Congressistas com a pulga atrás da orelha

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Crise entre os Poderes, Eleições, Eleições 2026, GOVERNO LULA, Lula, MDB, Política, PSDB, Segurança Pública, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada na terça-feira, 2 de dezembro de 2025, por Denise Rothenburg 

Crédito: Caio Gomez

Os parlamentares do centrão logo associaram ao bordão da esquerda e de muitos sindicatos, “Congresso inimigo do povo” , o fato de o presidente Lula usar a expressão “governo ao lado do povo” em seu pronunciamento do último domingo, sobre a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Ainda que Lula tenha se referido à aprovação da proposta por unanimidade no Parlamento, não houve, no pronunciamento, um agradecimento especial aos relatores Arthur Lira e Renan Calheiros e tampouco aos presidentes das duas Casas, Hugo Motta e Davi Alcolumbre.

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O que vem por aí/ Os reflexos desse pronunciamento, visto como um estímulo à luta de classes e de “ricos contra pobres ou nós contra eles” em pleno domingo, serão muitos. A desconfiança está instalada no centrão, grupamento do qual Lula precisa para aprovar as propostas que faltam até a eleição. O presidente, porém, sabe que esses partidos do centro não têm preferência pelo PT, seja com ou sem Lula. Por isso, o seu governo fará o que considera mais produtivo: Colocar-se ao lado do povo. Foi isso que lhe garantiu a reeleição e a vitória de Dilma Rousseff em eleições passadas. E, como os presidentes das duas Casas não estão no rol de legendas que pretendem seguir com Lula, entraram, na visão do Planalto, no rol dos “amigos, amigos, eleição à parte” .

Primeiro de muitos

A briga pública dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro com a ex-primeira-dama Michelle, por causa das alianças estaduais e federal, está apenas começando. Com Jair Bolsonaro fora do jogo e impedido de conversar a qualquer momento com toda a família, que se acha a solução para o país, os entreveros tendem a se repetir.

Chapa forte

Fora da família, muita gente defende que a composição mais promissora para 2026 sería uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o de Minas Gerais, Romeu Zema, de vice. É mais ou menos o que fez Lula, em 2002, quanto foi candidato a presidente com José Alencar na vice. A dupla venceu o PSDB, que passava por um desgaste de material depois dos oito anos do governo FHC.

A segurança e o PT

O Partido dos Trabalhadores vai comprar a briga contra aqueles que colocam a operação do Rio de Janeiro como “um sucesso” . É o que mostra o discurso do presidente do partido no seminário que debate a segurança pública. “121 corpos negros espalhados no chão mostram que o Estado falhou. Devemos ter vergonha e não fazer como a sociedade” , disse Edinho Silva. O partido quer políticas públicas que ganhem os jovens cooptados pelo crime organizado.

Por falar em segurança…

Muita gente no próprio PT considera que Lula errou ao não recriar o Ministério da Segurança Pública. Porém, diante do crescimento dos tentáculos do crime organizado no país, há quem diga que o desgaste seria maior.

CURTIDAS

Crédito: Vinicius Bessa

A agenda esperada/ A expectativa da semana está em torno de um possível encontro entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Há quem diga que a relação só distensiona depois dessa conversa. Sem Lula e Alcolumbre acertarem os ponteiros, a caminhada do Advogado Geral da União, Jorge Messias, rumo ao STF ficará muito mais difícil.

Presente brasileiro/ O Presidente da França, Emmanuel Macron, recebeu no Palácio Eliseu, em Paris, uma escultura da artista plástica Bia Doria, durante visita de empresários à sede do governo francês, organizada pelo ex-governador João Doria, esta semana. (foto) Mayara no jogo/ A primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha Rocha, tem participado ativamente da vida política da base do governador Ibaneis Rocha. Ontem mesmo esteve em um almoço da secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, com a cúpula do Podemos. Ana Paula está em busca de um partido para concorrer no ano que vem.

Aliás…/ Até aqui, o MDB conta com o apoio de todos os partidos da base aliada à candidatura de Ibaneis Rocha ao Senado. A avaliação de muitos é a de que quem terá a palavra final sobre isso é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Apesar da briga com os filhos por causa das candidaturas estaduais, o Distrito Federal é considerado terra dela.

Tarcísio-Michelle e Lula-Tebet

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Coluna Brasília-DF publicada no sábado, 4 de outubro de 2025, por Luana Patriolino com Eduarda Esposito

Crédito: Kleber Sales

O ex-presidente Jair Bolsonaro começa a admitir a possibilidade de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se tornar a vice do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma eventual chapa ao Palácio do Planalto, em 2026. Para bater de frente, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem a ministra do Planejamento, Simone Tebet, como companheira do petista, no ano que vem. Para eles, apenas um nome feminino pode dar o peso necessário na disputa presidencial.

