Cúpula das Américas foi boa para Biden e para Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

A ida do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Cúpula das Américas foi lida por diplomatas mais técnicos e menos aficionados à polarização política como um movimento muito positivo para ele e para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Bolsonaro ganhou a chance de se mostrar afinado com os preceitos democráticos, e Biden, dadas as ausências de outros presidentes, teve a cúpula de Los Angeles praticamente salva pela presença da comitiva brasileira.

» » »

Bolsonaro, porém, na avaliação de alguns diplomatas, extrapolou ao reclamar do #fiqueemcasa ao longo da pandemia. Foi considerado desnecessário. Para alívio dos integrantes do Ministério de Relações Exteriores, o presidente logo mencionou a guerra da Ucrânia e a disposição de ajudar na busca da pacificação.

Muito esforço…

… e pouco resultado. É assim que ministros de tribunais superiores têm definido as diversas tentativas de paz entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). Há quem diga que algumas conversas foram produtivas, mas não dá 24 horas e lá está o presidente batendo na mesma tecla das diferenças com os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin.

E o ICMS balança
O fato de a maioria dos senadores ter deixado para discutir o texto na semana que vem deixou o governo tenso com a perspectiva de dificuldades para aprovação na segunda-feira. O fim de semana será de contagem de votos.

Vai bater bumbo
Por ter sido o Brasil o sexto país que mais atraiu investimentos no ano passado, isso será explorado na campanha eleitoral. A ideia é dizer que, apesar das dificuldades, a economia está no caminho certo. Falta combinar com a percepção do eleitor, que ainda sofre com os preços altos dos alimentos.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul…
O acordo do PSDB com o MDB em torno da candidatura de Simone Tebet ao Planalto
deixou o cenário para lá de indefinido. Nas últimas 24 horas, um grupo do MDB local reagiu à solução de cúpula tomada em Brasília, de apoio à candidatura de Eduardo Leite. Mas a tendência é mesmo o MDB fechar com o ex-governador na cabeça de chapa. Só que o anúncio oficial não será da noite para o dia.

Bagunçou tudo I/ Diante do cenário indefinido no Rio Grande do Sul, o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB), pré-candidato a governador, procurou a ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD), que hoje é o nome para concorrer ao Senado na chapa do MDB, com Gabriel Souza no comando. Agora, vai mudar.

Bagunçou tudo II/ No Paraná, a chegada de Sergio Moro ao cenário também balança estruturas. Na verdade, tudo só vai se definir mesmo nas convenções, em julho.

Por falar em Moro…/ Ninguém entendeu por que o ex-juiz teve seu domicílio eleitoral negado, mas a mulher dele, Rosângela, pode ser candidata.

Arruda na fita/ Os 17% que José Roberto Arruda pontuou na pesquisa TV Record/Real Time/Big Data animou o PL a tentar carreira solo. O governador Ibaneis lidera com 28%, mas muita gente no PL considera que Arruda pode tirar essa diferença se obtiver o apoio de Bolsonaro. Reguffe (União Brasil) tem 16%, Leila Barros (PDT), 5%, e Leandro Grass (PV), que tem o apoio do PT, 4%.

Demorou/ Só hoje o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, dará explicações às autoridades britânicas sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo. A ordem no governo é deixar claro que, desde domingo, quando a pasta soube do desaparecimento, tudo foi feito para localizá-los.

Emedebista Fábio Ramalho pode ser o “azarão” na Câmara dos Deputados

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

Entre a pressão do governo para liquidar a fatura no primeiro turno e dos partidos de oposição ligados a Baleia Rossi (MDB-SP), cresceram nas últimas horas as apostas no deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) como um “pit stop” antes do embate final entre Baleia e Lira. A ideia é evitar que o governo leve no primeiro turno e se considere “poderoso demais”. Na eleição passada, quando o Centrão e os demais partidos de centro estavam praticamente fechados em torno de Rodrigo Maia (DEM-RJ), Ramalho obteve 66 votos. Agora, no balanço das horas e dos partidos, se repetir a votação, garantirá o segundo turno.

