Pelo andar da carruagem, o PT não terá muita alternativa fora do apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para presidente da Câmara. Lira já tem o PP, o Republicanos e o PL de Jair Bolsonaro. Esta semana, obteve o apoio do União Brasil e a tendência de apoio do PDT, partidos com o qual o futuro governo esperava contar para o caso de lançar um nome à sucessão na Casa. E, nos bastidores, os líderes de siglas aliados ao atual governo e ao próximo começam a perceber que está cristalizada a ideia de que Lira representará a independência do Parlamento em relação ao Planalto. Assim, qualquer outro nome que tenha o apoio do PT será visto como submisso aos desejos de Lula.
Nesse quadro, avisam os deputados, se o futuro governo não quiser correr risco de ter um inimigo no comando da Câmara, melhor apoiar logo Arthur Lira e evitar tempestades. Afinal, o país saiu dividido das urnas e os problemas que estão à mesa indicam que não há espaço para que se crie mais um. Melhor defender logo a reeleição de Arthur, na Câmara, e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Senado, tirando mais esse foco de tensão sobre a PEC da transição ou fura-teto.
A bancada bolsonarista vai insistir em ações contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. E o PL, por ser a maior bancada, terá a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e planeja pegar, ainda, a do Senado, caso perceba ser impossível emplacar um dos seus na Presidência da Casa.
Noves fora…
Até aqui, quem tem se movimentado é o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional. Só tem um probleminha: está difícil juntar votos para barrar a reeleição de Rodrigo Pacheco.
Daniel sob tensão
O futuro governo Lula prepara o “revogaço” de decretos de Jair Bolsonaro para a primeira semana de janeiro. Nesta lista, a equipe de transição estuda colocar aquele texto que concedeu perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Falta verificar se será possível do ponto de vista jurídico.
Esqueceram dele
Daniel Silveira foi candidato ao Senado, perdeu, e a partir de fevereiro do próximo ano, ficará sem mandato. Em abril, a relatora do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, encaminhou as ações relativas ao perdão para o plenário. Até hoje não foi julgado e não há prazo para julgamento. O parlamentar tem evitado polêmicas nos últimos tempos.
O bolso vai ficar vazio…/ “Bolsonaro finalmente consegue detonar o seu novo partido. E por conta disso, Valdemar não terá recurso financeiro para cumprir a ajuda financeira prometida”, escreveu o deputado Fausto Pinato (PP-SP) no grupo de WhatsApp da legenda.
… E vai sobrar para Bolsonaro/ O PL já tem uma sala para o presidente Jair Bolsonaro despachar a partir de janeiro, e, além disso, pagará um salário fixo para o presidente e arcará com os custos do aluguel de uma casa em Brasília. Agora, a multa de R$ 22 milhões não estava no script.
Aguarde a vez/ O ex-deputado Paulo Delgado, que foi até São Paulo sondar mercado financeiro sobre o futuro governo Lula, não perde o bom humor: “Eles querem um camarote na Sapucaí, mas o futuro governo ainda não apresentou sequer a ordem de desfile das escolas de samba”.
Aliás…/ Delgado saiu de Brasília todo feliz por ter conseguido uma passagem baratíssima para São Paulo, algo em torno de R$ 200. Somente esta semana é que se deu conta do motivo: O voo era bem na hora do jogo do Brasil contra a Sérvia.
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