Vai ou não

Ainda é um mistério sobre quem vai compor a chapa da direita. No mês passado, Michelle deu entrevista ao jornal inglês The Telegraph e prometeu “se levantar como uma leoa para defender os valores conservadores”. Dias depois, no entanto, recuou ao defender a candidatura de seu marido, que está inelegível, mas que insiste em se dizer pré-candidato a presidente da República.

Sem pressa para sair

O prazo colocado pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), para que André Fufuca deixe o comando do Ministério dos Esportes termina na terça-feira. No entanto, o chefe da pasta não tem demonstrado pressa para sair e atua para emplacar um sucessor. A situação tem deixado todas as partes desconfortáveis. Nos bastidores, a avaliação é de que Fufuca está se queimando com todas as partes por causa da indefinição.

Punições

Caso não deixe o ministério até a data determinada, Fufuca ficará sujeito a punições internas na legenda, como a perda do comando do diretório do PP no Maranhão. Mesmo com a ordem do partido, ele não deu indícios de que pretende sair do governo e declarou voto em Lula nas eleições de 2026.

Cerco contra as bebidas

O Congresso quer tramitar, rapidamente, o projeto de lei que aumenta a fiscalização em bebidas alcoólicas para evitar casos como os recentes, de morte e internações por destilados contaminados por metanol. Deputados e senadores avaliam que, assim que o projeto chegar ao plenário, será aprovado como resposta rápida ao crime de adulteração. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), definiu um relator: deputado Kiko Celeguim (PT-SP). Ele foi demandado a ter dedicação exclusiva ao caso.

Por falar nisso…

A Secretaria de Saúde de São Paulo está disponibilizando, desde ontem, 2 mil novas ampolas de álcool etílico absoluto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. Além desse reforço, havia 500 unidades em estoque nos serviços de referência do estado. “As primeiras horas após a ingestão de bebida alcoólica contaminada são decisivas para salvar vidas e o estado de São Paulo está preparado com estoque do antídoto contra intoxicação por metanol”, disse o secretário Eleuses Paiva.

Igualdade racial

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou o relatório final do Grupo de Trabalho Memória da Escravidão e Liberdade, iniciativa voltada à preservação e à promoção da equidade racial. O objetivo é articular memória e justiça por meio da preservação e da difusão de acervos relacionados à escravidão, ao racismo e às lutas de pessoas africanas escravizadas e seus descendentes por liberdade e cidadania.

Histórico

O relatório do CNJ identificou que 14 tribunais têm políticas para acervos dos séculos 18 e 19 e oito mantêm ações específicas sobre documentos relacionados às pessoas escravizadas. Quinze realizam digitalização dos documentos, com destaque para o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), que é 100% digital. Além disso, 30 Cortes desenvolvem ações educativas e culturais e mantêm parcerias, sobretudo com universidades, para preservação da memória.

Abes Summit 2025

A Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) promove, na quarta-feira, em São Paulo, um evento para pautar a agenda estratégica do país no setor de tecnologia. Estarão presentes o secretário de Governo e Relações Institucionais de SP, Gilberto Kassab, e o vice-governador Felício Ramuth. “Vivemos um momento singular, em que tecnologia, sustentabilidade e geopolítica se entrelaçam de forma indissociável”, destaca Andriei Gutierrez, presidente da Abes.

Esquerda, volver

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Congresso, Economia, Eleições, Orçamento, Política, Senado, STF

Coluna Brasília-DF publicada na quinta-feira, 25 de setembro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Os partidos de centro estão para lá de desconfiados de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se reeleito, dará uma guinada à esquerda. O que reforçou essa desconfiança foi o discurso que fez no encontro em defesa da democracia, nas Nações Unidas, ontem, com referências à necessidade de a esquerda corrigir seus erros e se reaproximar da população. Integrantes desses partidos, que têm voz e poder perante as agremiações, somam a isso a intenção de colocar o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) no núcleo de ministros palacianos. Por isso, um pedaço expressivo do MDB e as demais legendas de centro não pretendem seguir com Lula numa campanha reeleitoral. Desde já, muitos afirmam que, se o presidente quiser apoios, terá que abrir espaço no núcleo de poder.

Crédito: Maurenilson Freire

Desconfiança impera/ A avaliação geral é de que, se em 2022, quando venceu por pouco, Lula restringiu os ministérios do núcleo central de governo ao PT, numa reeleição essa restrição será reforçada. Até agora, o presidente não disse o que fará. Mas está cada vez à vontade com o mando de campo. E certo de que os ventos estão mudando a seu favor.

