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Auxílio emergencial: Bolsonaro não quer perder para o Congresso

Coluna Brasília-DF

As pesquisas internas do governo detectaram que o suporte a Jair Bolsonaro está caindo paulatinamente e, por isso, todo o esforço, agora, será no sentido de tentar estancar essa queda. Nesse esforço, entram as vacinas, o envio do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a Manaus e, de quebra, estudos no Planalto para ver o que é possível fazer em relação ao auxílio emergencial.
O presidente está convencido de que os congressistas tentarão aprovar um benefício, a fim de ficarem com o discurso de que as pessoas só foram atendidas por causa do Parlamento. Assim, há quem diga, dentro da base, que Bolsonaro deve se antecipar a esse movimento. Obviamente, não há meios de fazer como em 2020, quando o governo queria pagar R$ 200, o Congresso elevou para R$ 500 e Palácio do Planalto deu a última palavra, fechando em R$ 600. Em 2021, não há espaço no Orçamento para esse valor, mas o governo deverá propor alguma coisa.

Vai que é tua, Pazuello

As investigações contra Pazuello são vistas entre aliados do presidente como a ação precursora de um movimento maior em prol do impeachment. Se houver alguma culpabilidade do ministro da Saúde pelos atropelos em relação à condução do plano de combate à pandemia, a ordem é afastá-lo a fim de evitar que o presidente termine responsabilizado.

Logo um general?!!!
Os militares não estão nada confortáveis com essa história de a bomba estourar no colo de Pazuello. Afinal, o ministro estava ali para uma “missão” que dois civis não quiseram levar adiante. Luiz Henrique Mandetta foi demitido por discordar da posição de Bolsonaro em relação ao distanciamento social. E Nelson Teich não quis colocar a hidroxicloroquina nos protocolos do Ministério da Saúde.

O problema é mais em cima
Entre os congressistas, há quem se recorde que Pazuello foi o único a declarar com todas letras “é simples assim, um manda e outro obedece”. A frase foi dita em 22 de outubro, logo depois de Bolsonaro desautorizar o ministro sobre o protocolo para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, acertada na véspera com o Instituto Butantan.

Enquanto isso, no Congresso…
Arthur Lira (PP-AL) tenta fechar uma conta de chegada, mas a atitude do governo de perseguir aliados de Baleia Rossi (SP) tem deixado muitos congressistas chateados e se bandeando para o candidato do MDB.

… Lira tem a vantagem
A turma de Baleia Rossi tenta evitar o “já ganhou” do adversário principal, que é visto como alguém que está a poucos votos da vitória no primeiro turno.

Curtidas
Deu ruim I/ A Associação dos Engenheiros Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel) não ficou nada satisfeita com o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, incluído na carta do presidente do Conselho de Administração da empresa, Ruy Flaks, aos diretores, para comentar a demissão do presidente, Wilson Ferreira. A Associação acusa Flaks de usar a empresa para projetos políticos.

Deu ruim II/ Na carta, Flaks diz que conversa com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre o substituto de Wilson Ferreira. Só tem um probleminha: o cargo já entrou na mira do Centrão.

Muita calma nessa hora/ As manifestações do último fim de semana pedindo o impeachment de Bolsonaro foram comparadas àquelas de 2013, em relação à presidente Dilma Rousseff. Ela se reelegeu no ano seguinte, no embalo dos programas sociais, como o Bolsa Família e da popularidade de Lula. Bolsonaro não tem nem um nem outro.

Ainda tem muito jogo/ Ao anunciar, em suas redes sociais, o envio dos 5,4 mil litros de princípio ativo da vacina do Butantan, Jair Bolsonaro tenta tirar João Doria da foto de negociador da vacina da Sinovac. A simbologia de três ex-presidentes da República, José Sarney, Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, ao lado do governador de São Paulo, em prol da vacina, indicam que essa batalha o presidente perdeu. Outras virão.

Denise Rothenburg

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