Alckmin recebe prefeitos para discutir o tarifaço

Publicado em Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, EUA, GOVERNO LULA, Politica Externa, Tarifaço de Trump

Por Eduarda Esposito — O vice-presidente, Geraldo Alckmin, receberá nesta quarta-feira (6/8), uma comitiva de prefeitos da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) para falar sobre o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A reunião será realizada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços às 17h.

Maurenilson Freire/CB/Arte

Os gestores municipais irão discutir o impacto sobre as cidades e as estratégias para mitigar os efeitos negativos sobre a renda e empregos dos cidadãos. Entre as reivindicações dos prefeitos estão:

  • Compensação financeira por eventuais perdas na arrecadação municipal;
  • Diversificação da matriz produtiva, com incentivo ao desenvolvimento de novas atividades econômicas e novos mercados;
  • Ampliação dos prazos de crédito rural por parte dos bancos públicos;
  • Plano de proteção dos empregos das atividades afetadas nos moldes do que foi feito durante a pandemia da Covid-19;
  • Compras governamentais dos produtos.

Outras preocupações da comitiva são as possibilidades de férias coletivas — que alguns setores já anunciram — com o desemprego e a perda de renda.

Imposto estadual

Outra pauta de extrema importância para os prefeitos no encontro de amanhã será sobre os possíveis reflexos na queda da arrecadação própria e nas transferências, especialmente do ICMS.

Geraldo Alckmin confirma bom momento político na TV

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise diplomática, Economia, EUA, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada na sexta-feira, 1º de agosto de 2025, por Luana Patriolino com Eduarda Esposito

A participação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) no programa Mais Você, de Ana Maria Braga, na TV Globo, coroou o bom momento do ex-governador paulista no Executivo. A apresentadora se derramou em elogios ao “Dr. Geraldo”, que também é médico anestesista, lembrou de encontros anteriores, inclusive, que cozinhou com a vice-primeira-dama Dona Lu, no Palácio dos Bandeirantes. Na avaliação de interlocutores do governo, ele soube explicar com dinamismo o tarifaço e o impacto da crise comercial com os Estados Unidos numa linguagem acessível e popular.

Crédito: Caio Gomez

Inicialmente, visto com desconfiança, Alckmin ocupa o protagonismo nas negociações, pois acumula a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Quem não gostou muito da popularidade de Alckmin foi a oposição. Procurados pela coluna, senadores e deputados desdenharam. Uns responderam não terem assistido à entrevista, outros disseram que o pouco que acompanharam foi o suficiente para vê-lo como um “artista” e não um negociador hábil.

Foco nas redes

O PT tem trabalhado para investir em marketing e gerar memes na internet. A participação de Alckmin em um programa de entretenimento é vista como “uma grande sacada” da equipe, pois expõe as várias faces da Presidência para gerar engajamento nas redes sociais — principal território do bolsonarismo e termômetro para as eleições de 2026.

Bom humor acima de tudo

Conhecido por suas meias temáticas, Alckmin escolheu grãozinhos de café para estampar a peça usada ontem. Óbvio que a atenta Ana Maria Braga aproveitou para brincar com o vice-presidente e presenteá-lo com uma novidade com desenhos de cubo mágico em alusão ao desafio que ele enfrenta diante da sobretaxa norte-americana. O costume das meias temáticas conquistou até o presidente Lula, que ganhou do prefeito do Recife, João Campos (PSB), dois pares, um deles com carinhas de capivara. Nos tribunais superiores, também há a mesma tendência entre circunspectos ministros.

Há quem critique…

Líder da oposição na Câmara, tenente-coronel Zucco (PL-RS) criticou a brincadeira das meias temáticas do vice-presidente. Para ele, o momento não é de piada nem de fazer graça. “Alckmin prefere a coxinha do estúdio e a selfie com o Louro a enfrentar a realidade”, disse à coluna. “O resultado está aí: tarifas altíssimas sobre nossas exportações, queda de confiança internacional e um vice-presidente apresentando meias coloridas na TV”, acrescentou.

Cadeia de custódia em foco

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) consolidou um levantamento técnico sobre a cadeia de custódia de vestígios no Brasil. O relatório, baseado em material elaborado pelo Ministério da Justiça com apoio de peritos criminais dos órgãos de polícia científica federal, dos Estados e do Distrito Federal tem como objetivo apresentar às autoridades as diferentes etapas do processo e propõe medidas para garantir a integridade das provas, como padronização nacional, capacitação contínua e investimentos em estrutura e tecnologia.

Democratas em ação

Na contramão da Casa Branca, os senadores democratas norte-americanos Tim Kaine ( Virgínia), o líder da minoria, Chuck Schumer (Nova York), Jeanne Shaheen (New Hampshire) e Ron Wyden (Oregon) anunciaram, ontem, o projeto para contestar as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. “Ele (Trump) não tem interesse em reduzir custos para o povo americano. Se tivesse, não estaria impondo tarifas e iniciando guerras comerciais sem sentido”, disseram os congressistas no documento apresentado.