Contas eleitorais

Nos bastidores do Congresso, tem muito deputado pedindo agilidade para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) até o fim de novembro — já prevendo ao menos duas sessões do Congresso para aprovação e derrubada de vetos presidenciais. E a razão é o empenho das emendas em ano eleitoral. As excelências estão com medo de começarem 2026 com 1/12 avos do orçamento do ano que vem, o que prejudicaria a liberação dos recursos e agrado aos prefeitos antes das campanhas eleitorais. As emendas só podem ser pagas até junho por causa do “defeso eleitoral”. Um recorde, mas… Se conseguirem cumprir essa vontade, será inédito. Geralmente, deputados e senadores aprovam tudo às vésperas do Natal. Isso quando não deixam para o ano seguinte. Até aqui, o relatório da LDO de 2026, que deveria ser votada até julho, nem sequer foi apresentado.

Novela da MP

O governo está tendo dificuldade em fechar um acordo para aprovar a medida provisória (MP) que aumenta a tributação de bets, fintechs e afins. O que está impedindo um consenso entre os partidos é a tributação da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). A bancada do agro quer manter a isenção, mas o governo sugeriu 7,5% de tributo, para conseguir, ao menos, 5%. Nos bastidores, os deputados comentam que, se o governo abrir mão do papel, o relatório será aprovado na terça-feira que vem. O maior problema é o risco de a MP caducar, uma vez que o texto tem validade prevista até 8 de outubro.

Azedou de vez

Os deputados — leia-se o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e alguns líderes partidários — ficaram irados com o fato de os senadores enterrarem a PEC da Blindagem com discursos ofensivos, do tipo os “colegas da Câmara” têm medo de investigação, “estão com o bicho na reta” — e por aí vai. A unanimidade deixou a certeza de que os senadores consideraram que “houve excessos” por parte da Câmara. A Casa comandada por Motta vai aguardar a hora para revidar o que considerou ofensas.

Ciumeira no PL

O almoço do governador Ibaneis Rocha (MDB) com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, causou alvoroço. Alberto Fraga (PL-DF) foi à tribuna dizer que quando Valdemar quisesse tratar de assuntos de Brasília, procurasse a bancada. Valdemar foi a Ibaneis pedir apoio ao encontro das Apaes. Obviamente, a conversa foi além e tratou da chapa para 2026.

Michelle, curinga do PL

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é, hoje, forte candidata ao Senado no DF, mas ninguém descarta que ela possa assumir uma vaga de vice, numa chapa à Presidência da República encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Se a construção for por aí, a candidata ao Senado será a deputada Bia Kicis (PL-DF).

CURTIDAS

Torcida/ Dia desses, um deputado bolsonarista raiz chegou à sede do PL e, numa roda de conversa, comentou: “Estou torcendo para Bolsonaro ir para a Papuda”. Quando os colegas o repreenderam, ele foi logo se explicando: “Gente, se isso acontecer, ele vai para 55%, 60%. Elege até um poste”.

Revolta não passou/ Bastou o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciar que havia colocado a medida provisória dos “agora tem especialistas” em pauta para a turma ligada às redes sociais cair em cima. O comentário mais suave dizia “agora você lembra do povo, né?”. Não faltaram impropérios com referencias à PEC da bandidagem.

Esqueceu o idioma/ Durante o seu depoimento na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse que mal se lembrava de como falar português por estar há meses se comunicando em italiano.

Foco na bioeconomia/ O Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia será discutido nesta quinta-feira em audiência pública na Câmara dos Deputados presidida pelo deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).  A proposta está recebendo sugestões por meio de consulta pública até o início de outubro. De acordo com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), ele pode injetar US$ 592,6 bilhões ao PIB até 2050 e reduzir as emissões nacionais de gases de efeito estufa em 65%.

O papel de Michelle no jogo eleitoral

Publicado em Eleições

Blog da Denise publicado em 19 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O destaque à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como representante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na posse do republicano Donald Trump, nesta segunda-feira, em Washington, é visto por aliados do ex-presidente como uma mensagem clara de consolidação de um protagonismo político dela para compor o portfólio eleitoral de 2026. Inicialmente, o plano era uma candidatura ao Senado pelo Distrito Federal. Mas, nada impede que ocupe uma vaga de vice numa chapa presidencial para fortalecer a posição do marido, caso Bolsonaro continue inelegível. Há, inclusive, uma avaliação interna de que os filhos de Bolsonaro, volta e meia, se envolvem em polêmicas que afastam grupos de eleitores mais ao centro, em especial, as mulheres. Não é o caso de Michelle. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, tem dito a amigos que Michelle tem traquejo e carisma para a política. Bolsonaro, porém, vai se manter no papel de pré-candidato enquanto puder, a fim de ter o poder de definir o nome do PL para o Planalto no ano que vem.

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E por falar em DF…/Em todas as rodas do Governo do Distrito Federal, há um consenso de que, a preços de hoje, está certa a candidatura da vice-governadora, Celina Leão (PP), à sucessão do governador Ibaneis Rocha (MDB).

