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Coluna Brasília-DF
Os padrinhos dos novos ocupantes de cargos considerados “top de linha” do governo vão muito além dos líderes do Centrão. O Banco do Nordeste (BNB), por exemplo, tende a se transformar numa “joint venture” entre uma parte do PL de Valdemar Costa Neto e o PTB de Roberto Jefferson, o responsável pela indicação de Alexandre Borges Cabral para comandar a instituição.
Os líderes do PL tentaram por três vezes emplacar alguém que fosse indicado apenas pelos seus, mas a nomeação saiu somente depois de o governo fechar também com o PTB — que, aliás, já havia indicado Cabral para a Casa da Moeda, no governo de Michel Temer, pelas mãos de dois deputados à época, Jovair Arantes e Nelson Marquezelli.
Da mesma forma que agora o governo usa o PL como “barriga de aluguel” para indicar um aliado do PTB, Arthur Lyra, o líder do PP, cedeu a indicação do chefe do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) ao PL pernambucano e ao Avante, como forma de atrair aliados para a sua campanha pela Presidência da Câmara. E as indicações ainda não acabaram. Outros cargos virão.
Em tempo: Roberto Jefferson diz que não teve nada a ver com nenhuma das duas indicações de Cabral. Afirma que nem sabe quem é.
Foca no Celso
A mensagem que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello enviou a amigos, preocupado que ocorra no Brasil o que houve na Alemanha, com a destruição da democracia pelos nazistas, desviou o foco dos apoiadores do presidente: agora, é primeiro Celso de Mello, depois Alexandre de Moraes.
Sem intermediários
O PP de Ciro Nogueira não aceitou dividir o FNDE com outros partidos. Pelo menos até aqui, a indicação do novo comandante do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação foi da lavra de seu presidente, o senador Ciro Nogueira (PP-PI)
Continhas
Com o Centrão, Bolsonaro espera fechar 280 votos em seu favor na Câmara dos Deputados. Assim, avaliam aliados do Planalto, não tem impeachment que prospere.
Outros cálculos
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tem dito que o governo pode participar da eleição da Presidência da Câmara. O último que tentou isso acabou perdendo apoios. A preços de hoje, é impossível fechar um nome e deixar todos os aliados de Bolsonaro satisfeitos.
CURTIDAS
Juiz versus capitão/ Ao responder às provocações de Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro chama o presidente para o ringue. Entre o dois, em termos de serviços prestados ao país, a biografia de Moro tem mais substância. Bolsonaro, afinal, ao longo de 28 anos de mandato, não teve qualquer projeto que levasse a sua marca.
Enquanto isso, no combate à pandemia…/ O fato de a Organização Mundial de Saúde (OMS) dizer que a América do Sul ainda não atingiu o pico da pandemia da covid-19 deixou muita gente com receio de que a retomada das atividades normais, em algumas cidades brasileiras, esteja ocorrendo antes da hora. Preocupante.