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Bolsonaro: “Não vejo mal em um garoto de 8, 9, 10 anos, com um responsável do lado, atirar”

Durante café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira (23/5), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que retificou o decreto das armas depois de ouvir as considerações do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e do Comandante do Exército, Edson Pujol. O presidente disse também que fez as modificações para evitar “perder” o texto.

Leia também: Bolsonaro sobre privatizações: “Na Caixa e no BB, não pretendo mexer”

Bolsonaro, no entanto, deixou claro que não concorda com todas as modificações feitas. Citou especificamente a restrição de menores de 14 anos para a prática de tiro esportivo, medida adotada na nova versão. “Meus filhos atiraram desde muito cedo. Não vejo nada de mal em um garoto de 8, 9, 10 anos, obviamente com uma pessoa responsável do lado, atirar. É ensinar que arma é perigosa”, afirmou, acrescentado que “se vê criança com fuzil no Rio de Janeiro”, numa clara referência aos menores cooptados pelo crime organizado.

O presidente mencionou ainda que é a favor da liberação (das armas) e que considera a arma de fogo uma forma de dissuadir, por exemplo, uma possível invasão a domicílio.

Viagem ao Nordeste

Paralelamente à questão das armas, o presidente também está dedicado esta semana à preparação da sua primeira viagem ao Nordeste. Ele irá acompanhado de, pelo menos, seis ministros, que apresentarão um pacote de propostas do governo para a região, em especial, piscicultura e turismo.

Na reunião com a bancada nordestina ontem, o presidente citou ainda que o governo estuda um projeto que “arrecadará mais” e com o qual até a oposição concordaria. Perguntado sobre a proposta, ele deu apenas uma dica: usou a expressão “atualização patrimonial”.

“Não posso entrar em detalhes. É um anteprojeto ligado à Previdência, de atualização patrimonial. Dará um aporte de caixa semelhante, mas não é substituto da Previdência”, disse o presidente, que mantém a reforma previdenciária como o primeiro impulso de seu governo à recuperação fiscal e econômica do país.

Reformas e empregos

Bolsonaro disse ainda acreditar que o mercado de trabalho será reaquecido com a reforma da Previdência, mas evitou citar números sobre quantos empregos pode criar. E lembrou da reforma trabalhista: “Se não tivéssemos feito, estaria pior”. “O salário é pouco para quem recebe e muito para quem paga”, afirmou o presidente.

Ele disse ainda o governo apostará na reforma tributária e prepara um projeto para ser apensado ao que tramita hoje na Casa e foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara ontem. “Sabemos que a reforma 100% legal (no sentido de ideal) não passa. Vamos fazer, então, uma boa reforma”, disse o presidente.

Denise Rothenburg

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