Amigos, amigos…

…negócios à parte. Por mais que Jair Bolsonaro se apresente como um “best friend forever” de Donald Trump e aposte nessa relação para ganhar mais respaldo em busca de elegibilidade, o Brasil não está nas principais preocupações de Trump. A economia dos Estados Unidos, a guerra em Gaza, a relação com a China e o conflito Rússia-Ucrânia já são problemas suficientes para este início do segundo governo do empresário.

Enquanto isso, por aqui…

A reunião ministerial desta segunda-feira será o momento de o primeiro escalão listar as entregas que podem ser feitas no segundo tempo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, dará ao ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Sidônio Palmeira, matéria-prima para apresentar daqui até o fim de 2026.

Mês das noivas

Todos os ministros têm projetos. O que falta mesmo é o Orçamento de 2025 aprovado para poder deslanchar as propostas. Se a votação ficar para depois do carnaval, só lá para maio é que o governo terá condições de liberar os recursos.

Por falar em Orçamento…

Enquanto um grupo de parlamentares vai a Washington para a posse de Trump e outros à Suíça para o evento do Lide/ Veja, em Zurique, e para o Fórum Econômico Mundial, em Davos, outro volta para Brasília a fim de organizar a reação ao Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria ainda não engoliu as decisões do ministro Flávio Dino.

Ressurgimento da indústria/ Com a sanção da reforma tributária, o relator na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG) acredita que a indústria brasileira vai crescer. “A indústria já teve 4% do Produto Interno Bruto (PIB) no mundo caiu para 1,2% e foi por causa do sistema tributário com o mundo aberto e global. Agora, tem tudo para retomar o seu papel”, afirmou à coluna.

Resposta bem mineira/ Perguntado sobre a perspectiva de virar ministro daqui a alguns dias, quando deixará a Presidência do Senado, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) riu e disse que não sabia de nada: “Tudo pode acontecer ou nada pode acontecer”. Pacheco saiu rindo ao lado do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Esta semana, Pacheco estará em Zurique, na Suíça, para o Brazil Economic Forum, promovido pelo grupo Líderes Empresariais (Lide), fundado pelo ex-governador de São Paulo João Doria.

A exceção da regra/ Agora é oficial. Em atos do governo, o tempo de discurso será de apenas 5 minutos para poupar tempo das solenidades. Só tem um probleminha. O próprio presidente não cumpre esse tempo.

PL presente/ A comitiva brasileira para a posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, vai muito além da embaixadora Maria Luiza Viotti. A deputada Bia Kicis (PL-DF) já está em Washington para acompanhar tudo de perto, com um grupo de deputados do PL. Em suas redes sociais, ela ressaltou como o evento mais importante para os conservadores.

 

 

Ao manter Juscelino, Lula tenta evitar desgaste com o União Brasil

Publicado em coluna Brasília-DF

Ao manter o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, ao mesmo tempo em que o caso será avaliado na Comissão de Ética da Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta sair da linha de desgaste junto ao União Brasil. De quebra, ainda cobra fidelidade à bancada.

Só tem um probleminha: a turma do União que não deseja votar com o governo não está nem aí para o destino dos ministros. Pior: se sente bem desconfortável com a pressão exercida pelo presidente da República.

Para completar, a fala do presidente da Câmara, Arthur Lira, na Associação Comercial de São Paulo (ASCB), sobre o governo não ter base parlamentar para aprovar a reforma tributária, foi lida por muitos petistas como o seguinte recado ao Palácio do Planalto: “Não desagrade o Centrão, senão vai ficar pior”.

Tudo o que ele disser…

…poderá ser usado contra o próprio. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro dizem que deve começar a se preparar para depor no caso das joias. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que esta no Brasil, já começou a se preparar e vai defender que tudo seja devolvido à Arábia Saudita — que remeteu os presentes.

Veja bem
A posição de Michelle, de sugerir a devolução dos conjuntos, pode se tornar uma faca de dois gumes. Há o risco de que alguém do Judiciário possa concluir que era um presente pessoal, e não mimo ao Estado brasileiro, como afirma o ex-presidente.

Para bons entendedores…
…meia palavra basta. No mesmo programa, Cármen Lúcia defendeu o direito constitucional de Lula escolher quem achar melhor para substituir a atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, que se aposenta em outubro. Mas deixou claro que considera necessário que as mulheres ocupem maiores espaços no Judiciário.

Receita de bolo/ A bancada do União Brasil não está lá muito satisfeita com a federação entre os dois partidos ser decidida na base do quem manda em cada estado. A ideia, agora, é tentar contornar a situação elaborando uma lista de bandeiras para a federação, proposta pelo deputado Danilo Forte (União Brasil-CE).

Feminicídio em pauta/ O crescimento exponencial do assassinato de mulheres será tema do debate de hoje, do Correio Braziliense, de 14h a 18h. A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco — escolhida pela revista Time, na semana passada, como uma dos nomes femininos de 2023 —, participam da abertura.

Senadores autores/ Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) autografam, hoje, o livro A Política contra o Vírus, com os bastidores da CPI da Covid. O lançamento será na Livraria da Travessa, do CasaPark, a partir das 19h.

