Categoria: Política
Antes de embarcar para a Itália, junto com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Cidadania, João Roma, disse ao blog que a folha de novembro para pagamento do Auxílio Brasil, novo programa social e permanente do país, já está pronta com a correção da inflação, o que representará um reajuste de 17,8%. Como a PEC dos Precatórios ainda não foi aprovada, o “ticket médio”, como ele se refere ao auxílio, será de R$ 220. Logo, terá muita gente recebendo bem menos do que isso. Significa que não se chegou ao “no mínimo” R$ 400 prometido pelo presidente Jair Bolsonaro. Se não houver fonte de receita, é aí que vai ficar. Se aprovada a PEC, o governo pagará a diferença em dezembro.
O ministro reforçou que “não há planos de prorrogar o auxílio emergencial. “O programa social do governo chama-se Auxílio Brasil e será pago já no mês de novembro. A folha inclusive já está fechada”, diz ele.
Valdemar quer atrair os Bolsonaro para garantir bancada de, pelo menos, 30 deputados
O vídeo-convite que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, gravou chamando o presidente Jair Bolsonaro, filhos e apoiadores para se filiar em seu partido é uma operação já calculada para ajudar e alavancar a eleição de deputados federais, número que é um “ativo” para garantir fundo partidário e tempo de televisão. As contas do partido indicam que, sem coligação e com os Bolsonaro, o PL pode manter, no mínimo, a bancada dos 33 deputados que elegeu em 2018, quando atendia pela sigla PR. Se o PSL, que era desconhecido naquela época elegeu 52 deputados federais em 2018, o PL nã destaca chegar a este número, uma vez que o bolsonarismo costuma seguir as orientações do presidente.
No DF, o nome mais forte hoje do Partido Liberal é o da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, considerada a aposta para o Senado e que já tem hoje o apoio de Bolsonaro. Nesse cenário, a deputada Bia Kicis, atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça e que pretende seguir com Bolsonaro para onde ele for, mas não tem isso como líquido e certo, é a deputada Bia Kicis. Ela ainda não decidiu em qual partido se filiará.
Em jantar, Eduardo Leite atribui problemas econômicos à insegurança de Bolsonaro
De todos os jantares promovidos pela Esfera, uma associação de financistas e empresários paulistas, nenhum atraiu tanto a nata paulistana quanto este, para ouvir o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que disputa as prévias do PSDB para escolha do candidato à Presidência da República. Chegou ao ponto do dono da casa, o empresário e jornalista João Carlos Camargo, ter que providenciar sanduíches às pressas, porque, os 60 confirmados inicialmente se transformaram em 115, dada a curiosidade do empresariado e até familiares, a respeito do discurso e do pré-candidato. “Dólar alto e queda da bolsa hoje se dá mas pela insegurança transmitida pelo presidente da República. Terei um governo com especialistas em todas as áreas, economia, saúde e educação, mas quem vai negociar com o Congresso sou eu”.
Leite chegou pontualmente as 19h e saiu pouco depois das 23h. Foi sabatinado por quase duas horas, depois de uma explanação inicial, de 15 a 20 minutos. Perguntaram-lhe a respeito de tudo, inclusive sobre o adversário interno, João Doria. “Quem tem menor rejeição? Eu. Se Dória resolver o problema da rejeição, não tenho nenhum problema em apoiá-lo, nas não estou vendo isso. Vejo que vou ganhar as prévias”. E sem citar o governador paulista, Leite mencionou que tem como característica saber ouvir as pessoas que o outro concorrente ouve para “rebater”.
A impressão de alguns dos presentes, pelo menos, foi a de que estavam diante de uma pessoa que “não tem nariz empinado” e nem é personalista ao ponto de querer impor uma candidatura a qualquer custo. Leite, alias, deixou claro que não será obstáculo a uma construção do centro que aglutine o eleitorado. “O país precisa é sair dessa maluquice”.
O Esfera planeja levar dentro de alguns dias o governador de São Paulo, João Dória, que, até aqui, não encontrou espaço na agenda para esse encontro. Afinal, dizem aliados do governador paulista, os empresários e representantes de fundo de investimento já conhecem Dória, suas propostas e acompanham de perto seu governo.
