A hora do divã para bolsonaristas e petistas

Publicado em Eleições 2024
Crédito: Evaristo Sa/AFP e Reprodução Instagram

Terminado o segundo turno e passado o aniversário de 79 anos do presidente Lula, a esquerda terá que repensar seu jogo se quiser chegar ao Planalto em 2026. O bolsonarismo, porém, também terá que se refazer. Isso porque o centro já percebeu que, se jogar direitinho, pode dispensar os extremos. Neste segundo turno, Fortaleza salvou a imagem do PT, com a vitória de Evandro Leitão. Da mesma forma, Cuiabá (MT) e Aracaju (SE) limparam a barra do bolsonarismo. Porém, em vários locais onde Lula e Bolsonaro jogaram todas as suas fichas, eles perderam. Em São Paulo, por exemplo, Lula faz campanha para Guilherme Boulos (PSol) desde antes das eleições. Não deu. Em Fortaleza, Goiânia, Imperatriz (MA), os candidatos que receberam o apoio de Jair Bolsonaro terminaram derrotados.

Os partidos de centro que vão se enfrentar pela disputa da Presidência da Câmara saem desta eleição municipal fortalecidos e com a certeza de que, se jogarem juntos em 2026, com um candidato capaz de puxar votos, é possível ficar longe, seja de Jair Bolsonaro, seja de Lula.  No fundo, esses partidos sempre foram aliados do PT e do bolsonarismo por uma questão de sobrevivência e não de afinidade ideológica. Agora, restará ao PT e ao PL bolsonarista encontrar meios de dizer ao centro que eles ainda têm força para liderar o processo.  O centro, entretanto, quer provas desse favoritismo de ambos em seus respectivos campos., afinal, outros personagens estão entrando em campo. E muitos chegaram para ficar.

As duas missões de Eduardo Bolsonaro

Publicado em Artigo

Coluna publicada em 5 de outubro de 2024, por Denise Rothenburg

O deputado Eduardo Bolsonaro (SP) assumirá a presidência do PL com duas missões: a primeira, é fazer o enfrentamento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A segunda, é preparar uma candidatura ao Planalto. “Eu é que pensei nisso. Alexandre de Moraes não vai voltar atrás. Temos de ter alguém que possa combatê-lo. Eduardo, como deputado federal, tem imunidade”, contou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. “Eu não tenho imunidade. Ele me prendeu por causa de uma arma do meu filho. Se é um deputado, não pode fazer isso”, avaliou Valdemar.

Vale lembrar 1
Perguntado se o cargo de presidente do PL pode transformar Eduardo Bolsonaro no candidato do partido ao Planalto, em 2026, a resposta foi um animado “lógico!” “Não tenha duvida disso. Ele é muito dedicado, percorreu o país ajudando os candidatos do partido, fora a atividade internacional que exerce”, afirmou Valdemar. A função de Eduardo será política. Valdemar é quem continuará com a parte administrativa, no posto de vice-presidente. É o PL abrindo mais espaço para o bolsonarismo-raiz.

Vale lembrar 2
Foi Eduardo que, em outubro de 2018, antes do primeiro turno, afirmou com todas as letras: “Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo”. Dias depois, pediu desculpas pelo Twitter. Mas, pelo visto, a guerra continua.

A culpa é do Xandão
Valdemar atribui o fato de Jair Bolsonaro ter ficado distante da campanha de Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo, por não poder falar com o ex-presidente. “E o pior é que não posso falar com Bolsonaro. Não posso falar com o maior dono dos votos do meu partido. E a candidatura do Ricardo é também dele (Bolsonaro), que indicou o vice”, disse Valdemar.

Enquanto isso, no PT
Muitos apostam que uma boa parte dos militantes do PT não se jogará de corpo e alma nas ruas de São Paulo, neste fim de semana, em prol da candidatura de Guilherme Boulos, do PSol. Alguns dizem que o deputado é o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não do partido.

BH em suspense
Quem conhece “cheiro de eleição”, passou a apostar que o candidato do Republicanos a prefeito de Belo Horizonte, Mauro Tramonte, repetirá a sina de Celso Russomano em São Paulo. Lidera boa parte
da corrida eleitoral, mas não chega.

CURTIDAS
Madrinhas/ A deputada Bia Kicis (PL-DF) praticamente se mudou para São Paulo por esses dias, em campanha pela candidata a vereadora Zoe Martinez, sua ex-assessora na Câmara. Aliás, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também fez questão de dar uma força por lá.