Base aliada será testada a partir de maio

Publicado em coluna Brasília-DF

O governo fez as contas e considera que a base aliada só será testada mesmo em maio, quando vencem as primeiras medidas provisórias (MPs) assinadas por Luiz Inácio Lula da Silva. Até lá, os deputados acreditam que a pauta ficará ligada a assuntos em que o apoio ao presidente no Parlamento não será testado de forma tão consistente e o governo terá um tempo para observar como se dará a relação, uma vez que as emendas são de liberação obrigatória e o Palácio do Planalto perdeu o controle total.

Uma das principais MPs é a do Conselho de Administração dos Recursos Fiscais (Carf), colegiado no qual os congressistas tentam buscar um acordo para que o governo não seja o senhor absoluto dos julgamentos. O voto de qualidade acordado entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não foi combinado com o Congresso. Logo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou que o acordo é bem-vindo, mas o Congresso tomará suas decisões independentemente.

Pelo sim, pelo não, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, acertou uma ida ao Congresso em 28 de fevereiro, a primeira semana cheia depois do carnaval, para começar a debater esse tema. Com essas incertezas sobre a base aliada, o governo não quer deixar essa MP correr solta. Melhor começar a negociar logo o mérito do que ficar dependendo de um toma lá dá cá que, talvez, não
garanta os votos.

Eles têm a força

Lira fez chegar aos partidos que eles precisam fechar um acordo para os comandos das comissões técnicas da Casa. Até aqui, só há acordo para a Comissão de Constituição e Justiça, para onde o PT já combinou a ida do deputado Rui Falcão (SP). Se não houver um entendimento para as demais, o PL vai arrematar pelo menos três das cinco primeiras pedidas.

União sem unidade
A reunião da bancada do União Brasil desta semana virou um rosário de reclamações sobre entrevistas do presidente do partido, Luciano Bivar (PE). O primeiro a levantar o tema foi o deputado Alfredo Gaspar (AL), ao dizer que não gostou de ver o presidente do partido dizer, em uma entrevista ao jornal O Globo, que mais cargos levariam mais deputados do partido a votarem com o governo. “É a primeira vez que vejo fisiologismo progressivo”, completou outro parlamentar.

Deixa disso
Bivar não estava na reunião. Coube ao líder Elmar Nascimento (BA) aliviar a barra do presidente do partido. Ele firmou o compromisso de marcar uma reunião da bancada com a comissão executiva para que os deputados falem diretamente com Bivar.

Michelle na área/ Em sua primeira reunião como presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro juntou 12 deputadas na sede do partido. O ato que oficializará a posição da ex-primeira-dama na legenda será em março, mês do Dia Internacional da Mulher. As deputadas garantem que ela está “animadíssima” com a política.

Quem avisa amigo é/ A deputada Rosângela Moro (União-SP) anunciou em alto e bom som na bancada que não votará nada que for contra a Operação Lava-Jato. “Sou lavajatista. Fui eleita pelo princípio da Lava-Jato. Tudo que ferir a apuração de crimes de corrupção, votarei contra”, afirmou, conforme relatos de vários colegas de partido.

Campos Neto vai ligar/ O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai telefonar para Lira a fim de marcar sua ida à Câmara para falar sobre o trabalho do BC. Ele definiu que, logo depois do carnaval, vai à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Justifica-se essa primeira fala: é por lá que passa a aprovação dos diretores do BC.

Todo cuidado é pouco/ Tem alguém que tenta se passar pelo professor Paulo Kramer, que costuma produzir minicursos sobre ciência política. O sujeito oferece apostilas e vagas nas turmas virtuais. Não caia nessa. Kramer e sua secretária não dividem essa tarefa com ninguém. Nem pedem pagamento muito antecipado de cursos e apostilas.

Segurança pública entra na roda de discussão das eleições

Publicado em coluna Brasília-DF

Com ou sem atentado contra o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o tiroteio em Paraisópolis colocou a segurança pública definitivamente no rol dos temas prioritários deste segundo turno. Até aqui, em São Paulo, o assunto estava restrito às câmeras nos uniformes dos policiais. Agora, essa seara onde o próprio Tarcísio e Jair Bolsonaro (PL) nadam de braçada ingressou nas discussões e certamente entrará nos debates. É, inclusive, um dos assuntos que Sergio Moro pretende puxar nesta reta final, na reaproximação com o presidente.

Uma incógnita
Candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto tem se esquivado de dizer qual será seu papel, caso o presidente seja reeleito em 30 de outubro. Entre quatro paredes, porém, muitos dizem que será a parte de grandes projetos e militares.

Várias certezas
Na campanha de Lula, porém, Geraldo Alckmin desponta como um “Posto Ipiranga”. Há quem diga que ele cuidará da área de energia; outros mencionam os contatos com o agronegócio. Hoje, ele se reunirá com o pessoal da saúde em São Paulo. Para completar, ainda foi mencionado como o nome para a economia.