Solidariedade a Moraes

A Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) manifestou, ontem, preocupação e repúdio à decisão do governo norteamericano na imposição de sanções aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, principalmente, a Alexandre de Moraes. Em nota, a entidade diz que há um ataque à jurisdição constitucional, um dos pilares da democracia brasileira e, portanto, é uma afronta ao Estado Democrático de Direito. “A medida, sem precedentes nas relações entre as duas nações democráticas, configura ingerência externa indevida nos assuntos internos do Estado brasileiro e agride frontalmente a soberania nacional e a independência entre os Poderes”, afirmou o documento.

Nova configuração

O ex-governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB) comemorou o retorno à Câmara dos Deputados após a decisão do STF sobre a regra de distribuição das chamadas sobras eleitorais. “A justiça está sendo feita, embora tenha demorado muito, perdemos muito tempo de mandato, terão que ser quatro anos em um”, disse à coluna. Ele afirmou que o foco de seu mandato será a implementação de projetos ligados à sustentabilidade.

Atingidos

Rollemberg e outros seis parlamentares devem ser empossados hoje, de forma virtual. Para que eles assumissem os cargos, os deputados Dr. Pupio (MDB-AP), Sonize Barbosa (PL-AP), Professora Goreth (PDT-AP) e Silvia Waiãpi (PL-AP), Lebrão (União Brasil-RO), Lázaro Botelho (PP-TO) e Gilvan Máximo (Republicanos-DF) tiveram que deixar as cadeiras na Câmara.

Barroso responde aos ataques de Trump ao Brasil

Publicado em Bolsonaro na mira, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise com os EUA, Crise diplomática, Economia, EUA, GOVERNO LULA, Política, Politica Externa, STF

Publicado na terça-feira, 15 de julho de 2025, por Carlos Alexandre de Souza

A carta divulgada na noite de domingo pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, pode ser vista como a segunda parte da resposta brasileira aos ataques disparados pelo governo de Donald Trump na semana passada. Inevitavelmente, o chefe do Poder Judiciário fez menção às medidas tarifárias anunciadas pela Casa Branca — por mais estranho que seja um tribunal se manifestar sobre uma tensão comercial entre duas nações.

Coluna: Caio Gomez

O presidente do STF ressaltou que, após “as respostas políticas imediatas”, era preciso fazer uma “reconstituição serena dos fatos”, a fim de reparar uma “compreensão imprecisa” dos acontecimentos recentes na história política brasileira. E relembrou, ponto a ponto, a sequência de ameaças à integridade física dos ministros do STF, à higidez do processo eleitoral brasileiro e, em última instância, ao próprio Estado Democrático de Direito.

O manifesto da Suprema Corte serve de âncora para os delírios conspiratórios que vêm sendo alimentados há anos por aqueles que alardeiam uma ditadura do Judiciário no Brasil. Enquanto o Executivo se prepara para uma negociação ou possível retaliação no duelo tarifário, o Judiciário restabelece o senso de realidade contra a narrativa bolsonarista.

By the way

Em artigo publicado no New York Times ontem, o ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, fez um arrazoado em favor da conciliação entre Brasil e Estados Unidos. “O governo brasileiro permanece comprometido com uma relação construtiva e pragmática com os Estados Unidos, fundamentada no respeito à soberania, à legalidade e ao estado de direito. Nossas diferenças devem ser abordadas por meio do diálogo, da negociação e do respeito mútuo — não de ameaças e medidas punitivas”, escreveu.

Não é assim

Fiel à linha definida pelo Planalto, de firmeza e sobriedade, Messias ressalta que no Brasil não há perseguição política. “No Brasil, o direito à liberdade de expressão é protegido, mas não deve ser confundido com o direito de incitar violência, cometer fraudes ou minar o Estado de Direito — limitações amplamente reconhecidas nas sociedades democráticas”, esclareceu.

Cada vez menor

Além de deficitário para o Brasil, o comércio com os Estados Unidos tem perdido relevância. De 2001 a 2024, a participação americana no total de exportações brasileiras caiu de 24,4% para 12,2%. As transações com China, atualmente o principal parceiro comercial do Brasil, aumentaram mais de oito vezes: saltou de 3,3% para 28% no período de 2001 a 2024. Os dados fazem parte do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), estudo mensal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado ontem.

Canto de protesto

Duas estrelas de peso se juntaram ao movimento contra o projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental. As cantoras Daniela Mercury e Anitta alertaram, nas redes sociais, sobre os riscos iminentes do chamado PL da Devastação. Ambas denunciam as graves consequências para o meio ambiente — e para as próximas gerações de brasileiros — se a proposta for chancelada pelo legislativo.