As voltas que o mundo dá/ Em política, os ódios não são eternos. O ex-presidente Fernando Collor participa de carreatas em Maceió para tentar eleger o sobrinho Fernando Lyra Collor, filho de Pedro Collor, que denunciou o escândalo que levou ao impeachment do ex-presidente, em 1992.

O jogo dos erros/ Aliados de Alexandre Ramagem consideram que, se não houver segundo turno na cidade do Rio de Janeiro, a culpa é do próprio candidato. Na campanha, ele focou seu discurso na segurança pública, um tema espinhoso no Rio, e só pensou em colar em Bolsonaro nesta reta final.

Depois da eleição…/ É a pauta econômica que vai pedir passagem em Brasília. E essa guerra começa na semana que vem.

Declaração de Valdemar Costa Neto deixa parte do bolsonarismo raiz tensa

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg – A declaração do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sobre não ter preocupação com a delação do ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel do Exército Mauro Cid, foi lida por amigos de Jair Bolsonaro como a senha para deixar o partido distante desse imbróglio. Afinal, o ex-presidente só ingressou na legenda em novembro de 2021, depois de fracassada a criação do Aliança Brasil. No último domingo, Valdemar explicou com exclusividade à coluna que os pontos que enroscaram Mauro Cid com a Justiça não envolvem dinheiro público e, por isso, sua preocupação era zero.

A declaração deixou parte do bolsonarismo raiz mais tensa ainda. É que alguns viram nas afirmações de Valdemar uma forma de tentar deixar o PL longe desse desgaste. Embora Bolsonaro continue como a figura mais importante do partido, para muitos está claro que no quesito joias e cartão de vacinação, ele que responda sozinho.

Só no final de setembro

O presidente Lula só anunciará o novo ministro do Supremo Tribunal Federal depois de 28 de setembro. É que, nesta data, a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, passa o cargo para o colega Luís Roberto Barroso. A previsão é que ela deixe o STF no dia seguinte, 29 de setembro, três dias antes de seu aniversário, em 2 de outubro.

PGR idem

Lula também só deve anunciar o nome do novo procurador-geral depois que Augusto Aras deixar o cargo. Pelo menos, foi isso que ele deixou acertado antes de ir para a Índia. Na posse do ministro Cristiano Zanin, no mês passado, no STF, o subprocurador geral Antônio Carlos Bigonha era visto como favorito, conforme o leitor da coluna soube naquela época. O subprocurador eleitoral Paulo Gonet também continua no páreo.

Missão

O novo procurador vai chegar no meio desse imbróglio que se tornou o voto de Dias Toffoli para a anulação de provas da delação da Odebrecht na Lava-Jato. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) recorreu (leia matéria abaixo). Há quem diga que será esse um dos pontos de corte para a escolha do novo comandante da PGR.

Climão na tributária

A ideia de promover um texto único da reforma tributária para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na de Assuntos Econômicos (CAE), está cada vez mais distante. É que, até agora, o líder do MDB e relator da tributária, senador Eduardo Braga (AM), não procurou o colega Efraim Moraes (União Brasil-PB) para ouvir as sugestões e fazer um texto comum.

Vai atrasar

Efraim criou um grupo de trabalho na CAE para analisar o texto. Braga, por sua vez, tem feito seu trabalho ouvindo setores em audiências públicas e está acertando a votação com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para 4 de outubro na CCJ, sem conversar com Efraim. Se não houver um acordo para incluir desde já as mudanças que o grupo comandado por Efraim irá propor, será difícil acertar o passo para a votação nas duas comissões em outubro.

Minirreforma na pauta/ Os deputados estão correndo para aprovar, ainda esta semana, o projeto que trata da minirreforma eleitoral para as eleições do ano que vem. A ideia é, inclusive, mudar a data de início do prazo de inelegibilidade de oito anos. Hoje, vale a partir do fim do mandato. A ideia é contar a partir da data da decisão. Esse ponto já é consenso em vários partidos dentro do Parlamento.

Data fechada/ Amanhã é dia de posses no Planalto e de transmissão de cargos na Esplanada. No Ministério de Portos e Aeroportos, a entrega do cargo do ministro Márcio França para o novo ocupante da pasta, Silvio Costa Filho (foto), será às 15h, na sede da pasta. Ele, inclusive, está convidando os amigos para a posse.