Por falar em economia…
Integrantes do mercado financeiro terminaram o domingo frustrados. Alguns dispensaram a tradicional noite paulistana da pizza em família para ver o debate entre Lula e Bolsonaro, com a expectativa de alguma resposta sobre teto de gastos e condução da economia. A noite deu água.

… eles não fazem apostas
Desconfiada das pesquisas, a turma da Faria Lima, por exemplo, acredita que a eleição está empatada e o debate da Globo, na próxima semana, é que poderia fazer a diferença para um ou outro.

Nas mãos de Michelle
A primeira-dama Michelle Bolsonaro é quem terá a tarefa de jogar para escanteio o episódio do vídeo em que o presidente fala de meninas venezuelanas e que a oposição explora no momento. Michelle percorreu o Norte e, agora, está no Nordeste, em campanha pela reeleição do marido.

Jogo empatado/ Geraldo Alckmin dizia que Lula queria voltar à cena do crime e, hoje, é vice na chapa do petista. Moro dizia que Bolsonaro mentia e, hoje, é cabo eleitoral do presidente-candidato.

Por falar em Moro…/ O ex-juiz e senador eleito pelo Paraná quer aproveitar para colocar novamente a questão dos presídios federais e da segurança pública. Não será surpresa se usar o tiroteio de Paraisópolis como gancho numa atividade de campanha com Bolsonaro. Moro tem acusado o PT de não transferir integrantes do PCC para presídios federais. E pretende continuar nessa toada pelos próximos dias. O clima está cada vez mais tenso.

A caminhada de Simone/ Detentora de 105.377 votos no primeiro turno no Distrito Federal, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) fará uma caminhada no Setor Comercial Sul de Brasília, amanhã, a partir das 16h.

Mais um do Leonêncio/ O jornalista Leonêncio Nossa lança, hoje, a partir de 19h, na Pizzaria Bacco da 408 Sul, seu mais novo livro, As guerras da independência do Brasil. Vale a leitura.

Apoios de Zema e Garcia a Bolsonaro preocupam o PT

Publicado em coluna Brasília-DF

Nada preocupa mais o PT hoje do que dois movimentos feitos em direção a Jair Bolsonaro: O primeiro foi o do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que planeja fazer campanha em favor de Jair Bolsonaro e virar o jogo para a reeleição do presidente da República. O outro é o do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que declarou apoio a Bolsonaro. Garcia, porém, não tinha saída. Era aderir a Bolsonaro ou correr o risco de ficar sozinho, vendo seus prefeitos irem para o palanque do antipetismo. Bolsonaro já havia recebido o apoio de Cláudio Castro (PL) e, agora, tem os três governadores do Sudeste.

Esses apoios têm tudo para ampliar o percentual de votos de Jair Bolsonaro. Resta saber, porém, se serão suficientes para dar ao presidente Jair Bolsonaro o caminhão de votos necessários para superar Lula. Os petistas acreditam que não ultrapassará, mas, em Minas, há quem esteja com receio de que o apoio de Zema termine por tirar votos obtidos pelo ex-presidente no primeiro turno. Quanto a São Paulo, os petistas avaliam que será difícil a ampliação dos votos. É que, até agora, aqueles que declararam apoio a Lula não prometem arregaçar as mangas neste segundo turno. Haja visto o vídeo de Ciro Gomes, que cita apenas seguir a “decisão do PDT”, sem anunciar qual foi e muito menos o nome do candidato. Não por acaso, nos últimos dias, já tem muita gente fazendo piada, referindo-se ao vídeo de Ciro como apenas um sorriso enigmático para Lula. Tal e qual o da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, muito bem instalada no Louvre, em Paris.

Sobrou para a turma de Haddad

Na reunião do PT em que os celulares tiveram que ficar de fora houve críticas à campanha de Fernando Haddad, por ter deixado o adversário Tarcísio de Freitas correr praticamente solto em São Paulo ao longo do primeiro turno. Ele andou tanto que, agora, muita gente considera que será difícil tirar a diferença.

O Cidadania apoia, mas…
O partido de Roberto Freire e Cristovam Buarque anunciou o apoio a Lula
, mas esse suporte não é unânime. “Todos os parlamentares eleitos foram contra esse apoio. Bolsonaro não é o que me representa, mas (entre ele e Lula), prefiro alguém que defende a família”, diz a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), eleita para a Câmara Legislativa do DF, ao anunciar que não votará no ex-presidente.

Se for compensação…
Dos candidatos que se apresentaram para a vaga da Câmara dos Deputados ao Tribunal de Contas da União (TCU) o único que não se reelegeu foi o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG). A aposta é a de que ele tem condições de obter os votos do colegas. A escolha deverá ser feita ainda este ano.