Um tempo

Em reunião virtual de emergência realizada ontem por representantes do setor produtivo, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro propôs negociar com a Casa Branca um adiamento de 90 dias na aplicação das tarifas de 50% contra produtos brasileiros. Segundo a Firjan, a sugestão seria encaminhada para análise, conforme assegurou a secretária de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio, Tatiana Prazeres.

Confirmados

A Firjan é uma das entidades que participam da reunião de hoje do comitê presidido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

Controle de CACs

O Ministério Público Federal entrou com uma ação na Justiça Federal na qual exige da União a comprovação de que a Polícia Federal passou a ser responsável pelo registro das licenças, controle e fiscalização das atividades de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs).

Não está claro

Essa atribuição, antes a cargo do Exército, passou a ser da corporação civil, a partir de um convênio entre os Ministérios da Defesa e da Justiça. O acordo estabeleceu um cronograma de transferência de responsabilidade, a ser concluída até janeiro de 2026. Segundo a ação do MPF, faltam informações para comprovar essa mudança operacional. O caso tramita na 20ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

Se liga

O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou o Cadastro Nacional de Celulares com Restrição (CNCR). A nova ferramenta consolida dados do programa Celular Seguro. Por meio do cadastro, o cidadão pode verificar, antes da compra, se o aparelho tem algum tipo de restrição, principalmente no caso de celular de segunda mão.

Lula repete a estratégia de 2022

Publicado em coluna Brasília-DF
Crédito: Caio Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 7 de março de 2025, por Denise Rothenbug, com Eduarda Esposito

Com as notícias de que o PP não acompanhará o PT em 2026, e a perspectiva de outros partidos de centro fazerem o mesmo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva caminha rumo à campanha do próximo ano da mesma forma que trilhou a que o levou à aliança de 2022. Primeiramente, fechará com os partidos mais à esquerda — daí a vontade de alguns de que o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) seja ministro. Na mesma linha, segue ainda a possibilidade de nomear a deputada Tabata Amaral (SP) ministra de Ciência e Tecnologia, como forma de atrelar ainda mais seu partido, o PSB, ao governo. E não mexer muito nos partidos de centro. A ordem é esperar para ver como o governo e Lula fecharão 2025 para, depois, avaliar os demais.

O que resta

Com a esquerda mais amarrada ao projeto do PT de 2026, o próximo partido que Lula tentará segurar a seu lado será o MDB. Para isso, porém, terá que desagradar parte do PT e oferecer a vice ao partido. O nome mais forte para isso, a preços de hoje, é o do governador do Pará, Hélder Barbalho. Ele tem a vantagem de contar com uma grande bancada e capacidade para tentar consolidar uma maioria capaz de levar, numa convenção partidária, a aprovação da aliança. Mas esse movimento ainda está longe de se consolidar. Afinal, Lula, o PT e o MDB sabem que para chegar bem em 2026 é preciso mostrar serviço neste ano — que começa, na prática, na segunda-feira.

O que mais importa a Bolsonaro

O ex-presidente tem dito a amigos que não ser candidato em 2026 incomoda, mas o importante é não perder o bolsonarismo. Logo, não tem essa de abrir a vaga para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Para segurar o bolsonarismo, só alguém da família concorrendo.

Por falar em Tarcísio…

A perspectiva de o governador deixar o Republicanos está praticamente descartada. Se for para o PL, ficará totalmente dependente de Valdemar Costa Neto e de Bolsonaro. No Republicanos, tem o poder de atrair mais legendas para a oposição a Lula e ao PT, no projeto à reeleição em São Paulo.

O negociador

Aos poucos, o vice-presidente Geraldo Alckmin vai ganhando terreno no governo. É hoje o principal protagonista da negociação com o governo de Donald Trump no quesito tarifas e no tema da inflação de alimentos.

Propostas não faltam

O tributarista Antônio Carlos Morad afirma que programas do passado podem ajudar o governo na empreitada para baixar o preço dos alimentos. “Algo como o Programa de Aquisição de Alimentos (iniciado em 2003) pode ser um grande alívio para a população. Outro meio que regula os preços de alimentos de forma bastante eficaz, e sempre foi utilizado pelo governo, é a Conab (Compania Nacional de Abastecimento). Porém, os dois governos anteriores reduziram a importância desse meio”, disse. Outra medida que ajudaria na diminuição do preço dos alimentos seria a redução de tributos ou até isenção em tempos de entressafra.

Por que a Conab?

Morad diz que a armazenagem da companhia “sempre foi importante para a regulação dos preços, pois o governo federal pode, com isso, impor ao mercado de alimentos uma maior oferta de produtos com baixa circulação, se contrapondo à especulação”.