O hobby do ministro/ Apaixonado por fotografia, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Sebastião Reis abre, amanhã, a exposição “Todos os Lugares”, com parte de seu trabalho com as imagens. O coquetel de abertura será das 18h30 às 21h, no Espaço Cultural do STJ. A mostra poderá ser vista até 31 de outubro.

 

Apoio de Gilmar Mendes e Moraes à candidatura de Gonet ao MPF é visto com preocupação pelo governo

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA, STF

Por Luana Patriolino — O maior trunfo da candidatura do subprocurador Paulo Gonet à vaga de procurador-geral da República é o apoio que ele tem recebido de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, dois dos mais influentes ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para algumas cabeças coroadas do governo, este também é o ponto mais fraco da candidatura de Gonet. Por um motivo muito simples: a eventual indicação do subprocurador resultaria numa hipertrofia dos poderes de Gilmar e de Moraes.

Interlocutores do presidente Lula entendem que, em momentos de crise, a proximidade entre os dois ministros da Suprema Corte e o procurador-geral poderia desequilibrar o jogo. O STF e o Ministério Público Federal (MPF) têm tido papel central na definição dos rumos políticos do país nos últimos anos.

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Anistia ou golpe?

Projeto que prevê anistiar todos os ilícitos eleitorais cometidos desde 2016, o que inclui anular a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, já tem apoio de 65 parlamentares. A proposta é do deputado federal Sanderson (PL-RS) — que estuda até apresentar requerimento de urgência ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No entanto, a maior parte do Congresso tem chamado a medida de tentativa de golpe, após o ex-chefe do Executivo ser condenado à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Defesa tentará recursos

Enquanto isso, a defesa de Jair Bolsonaro prepara um recurso para levar ao Supremo Tribunal Federal e tentar reverter a decisão do TSE que tornou o ex-presidente inelegível até 2030. Nos bastidores do Supremo, fontes afirmam que as chances do ex-chefe do Planalto, que ainda é alvo de outros 15 processos na Justiça Eleitoral, são remotas.

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Custo Brasil

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado agendou para hoje a votação do projeto que cria o Marco das Garantias, que foi proposto pelo governo Bolsonaro e é apoiado pelo governo Lula. Se aprovado, o texto deve diminuir o custo do cidadão na tomada de empréstimos. A Casa votará um substitutivo do senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo, que eliminou pontos polêmicos, como o que flexibilizava a proteção aos bens de família na tomada de empréstimo.

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CPI das Apostas cancela reuniões

O presidente da CPI da Manipulação de Resultados em Partidas de Futebol, deputado Julio Arcoverde (PP-PI), informou que as reuniões do colegiado desta semana estão canceladas. O motivo é a decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados de dar total prioridade, até sexta-feira, às votações de matérias econômicas no plenário da Casa, a exemplo da
reforma tributária e do novo regime fiscal.

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Mulheres à frente

A defensora pública federal Luciana Bregolin assume a presidência da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos Federais (Anadef) a partir deste mês. Ela e a defensora Alessandra Wolff, que assumirá a vice-presidência da instituição, irão cumprir mandato de dois anos, sucedendo a gestão de Eduardo Kassuga. A nova presidente afirmou que vai abraçar importantes causas sociais e defender os interesses da carreira. “Estamos iniciando uma nova jornada que será de muitos desafios, mas, também, de muitas vitórias, tenho certeza”, declarou Bregolin.

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Diretoria da FAO

O chinês Qu Dongyu foi reeleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A eleição ocorreu na 43ª Sessão da Conferência da entidade, que vai até 7 de julho, na sede da Organização, em Roma. Candidato único, ele recebeu o voto de 168 membros da instituição e exercerá seu segundo mandato até 31 de julho de 2027. A delegação brasileira na conferência da FAO é chefiada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

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Executivo parabeniza

A reeleição foi comemorada pelo Itamaraty. “O Brasil foi um dos primeiros países a declarar apoio à reeleição do diretor-geral, o qual se encontrou com o presidente da República em janeiro passado, em Buenos Aires, à margem da reunião de cúpula da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac). Na ocasião, o presidente Lula reiterou que voltar a tirar o Brasil do Mapa da Fome é um objetivo central de seu governo”, disse o governo.