Em tempo: vale lembrar que, em fevereiro de 2005, Severino Cavalcanti foi eleito presidente da Casa na lógica de não ir nem para um lado, nem para o outro, no primeiro turno. Severino terminou no segundo turno. A diferença é que Ramalho é tão aliado de Bolsonaro quanto Lira, embora não seja o candidato do governo.

O que move os parlamentares

As desconfianças de alguns para não votar em Lira no primeiro turno é o Orçamento da União. Embora o líder do PP seja o favorito, hoje, e tenha condições de vitória ainda no primeiro turno, os deputados avaliam que o dinheiro acabou e ele não terá como honrar todos os compromissos assumidos. Deixar o presidente Jair Bolsonaro cheio de si, com a vitória do PP, não é visto como a melhor estratégia.

Bomba relógio do auxílio

Ao dizer que o auxílio emergencial volta se a vacinação contra covid-19 falhar, o ministro da Economia, Paulo Guedes, jogou no colo do governo uma bomba de efeito cascata: agora, se o governo não conseguir logo vacinas em número suficiente para atender à população, o discurso de que a economia não reagiu por incompetência do governo ao lidar com a pandemia está pronto.

É mais além
A guinada de Bolsonaro a respeito das vacinas contra covid-19 está diretamente relacionada aos movimentos pró-impeachment. Embora ele tenha a certeza de que não sofrerá um processo, quem tem mandato prefere se precaver.

Xii…
Com as respostas dos fabricantes de vacinas de que só vendem para governos, resta a Bolsonaro e toda a sua equipe empreender esforços em busca de mais vacinas. O pior é que, como entrou tarde nessa conversa, terá que esperar sua vez na fila.

Curtidas

A carta de Biden/ Que Bolsonaro, que nada. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, escreveu para Eric Lander, presidente e diretor-fundador do Broad Institute of MIT (Massachusetts Institute Of Technology) and Harvard, com várias questões, no sentido de preparar uma estratégia de ciência e tecnologia para os Estados Unidos nos próximos 75 anos, nos moldes do que fez Franklin Delano Roosevelt, em 1944.

Aprender em vez de negar/ Em sua época, Roosevelt fez quatro perguntas ao seu consultor de tecnologia, Vannevar Bush. Biden pede que Lander envie à sua administração respostas a cinco questões, a começar pelo que se pode aprender com a pandemia, o que é possível fazer para atender ao mais amplo leque das necessidades de saúde pública.

Meio ambiente/ Biden pergunta, ainda, como as descobertas científicas e tecnológicas podem criar novas soluções para enfrentar os desafios climáticos. “As mudanças climáticas representam uma ameaça existencial que requer uma ação ousada e urgente”, diz Biden, que vê aí uma oportunidade de criar novos investimentos e uma “América mais resiliente”. Ele diz que alcançar o compromisso de emissão de carbono líquido zero, em 2050, exigirá a implantação de fontes de energia limpa.

China, sempre ela/ Biden também está preocupado com a competição com a China. E pergunta como os Estados Unidos podem assegurar que são os líderes mundiais em tecnologias nas indústrias do futuro, importantes para a prosperidade econômica e a segurança nacional. Em tradução livre, Biden menciona que “outros países –– especialmente a China –– estão fazendo investimentos sem precedentes e tudo ao seu alcance para promover o crescimento de novas indústrias e eclipsar a liderança científica e tecnológica da América. Nosso futuro depende da capacidade de acompanhar concorrentes nas áreas que definirão a economia amanhã”.

Sutis diferenças/ Bolsonaro, na largada de 2019, preferiu manter a polarização política e o discurso de campanha, tal e qual Donald Trump. Biden, no exercício da Presidência dos EUA, se coloca muito acima dessa política rasteira. Talvez por isso, a porta-voz da Casa Branca tenha dito que não há data para uma conversa com o Brasil. Pois é.