CURTIDAS

Ação preventiva/ O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), apresentou projeto de lei que visa impedir a apreensão do passaporte de qualquer parlamentar. A proposta, se aprovada, pode ajudar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teve a retenção do documento pedida pelo PT por suposto crime de lesa-pátria.

A praia dele/ Com o fim do prazo para apresentar defesa, Bolsonaro soltou nas redes sociais um áudio antigo de Mauro Cid no qual o ex-ajudante de ordens afirma que foi coagido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a concordar com a narrativa da corte ou perderia os benefícios da delação premiada. Esse mesmo áudio foi o que causou o desmaio do militar quando escutou que violara os termos da delação.

Da PEC para o Senado/ O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), assinou na semana passada uma portaria que libera a escala de trabalho 4×3 para alguns servidores da casa que exerçam função singular. As áreas são Diretoria-Geral, Secretaria-Geral da Mesa, Gabinete da Presidência, Advocacia, Auditoria, Consultoria Legislativa, Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle e Secretaria de Comunicação Social.

Tá na área/ Cotada para o governo, Tábata Amaral afirma que ainda não foi procurada por Lula, mas que segue à disposição. “É importante, primeiro, reforçar que sigo e seguirei à disposição — como venho demonstrando ao longo dos últimos anos —, a enfrentar os desafios por um país menos desigual, mais ético e justo”.

Luto na dança/ O corpo do coreógrafo Luiz Mendonça, falecido esta semana vítima de câncer, será velado na manhã de hoje, em Niterói, entre as 10h e 12h, no Crematório e Cemitério Ecológico Memorial Campo da Paz. Luiz foi importante na cena artística de Brasília, nos anos 1980, quando comandou o Endança e o Grupo Experimental de Dança da UnB (GedUnB). À família e aos amigos, nossos sentimentos.

Desembargadores do Tribunal Regional Federal deverão ser escolhidos em fevereiro

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF, por Luana Patriolino (interina)

O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, deve revogar, nos próximos dias, a decisão de suspender a escolha dos novos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Assim, a definição dos magistrados que comporão a Corte deve acontecer ainda em fevereiro — o processo vem se arrastando há mais de um ano.

Salomão suspendeu a escolha dos desembargadores em novembro do ano passado sob o argumento de que os critérios para a definição dos nomes não estavam bem definidos. A determinação evitou que o presidente Jair Bolsonaro indicasse quase um terço do principal tribunal federal do país.

Erro de cálculo

Depois que o Banco Central (BC) anunciou ter errado no cálculo do fluxo cambial de 2022, o sindicato que representa os funcionários da instituição (Sinal) divulgou nota afirmando que confia na qualidade e na lisura do trabalho dos servidores que integram o Departamento de Estatísticas, sob o comando de Fernando Rocha. Segundo a entidade, “eventuais equívocos” podem ocorrer diante da alta demanda.

“Em face da ausência de novos concursos e da desvalorização de seu corpo funcional frente aos de outras instituições estratégicas do Estado, o que também contribui para a evasão de mão de obra altamente qualificada, cria ambiente propício para a ocorrência de eventuais equívocos”, justificou o Sinal.

Rombo bilionário
Segundo os dados divulgados pelo BC, o fluxo de dólar no país, que era positivo em US$ 9,7 bilhões, passou a ser negativo em US$ 3,2 bilhões, em 2022. À coluna, interlocutores do governo federal afirmaram que esse equívoco reforça a convicção de que Bolsonaro usou a máquina pública para tentar se reeleger.

Apoio à democracia
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, convidou as entidades civis a endossarem o Manifesto em Apoio ao Estado Democrático de Direito. O documento será lido por ele na sessão de abertura do ano judiciário, na próxima quarta-feira, a partir das 10h, no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

O manifesto diz que “é urgente uma união nacional, tendo como norte o fortalecimento do regime democrático” e que “para isso, é essencial a defesa do STF e de suas competências constitucionais, com o respeito ao devido processo legal, à ampla defesa e à presunção de inocência”.

Reforço na infraestrutura
A movimentação em Brasília por causa da reunião dos governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta semana, afetou também os gabinetes da Esplanada. O ministro dos Transportes, Renan Filho, garantiu ao governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, que receberá R$ 250 milhões para serem utilizados, este ano, na manutenção e na melhoria das rodovias federais que cortam o estado.

Biodiesel em foco
O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) vai suceder o deputado Pedro Lupion (PP-PR) na presidência da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) da Câmara. A expectativa é que essa seja uma das alas mais atuantes no Congresso, pois o combustível, pouco poluente se comparado com o diesel derivado do petróleo, é um aliado da redução nas emissões de gases do efeito estufa. A agenda climática virou tema transversal para os ministérios do governo Lula.

Marcando presença
O vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou presença na cerimônia de posse da nova diretoria da Associação Brasileira de Supermercados — cujo presidente, João Galassi, foi reeleito. O evento está marcado para a próxima terça-feira, no Clube Naval de Brasília. Os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e André de Paula (Pesca e Aquicultura) também comparecerão à solenidade.