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Sem gestor

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) tem reclamado que a demora da nomeação de um novo presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) tem prejudicado a entidade. Nesta semana, completam-se 90 dias da saída do último gestor e, até o momento, não há qualquer deliberação sobre a questão. Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, alega que o atual vácuo favorece a criação de um ambiente de factoides e de notícias falsas, que têm por objetivo interferir na decisão. “A Petros precisa de um presidente e de uma diretoria que conheçam os problemas da entidade, de seus participantes e assistidos, principalmente, em relação aos déficits e equacionamentos dos planos Petros do Sistema Petrobrás, além da tentabilidade dos planos no longo prazo”, declarou.

Os desafios do segundo turno das eleições

Publicado em coluna Brasília-DF

A final entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) obrigará ambos a deixarem mais claros seus projetos econômicos e sociais. O petista contava com a vitória na primeira rodada, jogando praticamente parado, colocando-se como o “fiador da democracia” e sem detalhar seu programa. Ainda assim, conseguiu ampliar em 25 milhões o desempenho e quase chegou ao total de 57 milhões de votos que Bolsonaro obteve no segundo turno em 2018. Mas só isso não basta: agora terá que detalhar seu programa.

Bolsonaro, por sua vez, obteve um milhão de votos além do que conquistou no primeiro turno de 2018. Seus aliados acreditam que poderia ter tido mais, se as pesquisas tivessem acertado o percentual de votos em favor dele, por exemplo, em São Paulo.

Agora, há quem diga que terá que assinar um compromisso com a democracia, detalhar projetos para os próximos quatro anos e mobilizar toda a tropa que elegeu 14 senadores e 101 deputados do PL para pedir votos em seu favor Brasil afora — especialmente em Minas Gerais. E, para não quebrar a onda favorável dos últimos dias, a ordem entre seus apoiadores é começar hoje.

Os cálculos de Valdemar da Costa Neto

Com o PL detentor da maior bancada do Senado e da Câmara, o comando do partido não tem mais dúvidas de que jogou certo ao acolher Bolsonaro. Agora, avalia, seja quem for o presidente da República, terá que negociar com a legenda. Afinal, 101 deputados é algo que há tempos nenhuma legenda atingiu, ainda mais sem coligação.

Melhor de dois
O PL, porém, acredita que sua situação será muito mais confortável com a reeleição de Bolsonaro, que não pretende chegar detonando o poder dos congressistas sobre o Orçamento da União. Lula, ao contrário, já disse que deseja retomar esse controle. Diante dessa premissa, a bancada pretende ajudar a reeleição do presidente.

Alckmin deixou a desejar
Os petistas viam no ex-tucano Geraldo Alckmin um diferencial que deveria ajudar em São Paulo. Nas suas conversas mais reservadas, os petistas dizem que essa ajuda não veio. O desafio agora, dizem alguns, será o ex-governador atrair o PSDB de Rodrigo Garcia.

E o Kassab, hein?
Com Tarcísio de Freitas liderando a disputa neste segundo turno, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, tende a ficar fora da eleição nacional. Vai se concentrar em São Paulo. Quanto à Presidência da República, cada um que cuide de si.

Batman versus Super-Homem/ Em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB) elegeu Renan Filho para o senado e Arthur Lyra (PP) foi o mais votado para a Câmara dos Deputados. Agora, cada um fará campanha aberta para o seu candidato a presidente. Lyra, Bolsonaro; Renan, Lula.

Santo de casa/ O PP do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e de Lyra terá 47 deputados em 2023. Isso significa que, se quiser manter a presidência da Câmara, terá que fechar uma negociação na ponta do lápis com o vitorioso PL de Valdemar da Costa Neto.

A maldição de Michelle/ Ana Cristina Vale, que se apresentou como Cristina Bolsonaro, não chegou a 2 mil votos. A mãe de Jair Renan, o Zero Quatro, não ficou nem na suplência. E, das apostas do PL, a única que não obteve sucesso foi Flávia Arruda no Distrito Federal, que concorria contra Damares Alves, a candidata da primeira-dama.

Por falar em Michelle…/ Neste segundo turno, a mulher de Bolsonaro deverá ter uma agenda diferente do presidente, em busca das mulheres, especialmente, as nordestinas ligadas às igrejas evangélicas.

