Eu tenho um prazer especial em saber a origem e o significado do nome de um vinho ou de uma vinícola. É comum descobrir deliciosas histórias como a que encerra a grife Norton do país vizinho. Chamava-se Edmund James Palmer Norton o engenheiro inglês enviado à Argentina para construir o que até hoje é uma obra prima da engenharia do continente sul-americiano: a ferrovia Mendoza-Chile que atravessa os Andes.
Terminada a obra, o inglês estava enamorado de uma mendocina, cujo pai era proprietário de terras. Norton casou com ela e deu início ao plantio de vinhedos até fundar a empresa em 1895. Quase cem anos mais tarde, a bodega como é chamada vinícola em espanhol, foi vendida para outra família igualmente ícone em sua atividade: os Swarovski, que a compraram incorporando mais um cristal a sua brilhante coleção. São eles que administram a Norton, responsável pela produção de bons vinhos argentinos exportados para 122 países, inclusive o Brasil.
Quem assina os rótulos é Davi Bonomi, eleito melhor enólogo da Argentina em 2020, que esteve em Brasília semana passada para apresentar três malbecs, além de um chardonnay de ótimo preço (R$ 90) e um cabernet franc Altura, com toque de menta (R$ 139). Entre os malbecs, destaque para o Altura vindo de um terroir muito especial no Valle de Uco a 1.100 metros de altitude. O preço médio é R$ 159. Tem na Porto a Porto, telefone: 3797-6699.