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PP e União Brasil retomam conversa para formação de federação
Em suas andanças por Portugal por esses dias, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda, retomaram as conversas para a formação de uma federação entre os dois partidos. A ideia é unir esforços para as eleições municipais do próximo ano e, se for o caso, mais à frente buscar um candidato próprio ao Planalto.
A federação vai diluir o poder do presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), e fortalecer o do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o do líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA). Lira e Elmar participaram dessas conversas em Lisboa. Um dos nomes da Federação para o futuro é o do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Enxugando gelo
Advogados que acompanham a distância o processo de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro lembram que há muito chão pela frente. Por isso, ainda que a defesa apresente algum recurso relativo ao caso da reunião com os embaixadores, há pelo menos uma dezena de outras ações em
fase de instrução.
Kássio espremido
O ministro Kássio Nunes Marques, que votará hoje depois da ministra Cármen Lúcia, terá dificuldades em pedir vista do processo de Bolsonaro. É que, se o fizer — e tem esse direito —, ficará mal na corte eleitoral. Cármen deve apresentar um voto contundente pela inelegibilidade, formando maioria no Plenário pela condenação. Um pedido de vista, nesse caso, só retardará o acórdão de uma decisão que, na prática, estará definida.
Tic-tac, tic-tac
Passou o São João e nada de o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) virar ministro do Turismo. Dentro do partido, há um incômodo e muita gente achando que está ficando feia a história de manter Daniela Carneiro e deixar o indicado do partido quase um mês na lista de espera.
Gira…
Depois de ser perseguido e ameaçado de afastamento do Judiciário, o desembargador Rogério Favreto deu a volta por cima e assumiu como novo diretor da Escola da Magistratura (Emagis), do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Há cinco anos, no começo de julho de 2018, ele ficou conhecido nacionalmente por conceder um habeas corpus para libertar Lula, que estava preso em Curitiba por determinação do então juiz Sergio Moro.
…Mundo
Na cerimônia de posse, esta semana, Favreto fez referência à Operação Lava-Jato. “Não devemos estimular e emular heróis ou salvadores da pátria, sob pena de fragilizarmos ainda mais o sistema de Justiça, como estamos experimentando pelos recentes devaneios e personificação de alguns agentes, a partir da excessiva exposição midiática e do foco em
projetos pessoais e políticos”, afirmou.
RenovaBR e Cidadania/ O RenovaBR, criado pelo empresário Eduardo Mufarrej para formação política, assinou acordo de cooperação inédito com a Fundação Astrojildo Pereira (FAP), ligada ao partido Cidadania, para a formação e a capacitação dos filiados da sigla. O termo prevê realização de eventos e acesso das lideranças aos cursos e conteúdos do RenovaBR. A ideia é ampliar para outros partidos.
Tem para todos/ “Não há outra forma de melhorar a política se não for pela política. O RenovaBR está se aproximando de partidos e fundações partidárias por entender que podemos ser um parceiro estratégico na formação de novos líderes políticos. Esse termo inédito com a fundação é o primeiro de muitos. Convidamos todas as fundações partidárias a estarem conosco nesta construção de um país mais justo e democrático”, afirmou a CEO do RenovaBR, Patricia Audi.
Enquanto isso, em Lisboa…/ Uma turma que compareceu ao “Gilmarfest”, ou “GilmarPalooza”, apelido carinhoso do XI Fórum Jurídico de Lisboa, ganhou a alcunha de “inimigos do fim”. O seminário se encerrou na quarta-feira, mas as festividades, não. Ontem, por exemplo, um jantar reuniu o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; o ex-presidente Michel Temer; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); dois ex-presidentes da Casa, senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), hoje presidente da Comissão de Constituição e Justiça; o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM); o do União Brasil, Efraim Filho (PB); o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro; os ex-deputados Fábio Ramalho e Marcelo Itagiba.
Coluna Brasília-DF, por Luana Patriolino (interina)
Com o objetivo de isolar o PL, que até agora tem a maior bancada da Câmara, e pressionar o PT, as lideranças do PP e do União Brasil avançam as negociações para a formação de uma federação entre os partidos. Juntando as duas legendas, são 108 parlamentares. No plano nacional, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o do União, deputado Luciano Bivar (PE), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) deverão ficar à frente de suas siglas. O bloco, caso confirmado, será testado nas eleições municipais de 2024.