PEC da Tributária vira tábua para três crises
Ao dizer que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pode “evoluir na análise da Proposta de Emenda Constitucional 110 (reforma tributária) ainda este ano”, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), dá uma saída honrosa para o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP): colocar em pauta a PEC 110, o que deve levar algumas semanas, e, em seguida, colocar em pauta a sabatina de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em votação.
Assim, Alcolumbre teria em pauta um tema que é cobrado pelo mercado, como uma luz para tentar arrefecer a crise econômica. Ajuda os governadores, que estão contra a mudança do cálculo do ICMS, aprovado pela Câmara na quarta-feira. E, de quebra, dá um tempo para resolver o imbróglio gerado pelo atraso na sabatina de Mendonça. Falta combinar, porém, com os governistas e com os senadores que estão irritadíssimos com essa “birra” do presidente da CCJ.
Ponto sem retorno
Davi Alcolumbre não conseguirá abrir uma sessão da CCJ sem ser cobrado pela sabatina de André Mendonça. O presidente Jair Bolsonaro também não pode ceder ao senador. Se o fizer, ficará desmoralizado.
Placar
A avaliação dos senadores é a de que Alcolumbre não marca a sabatina porque não tem número para rejeitar a indicação de Mendonça para ministro do STF.
De fora para dentro não vai
Em vários estados, a onda provocada pelos apoiadores de Eduardo Leite na prévia que escolherá o candidato do PSDB ao Planalto é vista com desconfiança, porque está mais incensada por quem não tem voto dentro do partido. Além disso, vem de Minas Gerais a ideia de fazer de Leite candidato a vice numa chapa encabeçada por Rodrigo Pacheco.
Por falar em economia…
A fala do presidente sobre privatizar a Petrobras foi bem recebida pelo mercado, porém não pelo mesmo motivo de Bolsonaro. O presidente quer se livrar do imbróglio do preço dos combustíveis. O mercado quer é se livrar da intervenção política na estatal.
… o futuro é logo ali
No governo, há quem também olhe para essa privatização com bons olhos, e por outros motivos. É que, atualmente, mesmo um mau negócio no petróleo é considerado um bom negócio. Porém, no futuro, com a sustentabilidade e as novas fontes de energia, a tendência é o mundo, aos poucos, abandonar os combustíveis fósseis.
Guedes na Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou aos parlamentares que vai marcar a audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no plenário da Casa, já na semana que vem. A ideia é que ele explique logo a offshore de forma a virar essa
página de desgaste.
Curtidas
Eles escolheram outro/ O ex-ministro Aloizio Mercadante (foto) ensaiou seu ingresso como interlocutor do mercado da pré-campanha do PT à Presidência da República. Deu água.
O preferido/ Com os ex-ministros da Fazenda de Lula queimados ou cuidando da vida fora da órbita petista, o mercado prefere conversar com o ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando Haddad — que, aliás, foi o convidado do jantar promovido pela Esfera, instituição que reúne empresários e financistas em São Paulo.
Veja bem/ Haddad disse aos presentes que Lula está maduro e não chegará com sede de vingança contra aqueles que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff, nem tampouco aqueles que o levaram à cadeia. Essa desconfiança, porém, não se dissipou.
Flávia em movimento/ A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, trabalha com um olho na articulação política de Bolsonaro e outro na sua base eleitoral no DF. Esta semana, ela entregou 12 eletrocardiógrafos ao Instituto de Cardiologia do DF, o antigo Incor-DF, adquiridos com suas emendas ao Orçamento da União.
Ibope baixo/ Por essa o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) não esperava. Ele foi tomar a segunda dose da vacina contra covid-19 num posto de saúde e foi alvo de xingamentos, do tipo “miliciano”, “genocida” — e por aí foi. Tem deputado bolsonarista dizendo internamente que evita sair em fotos com o senador dono da mansão de R$ 6 milhões.