Só tem um probleminha
O presidente da Câmara, Arthur Lira, prometeu o cargo para várias pessoas. Vai esperar a volta dos parlamentares ao Congresso, o que ainda não ocorreu, para marcar a votação. A bancada feminina vai pleitear a vaga para Soraya Santos (PL-RJ). Os evangélicos preferem Jhonatas de Jesus (Republicanos-RR). Os dois foram reeleitos.

Antes de Damares/ Na fila para Presidência da Câmara, a bancada do agro planeja apostar na senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS) e não Damares Alves (Republicanos-DF) Falta combinar com o União Brasil, que tem Davi Alcolumbre louco para voltar ao comando da Casa. E Renan Calheiros, que é citado para o cargo, caso Lula seja eleito presidente.

Veja bem/ A candidatura de Tereza, porém, corre o risco de não emplacar, porque o PP quer priorizar a reeleição de Arthur Lira na Câmara. O mesmo partido nas duas Casas, com o PL sendo a maior bancada, não dá.

A força de Michelle/ Estudiosa dos movimentos eleitorais desde 1989, a diretora de pesquisas qualitativas do instituto Opinião, Patrícia Reis, alerta para a frase de Jair Bolsonaro, “manda quem pode e obedece quem tem esposa”, como o fator principal que resume o papel da primeira-dama Michelle Bolsonaro neste segundo turno: “Ela é muito benquista. Nesta terra tupiniquim, conseguimos o impensável, que é ter uma Michelle Obama casada com um Trump. Ou, no dizer das entrevistadas nos grupos de pesquisa, o enredo da Bela e a Fera. A frase dele é a ressonância perfeita para o arquétipo em formação, o desejo latente que, depois de tanto esforço, a Bela consiga transformar a Fera em príncipe. Mas, mesmo que não consiga, o recado mais importante foi dado: A Fera tem quem mande nela”.

Xô, Satanás!/ As campanhas de Jair Bolsonaro e de Lula apelaram na busca de votos do eleitorado religioso. Numa das peças, a senadora eleita Damares Alves é citada como alguém que fez um pacto com o coisa ruim para reeleger o presidente. Noutra, que rendeu uma ação do PT no Tribunal Superior Eleitoral, são citados posts que se referem a um satanista fazendo campanha para Lula. Santo Deus, nos livrai desse tipo de campanha baixa, vulgar e sem propostas construtivas para o país. Amém!

 

PT e Lula usam Renan para torpedear a candidatura de Simone Tebet

Publicado em coluna Brasília-DF

PT e Lula estão dedicados a evitar a profusão de candidaturas de centro e, assim, ampliar as chances de vitória no primeiro turno. O alvo da vez é Simone Tebet (MDB). É nesse sentido que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ajudou a promover a ação judicial contra a convenção que escolherá a senadora candidata, amanhã (27/7), embora não assine o pedido. A ação de Renan, porém, carece de apoios dentro do diretório nacional, que tirou o pé do acelerador no esforço pró-Lula depois das críticas diretas de Dilma Rousseff a Michel Temer. A tendência, se a Justiça não interceder, é a candidatura de Tebet ser homologada esta semana e se tornar mais uma pedra contra a decisão da eleição no primeiro turno.

Embora se preparem para dois turnos, PT e Lula agem desde o início do ano para tentar fechar a eleição no turno inicial. Primeiro, Lula atraiu os partidos de esquerda, PSol, Rede, PV, PCdoB. Restou o PDT, que manteve a candidatura de Ciro Gomes e, inclusive, já realizou a sua convenção. O segundo movimento foi em direção ao centro: atraiu Geraldo Alckmin para vice na chapa e evitou a busca de uma candidatura do PSB ao Planalto. Agora, restam o MDB e o PSD de Gilberto Kassab, que se manterá neutro no primeiro turno da sucessão presidencial. Embora muitos políticos acreditem que Lula pode vencer a eleição, a aposta geral é de que todos os fatores ainda não estão colocados e, diante dessa constatação, a eleição está em aberto.

Onde mora o perigo

Os petistas acompanham com lupa as pesquisas desta semana. Eles avaliam que, na amostra do Ipespe, Bolsonaro apresentou poder de fôlego. E, nesse sentido, se o Auxílio Brasil obtiver efeito sobre o eleitorado, vai dar ao presidente-candidato uma vantagem justamente entre os mais pobres, segmento em que Lula lidera com folga.

Até aqui, eleitor “descasou” eleição
Ao que tudo indica, o eleitor não está vinculando a eleição presidencial à estadual. Até aqui, na Bahia, Lula lidera, mas seu candidato a governador, Jerônimo Rodrigues, não. A mesma situação se repete em Minas Gerais, em Pernambuco e no Rio de Janeiro.

