Diante da decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de juntar os pedidos de CPI para investigar o uso de recursos federais no
combate à covid-19, a posição do relator do colegiado ganha ainda mais importância. O MDB, que estava quieto, já se apresentou para a relatoria, com o senador Renan Calheiros. Mas, para a presidência, a ideia é buscar um nome mais alinhado ao governo.
O prazo de 10 dias concedido por Pacheco para a escolha de integrantes da CPI será aproveitado para tentar se chegar a esse acordo. O risco, porém, é a maioria independente que fará parte do colegiado rejeitar o nome do governo para presidir a CPI, escolhendo um outro senador. Afinal, como se sabe, tanto o presidente quanto o relator são eleitos.
Plano A
Enquanto tenta emplacar um presidente na CPI, o governo trabalha com a certeza de que a leitura do pedido de comisão não garante o seu funcionamento. Os líderes governistas vão trabalhar para que, enquanto o Senado estiver em sessões remotas, ocorra com esta CPI o mesmo tratamento da comissão das Fake News e da CPI da Chapecoense, ambas suspensas até o retorno das sessões presenciais.
Risco existe
Os senadores estão com medo de que o retorno das sessões presenciais leve àquela situação da retomada dos trabalhos, em fevereiro, quando pelo menos três senadores terminaram contaminados pela covid. Um deles, Major Olímpio, morreu.
Inclua-me fora dessa…
O presidente do Senado já foi aconselhado a consultar especialistas em epidemiologia para se amparar tecnicamente em pareceres sobre os riscos de uma CPI funcionar presencialmente neste período de pandemia.
… e desta
Ao fixar um prazo de 10 dias para que os líderes partidários indiquem os senadores que vão compor a CPI da covid, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, age para evitar ser acusado de correr solto e, depois, ser acusado de protelar ainda mais a instalação.
Enquanto isso, na Câmara…
Servidores estão apavorados, porque deputados têm permitido o ingresso de convidados — prefeitos, vereadores e outros —mesmo diante da determinação da Mesa Diretora de que não se libere o ingresso de visitantes na Casa. Ontem, circulou no WhatsApp dos servidores uma montagem fotográfica, com cruzes e tumbas ao longo do anexo III da Câmara.
O Biden brasileiro/ Os emedebistas apostam em Michel Temer, mas o ex-deputado Eduardo Jorge (PV) torce por Tasso Jereissati (PSDB-CE). Esta semana, nas redes sociais, Eduardo Jorge lançou o nome do senador tucano e defendeu um vice mais à esquerda para compor a chapa. O tucanato fez cara de paisagem.
Por falar em Joe Biden… / Com a Earth Summit marcada para 22 e 23 deste mês pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente Jair Bolsonaro tem a desculpa perfeita para estar fora do país na data final de sanção do Orçamento deste ano. A ordem é aproveitar o evento para mostrar que o Brasil se preocupa com o desmatamento e, assim, tentar ganhar pontos para o ingresso na OCDE, pretensão que, com a saída de Donald Trump do governo, ficou mais distante, na opinião de diplomatas brasileiros.
O favorito I/ O empresariado paulista olha com certo entusiasmo para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para concorrer à Presidência da República. Jovem, não tem arestas na política e pode perfeitamente empolgar o eleitorado.
O favorito II/ Nas hostes bolsonaristas, o ministro de Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), tem sido tão elogiado e requisitado pelo presidente que, em suas redes sociais, já tem quem o apresente como possível candidato a vice numa chapa pela reeleição do presidente da República.
É por aí/ Já escolhido para a CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM) avisa: “Em relação aos estados, quem for podre que se quebre”. Ele é adversário do atual governador do Amazonas, Wilson Lima, que será um dos primeiros a ser chamado a responder sobre a situação do estado. Depois do ex-ministro Eduardo Pazuello.