Futuro aposentado
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), está contando as horas para a aposentadoria. Ele acredita que já cumpriu a missão. Quer, como diz a amigos, aproveitar a vida. O magistrado deixará a mais alta Corte do país em maio.
Cotados
O STF terá duas novas vagas neste ano. Além de Lewandowski, a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, se aposentará em outubro. O presidente Lula ainda não bateu o martelo sobre quem serão os indicados. Entre os cotados estão: o advogado Cristiano Zanin, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luís Felipe Salomão. Há, ainda, quem aposte no nome do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
Homenagem
A Capela de Nossa Senhora da Conceição, na Embaixada do Brasil, em Lisboa, realizou uma missa de sétimo dia em intenção da morte da jornalista Glória Maria. Estiveram presentes diplomatas, executivos, amigos e funcionários da representação. O padre Omar Raposo, reitor do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor do Corcovado, celebrou a cerimônia. Ele estava de passagem pela capital portuguesa e propôs a missa ao embaixador, Raimundo Carreiro.
Cooperação
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, desembarca hoje nos Estados Unidos para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita ao presidente norte-americano, Joe Biden. Além do fortalecimento da relação para a defesa da democracia, um dos temas da reunião é a retomada do Japer, plano conjunto entre Brasil e EUA para a eliminação da discriminação étnico-racial e promoção da igualdade.
Lua de mel
O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, vivem uma boa fase no relacionamento. Ela esteve na posse dele, nesta semana, e até postou nas redes sociais parte do discurso do colega. Na semana que vem, ambos participam da primeira reunião do Comitê Orientador do Fundo da Amazônia (Cofa), que dá o pontapé inicial para a reativação do Fundo Amazônia, na sede do banco no Rio de Janeiro.
Caminhos cruzados
Nos últimos meses, os caminhos do economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e do presidente Lula têm se cruzado. Fraga declarou voto ao petista nas eleições. Mas, durante a transição, criticou duramente a ideia do eleito de dar mais atenção à responsabilidade social em detrimento da responsabilidade fiscal. Nos últimos dias, como era de se esperar, saiu em defesa da autonomia do Banco Central.
Ainda que não consigam fechar uma federação em tempo de concorrer às eleições deste ano, por causa do prazo muito curto, os dirigentes do MDB e do PSDB vislumbram continuar as conversas para conseguir, no pós-eleição, fortalecer a posição no Congresso. Federados ou não, esses dois partidos calculam que, juntos, poderão conseguir retomar o poder da Casa, hoje nas mãos do grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do PL, Valdemar Costa Neto, e do Republicanos do deputado Marcos Pereira (SP).
Nesse sentido, tanto os tucanos quanto os emedebistas retomam a aproximação que funcionou no governo Michel Temer, quando Bruno Araújo, atual presidente do PSDB, foi ministro das Cidades, José Serra, de Relações Exteriores, e Antônio Imbassahy, da secretaria de Governo. No caso do Cidadania e do União Brasil, com quem mantêm boa convivência, muita gente do PSDB e do MDB acredita que serão capazes de fazer um jogo de comprometer os projetos de reeleição de Arthur Lira lá na frente. Obviamente, tudo isso precisa ser combinado com o eleitor que elegerá deputados em outubro. Porém sabe como é: em política, cada peça se move já pensando num movimento futuro. E, nessa união, PSDB-MDB, o cálculo segue por aí. Lira que se cuide.
Federações em contagem regressiva
A turma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já fez chegar ao PSB e ao PT que não haverá prorrogação do prazo para definição das federações. Isso significa que, até 2 de março, tudo deve estar definido.
Resta uma
Os mensageiros do TSE, porém, não avisaram aos políticos o que será feito do pedido do PTB ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a federação seja considerada inconstitucional. A maioria dos partidos não coloca muita fé nessa ação do PTB.
O recado dos dirigentes
O MDB e o PSDB do Distrito Federal, que surgem como um dos entraves à federação entre os dois partidos, não terão força para barrar os entendimentos, caso os maiores colégios eleitorais se entendam. Pelo menos, é assim que os tucanos tratam desse caso.