Sem Trump, resta a Bolsonaro o diálogo com Biden

Publicado em coluna Brasília-DF

O cumprimento de Jair Bolsonaro ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, demorou porque o capitão queria esperar a saída de Donald Trump. Agora, até Biden ler a carta no estilo “bandeira branca” enviada pelo presidente, levará algum tempo.

Antes de ler as linhas traçadas pela ala mais “muita calma nessa hora” do governo brasileiro, Biden, conforme avisam diplomatas, reajustará a relação com os países europeus e se juntará às pressões para que o Brasil proteja suas florestas.

Diante dessa nova realidade, Bolsonaro, se deixar as bravatas de lado, terá a chance de apostar na preservação ambiental e tentar se colocar na cobrança pelos créditos de carbono e economia verde. Se quiser permanecer no discurso do valentão sobre “saliva e pólvora” para agradar seus apoiadores mais aguerridos nas redes sociais, ficará falando sozinho.

Para quem não se lembra, em novembro, quando Biden foi eleito, Bolsonaro fez um discurso sobre as cobranças pela preservação ambiental, dizendo que, “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora”. Pelo visto, a munição acabou.

Estado de defesa e os EUA

Quanto mais autoridades brasileiras usarem expressões do tipo “militares decidem se um povo terá democracia ou ditadura”, como fez Jair Bolsonaro, ou “calamidade é antessala do estado de defesa”, como fez o procurador-geral Augusto Aras, mais o Brasil estará longe do novo governo dos EUA. Vai ficar mesmo é bem perto do sistema venezuelano, regime que o presidente tanto critica.

Quem avisa…

Estudioso do Orçamento da União há décadas, o deputado Júlio César (PSD-PI) avisou a Bolsonaro que o governo precisa escancarar o quadro de dificuldades fiscais para tentar reduzir a pressão sobre a continuidade do auxílio emergencial. “A situação das contas públicas é crítica, porque a dívida está na casa dos 91% do Produto Interno Bruto (PIB)”, diz o parlamentar.

… amigo é

Júlio César não entrou na discussão sobre estender o auxílio por mais alguns meses, porque considera ser um tema do Ministério da Economia. Porém, deixou claro que a renovação do benefício representará R$ 20 bilhões/mês, num cenário em que houve queda de arrecadação. Bolsonaro concordou que as dificuldades existem, porém, não entrou em detalhes.

Se vira, Brandão!

No Banco do Brasil, segue a tensão. Bolsonaro garantiu que não haverá fechamento de agências, mas uma turma da área técnica espera que essa garantia seja igual àquela de que não compraria a CoronaVac.

Vexame atrás de vexame/ As autoridades manauaras podem se preparar para um futuro a la Wilson Witzel ou Marcelo Crivella. Além da questão de falta de oxigênio, que levou à morte de várias pessoas, agora, a revolta é com as filhas de um megaempresário, médicas nomeadas para cargos comissionados na prefeitura, que foram vacinadas e não estão na linha de frente do combate à covid.

Só tem uma saída/ A prefeitura será chamada a colocar as duas na linha de frente dos hospitais, que, aliás, clamam por pessoal.

E o Ernesto, hein?/ Os parlamentares não engoliram as afirmações do chanceler Ernesto Araújo de que está tudo bem com o governo da China e com o da Índia no quesito vacinas. Se faltar imunizante, depois de aplicada essa primeira leva, vai respingar no Itamaraty parte das ações judiciais em estudo.

Por falar em vacinas…/ Furar a fila da vacinação deveria ser crime inafiançável. Pelo menos, já tem deputados interessados em preparar projetos nesse sentido.

