WhatsApp Image 2022-10-13 at 18.22.06 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Donos do restaurante Pollyana Dahãs e Wady Dahãs.

Delícias do Círio de Nazaré em restaurante típico paraense

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Pelo menos uma semana antes do segundo domingo de outubro, já exalam de todas as cozinhas das casas e apartamentos de Belém do Pará, o cheiro bastante peculiar das folhas moídas da mandioca brava sendo cozidas num longo processo capaz de anular o cianeto para dar origem a uma pasta de coloração verde escura, que se chama maniva, e vem a ser o principal ingrediente da maniçoba. Considerada a feijoada paraense, porque leva carnes bovinas e suínas, a iguaria é a mais típica comida do Círio de Nazaré, uma festa católica em homenagem à santa padroeira da capital do estado, que reuniu no domingo (9/10) dois milhões de pessoas nas ruas durante procissão.

Com a devoção vem a fartura da mesa, na qual nenhum paraense deixa de comemorar, esteja onde estiver. “Por aqui passaram mais de 600 pessoas no almoço”, informou Wady Dahás, proprietário do restaurante Du Pará (714 Norte, Bloco G), que ofereceu domingo o cardápio tradicional da data: casquinho de caranguejo, pato no tucupi, maniçoba servida com arroz e tacacá. “Diante da complexa e demorada execução da maniva, hoje já se pode encontrar o ingrediente pronto”, adianta a esposa, Pollyana Dahás, autora do menu e das receitas servidas na casa. Lá mesmo, estão disponíveis porções congeladas de maniçoba, vatapá e caruru.

Foi ela quem decorou o ambiente de 120 lugares distribuídos no salão interno e varanda com motivos alusivos à festa e montou sobre um aparador a imagem da santa, os barcos, as fitas, e as flores amarelas e brancas, que caracterizam o evento, além de uma relíquia: um pedaço da corda usada pelos devotos na celebração em Belém. Também não faltaram os escudos dos dois principais times do futebol paraense: Paysandu e Remo.

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Até o domingo 23 de outubro, encerramento do Círio de Nazaré 2022 – que, em Belém voltou depois de dois anos sem romaria devido à pandemia –, você encontrará a imagem de Nossa Senhora no altar, e na mesa, a exclusiva atração gourmet, que é a ave caipira assada por quatro horas no forno antes de imergir no delicioso caldo, misto de jambu e tucupi, sabor exótico e raro capaz de elevar a alma de qualquer mortal ao céu.

Ampliação

Aberto em outubro de 2015 numa única loja do Bloco G da 714 Norte, desde o início o Du Pará funcionou, mais que um restaurante como reduto de paraenses, e chegou até a dar filhote. Em maio de 2019, o casal Dahás inaugurou filial na 509 Sul, ao lado do extinto Mercado Municipal. Durou pouco porque o lockdown de 2020 inviabilizou vida longa, “embora tivéssemos funcionado com delivery por três meses ainda”, lembra Pollyana.

Naquele tempo, vagou a esquina do endereço da Asa Norte e o casal rapidamente comprou o ponto e se bandeou para o espaço maior com melhor visibilidade. O foco continua sendo o almoço com os pratos do Norte, como vatapá tradicional, vegano e de frango, todos por R$ 25 a porção grande, mesmo preço do caruru. Acompanhada de arroz a maniçoba sai por R$ 30 com opção para a versão vegana feita de carne de jaca e linguiça de soja.

Funciona todos os dias, a partir das 11 horas, sendo que de segunda a sexta o serviço vai até as 20h. Sábado, domingo e feriado encerra uma hora mais cedo. Telefones: 3967-4007 e 99962-0931 (whatsapp)