Senadores já foram alertados por investidores e analistas de mercado, esta semana, de que as incertezas sobre tributos e, em especial o projeto que modifica o IR, levaram o país a perder este semestre R$ 50 bilhões no mercado de venture capital, capital de risco que investe, especialmente, em startups. A Esfera Brasil, que surge como uma nova Lide empresarial, ouviu alguns especialista e detectou essa trava nos investimentos. Antes do projeto, por exemplo, entraram no país algo em torno de R$ 30 bilhões. Agora, quando os donos do dinheiro olham o retorno do investimento, fica difícil apostar por aqui.
Esse freio dos investidores no Brasil será cobrado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que, fragilizado por causa da notícia da offshore no paraíso fiscal, terá que dar explicações à Câmara dos Deputados. É o pior momento, seja na economia, seja na política, para o presidente Jair Bolsonaro.
Rodrigo Pacheco atende bancada feminina
Se depender do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o Congresso vai derrubar o veto ao fornecimento de absorventes higiênicos para mulheres carentes. Ele, inclusive, já entrou em contato com a consultoria de orçamento para verificar os recursos necessários para isso.
Cuidado e poder
Em reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), líderes partidários pediram novo adiamento da volta das sessões presenciais. O Departamento Médico da Casa tem recebido entre 20 e 22 pessoas, diariamente, com suspeitas de covid-19. E como o ano já está quase no fim, a recomendação é deixar para voltar apenas em 2022. Politicamente, os líderes também conseguem manter um poder a mais sobre as decisões.
Governo se vacina
A coletiva no Ministério da Saúde com a família Zé Gotinha, para apresentar o planejamento da vacinação contra covid-19 para 2022, foi vista como um sinal de que o governo sente o desgaste por não ter apostado tudo nos imunizantes desde cedo, e quer corrigir esse rumo para o ano que vem. Afinal, já está comprovado que quanto mais pessoas vacinadas, mais se reduz a possibilidade de desenvolvimento da forma grave da doença e a necessidade de internação.
PT compara 2022 a 2002, porém…
Perguntado se apresentaria uma nova carta aos brasileiros, para assegurar equilíbrio na economia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse com todas as letras que não seria necessário, pois tem o seu governo para mostrar que é capaz de uma gestão eficiente. Só tem um probleminha: naqueles primeiros anos de governo, Lula pegou um cenário externo favorável e, agora, o mundo passa por muitas dificuldades.
Ficou a lição/ Na entrevista que deu na passagem por Brasilia, o pré-candidato Lula citou que um presidente da República não deve escolher presidente da Câmara. Lembrou que quem escolhe são os deputados e cabe ao chefe do Executivo conviver em harmonia com quem for eleito.
Ouviu, PT?/ Em 2015, Dilma Rousseff perdeu muita substância ao, junto com seus articuladores políticos — Aloizio Mercadante e Pepe Vargas —, trabalhar pela candidatura de Arlindo Chinaglia à Presidência da Câmara, contra Eduardo Cunha. O resultado foi a instabilidade logo no início do segundo mandato, que a levou ao impeachment.
Ouviu, Lira?/ O recado vale, ainda, para o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, que jogará todas as fichas em Bolsonaro porque o PP deseja manter o poder e teme que o PT repita o que fez com Cunha. De quebra, ainda tem o MDB de Renan Calheiros, em Alagoas, aliados de Lula e seus adversários ferrenhos.
Michelle no circuito/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro foi recebida em evento embaixada da Índia, e, tal e qual em agosto, não dispensou a dança. A foto é de um amigo da coluna. Ela, como quase todas as primeiras-damas que o país já teve, não costuma dispensar os convites no circuito das embaixadas.
O deputado Luiz Miranda (DEM-DF) telefonou nesta segunda-feira para senadores da CPI da Pandemia para pedir uma ajuda nesta terça-feira, no Conselho de Ética. Miranda fez apelos para que alguns intercedessem junto a deputados do conselho. O relator é o deputado Gilberto Abramo, do Republicanos, eleito por Minas Gerais. É bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e aliado ao governo.
A preocupação do deputado deixou a muitos senadores a certeza de que Luiz Miranda não gravou a conversa com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, onde esteve junto com o irmão, Luiz Ricardo, para denunciar cobrança de propinas na Saúde na compra de vacinas.