Prioridade de Lula será acalmar os ânimos na Câmara

Publicado em coluna Brasília-DF

Além do jogo do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva dedica esses dias a tentar acalmar os ânimos na Câmara. É que, desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento das emendas de relator — vulgo Orçamento Secreto —, os aliados de Arthur Lira (PP-AL) passaram a desconfiar de que o presidente eleito atua para tirar fôlego da reeleição do deputado, embora publicamente e reservadamente diga que o PT apoiará a recondução. Neste sentido, ainda que haja um sentimento de que é preciso dar lastro a Lula, nada caminhará a contento se a turma de Lira não sentir lealdade no trato político.

Se o petista quiser apoio, é bom juntar as declarações à prática. Lira, da sua parte, está disposto a ajudar a aprovar a proposta de emenda constitucional, mas desde que se sinta apoiado pelo futuro governo. Até aqui, o governo não tem os 308 votos para aprovar a PEC e dificilmente obterá esses votos na Câmara se não obtiver o apoio do presidente da Casa.

Escalação para reduzir pressão

Os ministros a serem anunciados hoje são aqueles considerados imprescindíveis para deflagrar a transição em suas respectivas pastas o mais rápido possível. Defesa, para acalmar militares; Justiça e Segurança Pública, onde está a Polícia Federal e a Rodoviária Federal; Casa Civil, de onde saem leis e decretos; e Fazenda, onde é preciso montar a equipe que demonstre lastro ao fiscal com um olhar social.

Foi demais…
Muitos deputados deram um pulo quando perceberam que a PEC da Transição permitirá a abertura para operações financeiras, junto a organismos internacionais, fora do teto. Como se trata de uma emenda constitucional, alguns técnicos entendem, e já avisaram aos parlamentares, que o futuro governo poderá captar esses empréstimos sem aval do Parlamento.

…para precisar menos
Esse “pequeno detalhe” da PEC levou muitos na Câmara à desconfiança de que a ideia do texto é fazer com que o futuro governo possa prescindir do Parlamento para tocar suas obras e programas sociais. Assim, pode até aprovar, mas vai ser difícil manter o texto intacto.

E o Geraldo, hein?
Na entrevista à Globonews, o vice-presidente Geraldo Alckmin deu um recado direto à presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Perguntado sobre a vontade dos partidos de ocupar espaços no primeiro escalão, especialmente o PT, ele lembrou os tempos da pressão do PTB de Getúlio Vargas pelos ministérios e saiu-se com esta: “Getúlio dizia: vocês já têm a Presidência da República”.

Uma homenagem a Eduardo Campos/ Com o PT pressionando pelo Ministério das Cidades, que cuidará do Minha Casa Minha Vida, o presidente eleito acenou com a acomodação do ex-governador Márcio França (PSB) no Ministério da Ciência e Tecnologia. Foi a pasta que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos ocupou no antigo governo Lula.

Não conte com eles/ O deputado Sanderson (PL-RS) avisou ao partido que votará contra a PEC da Transição, ainda que o valor seja reduzido. Aliás, outros bolsonaristas pretendem seguir pelo mesmo caminho.

“Sessão do avião”/ É assim que muitos apelidaram as sessões da Câmara das quintas-feiras, quando a maioria dos deputados passa por ali “à paisana”, sem terno, registra a presença e sai correndo para não perder o voo. Ontem, véspera do jogo do Brasil contra a Croácia, não foi diferente.

Enquanto isso, no intervalo…/ Estava tão tranquilo que o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) pediu à mulher, Janaína, que levasse os filhos, Paulo e Sofia, para o Plenário. As crianças até discursaram na tribuna, antes da reabertura da sessão no início da tarde.

A PEC não é um cheque em branco. É um cheque especial sem limite. O Senado optou pelo liberou geral”
Danilo Forte, deputado (União Brasil-CE)

 

Lula quer isolar Bolsonaro como fez com Ciro

Publicado em coluna Brasília-DF

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva começou sua campanha, em 2021, atraindo para si todos os líderes de esquerda que poderiam enfraquecer a sua candidatura. Conseguiu a adesão de Guilherme Boulos (PSol), Marina Silva (Rede) e PSB, com o ex-tucano Geraldo Alckmin na chapa como seu vice. Feito esse serviço, restou a Ciro Gomes seguir em carreira solo, ou se aliar ao MDB de Simone Tebet, que, por pouco, não teve sua candidatura barrada pelos emedebistas aliados a Lula. No segundo turno, o petista ampliou esses movimentos atraindo o centro. Agora, repetirá a dose rumo aos aliados de Bolsonaro, leia-se Centrão e agregados.