O porta-voz da Lava Jato/ A coleção de dissabores do PT neste primeiro turno incluiu a vitória do procurador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, como o mais votado no Paraná, deixando em segundo lugar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Em conversas reservadas, a turma dos lavajatistas diz que Gleisi pode se preparar para duros embates no plenário, na linha de “Lula não foi inocentado”.

Verba do PL só para quem fizer campanha para Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF

Com um número de candidatos a deputados federais e estaduais chegando à casa dos 1,5 mil, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, decidiu que nenhum centavo sai dos cofres do fundo eleitoral do partido sem que tenha a rubrica dele na liberação. Valdemar é presidente, tesoureiro, conselheiro e… paciente. Embora não tenha gostado de Flávio Bolsonaro dizer que o partido só deve repassar recursos a quem fizer campanha para Bolsonaro, Valdemar está cumprindo esse “pedido”. É até uma forma de economizar nesses dias para ter dinheiro ao final.

Em tempo: Enquanto o PL crescia a olhos vistos com a entrada de parlamentares, foi prometido a cada um R$ 1 milhão. Como o tempo de campanha está reduzido, a pressão por recursos é grande. Mas a cúpula do partido e o senador Flávio Bolsonaro, que coordena a campanha do pai à reeleição, estão irredutíveis. Como o leitor da coluna já sabe, só receberá recursos quem fizer campanha para o presidente Jair Bolsonaro.

Agora, lascou

A denúncia de um ex-assessor de André Janones (Avante-MG) de que o deputado ficava com parte do salário de funcionários tira de cena qualquer aceno para ele ser candidato a presidente da Câmara no caso da eleição de Lula. Era uma esperança do deputado mineiro que, agora, foi para o ralo. Ainda que o parlamentar tenha desmentido, ficou ruim.

Já estava lascado
Na verdade, o caso da “rachadinha” do qual Janones é acusado soa mais como uma desculpa. No fundo, o PT sabe da dificuldade de apoiar alguém de fora do partido. Embora os aliados de Lula digam que um presidente da Câmara não deva ser do PT em caso de vitória de Lula, isso não é consenso na legenda. Mas ninguém tratará disso agora para não tumultuar a eleição. Afinal, antes é preciso saber quem será deputado.

Pule uma casa
O PT decidiu deixar as ruas no Sete de Setembro para os bolsonaristas. No máximo, haverá um pronunciamento do ex-presidente Lula nas redes sociais ressaltando a Independência do Brasil. A ordem é passar a data na paz, sem atitudes que sirvam de desculpa para violência por parte dos adversários.

Ensaio para hoje
Se os entrevistadores do JN fizerem alguma menção aos escândalos que marcaram o governo do PT, a intenção do partido é que Lula responda dizendo que nenhuma gestão da Polícia Federal teve mais liberdade de atuação do que nos governos petistas.

Enquanto isso, na campanha de Bolsonaro…
O tempo que Lula falar ao longo dos 40 minutos será medido milimetricamente. Há uma revolta na campanha, porque, conforme as medições de assessores, o presidente só falou por 24 minutos do total da entrevista, enquanto Ciro Gomes falou por 30 minutos.

A espera de cada um/ O presidente Jair Bolsonaro ainda não confirmou sua participação no debate do pool Band/TV Cultura/Uol/Folha no domingo porque quer saber se Lula vai. Lula, embora sua assessoria confirme a participação no debate, diz em conversas reservadas que pretende esperar passar a entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira.

Debater é preciso/ No PT, porém, há quem diga que não dá para se dizer democrata e faltar a um debate promovido por um pool de empresas justamente porque os candidatos pediram que fosse reduzido o número de encontros para garantir a presença de todos.

Compensa aí/ Com apenas 52 segundos de propaganda eleitoral na tevê aberta, Ciro Gomes (PDT) quer compensar com a TV Ciro, que estreou na internet. Só tem um probleminha: a internet é bolha e não entra na casa das pessoas naquele horário, entre o jornal e a novela ou o programa de auditório.

Brito eterno/ A família de Orlando Brito, ícone do fotojornalismo brasileiro falecido em março, lançou nesta semana o novo portal do fotógrafo: www.orlandobrito.com. Lá, os interessados podem comprar fotos e livros que registram a história e a arte de momentos marcantes da vida política do país e de seus personagens.