Izalci x Ibaneis
Até aqui, conforme antecipou o Blog da Denise, o líder do PSDB no Senado e pré-candidato a governador, Izalci Lucas, diz, com todas as letras, que Ibaneis Rocha terá que procurar outro partido se quiser ser candidato à reeleição, porque, afinal, não apoiou Baleia Rossi para a Presidência da Câmara. Ibaneis, que no cargo de governador tem a prerrogativa de concorrer à reeleição, se limita a dizer que Izalci “fala muito”.
Tchau, tucanos/ O ex-líder do PSDB na Câmara Rodrigo de Castro (MG) avisou a alguns correligionários quer pretende sair do partido. Quer um espaço mais confortável para garantir a reeleição. O ninho tucano em Minas está apertado para garantir a reeleição de todos. A tendência é de que Rodrigo vá para o PSD, mas ainda não está fechado.
Por falar em Minas…/ A posse de Antonio Anastasia no Tribunal de Contas da União (TCU) forçou um encontro dos adversários de outubro para o governo do estado, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Khalil (PSD), e o governador Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição. Khalil tem sido cortejado por petistas e pelos partidos que buscam quebrar a polarização.
Rodrigo Pacheco ou Eduardo Leite, PSD terá candidato ao Planalto
Esqueçam qualquer especulação de que o PSD colocará Gilberto Kassab como vice de Lula ou apresentará outro nome para a vaga. A legenda terá, sim, um nome próprio ao Planalto para evitar que se desintegre antes do pleito. Kassab, aliás, conforme o leitor da coluna já sabe, está de olho mesmo é em novembro de 2022, no pós-eleição: quem tiver uma grande bancada no Congresso terá um lugar ao sol para os próximos quatro anos. Assim, seja o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seja o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), vem aí um nome próprio do PSD ao Planalto.
Por falar em vice de Lula…
Como o leitor da coluna já sabe, o ex-governador Geraldo Alckmin aceitou essa missão e o convite para se filiar ao PSB. Mas não anunciará nada antes de definir a vida de Márcio França, que resiste em concorrer ao Senado numa composição com Fernando Haddad (PT). É a equação de França um dos entraves para a federação, mas não para uma aliança à moda antiga.
O ensaio do discurso do medo
A fala do presidente Jair Bolsonaro sobre liberdade de imprensa e garantias de que não iria revogar a reforma trabalhista aprovada pelo Parlamento foi uma jogada ensaiada e um “esquenta” do que vem por aí. Quanto mais perto da eleição, mais o governo reforçará o discurso do medo de que o PT, se sair vitorioso das urnas, venha a promover a regulação da mídia e a transformação do país numa Venezuela.
O ensaio da federação
O anúncio da discussão de uma federação entre MDB e PSDB foi para testar a receptividade das bases de ambos. Se houver muita resistência nos próximos dias, a conversa ficará adiada.
Discurso e prática
Ao pedir aos deputados e senadores que deixem a disputa para outubro, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o do Senado, Rodrigo Pacheco, tentam salvar a lavoura do primeiro semestre. Porém, não será possível seguir tudo ao pé da letra. A reforma tributária, tão necessária, é apontada pelos deputados como missão praticamente impossível para 2022.
É por aí
A posse do novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Antonio Anastasia, hoje, promete reunir a cúpula do PSD. Aliás, vale lembrar, o partido não quer saber de ver o senador Alexandre Silveira (MG) no cargo de líder do governo. Afinal, se não dá para apoiar o PT porque o partido pode rachar, ser líder de Bolsonaro também não é possível.
Um mar de candidatos
A disputa para a vaga da Câmara dos Deputados no TCU está tão intrincada que a ideia é deixar a escolha para depois da eleição de outubro. Só tem um probleminha: vai ficar pior porque quem não se reeleger vai engrossar a fila de candidatos, que tem vários interessados hoje e três deles jurando contar com o apoio de Arthur Lira.
Nem um boa tarde/ Quando entrava no plenário da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro se deparou com o deputado Luiz Miranda (DEM-DF), um dos que deram munição à CPI da Covid. Bolsonaro virou a cara na hora, Miranda idem. Quem viu a cena jura que só o fato de não terem se xingado já foi um avanço.