A aposta de muitos é de que não será tão fácil Lula isolar Bolsonaro. O Centrão vai ficar com um pé na canoa governista e outro na oposicionista. Qual vai prevalecer, dependerá do nível de satisfação dos seus integrantes com a administração petista.

Diplomação, o dia D

Os bolsonaristas pretendem convocar outras manifestações, além da promovida no feriado de Finados. A mais importante do calendário será para 19 de dezembro, data da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice, Geraldo Alckmin. Os petistas, porém, acreditam que esses movimentos tendem a se esvaziar até lá, diante da falta de uma agenda que não seja a intervenção militar e a inconformidade com a derrota.

O jogo de Valdemar
Ao prometer ao presidente Jair Bolsonaro toda a estrutura para que ele possa se manter em Brasília e se firmar como líder da oposição, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, mantém um pé no bolsonarismo, mas não deixará de ter uma relação institucional com o futuro governo. Se não estiver bem atendido, não tentará conter os “pittbulls”.

Cálculos políticos
Da parte dos bolsonaristas, está definido que a ideia é permanecer onde estão. E, se a convivência ficar difícil, um caminho mais à frente será o partido que surgir da fusão do PTB com o Patriotas.

Nem vem
Na conversa que o relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), teve com o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) por telefone falou-se de revisão do Orçamento, mas em nenhum momento se falou em orçamento secreto, apelido das tais emendas de relator. A ideia do Congresso é resistir a mexer nesses recursos.

Discurso pronto
Os congressistas já têm na ponta da língua a justificativa para manter o Orçamento em suas mãos. Vão dizer que as emendas serão transparentes, conforme inscrito na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A hora da política/ Coordenador da campanha de Lula no Distrito Federal, Geraldo Magela disse ao CB.Poder que não tem negociação com a extrema direita, leia-se a parte bolsonarista raiz dos parlamentares do bloco do Centrão. Porém, as conversas com o PSD de Gilberto Kassab e o União Brasil são “para ontem”.

E de juntar força/ O União Brasil elegeu quatro governadores e 60 deputados, uma força considerada crucial para ampliar a estabilidade política do futuro governo no Congresso. Assim como no caso dos militares, a maior aposta para fazer essa ponte é… Geraldo Alckmin, que já percorreu muito o país ao lado de Neto, em 2006.

Muita calma nessa hora/ O PSD se dá bem com Lula, mas daí a aceitar cargo no governo é outra história. O partido tem a vice-governadoria de São Paulo e pretende manter essa lua de mel com o governador eleito Tarcísio de Freitas por muito tempo.

Enquanto isso, no centro…/ A reunião do PSDB marcada para a semana que vem deve manter uma certa distância do futuro governo Lula, assim como o Cidadania e o Podemos. O MDB, que viu Simone Tebet entrar de corpo e alma na campanha do petista no segundo turno, está numa encruzilhada. Uma ala não quer Simone ministra. Outra considera melhor ela entrar no governo e ganhar mais visibilidade. Hoje, começa a temporada de conversas que só terminará no dia da posse.

Canais de Lula com os militares estão meio obstruídos

Publicado em coluna Brasília-DF

Bolsonaro quer liderar oposição 

 

O “Capitólio tupiniquim”, apelido dado ao movimento que fechou rodovias pelo país afora, vem sendo tratado por aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, como a forma que o bolsonarismo usará para atuar ao longo dos próximos quatros anos a fim de tumultuar o próximo governo. O que leva a essa conclusão é o discurso de pouco mais de dois minutos em que o presidente Jair Bolsonaro se posiciona como o líder da oposição e justifica as manifestações. Embora se afaste de ações violentas que restrinjam o direito das pessoas, tipo de ato que ele atribui à esquerda, ele defende a mobilização.

A avaliação dos petistas e de integrantes de outros partidos da ampla aliança de Lula é a de que, em qualquer crise, seja aumento de preços ou alguma outra medida impopular, as manifestações do bolsonarismo ocorrerão, em maior ou menor grau. Por enquanto, com Bolsonaro presidente, e sem o apoio do Judiciário, do Parlamento ou das Forças Armadas para ações de exceção, a tendência é de recuo dos apoiadores, mas é apenas uma trégua para retomar mais à frente. A ideia de Bolsonaro é não deixar morrer o discurso do “sentimento de injustiça” que ele mencionou ao se referir à ação dos caminhoneiros.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já deu a senha aos aliados. A ideia é formar uma base forte de prefeitos, em 2024, a fim de pavimentar o retorno do capitão em 2026.

Alckmin fará a ponte com os militares

A nomeação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para o papel de coordenador da transição vem sob encomenda para facilitar as pontes com os segmentos militares. A avaliação de quem tem trânsito nessa seara é a de que os canais de Lula com os militares estão meio obstruídos. Embora eles não apoiem qualquer golpe contra o presidente eleito, a maioria não está feliz em bater continência para Lula.