Semipresidencialismo entra na pauta de Lira para 2023

Publicado em coluna Brasília-DF

Técnicos da Câmara foram orientados e já estão com tudo engatilhado para, no ano que vem, dar fôlego à discussão do semipresidencialismo. Caso Jair Bolsonaro vença a eleição, a ideia é sedimentar o poder do Parlamento, que, desde 2015, ampliou seu protagonismo na correção de forças entre os Poderes. Na hipótese de vitória de Lula, porém, que sempre teve mando de campo quando presidiu o país, a avaliação é de que será mais difícil. Entretanto, os congressistas ligados a Arthur Lira acreditam que será possível abrir esse debate.

Em tempo: o Congresso dos tempos em que Lula era presidente está muito diferente daquele de 2003, quando o petista chegou ao poder. O Parlamento aprendeu a lidar com o Orçamento, e a avaliação de caciques do Centrão é de que isso não vai mudar. Até porque, diante da polarização, quem vencer encontrará um país dividido, e a chance de pacificação estará no Congresso. E, embora o Brasil ainda esteja no início da campanha eleitoral, os políticos já estão planejando os próximos lances do xadrez pós-eleição.

Falta o teste

Na reunião com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, tratou de esfriar a crise entre o candidato Jair Bolsonaro e a Justiça Eleitoral. Só tem um probleminha: antes do 7 de Setembro, ninguém acredita em promessas de paz.

Enquanto isso, na convenção do PP…
A ordem no partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, é focar a campanha presidencial nas obras do governo, na redução do preço dos combustíveis e deixar de lado essas dúvidas que Bolsonaro levantou em relação às urnas eletrônicas. Se Bolsonaro voltar sua campanha à toada da reunião dos embaixadores, o PP sairá de campo.

Apartidário
O manifesto pela democracia deve chegar a 500 mil assinaturas
, mas muitos signatários avisam que isso não significa que todos eles vão votar em Lula. Aliás, tem ali um grupo que apoia Simone Tebet, lançada, ontem, candidata do MDB.

Por falar em MDB…
Alguns estados e o Distrito Federal votaram a favor da candidatura de Simone, mas isso não quer dizer trabalho em busca de voto para a emedebista. No caso do DF, Ibaneis Rocha estará dedicado à própria campanha. O candidato do PSDB, Izalci Lucas, avisa que o postulante a presidente dele será o “do eleitor”. Ou seja, não vai entrar na campanha presidencial.

O foco de Lula
Enquanto a campanha na tevê não vem, cada candidato dedicará mais tempo a tentar conquistar votos em segmentos mais refratários. Lula, por exemplo, já quebrou resistências entre os banqueiros e estará hoje com os empresários, na Confederação Nacional do Transporte.

Por falar em Lula…
O ex-presidente, a partir de agora, falará mais sobre mudança na política de preços da Petrobras, porque o PT, avisam alguns integrantes do partido, atribui o crescimento de Bolsonaro justamente à redução no valor dos combustíveis. Esse é um setor que o eleitor identifica muito com o governo federal.

Quase dá confusão/ O senador Izalci Lucas compareceu à reunião de uma pré-candidata a deputada distrital, Sônia, e, quando ouviu o sobrenome dela, perguntou se era prima de Paula Belmonte (Cidadania-DF). Não, o sobrenome é Delmonde. Depois da confusão da reunião desta semana, ele quase dá meia-volta. O momento é de esperar baixar a poeira para reconstruir as pontes com o Cidadania do DF.

Beleza no centro… / Hoje tem desfile na Praça dos Três Poderes. Calma, pessoal! É que o cabeleireiro e maquiador Ricardo Maia, uma das referências no mercado, especialmente quando o assunto é noiva, vai movimentar o local com um desfile de beleza (cabelo e maquiagem).

… do poder/ Um momento fashion bem pertinho dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, em meio às obras modernistas de Oscar Niemeyer. Coisas de Brasília. O evento será para cerca de 200 convidados, que serão recepcionados com um coquetel na Casa de Chá.

Venda da Petrobras volta à pauta

Publicado em coluna Brasília-DF

Deixado para escanteio nesse período pré-eleitoral, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o que restou ao presidente Jair Bolsonaro para ajudar na busca de um novo presidente para a Petrobras. E, com Guedes, volta à cena a agenda que o ministro sempre defendeu, de privatização da empresa. Não por acaso, até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entrou nesse embalo. A privatização é o bode que entra para esconder o vaivém na troca de comando na petroleira.

