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Treino & jogo

Mal terminou a votação da Proposta de Emenda Constitucional sobre o teto de gastos em primeiro turno, petistas e antigos aliados da presidente Dilma Rousseff decidiram que o melhor a fazer no momento é cumprir tabela nesse tema e centrar fogo na reforma da Previdência, um assunto que cala fundo no coração de todas as famílias. Para completar, vai ferver em 2017, mais perto das eleições de 2018. No PT, há quem se refira a esse debate como a “porta da esperança para o partido”.

É aí que o governo terá que ter todo o cuidado na estratégia de comunicação da proposta, para não soar como o fim dos direitos. É dessa reforma, avaliam muitos, que sairá o discurso para as eleições.

Próxima temporada
Passado o teto de gastos, o governo começará a dizer que todo esse esforço inicial será em vão se não houver uma mudança em relação às regras para aposentadorias e pensões, em especial, a idade mínima. Essa será a narrativa para embalar a reforma da Previdência.

Alvo I
Inicialmente, os governistas jogaram no PT a responsabilidade por não votar a proposta que dá um pedaço das multas da repatriação para os estados. Porém, nos bastidores, todos apontavam para o governo, que não mobilizou seus mais 350 votos. Estão todos aguardando para ver quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, partirá com toda a sua força para cima do líder André Moura (PSC-SE), a quem muitos líderes tratam até hoje como o homem de Eduardo Cunha.

Alvo II
Quem viveu os tempos de Cunha presidente da Casa não se esquece que, no início de 2015, o então líder do governo, Henrique Fontana, perdeu o cargo porque não conseguia conviver com o todo-poderoso comandante da Casa. Agora, é o aliado de Eduardo Cunha que vive o mesmo problema.

Manguinhos versus BR
A Refinaria de Manguinhos recorreu à Justiça para obter informações sobre todos os repasses financeiros da BR Distribuidora ao Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis) entre 2006 e 2016. A informação havia sido pedida extrajudicialmente, ou seja, de forma amigável. Porém, a resposta da subsidiária da Petrobras foi parcial. A BR Distribuidora admitiu ter pagado 758 mil reais em contribuições sindicais na última década e alegou que os demais repasses são sigilosos.

CURTIDAS

Virou padrão/ Os governistas agora sempre fazem a seguinte conta quando se trata da aprovação de projetos na Casa: Não pode ser abaixo do placar do impeachment, 367 votos. Ontem, foram 366, com todo o esforço e a ajuda de alguns favoráveis ao antigo governo, caso de Sílvio Costa (PTdoB-PE).

Feitiços & feiticeiros eleitorais I/ Ainda que o PT esteja enroscado na Lava-Jato, os aliados do candidato petista à prefeitura de Recife, João Paulo Lima, recorrem à operação para tentar ampliar votos no segundo turno. Numa mensagem apócrifa encaminhada por WhatsApp, simpatizantes do petista distribuem acusações contra o prefeito-candidato em 12 tópicos, que vão desde a citação de Geraldo Júlio na lista da Odebrecht até menções sobre o avião da campanha de Eduardo Campos.

Feitiços & feiticeiros eleitorais II/ A mensagem termina assim: “Você pode até não votar em João Paulo, agora, cuidado para não ter a decepção de ver a Polícia Federal a qualquer momento amanhecer na porta da casa de Geraldo Júlio”.

Seguro & estômago/ Como se não bastasse o jantar no Alvorada na noite de domingo, os deputados tiveram outra comilança na noite seguinte. Enquanto a votação dos destaques da PEC dos gastos públicos rolava no plenário, a sala de café anexa de transformou num self-service. As excelências consumiram 10 Kg de feijão tropeiro, 15 kg de arroz, 30 Kg de mandioca, 20 Kg de frango, 30 Kg de carne de solo, três leitoas e 20Kg de costela de porco. Fora o torresmo e os doces caseiros. Toda essa comida foi levada pelo deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), que decidiu brindar os colegas com um jantar para que ninguém saísse dali na hora da votação. Deu certo.

No mais…/ Que Nossa Senhora Aparecida nos ilumine! Hoje e sempre! Feliz Dia das Crianças!

Denise Rothenburg

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