Em várias oportunidades, o deputado Luiz Miranda deu a entender aos senadores que havia gravado a conversa. Em entrevista ao CB.Poder, disse com todas as letras que teria como provar cada palavra dita a Bolsonaro. E acrescentou não saber que seu irmão tinha alguma gravação do encontro com Bolsonaro.
Perfil “lavajatista” trava indicação de Mendonça e abre espaço para Aras
A preços de hoje, o ex-advogado geral da União e ex-ministro da Justiça André Mendonça pode começar a se preparar para um derrota no Senado. E nem é pelo fato de ser um nome “terrivelmente evangélico”. É que, se tem algo hoje que une muitos senadores é a ojeriza à Lava Jato. Uma parte não gosta de quem defende a operação comandada por Sérgio Moro porque expôs correligionários. Outro segmento não gosta porque considera que os atores que comandaram a investigação criminalizaram a política como um todo. E o apoio de Mendonça à operação __ e o receio de um defensor desse ecossistema lavajatista no Supremo Tribunal Federal __ já lhe tirou muitos votos nesse período em que os senadores começam a frequentar mais as rodas de conversa e a trocar ideias sobre o futuro.
Diante dessas dificuldades, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem segurado a análise do nome de André Mendonça, numa manobra para ver se consegue levar o presidente Jair Bolsonaro a fazer a substituição pelo nome de Augusto Aras, que já teve o nome aprovado para mais um mandato à frente da Procuradoria Geral da República. Em conversas reservadas, senadores têm dito que Bolsonaro já se comprometeu a, em caso da recusa do nome de André Mendonça, enviar o nome de Aras para ministro do STF, onde o procurador tem a simpatia, por exemplo, de Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Alcolumbre, porém, só vai colocar o nome de André Mendonça para votação na CCJ depois que o presidente Jair Bolsonaro confirmar a recondução de Aras ao cargo de Procurador Geral da República, com a publicação no Diário Oficial da União. Assim, Aras terá um porto seguro à espera de que Bolsonaro o indique para o STF.
Só tem um probleminha: O segmento evangélico, do qual Bolsonaro precisa cada vez mais para garantir lastro eleitoral no ano que vem, pretende manter um nome para chamar de seu, caso André Mendonça seja mesmo recusado pelo Senado. A pressão vai ser grande, seja do grupo aliado a Aras, seja dos evangélicos para que Bolsonaro indique outro nome.
Já passava das 22 horas de quarta-feira, quando, preocupado com o movimento dos caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro telefonou para Michel Temer, seu interlocutor há alguns meses, pedindo conselhos. Conversaram por quase 20 minutos e Temer aconselhou o presidente a editar um documento para, por escrito, restabelecer a harmonia entre os Poderes. Temer àquela altura já havia conversado com o ministro Alexandre de Moraes, seu amigo, a quem Bolsonaro havia chamado de “canalha” no Sete de Setembro. Temer avisou a Bolsonaro que havia conversado com Moraes e que o ministro do STF não tinha nada “pessoal” contra o governo ou contra o presidente e que suas preocupações eram jurídicas. Aconselhou ainda Bolsonaro a discutir as diferenças na Justiça. Hoje de manhã, Bolsonaro voltou a telefonar a Temer, dizendo que mandaria um avião da FAB buscá-lo em São Paulo.
Temer desembarcou em Brasília por volta do meio-dia e já chegou com um esboço do documento divulgado há pouco pelo presidente Jair Bolsonaro, que fez apenas “alguns ajustes”. Durante a conversa hoje com Bolsonaro, Temer foi enfático ao dizer que o documento precisava ter “peso” e deixar de lado os ataques pessoais e tudo o que saiu da linha institucional no discurso de Sete de Setembro. Foi da lavra de Temer a expressão “no calor do momento”, usada na nota presidencial, e a citação direta a Alexandre de Moraes, necessária para passar a limpo os xingamentos proferidos contra o ministro do STF. “Alexandre não é inimigo dele e é preciso restabelecer a relação dos Poderes”, disse Temer.