Fux tem medo…/… do vírus. O único que não tirou a máscara sequer para discursar na abertura do Legislativo foi o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Ele, aliás, recorreu várias vezes ao frasco de álcool em gel sobre a mesa.
E o Guedes, hein?/ O ministro da Economia, Paulo Guedes, passou boa parte da solenidade ao lado do líder do governo, senador Eduardo Gomes (MDB-TO). E tem aliados no PP, como o deputado Evair de Melo (ES). Aos poucos, o ministro vai quebrando resistências, caso haja um segundo mandato de Bolsonaro no Planalto.
Aplausos… e críticas à PF/ A menção de Bolsonaro ao trabalho da Polícia Federal (PF) mereceu aplausos dos parlamentares. Mas nem em todas as instâncias a instituição tem sido aplaudida. O episódio da conclusão da PF, de que Bolsonaro não cometeu crime de prevaricação no caso da compra da vacina indiana Covaxin, por exemplo, é vista por juristas como “um absurdo e um equívoco grave”, conforme avalia o advogado criminalista Renato Stanziola Vieira, mestre em Direito Constitucional, mestre e doutor em Processo Penal e sócio do escritório Kehdi & Vieira Advogados. “Com um delegado desses, o presidente não precisa de advogado”, diz Vieira.
Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza
As federações partidárias, solução que pode provocar mudanças importantes no cenário político de 2022, têm se mostrado um desafio adicional às pretensões dos candidatos. Considerando-se a cultura política brasileira, marcada por infidelidade partidária, personalismo e pulverização ideológica, encontrar saídas para reduzir a promiscuidade de legendas e pauperização do debate público constitui um esforço notável em favor da democracia.
Mas os atores em cena têm reclamado das dificuldades de seguir os termos estabelecidos pela legislação. Legendas progressistas, como PT, PSB e PV, reivindicam mais tempo para definir as alianças. Por lei, as federações precisam se manter durante quatro anos. Na política brasileira, poucas siglas conseguiram uma sustentação duradoura: o PSDB com o PFL nos tempos de Fernando Henrique, e o PT e o PMDB nos governos de Lula e Dilma.
As federações tendem a agregar legendas com afinidade ideológica, o que reduziria a ocorrência dos chamados partidos de aluguel. Mas a tradição do caciquismo no Brasil e a diversidade de interesses regionais representam obstáculos concretos para uma real transformação na prática partidária do país.
Lista de MPs
O Congresso retorna em fevereiro com a tarefa de analisar 32 medidas provisórias. Cinco delas precisam de uma definição no próximo mês, ou perdem a vigência. O recurso da medida provisória foi largamente utilizado pelo governo Bolsonaro. Boa parte das proposições denota urgência, pois está relacionada à pandemia ou às chuvas recentes.
Que urgência?
Mas as MPs também têm sido utilizadas para mostrar um certo voluntarismo do governo. Tome-se como exemplo a privatização da Eletrobras, proposta pela MP 1031/2021. É questionável defender a desestatização em caráter emergencial, quando seria mais adequado inseri-la em um programa de privatização. Houve, ainda, aprovação de MPs para mudanças em ministérios, em um sinal de reacomodação urgente de alianças no Executivo.
Tratamento de câncer
A MP 1.067/2021 é uma das propostas que estão com prazo de votação exíguo no Senado. Ela autoriza a inclusão automática de novos tratamentos nos planos de saúde se a ANS não se manifestar no prazo de 120 dias. Esse texto, já aprovado na Câmara, prevê a distribuição de medicamentos contra câncer, de uso oral e domiciliar. Esse último item tem origem em um projeto de lei apresentado pelo senador Reguffe (Podemos-DF), mas vetado pelo presidente Bolsonaro.
No país do mínimo
O Brasil tem o segundo salário mínimo mais baixo entre os países da OCDE, no valor de US$ 2,2 a hora, algo em torno de R$ 12. Na Petrobras, conforme relatório divulgado na sexta-feira pelo Ministério da Economia, um funcionário ostenta um contracheque de R$ 145 mil, praticamente 120 vezes o salário pago a 34% dos trabalhadores do país.
