo”, se quiser parte dos votos do PL. Apoio automático, avisam integrantes do partido, nem pensar. Ali, será cada um por si.

PSB quer, mas…
Parlamentares que pegaram uma “franjinha” das emendas do relator-geral, o chamado orçamento secreto, pedem o fim dessas propostas. Só tem um probleminha: Não são maioria hoje na Casa.

Mudança de hábito/ A maioria dos integrantes da equipe de transição do futuro governo que compareceu à reunião no Ministério da Saúde usava máscaras de proteção. No atual governo, ninguém. A contar pela publicação do deputado Alexandre Padilha (PT-SP), que já foi ministro da área, atentando para esse detalhe, a tendência é tornar o uso obrigatório na área da saúde, se o número de casos de covid continuar a subir.

Vai ser assim/ Se o presidente Jair Bolsonaro decidir não entregar a faixa presidencial a Lula, o vice-presidente Hamilton Mourão deve assumir
essa missão.

A volta?/ O presidente Jair Bolsonaro planeja retomar as lives das quintas-feiras. Muitos aliados acreditam que será esta noite.

Copa & Política/ Final de ano sempre é o momento que os projetos impopulares aterrissam na pauta do plenário da Câmara e do Senado. E, agora, com a Copa do Mundo no palco principal, todo o cuidado é pouco. A hora é de torcer pelo Brasil, com um olho no gato, outro no peixe.

Violência de Roberto Jefferson vai reabrir a discussão sobre CACs

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O caso Roberto Jefferson (PTB) reabrirá a discussão pelo aperto na fiscalização das armas dos CAC’s (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) no Congresso. Depois que Roberto Jefferson atingiu policiais que foram prendê-lo no último domingo, as associações e federações de policiais federais querem promover esse debate. A avaliação é a de que há um ponto cego entre o que deve ser fiscalizado pelo Exército e pela PF. Não dá, por exemplo, para um sujeito sob investigação e em prisão domiciliar, como era o caso de Jefferson, manter granadas em casa. A ideia é não esperar sequer a chegada de 2023.

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Falta combinar com uma parte expressiva da bancada do governo, que ampliou o acesso às armas. Porém, depois de dois policiais feridos, a bancada da bala, formada basicamente por representantes da categoria, tende a apoiar uma lei mais clara e mais rigorosa na fiscalização e punição.

O foco é a economia

Nesses últimos dias, a campanha de Lula pretende centrar o foco na economia para sair da armadilha do discurso de costumes que centralizou o debate nas primeiras semanas desse segundo turno. A avaliação é a de que, se Lula conseguir colar em Bolsonaro a imagem de que é um candidato a serviço do mercado, a fim de cortar benefícios dos trabalhadores, o petista consegue reduzir a diferença em São Paulo.

… e a coalizão
Lula tem dito a todos os interlocutores e em entrevistas, que seu governo não será uma administração do PT. Vem na linha de tentar quebrar a resistência ao partido, que, embora tenha uma legião de seguidores, também tem uma grande rejeição.

Recordar é viver
A turma de Bolsonaro continuará na linha da má gestão dos fundos de pensão, como a entrevista com aposentado exibida no horário eleitoral, o discurso das igrejas e na tecla de que Lula não foi inocentado. Apostará ainda na tese de que quem concedeu o Auxílio Brasil de R$ 600 é quem terá condições de manter esse valor.

A prova de fogo das pesquisas
Quem estuda a fundo todas as pesquisas de intenção de voto, caso da Vector Consultoria, fez um levantamento das pesquisas disponíveis em 15 estados para mostrar a seus clientes que, nessas semanas em que o debate esteve centrado na pauta de costumes, o presidente Jair Bolsonaro ampliou mais as suas intenções de voto do que Lula. Portanto, avalia a Vector, a eleição, a preços de hoje, está empatada.

Zema na área/ Quem colocou na roda o tema das aposentadorias e dos fundos de pensão das estatais foi o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, que está trabalhando os municípios mineiros em favor da reeleição de Bolsonaro.

Eles querem é espaço/ Parlamentares do União Brasil e do PP descartam uma fusão. Ou vão partir para uma federação, ou ficarão no bloco parlamentar. A tendência hoje é o bloco que, tradicionalmente, não tem tirado espaço de liderança dos partidos integrantes.

