Depois da divisão do G-7 da CPI da Covid, por causa da convocação dos governadores, o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, chega com duas funções: a primeira é ajudar o grupo majoritário da comissão de inquérito a obter provas de que o governo negligenciou a compra de vacinas no ano passado; a segunda é ajudar a recompor a unidade e a parceria entre seus integrantes.
Covas vem preparado para dizer que o governo federal poderia ter ajudado o Butantan a comprar mais vacinas para o Brasil, em meados do ano passado, mas não quis. Assim, praticamente encerra o capítulo das vacinas, embora ainda tenha audiências previstas com representantes da Janssen e da Sputnik V.
Não vou, talkey?
O pedido de convocação de Jair Bolsonaro à CPI da Covid é mais uma jogada política, que não irá para frente no colegiado. Não será aprovado. Ainda que fosse, o presidente avisou que, se for convocado, não comparecerá. Afinal, tem a prerrogativa de responder por escrito.
Junto ao núcleo mais próximo de Bolsonaro, continuam altas as apostas de que ele e o filho, o senador Flávio Bolsonaro (RJ), irão para o Patriotas. O presidente só mudará esse rumo se perceber que precisa estar filiado a um partido grande. Neste caso, a escolha será pelo Progressistas do senador Ciro Nogueira (PI). A volta ao PSL está descartada.
Trampolim, não!
O PSL saiu da lista de prioridades porque o presidente não quer servir de combustível para auxiliar a reeleição da deputada Joice Hasselmann (SP) e outros ex-aliados. Aliás, 2022 desponta como uma eleição que testará o bolsonarismo.
Aliança carioca
A presença do presidente na filiação do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, ao PL, foi um sinal de que os dois estarão juntos em 2022. O PL e o Progressistas, ambos “centrão-raiz”, são hoje os maiores lastros de Bolsonaro.
Feliz feito um vacinado/ A ala governista nunca foi tão feliz na CPI da Covid. Com a convocação dos governadores, eles consideram que está instalado o vírus da discórdia entre os integrantes do colegiado.
Dito e feito/ Os governistas têm razão de estar contentes. Em conversas reservadas, os integrantes do G-7 já dizem com todas as letras que o presidente Omar Aziz (PSD-AM, só faz o que quer. Ontem, por exemplo, aprovou apenas uma parte do que estava combinado.
Reação à venda da Eletrobras/ Mais de 20 mil pessoas se manifestaram contra a privatização da Eletrobras no e-Cidadania, no site do Senado. Elas votaram na ideia legislativa “Proibir a Privatização da Eletrobras”, uma iniciativa dos empregados da estatal, em contraponto à medida provisória que abre caminho à venda da empresa. Com a adesão, a proposta foi convertida na Sugestão Legislativa 13/2021, que passou à fase de consulta pública, tramitando na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.
Enquanto isso, no Banco do Brasil… / Depois da saída de José Maurício da Previ, o fundo de pensão da instituição, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil está de olho na troca de comando do fundo de pensão. “O Banco tem o direito de trocar, ninguém questiona isso, mas é preciso que seja por um funcionário de carreira. Sabemos que um funcionário de carreira é comprometido com o patrimônio que a Previ representa, não representará um partido político”, diz o presidente da Anabb, Augusto Carvalho.
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