O movimento nos bastidores a uma semana das eleições indica que o Centrão — mais especificamente o PL, o PP e o Republicanos — trabalha para continuar no comando do Orçamento, seja quem for o presidente eleito. A preços de hoje, esses partidos já olham para as pesquisas, se preparando para um possível governo Lula, e as bases que pretendem impor para essa relação, algo muito diferente daquela que se deu em 2002, quando o PL de Valdemar Costa Neto indicou José Alencar para vice na chapa do petista. A decisão já tomada no calor da reta final desta campanha é que não haverá alinhamento automático com o petista, caso Lula vença, e caberá ao petista se adaptar aos novos tempos.
Os aliados de Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, lembram que o mundo mudou. Quando Lula foi eleito pela primeira vez, o Poder Executivo dominava o Orçamento e não havia emendas individuais e de bancada de liberação obrigatória. Tampouco as emendas de relator, que Lula abomina, mas uma parte de seus correligionários adota.
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Os líderes do Centrão têm dito que, nestes 20 anos, o grupamento ganhou contornos mais ideológicos, ficou mais orgânico e tomou gosto pela gerência orçamentária. Logo, ainda que o STF venha a propor alguma mudança, a destinação de recursos a determinados projetos faz parte das atribuições constitucionais do Congresso. Logo, ou Lula, se vencer, aceita isso ou haverá um embate antes mesmo de 1º de janeiro. O recado, aliás, já foi dado ao comando de campanha petista.
Advogados aliados a Lula têm sondado o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o fim das emendas de relator. Ainda não dá para definir um placar, mas a transparência terá que ser absoluta.
Projeções I
Se as projeções das mais diversas consultorias estiverem corretas, a esquerda deve chegar a algo entre 150/170 deputados. E os mais conservadores devem dominar a Câmara. Nesse caso, o Centrão acredita que terá condições de continuar dando as cartas no Parlamento.
Projeções II
Aliás, é justamente essa projeção em favor dos mais conservadores que leva o presidente da Câmara, Arthur Lira, a fazer uma postagem em defesa dos institutos que erram em “demasiado”.
Tensão no MDB/ Os emedebistas olham com preocupação para Roraima, onde o ex-senador Romero Jucá tenta voltar à ribalta. É que o Ipec desta semana por lá apontou Dr. Hiran, do Progressistas, com 36% de intenções de voto e Jucá, 27%.
Primeiros acordes/ Passadas as eleições, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chamará a turma que deseja concorrer para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) a fim de buscar um acordo de cavalheiros entre Soraya Santos, Jonathas de Jesus e Hugo Leal, todos aliados de Lira.
A lei das compensações/ A ideia é quem for eleito deputado abrir mão para o colega. Se os três conseguirem se reeleger, a preferência do grupo de Lira será por Jonathas.
Ciro em modo avião/ A forma como Ciro Gomes tem se referido à estratégia do PT de buscar o voto útil em cima de seus eleitores afastou de vez o pedetista de Lula.
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