Por falar em federação…/ Alguns aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira, já pediram aos partidos que façam uma análise do regimento da Câmara à luz da instituição das federações partidárias. A intenção é avaliar se dá para tratar cada partido da federação isoladamente na hora de distribuir as comissões técnicas da Casa.

Cadê o Power Point?/ A entrevista de Fábio Wajngarten e do ministro Fábio Faria na porta do Alvorada para denunciar que rádios estariam colocando mais inserções para Lula do que para Bolsonaro deixou a desejar. Faltou um kit para a imprensa, com detalhes sobre as 154 mil inserções a mais que Lula teria tido neste segundo turno, gráficos e o nome das rádios que burlaram a legislação eleitoral. Não houve um material explicativo para a grave denúncia. Aliás, a porta do Alvorada também não é um comitê de campanha, né?

Ações de Roberto Jefferson podem ter causado múltiplos danos a Bolsonaro

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Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza

Apesar dos esforços da campanha bolsonarista, o faroeste caboclo promovido por Roberto Jefferson trouxe sérios danos à estratégia de Jair Bolsonaro de virar todas as expectativas para este domingo. A sequência de crimes cometidos pelo ex-deputado contém um extenso rol de ilícitos, e o candidato à reeleição terá de enfrentar esse desgaste na semana decisiva da eleição.

Roberto Jefferson desafiou a lei, ao jogar granadas e disparos contra agentes da Polícia Federal. Pôs em xeque a política armamentista estimulada pelo governo, porque demonstrou que não existe o menor controle sobre o uso de armas no Brasil. E, por fim, reproduziu o discurso do ódio contra o Judiciário, ao dirigir termos inaceitáveis a uma mulher e ministra do Supremo Tribunal Federal.

O candidato à reeleição pode tentar, quantas vezes quiser, tentar se desvincular desse episódio lamentável. Mas é muito difícil reduzir tantos danos em tão pouco tempo. É certo que a campanha de Lula aproveitará o episódio, de várias formas, para convencer eleitores indecisos a não votar em Bolsonaro. Em seu ato tresloucado e criminoso, Roberto Jefferson extrapolou os limites da lei e externou ao limite do intolerável as bandeiras defendidas pelo bolsonarismo.

Se havia alguma intenção de mudar o rumo da eleição, o tiro saiu pela culatra.

Sarney vota Lula

Em carta aberta, o ex-presidente José Sarney declarou o voto a Lula no próximo domingo. “O voto em Lula — que já tem seu lugar na História do Brasil como quem levou o povo ao poder e como responsável por dois excelentes governos — é voto pela democracia, pela volta ao regime de alternância de poder, pela busca do Estado de Bem-Estar Social. A diferença é clara”, escreve Sarney.

Interesses escusos
No texto, o ex-presidente condena o chamado Orçamento secreto, prática nefasta que contaminou o bom funcionamento do Congresso. “O atual contrato “secreto” entre o Executivo e o Legislativo, fixado em valores agigantados diante dos parcos recursos do Orçamento da República, é campo privilegiado para os interesses escusos”, lamenta o ex-presidente.

Destino do Brasil
Por fim, Sarney define o significado deste segundo turno para a história do país. “No próximo domingo, o eleitor decidirá se vota pelo fim da democracia ou por sua restauração. Esse voto não é para quatro anos de governo: é um voto para o destino do Brasil.”

Cenário sombrio
Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles deu um diagnóstico sombrio sobre as contas públicas. “Na minha avaliação, o tamanho do buraco deixado é mais próximo de R$ 400 bilhões, estimado por entidades independentes, do que dos R$ 150 bi que o governo está falando”, disse em entrevista à GloboNews.

Vacina, sempre
No Dia Mundial de Combate à Poliomielite, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi às redes sociais para lembrar a importância da vacinação. “Em setembro, a OMS declarou o Brasil como país de muito alto risco para pólio devido à dificuldade no acesso aos postos, falta de campanha nacional e escassa vigilância do vírus”, alertou a apoiadora de Lula.

Convicto
Coordenador da campanha de Jair Bolsonaro, o ex-secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, está convencido de que tem um material robusto para denunciar o suposto desequilíbrio nas inserções eleitorais em rádios. “Eu tenho 22 anos de experiência exatamente nisso. Sou pioneiro na pesquisa e auditoria de mídia no Brasil. A campanha não poderia estar melhor servida”, disse. O TSE aguarda.