Veja bem
Os militares não jogaram suas fichas majoritariamente em Lula, mas estão resignados. A palavra que eles usam é “estamos sentados na Constituição”. Ao longo da campanha, Lula tentou, mas não conseguiu muita conversa com os generais. Essa turma é disciplinada e, nos bastidores, houve uma orientação do Ministério da Defesa para que, qualquer contato mais próximo ficasse para depois da eleição.

Até aqui…
O presidente Lula tem 30% dos militares. Agora, dizem aqueles que tentam fazer algumas pontes na caserna, é aproveitar os dois próximos meses e o início do governo para deixar muito claro que ninguém quer fazer maluquices.

Enquanto isso, nos portos…
Em Navegantes (SC), o fechamento das rodovias promovido pelos apoiadores de Bolsonaro reduziu a 170 caminhões o movimento do terminal Portonave. Em uma segunda-feira normal, essa movimentação chega às vezes a 1.500 caminhões. Em Santos (SP), a situação foi mais tranquila, porque as mercadorias para exportação foram entregues antes do fechamento das rodovias.

Simbologia/ A ida do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi vista como um gesto de baixar as armas e de apreço às instituições. Lá, ele foi direto ao mencionar que “acabou” e deixou claro que entregará o cargo. Pelo menos até o próximo sobressalto, a paz voltou a reinar.

Por que só ontem?/ Depois de não se pronunciar no dia da eleição, Bolsonaro evitou falar no Dia das Bruxas. Porém, não foi esse o motivo. O que ele queria mesmo era encher as ruas de apoiadores. Não conseguiu, mas não desistiu.

Zambelli escapou agora…/ A deputada Carla Zambelli não será cassada por percorrer as ruas de São Paulo com uma arma em punho na véspera da eleição. Primeiro, mesmo se for levada ao Conselho de Ética da Câmara, não haverá tempo hábil para processá-la em um mês e meio, tempo que falta para terminar esta Legislatura.

…e escapará depois/ Para completar, um parlamentar só pode ser levado ao Conselho de Ética por crimes cometidos no exercício do mandato. Ela foi reeleita e assumirá um novo mandato em fevereiro. Advogados eleitorais já avisaram ao partido que a cena nas ruas de São Paulo, com a deputada apontando uma arma é deste mandato e, quando começar a próxima legislatura, ela não poderá ser levada ao Conselho de Ética por essa atitude.

Ops!/ Ontem, a coluna se referiu ao senador Marcelo Castro (MDB-PI) como presidente da Comissão Mista de Orçamento. Ele é relator geral do Orçamento de 2023. O presidente da CMO é o deputado Celso Sabino (UB-PA). O deputado Hugo Leal (PSD-RJ) foi relator do Orçamento deste ano. Aliás, para Lula, é até melhor que Castro seja relator. O senador recebe Alckmin nesta quinta-feira, para começar a trabalhar.

Segurança pública entra na roda de discussão das eleições

Publicado em coluna Brasília-DF

Com ou sem atentado contra o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o tiroteio em Paraisópolis colocou a segurança pública definitivamente no rol dos temas prioritários deste segundo turno. Até aqui, em São Paulo, o assunto estava restrito às câmeras nos uniformes dos policiais. Agora, essa seara onde o próprio Tarcísio e Jair Bolsonaro (PL) nadam de braçada ingressou nas discussões e certamente entrará nos debates. É, inclusive, um dos assuntos que Sergio Moro pretende puxar nesta reta final, na reaproximação com o presidente.

Uma incógnita
Candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto tem se esquivado de dizer qual será seu papel, caso o presidente seja reeleito em 30 de outubro. Entre quatro paredes, porém, muitos dizem que será a parte de grandes projetos e militares.

Várias certezas
Na campanha de Lula, porém, Geraldo Alckmin desponta como um “Posto Ipiranga”. Há quem diga que ele cuidará da área de energia; outros mencionam os contatos com o agronegócio. Hoje, ele se reunirá com o pessoal da saúde em São Paulo. Para completar, ainda foi mencionado como o nome para a economia.

Por falar em economia…
Integrantes do mercado financeiro terminaram o domingo frustrados. Alguns dispensaram a tradicional noite paulistana da pizza em família para ver o debate entre Lula e Bolsonaro, com a expectativa de alguma resposta sobre teto de gastos e condução da economia. A noite deu água.

… eles não fazem apostas
Desconfiada das pesquisas, a turma da Faria Lima, por exemplo, acredita que a eleição está empatada e o debate da Globo, na próxima semana, é que poderia fazer a diferença para um ou outro.

Nas mãos de Michelle
A primeira-dama Michelle Bolsonaro é quem terá a tarefa de jogar para escanteio o episódio do vídeo em que o presidente fala de meninas venezuelanas e que a oposição explora no momento. Michelle percorreu o Norte e, agora, está no Nordeste, em campanha pela reeleição do marido.