O fator Michelle
O ingresso da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha presidencial foi visto como “uma bênção” pelos coordenadores políticos de Bolsonaro. Uma parte estava preocupada, porque ela, embora participe de alguns atos, ia falar de improviso. A aposta é que, se Michelle conseguir atrair uma parte do eleitorado feminino, Lula perderá a vantagem que tem hoje.

Ajudinha
Ao não dar prosseguimento a denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República dá ao candidato à reeleição o discurso de que os pedidos não passaram de “perseguição”, tanto é que foram arquivados. É por aí que o PL tratará desse tema.

Veio a calhar…/ A reunião da 15ª Conferência de ministros da Defesa das Américas, esta semana em Brasília, reforçará o compromisso com a democracia, na Carta de Brasília a ser divulgada quinta-feira.

… e amarrar/ O documento, segundo generais mais progressistas, tem tudo para ser lido como uma resposta das Forças Armadas a qualquer tentativa de desrespeito ao resultado das urnas em outubro.

Conta outra/ Em 2020, vários partidos fizeram convenções virtuais sem problemas. Por isso, o MDB acredita que está tudo certo para a manutenção da convenção que homologará Simone Tebet, amanhã.

A volta de Adélio/ A possibilidade de soltura de Adélio Bispo às vésperas de o atentado contra Jair Bolsonaro completar quatro anos é considerada pelos aliados do candidato do PL ao Planalto como uma provocação. Se Adélio for solto, será mais um ato que dará discurso para dizer que a vítima de violência nas eleições é o presidente.

Bolsonaristas em busca de nova casa

Publicado em coluna Brasília-DF

Os deputados bolsonaristas que se elegeram graças à ligação com o presidente da República começaram a estudar o quadro partidário em cada estado a fim de buscar um novo pouso. É que eles já ouviram dos comandantes da fusão entre PSL e DEM que a chance de a nova legenda apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro é zero. Por isso, os parlamentares vão seguir Bolsonaro assim que ele definir um partido como seu, e o Tribunal Superior Eleitoral abrir a janela para a mudança de legenda, sem qualquer punição.

Em tempo: A única que deve esperar um pouco mais para deixar a legenda é a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputada Bia Kicis. Ela só sai quando terminar o mandato no comando da CCJ.

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Quem já fez as contas aposta na saída de um grupo de quase 30 deputados. Porém, espera compensar atraindo insatisfeitos de outros partidos. Esse último trimestre, aliás, será rico nesses movimentos partidários, com a fusão e a prévia do PSDB. Todos com um só objetivo: derrotar Bolsonaro e Lula no ano que vem.

Bolsonaro tenta reconquistar votos

As declarações do presidente Jair Bolsonaro de que não dará golpe e que respeitará eleições, em entrevista à Veja, seguem o roteiro que ele traçou a partir da carta escrita a quatro mãos com Michel Temer. A ordem é retomar a posição de favorito para derrotar Lula em 2022. Bolsonaro perdeu o posto, mas ninguém ocupou.

PP pressiona PSL
O PP é o partido mais incomodado hoje com a fusão entre PSL e DEM. A ponto de o presidente da Câmara, Arthur Lira, ter uma dura conversa com o vice-presidente do PSL, Antônio de Rueda, essa semana. Lira cobrou fidelidade aos projetos de fusão com o PP desenhados no início de julho.

Onde mora o perigo
O maior receio dos progressistas é de que a nova legenda adquira tamanho e musculatura eleitoral capazes de comprometer os planos de Ciro Nogueira, de construir o maior partido rumo a 2023, a fim de manter estruturas de poder, em especial, a Presidência da Câmara.

Fôlego para muito mais
O escândalo da Prevent Senior e as pontas que ainda estão soltas das negociações da Covaxin são suficientes para a CPI ir até o prazo final, em 5 de novembro.

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As peças que a vida prega/ O primeiro a tratar da fusão do DEM com o PSL, depois que Jair Bolsonaro saiu do partido, foi Rodrigo Maia, atual secretário de projetos do governo João Doria. Pensava em fazer um grande partido unindo as estruturas. Agora, quem realiza o projeto é ACM Neto.

Deu ruim/ A nota da Secretaria de Comunicação da Presidência da República sobre a vacinação da primeira-dama Michelle Bolsonaro nos Estados Unidos, reiterando a confiança dela no SUS e no sistema de saúde brasileiro, vem sob encomenda para tentar conter o estrago nas redes sociais. Houve críticas ao fato de Michelle ter tomado a vacina contra a covid fora do país, quando já poderia ter se imunizado por aqui há tempos.

“Covidário”/ Assim, os assessores do Palácio do Planalto estão se referindo aos novos casos de covid. Lá, quem usa máscara é olhado meio de lado. À exceção do pessoal da Secretaria de Governo, onde a ministra Flávia Arruda costuma atender seus convidados de máscara, quase ninguém usa o acessório.

Por falar em Flávia Arruda…/ Ela, até o momento, é candidata a deputada federal. Mas não está descartado concorrer ao Senado.