CBNFOT050820190918 Crédito: Fernando Pires/Divulgação. A maior vertical de Sassicaia do mundo, no Copacabana Palace.

Brasiliense leva vinhos por R$ 30 mil ao Copacabana Palace

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O responsável pela degustação de vinhos Sassicaia, famoso supertoscano, que vai ocorrer sexta e sábado no Copacabana Palace, por R$ 30 mil para quem participa dois dias ou R$ 16 mil, só um, é o empresário brasiliense Flávio Souza, de 35 anos, dono da Wine`s Life, que fica na QI 13, do Lago Sul. Nascido em Minas, Flávio se mudou para a cidade há 13 anos e se tornou conhecedor de vinhos, especialmente os super premium, foco de suas atividades.
Quem irá comandar a degustação será o carioca Marcelo Copello, um dos principais formadores de opinião da indústria do vinho no país. Copello, que é publisher do Anuário dos Vinhos do Brasil, é curador e sócio do Rio Wine and Food Festival, cuja sétima edição teve início dia primeiro e vai até domingo.
“Esta experiência inédita com uma vertical das 47 safras produzidas de 1968 até 2016 se realiza pela primeira vez no mundo”, destaca Flávio Souza, que trouxe os rótulos diretamente do produtor na Itália. A degustação está dividida em dois momentos: safras pares e safras ímpares. Sexta-feira, no almoço, serão degustadas as pares, de 2016 a 1994; e no jantar, as safras de 1992 a 1968. No sábado, será a vez das safras ímpares, de 2015 a 1995 no almoço e de 1993 a 1971, no jantar. Todas as vagas já foram preenchidas, informa o organizador.

05/08/2019.: Wine´s Life/Reprodução. Jornalista Marcelo Copello, mundialmente reconhecido por seu trabalho no mundo do vinho.

Castas francesas

O Sassicaia resulta da teimosia de seu criador. Apaixonado por vinho bordalês, o marquês Mario Incisa della Rocchetta mandou vir da França cepas de Cabernet Sauvignon e de Cabernet Franc suficientes para plantar duas vinhas na Tenuta de San Guido, uma propriedade pantanosa de Bolgheri, na Toscana, sem considerar a uva da região maremmana. “Já em 1944, como bom aristocrata do campo, o meu tio produziu durante décadas este vinho somente para a sua mesa e para alguns amigos. E sem muito alarde. “Chama-se Sassicaia. Faço-o na garagem da minha casa, explicava com modéstia”. Quem conta é outro marquês, Piero Antinori, sobrinho de Mario Incisa, no livro O perfume do Chianti.
O mito nasceu quando em 1974, em um embate entre históricas escolas do vinho, um Sassicaia de 1968 superou com sua pontuação um sortimento dos mais requintados vinhos de Bordeaux. Quem trouxe o primeiro Sassicaia para o Brasil foi Otavio Piva de Albuquerque, fundador da Expand. Na loja da importadora em Brasília, apêndice do Piantella, houve a primeira degustação do supertoscano com a presença de um nobre da família, tratado como Conde. Na ocasião, ele me contou que após passar uma temporada na Itália, sem viajar, na primeira visita a outros mercados, tomou um susto quando viu o preço cobrado pelo vinho. E completou: “É feito por mim, sei o que gasto e o que me custa cada garrafa”. O Sassicaia já não era mais dele, conquistou o mundo!