Ponta do lápis
No Ministério Público da União, a diferença é mais exorbitante. Em dezembro, um procurador regional embolsou R$ 446 mil brutos, somando-se vantagens, férias acumuladas e licenças-prêmio. Na ponta do lápis, estamos falando de uma renda 367 vezes superior à de uma parcela expressiva da população economicamente ativa.
Intocáveis
Enquanto isso, segue a passos modorrentos no Congresso o projeto de lei que busca barrar os supersalários no funcionalismo. Após se arrastar por quatro anos na Câmara, a proposta repousa na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sem nem um relator definido.
Poder feminino
Ao anunciar 14 mulheres no ministério, o presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, contribui para o protagonismo feminino na política latino-americana, tão marcada pelo machismo. Espera-se que a iniciativa prospere. Por aqui, o cargo mais importante a ser disputado em 2022 tem apenas uma mulher como postulante.
Pastelão
As desavenças entre bolsonaristas nas redes sociais se limitam, em boa medida, a discussões juvenis. Por exemplo, um se queixa da “curtida” que outro deu a um post. A coisa ficou mais séria quando o ministro Fábio Faria ingressou com uma ação contra o ex-chanceler Ernesto Araújo, que insinuou irregularidades no leilão do 5G. Mais do que comemorar, a oposição se diverte com essas refregas.
As regras eleitorais ficaram mais duras e, ao colocar tudo na ponta do lápis, os comandantes partidários descobriram o tamanho do problema que terão pela frente. No Distrito Federal, por exemplo, são oito vagas na Câmara dos Deputados. Para eleger um deputado, são necessários algo em torno de 180 mil votos. Até 2018, os partidos lançavam 16 candidatos, ou seja, o dobro do número de vagas. Se tivesse coligação, poderia lançar mais oito, chegando a 24 candidatos.
Agora, não há mais coligações, e cada partido só poderá lançar o número de vagas mais um, num total de nove candidatos. Para completar, um deputado para obter a vaga com base na soma dos votos dos candidatos de seu partido precisa ter, sozinho, 20% do coeficiente eleitoral — no DF, algo em torno de 36 mil votos. Por esse critério, por exemplo, Celina Leão, que obteve 31 mil, estaria fora, e a vaga do oitavo deputado ficaria em aberto, uma vez que o Podemos, do suplente Professor Pacco, que obteve 39 mil votos, não tinha atingido o coeficiente, e o cálculo da sobra beneficiou o PP de Celina.
Se agora essa “sobra” já está dando muita discussão, imagine quando as urnas forem abertas, em outubro.
Sem trégua
O pedido de convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao Parlamento para que dê explicações sobre a vacinação de crianças contra covid-19, ainda no recesso, é o primeiro de uma série. O próximo deve ser o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, para esclarecer por que o governo não medirá o desmatamento do cerrado.
Mais um tiro no pé
A avaliação dos parlamentares é de que, ao deixar de medir o desmatamento no cerrado por falta de recursos para esse serviço, o governo desgastará mais ainda sua imagem no cenário internacional.
PL sonha grande
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, acredita que seu partido é um dos que mais tem condições de fazer uma bancada expressiva em 2022. Isso porque aquela turma do PSL que puxou a votação para deputado federal irá em massa para sua legenda, seguindo o caminho adotado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Noves fora…
Se em 2018 os bolsonaristas saíram do zero e formaram a maior bancada, disputando com o PT, agora que saem de um partido organizado podem perfeitamente repetir a dose, apesar do desgaste do governo entre uma eleição e outra.
Jogo jogado
Os planos de Valdemar de fazer uma grande bancada servem tanto para o caso de Bolsonaro se reeleger quanto em caso de vitória de Lula. Para quem faz política há pelos menos quatro décadas, Valdemar não acredita em terceira via.
Dois contra Moro/ No aeroporto de João Pessoa, o pré-candidato do Podemos à Presidência da República, Sergio Moro, ouviu insultos como “traíra” e “golpista”. Vamos organizar: quem chama Moro de “traíra” são os bolsonaristas; de “golpista, os petistas.