Com a posse de Biden, cresce a pressão pela demissão de Araújo

Ernesto Araújo
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Com a posse do democrata Joe Biden, hoje, nos Estados Unidos, crescem as pressões em parte da base do governo para que Bolsonaro troque o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A avaliação de alguns é a de que o chanceler apostou tanto no governo de Donald Trump que, agora, é preciso dar uma guinada na política externa. Até no Itamaraty não são poucos os diplomatas a dizer que o governo errou feio na relação com a China, país do qual o Brasil depende para a vacinação contra a covid-19.

… mas o presidente, não

Ernesto Araújo seguiu exatamente a cartilha recomendada por Bolsonaro, e o capitão não dá o menor sinal de que pretende substituir o ministro. Aliás, o presidente acredita que tanto no caso do chanceler quanto em relação ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles é uma “perseguição” ao seu governo.

Mais política, menos tribunal

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, está incomodado com o “uso epidêmico do Supremo para resolver todos os problemas”. Com 40 anos dedicados à magistratura, Fux considera que a instância máxima da Justiça brasileira se ocupa demasiadamente de questões que deveriam ser dirimidas por outros poderes. “O Supremo não pode intervir na política. A política é necessária, e em um Estado democrático de direito a instância maior é o Parlamento”, defendeu o ministro, durante live promovida ontem. Não faltam exemplos, nas duas maiores democracias da América, de episódios que exigem um posicionamento do Poder Judiciário, com naturais desdobramentos políticos. Interferência do Planalto na Polícia Federal e obrigatoriedade da vacina são alguns dos temas judicializados no Brasil, com forte desgaste entre o chefe do Executivo e integrantes do Supremo. Nos Estados Unidos, apesar da vitória anunciada de Joe Biden, o presidente Donald Trump insiste em recorrer aos tribunais para denunciar fraude nas eleições. A judicialização política, chamada de “moléstia” por Fux, parece disseminada. A saída, para o presidente do STF, é o resgate da política como arte do entendimento.

Estresse democrático
A excessiva participação do Judiciário, motivo de queixa de Fux, pode ser efeito do estresse enfrentado pelas democracias neste primeiro terço do século 21. Quando a luta partidária extrapola os limites republicanos; quando a eleição não representa a legítima vontade popular; quando os Poderes entram em conflito constitucional impõe-se a necessidade de recorrer ao Judiciário, guardião da lei.

Campo minado

Enquanto o Judiciário reclama do peso político que se acumula sobre a toga, o Legislativo aumenta a temperatura em Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não poderia ser mais claro na crítica à morosidade do governo em articular uma pauta de votação. “O Brasil vai explodir em janeiro, se as matérias não foram votadas. O dólar vai a R$ 7. A taxa de juros de longo prazo vai subir para um país que vai ter 100% da riqueza em dívida. Imagina, em vez de pagar os 4%, 5%, começar a pagar uma dívida de 15%, 20% ao ano?”

Futuro incerto
O alerta de Maia faz sentido. Faltam pouco mais de 45 dias para se encerrar o estado de calamidade, medida que suspendeu todas as amarras orçamentárias para o governo agir no enfrentamento da covid-19. O tempo está correndo, e não há sinal do que o governo pretende apresentar para questões urgentes, como teto de gastos, auxílio emergencial, desemprego recorde, reforma tributária.

No escuro
O retorno paulatino da energia elétrica no Amapá ganhou contornos políticos. Candidato a prefeito de Macapá, Josiel Alcolumbre rebate as acusações de que o rodízio estaria privilegiando bairros mais abastados, deixando a periferia no escuro. Davi Alcolumbre, presidente do Senado, saiu em defesa do irmão candidato. “Em vez de procurar culpados, nós estamos focados na solução, que é resolver o problema dos amapaenses”, disse.

Vote de máscara
Presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso repetiu uma recomendação que deveria ser inquestionável: no dia da votação, o eleitor deverá usar máscara. “Esta não é uma ordem do TSE, mas é uma orientação de quase todos os municípios brasileiros”, esclareceu Barroso. E completou: “No mundo civilizado, as pessoas cumprem as regras e respeitam as outras”. Data venia, excelentíssimo: há controvérsias.