Jogo empatado/ Geraldo Alckmin dizia que Lula queria voltar à cena do crime e, hoje, é vice na chapa do petista. Moro dizia que Bolsonaro mentia e, hoje, é cabo eleitoral do presidente-candidato.

Por falar em Moro…/ O ex-juiz e senador eleito pelo Paraná quer aproveitar para colocar novamente a questão dos presídios federais e da segurança pública. Não será surpresa se usar o tiroteio de Paraisópolis como gancho numa atividade de campanha com Bolsonaro. Moro tem acusado o PT de não transferir integrantes do PCC para presídios federais. E pretende continuar nessa toada pelos próximos dias. O clima está cada vez mais tenso.

A caminhada de Simone/ Detentora de 105.377 votos no primeiro turno no Distrito Federal, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) fará uma caminhada no Setor Comercial Sul de Brasília, amanhã, a partir das 16h.

Mais um do Leonêncio/ O jornalista Leonêncio Nossa lança, hoje, a partir de 19h, na Pizzaria Bacco da 408 Sul, seu mais novo livro, As guerras da independência do Brasil. Vale a leitura.

Na reta final das eleições, candidatos radicalizam ataques

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF, por Carlos Alexandre de Souza

A poucos dias da eleição, os presidenciáveis elevaram o tom da disputa e partiram para ataques pessoais e agressivos. “Mentiroso” e “nazista” são alguns dos termos empregados pelos concorrentes, que deixaram de lado qualquer decoro nesta reta final da campanha. É natural que, com a proximidade da hora decisiva, os ânimos fiquem exaltados. Mas, considerando-se os prognósticos da maioria das pesquisas eleitorais, a refrega presidencial parece se concentrar em torno de um percentual ínfimo de votos, que seriam provenientes de eleitores que não pretendem votar em Lula nem em Bolsonaro. É a tal busca pelo voto útil.

A radicalização pouco contribui para uma escolha consciente neste 2 de outubro. Espinafrar o adversário não parece ser a melhor estratégia para conquistar alguns votos adicionais. Mas os candidatos demonstram que vão intensificar os ataques. Essa situação não costuma trazer bons resultados. Votar com o fígado não é boa solução. O Brasil está pagando caro — vide os casos de violência política — por causa da polarização política. Enquanto os políticos insistirem em táticas de guerra para vencer nas urnas, eleitores continuarão a ver como inimigo aquele que pensa diferente ou tem preferência por outro candidato.

Fake áudio

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou excluir uma série de publicações com áudio falso do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que sugere que o petista queria assassinar Antônio Palocci, ex-ministro da Casa Civil no governo Lula. As publicações suspensas estão no Twitter, Facebook, YouTube, TikTok, Kwai e Gettr, além de sites de apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Entre os posts impugnados estão tweets dos perfis do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do cantor Roger Moreira, do Ultraje a Rigor.

Outros tempos
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa gravou um vídeo no qual manifesta apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gravação será veiculada pela campanha do petista. Barbosa foi indicado por Lula em 2003 ao STF. Anos depois, foi relator da ação penal 470, que trouxe a público o escândalo do mensalão.

Queixa recebida
Por maioria, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu a queixa-crime apresentada pelo ministro Luís Roberto Barroso contra o ex-senador Magno Malta pelo crime de calúnia. Em junho, Malta disse falsamente que o ministro “batia em mulher” e respondia a dois processos por isso. Logo após a fala, Barroso declarou, em nota oficial, que foram feitas em 2013 falsas acusações, já arquivadas, e que não havia veracidade na declaração do ex-senador. O STF acompanhou o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que considerou presentes os requisitos para o recebimento da queixa.

Guerra dos 100 anos
Enquanto o governo Bolsonaro impõe sigilo de 100 até às visitas à primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-presidente Lula promete jogar luz sobre os segredos no Planalto. “Vou acabar com o sigilo dele no primeiro mês. Ele fez o decreto do sigilo e vou decretar o fim”, disse o ex-presidente.

A receita de Alckmin
O vice-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSB) afirmou ontem que o agronegócio brasileiro precisa de acordos internacionais para não ficar dependente da China. Disse também que o país necessita de produção nacional de fertilizantes para não depender de empresas instaladas no Canadá, na Noruega e na Rússia. Alckmin tem sido uma ponte para aproximar Lula do agronegócio, segmento que, majoritariamente, apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Tem uma questão muito séria que foi a maneira como o Lula tratou a herança recebida pelo governo FH. Ele diz que foi uma herança maldita. Não adianta ele levar o Geraldo Alckmin e continuar dizendo que pegou um Brasil destruído, porque não é verdade. Isso é um desrespeito com todo mundo que trabalhou no Plano Real”
Elena Landau, economista da campanha de Simone Tebet (MS)