Vai apanhar geral/ O ex-juiz da Lava-Jato vai ouvir xingamentos e receberá ataques dos dois polos que dominam a eleição presidencial deste ano. A estratégia dele é atacar os dois e, assim, reforçar sua posição na parcela do eleitorado que não quer nem Bolsonaro nem Lula.
Tudo para depois/ Com o carnaval de rua cancelado em, pelo menos, 11 capitais, a recuperação da economia também terá que esperar mais um pouco, especialmente o setor de turismo.
Caiu na rede/ A saga do tenista Novak Djokovic para tentar entrar na Austrália sem o comprovante de vacinação exigido pelo país virou meme na internet brasileira com o cartaz do filme O Terminal, em que o personagem vivido por Tom Hanks fica retido num aeroporto. Na rede e na atualidade, o “artista” é “Novax Djocovid”.
Os partidos que planejam construir federações para as eleições de outubro têm feito a seguinte proposta para os potenciais federados: realizar esse tipo de casamento agora e, em 2023, extinguir essa possibilidade com uma nova lei. Assim, a união prevista para durar quatro estará desfeita. O casuísmo proposto, porém, não é tão seguro assim. Afinal, ninguém garante que, mais à frente, os grandes partidos dominem o cenário político e desistam dessa empreitada, sufocando aqueles que se aliaram a eles, confiando no fim da federação. Ou, num outro cenário, os tribunais mantenham a obrigatoriedade de segurar a federação, pelo menos, até a próxima rodada de eleições municipais, daqui a dois anos.
Esse raciocínio levou o comando nacional do PSB, que fechou 2021 empolgadíssimo com uma federação com o PT, a refazer suas contas e calcular que, politicamente, não será tão interessante fechar esse “casamento”. Isso porque em vários estados o PT não vai abrir mão de lançar candidato. E, como o PT é maior, a probabilidade é que nas eleições municipais os socialistas sejam engolidos pelos petistas, sem chance de fazer valer a sua vontade nas capitais.E, para completar, o prazo para decidir sobre a federação é curto, antes da janela para troca de partido. Diante de tantas ponderações e com a obrigatoriedade de que partidos federados só lancem um candidato a governador em cada estado agora, e apenas um candidato a prefeito em cada município daqui a dois anos, a tendência é o PSB desistir da federação com o PT. Em São Paulo, por exemplo, Márcio França, ex-governador que se viu às voltas com busca e apreensão esta semana, já não está tão empolgado com esse casamento.
Bia vai para o PL
A presidente da Comissão e Constituição e Justiça, deputada Bia Kicis (PSL-DF), jantou com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e praticamente acertou sua ida para a partido, ao qual já está filiado o presidente Jair Bolsonaro. A ideia dos liberais é fazer de Bia a puxadora de votos da legenda para a Câmara dos Deputados. A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, tem como “plano A” ser candidata ao Senado.
Por falar em Flávia Arruda…
Ela sai de férias por 10 dias, a partir de amanhã. Porém é bom os adversários da ministra não se animarem tanto: seus aliados garantem que não é uma despedida antecipada do cargo. No Planalto, o entorno do presidente Jair Bolsonaro avisa que Flávia sai apenas no final de março, no prazo de desincompatibilização.
Furnas em estado de greve
A mexida que a direção de Furnas fez no plano de saúde dos seus funcionários colocou os servidores em pé de guerra. O sindicato já repassou orientação a seus filiados para não tomarem medida de desistência do plano e já estuda ações judiciais para reverter as alterações.
Vai judicializar geral
Em meio ao aumento dos casos de covid e ao aparecimento de flurona, Furnas ampliou a parcela que cabe ao servidor pagar em consultas, internações e outros serviços. Há outras categorias do serviço público que já estão de olho no movimento dos sindicalistas por lá, a fim de preparar ações judiciais, caso a moda de alterar os planos de saúde de
servidores se espalhe.
E agora, Celina?/ A deputada Celina Leão (PP-DF) planejava unir forças com Bia Kicis (PSL-DF) para que tentassem conquistar, ao menos, uma vaga ao Parlamento. Agora, com Bia prestes a fechar com o PL e não PP, Celina terá de buscar uma federação com outra legenda para tentar garantir a vaga.