Ao colocar a privatização em pauta, deixa-se de discutir o preço dos combustíveis, a confusão criada pelo presidente ao demitir o general Joaquim Silva e Luna, o problema causado pelas indicações de Adriano Pires e do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Passa-se diretamente ao privatiza ou não privatiza. Vale lembrar que, em 2006, essa discussão ajudou na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra Geraldo Alckmin. Naquela época, o PT acusava os tucanos de privativistas. A política deu voltas, mas a pauta continua a mesma.

“Caio do e-gov”
O secretário de Desburocratização Caio Paes de Andrade, nome cotado para a Petrobras, é sempre citado no governo como o criador do e-gov. E já tem no radar uma ideia que recebeu do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), hoje na suplência. Criar a “bomba on-line”.

Na bagagem
Lopes, que é suplente e exerceu o mandato de deputado até a semana passada, levou ao governo o projeto de monitoramento on-line de todas as bombas de combustível, nos 39.763 postos de abastecimento do Brasil. A ideia, que já havia sido discutida tanto com Adriano Pires quanto com o governo, consiste em registrar, cada vez que o cidadão abastecer o carro, o total de litros e o valor pago.

Por que o PL cresceu?

O tamanho do partido de Jair Bolsonaro, com 76 deputados, e seus principais aliados, PP e Republicanos, é o maior sinal de que a classe política vê ali um “perfume de poder”. Ou seja, acredita piamente na recuperação do presidente.

Retorno à clandestinidade
O ex-ministro José Dirceu tem sinal verde de Lula para as conversas que tem feito Brasil afora. A ordem é deixá-lo trabalhar sem que seja visto como algo feito oficialmente pelo partido.

Roteiro/ A reunião em que o PSB apresentará Geraldo Alckmin como o nome a vice de Lula, nesta sexta-feira, é o primeiro passo para o ex-presidente tentar convencer a ala do PT que não deseja a parceria com o ex-tucano. E se não colar, Geraldo será o vice assim mesmo.

Vale lembrar/ Lula tem dito ao PT que sempre fez o que o partido quis. Agora, está na hora de o PT seguir o que ele deseja para ser o candidato.

Oráculo de Delphos/ O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ganhou o apelido de “pitonisa do PP”. Há alguns meses, ele havia dito que o ex-juiz Sergio Moro iria “trair” o Podemos e iria para o União Brasil. E chegando lá, também haveria problemas.

Por falar em Moro…/ O ex-juiz começou, em dezembro de 2021, como a maior aposta para enfrentar Lula e Bolsonaro. Agora, chega à segunda temporada em baixa, uma vez que seu partido não deseja sua candidatura. O União Brasil trabalha é para recuperar a parcela expressiva de deputados que deixaram a legenda em março. Hoje, a bancada fará uma reunião para discutir esse assunto e tentar tirar uma posição a respeito.

Temer apadrinha aliança entre MDB e PL no DF

Prisão de Temer afeta MDB
Publicado em Michel Temer, Política

É bom a senadora Simone Tebet, pré-candidata a presidente da República, começar a fazer as contas para ver que parcerias conseguirá manter ao seu lado país afora numa campanha presidencial. No Distrito Federal, por exemplo, seu partido, o MDB acaba de se apresentar publicamente ao lado do PL de Jair Bolsonaro, com direito a bênçãos do ex-presidente Michel Temer.

A filiação da secretária de Justiça do DF, Marcela Passamani, ao PL serviu de palco para que Temer apresentasse como fato consumado a parceria entre o MDB do governador-candidato, Ibaneis Rocha, e a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, candidata ao Senado. Não por acaso, Temer já chegou ao evento chamando Flávia de “senadora” e Ibaneis de “governador reeleito”, o que reforçou em seu discurso. “Fico muito feliz com esta união do PL com o MDB aqui no Distrito Federal, isso certamente levará os dois à vitória”, avaliou.

Quanto à terceira via, Temer disse que ainda há sete meses até a eleição e não vê empecilhos por causa da aliança no DF. Internamente, no MDB, porém, já tem muita gente dizendo que, para sobreviver, o partido terá que dividir alguns de seus candidatos a governador com Bolsonaro e outros presidenciáveis.