Temer ainda conseguiu colocar Bolsonaro e Moraes em contato, no sentido de tentar restabelecer a esperada “civilidade”. A conversa, porém, é mantida a sete chaves. O “bombeiro” Temer, tarimbado em paciência e diálogo na política, conseguiu esfriar o reator da República. Tanto é que, enquanto conversava com o blog, o ex-presidente foi avisado de que a bolsa voltou a subir. “Vamos olhar para o futuro. Fiz o meu papel”.
Caminhoneiros aliados ao presidente dão tiro no pé de Bolsonaro
A paralisação que os caminhoneiros bolsonaristas promovem em 14 estados é o maior desafio do governo nesta quinta-feira. Se não for contida nas próximas horas, os estragos na frágil economia brasileira serão incalculáveis e servirão de justificativa para forçar a abertura do impeachment de Bolsonaro. Politicamente, se os caminhoneiros continuarem fechando as estradas, reforçarão o discurso de que o presidente não tem condições de continuar no comando do país e arriscam ainda reduzir o apoio ao governo em setores que precisam das estradas livres para movimentarem seus negócios.
No início da manhã, a impressão era a de que o presidente havia perdido o controle dos gênios que tirou da garrafa. O áudio que o presidente gravou, pedindo aos caminhoneiros que cessassem o movimento foi recebido pela categoria como “fake news”, uma vez que o Bolsonaro que aparece na gravação pedindo aos caminhoneiros que “se possível, liberar (as estradas) se mostrava humilde e de voz mansa, muito diferente daquele que apareceu nos palanques do Sete de Setembro. O ministro dos Transportes, Tarcísio de Freitas, ir a campo e mostrar aos caminhoneiros que o áudio presidencial era autêntico.
Nesta manhã, alguns caminhoneiros começaram a deixar a Esplanada, depois de uma noite de negociação em que até o deputado Otoni de Paula (RJ) foi conversar com os líderes do movimento, com apelos para que acreditassem no presidente. Porém, nem todos se mostram dispostos a atender os apelos do presidente. Zé Trovão, o caminhoneiro que defendeu Bolsonaro, era a voz da desolação, em vários videos nesta madrugada: “está rodando nas redes sociais que o presidente da Republica fez um áudio. pode ser falso, verdadeiro o que for. Se o senhor quer que a gente volte, tenho duas coisas a dizer: Minha vida está destruída. Sou perseguido politicamente, com mandado de prisão e passando por tudo isso e nunca mais vou ver a minha família. não vou para a cadeia porque não sou bandido. Se é para abrir, que o senhor fale para o povo brasileiro isso. E que peça para nós abrirmos”.
Bolsonaro tem poucas horas para resolver esse problema, uma vez que em vários estados, há corrida aos postos de combustíveis, aos supermercados. Memória da greve de 2018, contra o governo do então presidente Michel Temer, uma paralisação que derrubou o PIB naquele ano. Agora, embora seja a favor do governo, a paralisação gera mais problemas do que solução para Bolsonaro.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, foram à casa do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, para tentar buscar um diálogo com o STF. A ideia do encontro era tentar mostrar como o governo e a Câmara vêem os últimos fatos da política. Da parte do Poder Executivo, há a certeza de que Alexandre de Moraes está extrapolando nas suas atribuições, como no caso do senhor que teve comparecer a uma delegacia para dar explicações por xingar o ministro Alexandre de Moraes no clube de Pinheiros, em São Paulo. nas contas dos bolsonaristas, são 14 presos políticos no país.
Do outro lado da Praça dos Três Poderes, porém, o presidente Jair Bolsonaro extrapolou ao dizer que não respeitará decisões judiciais. Seu discurso em São Paulo terminou por tirar o brilho das expressivas manifestações país afora. os tropeços no discurso, entretanto, não levarão o presidente da Câmara a pedir a abertura de processo de impeachment do presidente da República. Lira avisou que o país tem dificuldades em conviver com um novo processo, pis considera que só pioria ainda mais a situação econômica.
A ordem agora é buscar uma deposição de armas de ambos os Poderes. Gilmar mais ouviu do que falou. E vai conversar agora com os demais ministros. As próximas horas serão cruciais.