Foi coincidência, mas…/ Aliados de Jair Bolsonaro vão usar o ano, 2022, para pedir votos para o candidato a presidente, uma vez que o número do candidato será 22. E a briga nos estados pelo 2222 será grande entre os deputados do PL candidatos à reeleição.
Por falar em vacinas… / Desde meados de 2021, muitos médicos avisam que o mundo viverá pelo menos mais dois anos nessa gangorra da pandemia. Só nos resta aproveitar este Dia de Reis em orações para que esse pesadelo passe logo.
O governo conseguirá colocar no caixa R$ 7 bilhões. São os recursos oriundos do Orçamento das emendas de relator deste ano, as RP9, que não foram sequer empenhadas nem foram objeto de um projeto de remanejamento de recursos para outras áreas. Agora, se o Supremo Tribunal Federal (STF) não liberar essas emendas até o final deste mês, não há mais como utilizar o dinheiro nesses projetos, tampouco transferir para a conta de restos a pagar do ano que vem porque não houve empenho. Tem muito deputado rezando dia e noite para que a Corte libere os recursos.
“Vamos decidir juntos?”
Os prefeitos de cidades com tradição no carnaval, como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, acertaram uma reunião conjunta para 13 de dezembro, a fim de definir se haverá condições de fazer a festa em fevereiro. A avaliação, até aqui, é a de que a nova cepa ômicron jogou um balde de água fria no frevo e no samba. A ideia partiu do prefeito de Recife, João Campos.
E a Federação, hein?
No fundo do plenário da Câmara, área que o ex-deputado e ex-senador Heráclito Fortes apelidou de Valle de Los Caidos, um grupo de parlamentares reclamava do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). É que, ao responder ao STF que houve mudança de mérito na última votação da lei que instituiu a federação de partidos, sem retorno à Casa de origem, ele praticamente enterrou o recurso.
Sobrou para o Kassab
Muitos deputados comentavam, na conversa de fundo do plenário, que a declaração de Pacheco ao STF compromete a federação dos partidos. E ajudará o PSD de Gilberto Kassab, que, bem estruturado, tende a receber deputados que não sentirem muita firmeza nos respectivos partidos para concorrer à reeleição.
Calculou mal
Senadores comentam que, minutos antes de o Senado aprovar o nome de André Mendonça para o Supremo, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) dizia no plenário que a indicação seria derrotada por algo entre 51 e 53 votos.
Por falar em Davi…
Os evangélicos, que apostaram em Mendonça e venceram, estão agora mais fechados com Jair Bolsonaro e mais distantes daqueles que investiram contra o agora 11º ministro do Supremo. Há quem diga que Alcolumbre não terá mais os votos das congregações no Amapá.
Tudo em paz?/ Com agenda em Brasília, o governador em exercício de São Paulo, Rodrigo Garcia, aproveitou para se reunir com a bancada do PSDB. Foi muito bem recebido pelo líder do partido na Câmara, Rodrigo de Castro (MG), que fez campanha para Eduardo Leite. É uma tentativa de reaproximar as alas tucanas.
Livros e política I/ O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, mostrou, esta semana, que reúne gregos e troianos. Do ex-ministro José Dirceu ao ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil de Jair Bolsonaro, não faltou ninguém ao lançamento do livro Muito além do direito, no qual Kakay reflete sobre a Justiça, a democracia, a poesia e a vida.
Livro e política II/ Enquanto isso, na capital pernambucana, uma gama de deputados e o prefeito do Recife, João Campos, prestigiavam o lançamento de Lições da Madrugada, do deputado Tadeu Alencar (PSB-PE).
Livro e política III/ O ex-juiz Sergio Moro também fez, ontem, o primeiro talk show do seu livro, Contra o Sistema da Corrupção, em que relata bastidores da Lava-Jato e de seu período no governo Bolsonaro. Serão mais três: em Recife, no domingo; outro no Rio de Janeiro, no dia 7; e um último no Rio de Janeiro, no dia 9. A partir do dia 11, o ex-juiz dá um tempo na agenda política e vai aos Estados Unidos buscar a família.
Enquanto isso, no Planalto…/ O governo calcula que fez barba, cabelo e bigode ao aprovar, esta semana, a PEC dos Precatórios, no Senado, e André Mendonça, ao STF.