Assinatura
Barroso lembrou, ainda, um detalhe, não menos importante: o eleitor deve levar a própria caneta para assinar o caderno de votação. Tudo para evitar o contágio do novo coronavírus.

Polarização, aqui e lá

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza (interino)

A batalha voto a voto entre Donald Trump e Joe Biden levou ao ápice a polarização política nos Estados Unidos. A troca de acusações entre os candidatos, cada qual dizendo que a eleição não será alvo de fraude, e a estratégia do republicano de judicializar o pleito presidencial injetam uma dose extra de estresse na democracia norte-americana. Esse momento histórico, no entanto, pode ser visto como sinal de vitalidade política dos Estados Unidos. O comparecimento em massa dos eleitores, fenômeno que não era visto em muitas décadas, indica que a polarização força um posicionamento político do cidadão, apesar de o voto não ser obrigatório naquele país. Por aqui, a polarização também testa as instituições democráticas. Resta saber se a marcha beligerante levará a um avanço ou a um retrocesso nas questões relevantes do país, profundamente impactadas pela pandemia do novo coronavírus.

Arte engajada
Fiel seguidora de Bolsonaro, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) decidiu expressar de forma artística a lealdade ao presidente. No gabinete parlamentar, exibe um retrato ao lado do mandatário. O quadro é assinado pelo artista Marco Angeli, que tem obras no Palácio do Planalto também. Segundo a deputada, dois integrantes do governo já a procuraram, interessados em encomendar trabalhos de Angeli.

Ligado
O ministro Ricardo Salles, que está em Manaus acompanhando o vice-presidente Hamilton Mourão em uma agenda com embaixadores, passou o dia preocupado com o resultado das eleições nos Estados Unidos. Ao longo do dia ele parou várias vezes para olhar o celular e acompanhar a apuração. Conversou com assessores e jornalistas e relembrou a promessa de Biden em arrecadar US$ 20 bilhões para combate ao desmatamento.

Faça o que eu digo…
O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), recomendou aos governistas da Casa que votassem pela derrubada parcial do veto 26/2020 da desoneração da folha salarial de 17 setores da economia, cumprindo o acordo firmado por Eduardo Gomes (MDB-TO). Bezerra, no entanto, votou contra, e duvidou da medida.

… Mas, fique alerta
“Lembro que hoje (ontem), durante os entendimentos com os líderes, o ministro do TCU, Bruno Dantas, chamava a atenção de que a decisão poderia ser tomada, mas que ele ainda entendia que haveria problemas de constitucionalidade na derrubada do veto. É importante que a gente possa revisitar o tema para viabilizar o acordo”, afirmou o líder do governo.

Sonhos intranquilos
Bezerra sugeriu, ainda, que o relator do Orçamento, Márcio Bittar (MDB-AC), trate do tema na Comissão Mista do Orçamento. Coube ao líder do MDB, Eduardo Braga (AM), contradizer o senador. Na sequência, o ex-líder governista Izalci (PSDB-DF) também se posicionou. “A dúvida que se colocou na votação traz intranquilidade ao
mercado”, alertou.

Luz vermelha

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse haver uma luz vermelha no mercado alertando que o Brasil já passou do ponto de inflexão em que os gastos públicos se tornam contraproducentes. O país precisa, portanto, voltar à disciplina fiscal. Campos Neto fez o comentário após ser questionado, em uma live, sobre o movimento em setores do governo para romper o teto de gastos. Segundo o BC, o ajuste fiscal e o teto de gastos são fundamentais para que o país possa manter os juros baixos e atrair investimentos privados.

Autonomia é tudo
Apesar de o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), ter dito que há acordo para a Câmara votar a autonomia do BC após as eleições municipais, Campos Neto e Guedes não mencionaram esse prazo ontem, ao agradecer a aprovação do projeto no Senado. Eles lembraram que a medida garante o controle da inflação e passa mais credibilidade
ao mercado.