Sabatinas do Correio
Nesta semana eleitoral decisiva, o Correio programou sabatinas com os candidatos à Presidência da República. Na quinta-feira, é a vez de Lula. Às 8h, ao vivo, o petista participa do Podcast do Correio, na Clube 105FM, com transmissão em todas redes sociais do Correio Braziliense, e exibição na TV Brasília, às 13h10.

Os desafios do segundo turno das eleições

Publicado em coluna Brasília-DF

A final entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) obrigará ambos a deixarem mais claros seus projetos econômicos e sociais. O petista contava com a vitória na primeira rodada, jogando praticamente parado, colocando-se como o “fiador da democracia” e sem detalhar seu programa. Ainda assim, conseguiu ampliar em 25 milhões o desempenho e quase chegou ao total de 57 milhões de votos que Bolsonaro obteve no segundo turno em 2018. Mas só isso não basta: agora terá que detalhar seu programa.

Bolsonaro, por sua vez, obteve um milhão de votos além do que conquistou no primeiro turno de 2018. Seus aliados acreditam que poderia ter tido mais, se as pesquisas tivessem acertado o percentual de votos em favor dele, por exemplo, em São Paulo.

Agora, há quem diga que terá que assinar um compromisso com a democracia, detalhar projetos para os próximos quatro anos e mobilizar toda a tropa que elegeu 14 senadores e 101 deputados do PL para pedir votos em seu favor Brasil afora — especialmente em Minas Gerais. E, para não quebrar a onda favorável dos últimos dias, a ordem entre seus apoiadores é começar hoje.

Os cálculos de Valdemar da Costa Neto

Com o PL detentor da maior bancada do Senado e da Câmara, o comando do partido não tem mais dúvidas de que jogou certo ao acolher Bolsonaro. Agora, avalia, seja quem for o presidente da República, terá que negociar com a legenda. Afinal, 101 deputados é algo que há tempos nenhuma legenda atingiu, ainda mais sem coligação.

Melhor de dois
O PL, porém, acredita que sua situação será muito mais confortável com a reeleição de Bolsonaro, que não pretende chegar detonando o poder dos congressistas sobre o Orçamento da União. Lula, ao contrário, já disse que deseja retomar esse controle. Diante dessa premissa, a bancada pretende ajudar a reeleição do presidente.

Alckmin deixou a desejar
Os petistas viam no ex-tucano Geraldo Alckmin um diferencial que deveria ajudar em São Paulo. Nas suas conversas mais reservadas, os petistas dizem que essa ajuda não veio. O desafio agora, dizem alguns, será o ex-governador atrair o PSDB de Rodrigo Garcia.

E o Kassab, hein?
Com Tarcísio de Freitas liderando a disputa neste segundo turno, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, tende a ficar fora da eleição nacional. Vai se concentrar em São Paulo. Quanto à Presidência da República, cada um que cuide de si.

Batman versus Super-Homem/ Em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB) elegeu Renan Filho para o senado e Arthur Lyra (PP) foi o mais votado para a Câmara dos Deputados. Agora, cada um fará campanha aberta para o seu candidato a presidente. Lyra, Bolsonaro; Renan, Lula.

Santo de casa/ O PP do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e de Lyra terá 47 deputados em 2023. Isso significa que, se quiser manter a presidência da Câmara, terá que fechar uma negociação na ponta do lápis com o vitorioso PL de Valdemar da Costa Neto.

A maldição de Michelle/ Ana Cristina Vale, que se apresentou como Cristina Bolsonaro, não chegou a 2 mil votos. A mãe de Jair Renan, o Zero Quatro, não ficou nem na suplência. E, das apostas do PL, a única que não obteve sucesso foi Flávia Arruda no Distrito Federal, que concorria contra Damares Alves, a candidata da primeira-dama.

Por falar em Michelle…/ Neste segundo turno, a mulher de Bolsonaro deverá ter uma agenda diferente do presidente, em busca das mulheres, especialmente, as nordestinas ligadas às igrejas evangélicas.

O porta-voz da Lava Jato/ A coleção de dissabores do PT neste primeiro turno incluiu a vitória do procurador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, como o mais votado no Paraná, deixando em segundo lugar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Em conversas reservadas, a turma dos lavajatistas diz que Gleisi pode se preparar para duros embates no plenário, na linha de “Lula não foi inocentado”.