Pior que ciúme de mulher
… Só o de político. Está dando a maior ciumeira na base aliada a filiação de deputados ao PL. Há o receio de que o partido de Valdemar Costa Neto fique grande demais e acabe tirando espaço dos outros aliados. A receita de Valdemar para evitar briga agora é a paciência. Lá na frente, resolve.
Lá é pior
A forma como o PT da Bahia tratou o PP do vice-governador João Leão é citada em todas as conversas dos antigos aliados ao governo Lula com o seguinte comentário: Quem apoia o PT serve apenas de “escada”, os petistas nunca cedem espaços de poder para apoiar um aliado mais ao centro. Essa é a regra, com raríssimas exceções.
A esperança de Valdemar
O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, tem dito a amigos que não perdeu as esperanças de ter uma mulher candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. Tem defendido com entusiasmo o nome da ministra Tereza Cristina, mas sabe que a escolha depende do presidente da República. Jair Bolsonaro já declarou publicamente que Tereza será candidata ao Senado. O nome que ele quer na vice é o do general Braga Neto, como todo o mundo político já sabe. Mas, até oficialização da chapa, a pressão continuará.

CURTIDAS

A compensação do Republicanos/ O ingresso do vice-presidente Hamilton Mourão ao Republicanos hoje amenizou um pouco a ciumeira na base, mas não resolveu. É que Mourão concorrerá ao Senado pelo Rio Grande do Sul, e isso não se traduz automaticamente em votos para os deputados federais da sigla, eleição que conta para fundo partidário e tempo de tevê.

Trabalho dobrado/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está “obrigando” vários deputados a fazerem duas campanhas: uma para a reeleição e outra para de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga decorrente da aposentadoria da ministra Ana Arraes, em julho.

Elas por ela/ A bancada feminina já fechou todos os votos das deputadas no exercício do mandato (são 76 hoje) para a deputada Soraya Santos (PL-RJ), na foto, a única mulher que concorrerá à vaga do TCU. A ministra Ana Arraes é hoje única mulher no colegiado e a campanha das parlamentares será no sentido de que, nada mais justo, ela seja substituída por outra pessoa do sexo feminino.

Quem manda/ Antes mesmo de chegar ao PL, a deputada Bia Kicis (DF) já foi avisada sobre as regras internas da legenda. No Distrito Federal, quem fala sobre candidaturas ao governo e ao Senado pelo partido é a presidente da sigla no DF e ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda. Aliás, nesse tema, não são raras as vezes em que Flávia é bem direta a quem resolve falar sobre as candidaturas majoritárias: “Aqui, quem decide sou eu. Eu concedo a legenda e também posso tirar”.

A oferta do PL a Bolsonaro

Publicado em ELEIÇÕES 2022

 

 

 

O Partido Liberal, de Valdemar Costa Neto e da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, ofereceu ao presidente Jair Bolsonaro o seguinte acordo:  A aula direção, leia-se Valdemar, continua a administrar os recursos dos fundos partidário e eleitoral e Bolsonaro fica com o direito de indicar os candidatos ao Senado. O presidente, que tem o convite do PP __ e muitos progressistas já têm essa filiação como fechada__, ficou de pensar e ainda não decidiu onde apoiará suas fichas.

Com o PP, o minero Ciro Nogueira tem dito aos amigos que “está tudo certo e nada decidido”. Isso porque alguns estados estão co dificuldades em aceitar que o presciente indique os candidatos ao Senado. Em Goiás, por exemplo, Bolsonaro planeja ter como candidato ao Senado o ministro de Infra-estrutura, Tarcísio de Freitas, mas a vaga no PP já está reservada para Alexandre Baldy, hoje secretário de Transporte Urbano em São Paulo no governo do João Dória.

Em tempo: Para Flávia Arruda, pré-candidata ao Senado, e ministra com espaço no Palácio do Planalto, não há meios de dizer não ao chefe. Porém, as apostas são as de que Bolsonaro dificilmente repetirá os 70% que obteve no Distrito Federal em 2018. Até aqui, a incerteza reina quando o assunto é sucessão presidencial.

Para o presidente, porém, a escolha entre um e outro partido está complicada. Há o receio de, ao optar por um, perder o outro. a não ser, claro, que venha uma fusão capaz de resolver essa parada. O problema é que, se isso ocorrer, vai ser difícil Bolsonaro ter o direito de indicar todos os candidatos, como deseja.